Lupas (1592)
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Mais do que uma homenagem aos clássicos do gênero, "A Vastidão da Noite" é uma obra que pulsa com criatividade e boas ideias, entregando um filme que já vimos centenas de vezes de uma maneira nova. Se algumas opções estilísticas de Andrew Patterson distraem, a maioria ajuda a construir uma narrativa original, como o inventivo trabalho de câmera, os poucos - e significativos - closes e a escolha por deixar muito da história por parte da imaginação do espectador. Uma belíssima surpresa.
Silvio Pilau | Em 22 de Junho de 2020.
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É incrível como Apatow consegue quase sempre construir seus personagens no limite da caricatura, evitando habilmente os clichês e calcando suas histórias no mundo real. Quando parece que ele vai deslizar, vem um momento humano e verdadeiro. Aqui ele volta a acertar a mão, desenvolvendo seus personagens nesse limiar, criando situações que tocam pela honestidade e entregando, ao final, um filme divertido e com mais sensibilidade do que se imagina, que escapa das armadilhas do gênero.
Silvio Pilau | Em 15 de Junho de 2020.
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Surpreendentemente, o grande problema é a abordagem da questão racial, que parece inserida a fórceps (como os flashbacks desnecessários). Quando foca na história do "presente", deixando isso de lado, o filme é excelente, com momentos de grande força. Mas essa força se dilui quando o cineasta atira para todos os lados, sem se decidir sobre um filme-denúncia racial, uma reflexão sobre a guerra ou simplesmente um thriller. Um bom filme, mas problemático se analisado como um todo.
Silvio Pilau | Em 15 de Junho de 2020.
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A abordagem de Joe Talbot é bastante original, transformando aquela San Francisco em universo quase paralelo, que chega até mesmo a flertar com o surrealismo. Há muito subtexto por trás do que é visto, desde questões raciais até a busca individual por algo que dê sentido às nossas vidas - mesmo que seja uma ilusão. Um filme que, se não acerta em tudo, ao menos é sempre interessante, oferecendo um olhar diferente ao que estamos acostumados.
Silvio Pilau | Em 15 de Junho de 2020.
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Uma daquelas produções simpáticas e divertidas que se apoiam quase exclusivamente no talento e no carisma de seus protagonistas. E Caine, Freeman e Arkin dão conta do recado com sobras, mesmo trabalhando sobre um roteiro clichê em que as boas ideias são raras. Boa pedida para um dia de chuva e nada mais do que isso.
Silvio Pilau | Em 10 de Junho de 2020.
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É sintomático como o filme perde a chance de desenvolver uma curiosa experiência narrativa (ao mudar a perspectiva) para se ater exclusivamente ao "torture porn". Acompanhar a vingança de Jennifer não deixa de trazer uma certa catarse, mas tudo é conduzido de maneira pouco inspirada, desde o roteiro até as atuações quase amadoras. Para fãs de "Jogos Mortais", é uma boa pedida. Para os demais, melhor ficar longe.
Silvio Pilau | Em 10 de Junho de 2020.
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O primeiro ato é comum, demorando a encontrar o tom. Mas o filme cresce significativamente assim que a perseguição tem início, utilizando aquele universo distópico a favor da tensão e da construção atmosférica do thriller. É como se, naquele mundo, sobrassem apenas o grupo de protagonistas e a figura quase sobre-humana de seu perseguidor. Um híbrido entre "Filhos da Esperança" e "Onde os Fracos Não Têm Vez", com o vigor e a originalidade sempre bem-vindas do cinema sul-coreano.
Silvio Pilau | Em 01 de Junho de 2020.
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Norton homenageia o cinema clássico - especialmente os filmes "noir" - com uma narrativa elegante, sustentada por um bom personagem principal e com cenas belissimamente filmadas. Fica clara, porém, uma certa autoindulgência, que infla o filme com mais personagens e subtramas do que deveria e acaba por arrastar o ritmo em alguns momentos. Mas vale a sessão, nem que seja apenas pelo ótimo elenco.
Silvio Pilau | Em 01 de Junho de 2020.
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Thriller bastante formulaico e previsível em sua estrutura e roteiro, mas conduzido com competência por Brian Kirk. De maneira áspera e realista, apoiado na boa presença de Chadwick Boseman, o cineasta constrói um filme ágil, que se sustenta bem em sua curta duração. Jamais excede o lugar-comum, e até mesmo a discussão que propõe sobre o papel da polícia se mostra desajeitada, mas cumpre o papel de entreter por uma hora e meia.
Silvio Pilau | Em 29 de Maio de 2020.
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Filme-denúncia conduzido com grande competência por Todd Haynes, que utiliza uma paleta de cores sombria para questionar a ganância das grandes corporações e a confiança da população no sistema que deveriam protegê-la. São temas já abordados muitas vezes no cinema, o que tira qualquer originalidade da história, mas não deixa de ser um filme eficiente dentro do que se propõe.
Silvio Pilau | Em 26 de Maio de 2020.
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Por mais que a atmosfera criada pelos cineastas, apostando muito no que não é dito, funcione bem, ela é prejudicada pela maneira óbvia com a qual o filme lida com a grande reviravolta proposta pelo roteiro, que - sem exagero - pode ser prevista com menos de cinco minutos. Isso dilui a força da narrativa, mesmo que o filme cresça em seu último ato, quando tudo se torna angustiante ao extremo.
Silvio Pilau | Em 20 de Maio de 2020.
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É um filme que nasceu com, no mínimo, vinte anos de atraso. Toda a discussão envolvendo clonagem já ficou pra trás, e é apenas prejudicada por um roteiro recheado de clichês, personagens unidimensionais e soluções formulaicas. Há, pelo menos, boas cenas de ação e pancadaria, como a perseguição pelas ruas de Cartagena. Mas é muito pouco.
Silvio Pilau | Em 19 de Maio de 2020.