Lupas (1592)
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Um pequeno conto sobre ganância e moralidade, que utiliza bem o ambiente isolado para reforçar a sensação de loucura e tensão. Se o enredo não reserva muitas surpresas e a narrativa não se aprofunde tanto no psicológico quanto parece supor, ao menos a obra é eficaz, apoiada em ótimas atuações - Peter Mullan impressiona.
Silvio Pilau | Em 20 de Abril de 2020.
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Longe, muito longe da subversão autopropagada, "A Caçada" é um filme já visto outras vezes - e com resultados melhores. Há uma completa carência de boas ideias e de originalidade, envolvimento nulo com os personagens e falta de clareza sobre o que a obra quer realmente dizer, sem contar o desequilíbrio entre o gore e o humor. A sempre ótima Hilary Swank traz um pouco de dignidade ao terceiro ato, mas é só.
Silvio Pilau | Em 16 de Abril de 2020.
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De maneira seca, direta ao ponto, Scott Z. Burns apresenta um thriller investigativo aos moldes de obras clássicas, focando-se exclusivamente no tema em questão, sem dar qualquer espaço para background ou vida pessoal de seus personagens. Embora demore um pouco para começar a fluir, o filme é ágil e contundente, funcionando como uma ótima opção para quem ainda tem paciência para obras sérias à moda antiga.
Silvio Pilau | Em 16 de Abril de 2020.
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O problema dessa produção turca não é o fato de ser criada para levar às lágrimas, mas a maneira como faz isso. A mão do diretor é pesada demais, como se estivesse obrigando o espectador chorar a cada cena. As atuações problemáticas e os valores de produção típicos de filme amador pouco ajudam esse filme que, apesar das boas intenções e de sua sensibilidade esporádica, simplesmente está longe de ser considerado bom cinema.
Silvio Pilau | Em 14 de Abril de 2020.
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Peter Berg e Mark Wahlberg têm se tornado especialistas neste tipo de thriller eficiente, porém esquecível. O filme se dedica para apresentar aquele "universo" e os personagens, fazendo a plateia se interessar por eles. Há uma certa demora para chegar ao acontecimento crucial da trama e um excesso de termos técnicos, mas o filme ganha novo fôlego quando abraça a ação, com uma condução tensa e habilidosa. Bom filme.
Silvio Pilau | Em 14 de Abril de 2020.
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Há momentos em que o filme de Nicole Holofcener consegue transmitir sinceridade, mas na maioria do tempo é um trama que recende artificialidade por abraçar veementemente seu caráter "indie". O resultado é afetado e pouco, embora traga algumas boas ideias aqui e ali.
Silvio Pilau | Em 14 de Abril de 2020.
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O tipo de filme que compensa seus baixos valores de produção com uma história bem desenvolvida e sem medo de arriscar. Matt Palmer mostra ser um cineasta interessante ao construir muito bem toda a atmosfera daquela pequena cidade do interior britânico, utilizando-a como metáfora da desolação e do desespero dos protagonistas. Um filme que propõe dilemas não apenas aos personagens, mas à plateia, fazendo o espectador se perguntar constantemente: "O que eu faria no lugar deles?"
Silvio Pilau | Em 12 de Abril de 2020.
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O forte da produção está, obviamente, em seu roteiro engenhoso, construído sobre pistas, revelações e surpresas que mantém o interesse do público até o último segundo. Ao mesmo tempo, é inegável que Oriol Paulo exagera um pouco nas reviravoltas, que a certo momento chegam a perder sua lógica. Ainda assim, é um filme que entretém com grande facilidade, embora provavelmente não se sustente em uma revisão.
Silvio Pilau | Em 12 de Abril de 2020.
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Como transposição dos quadrinhos para as telas, o filme é um achado. O design de produção, os figurinos, o elenco, tudo acerta em cheio, e é um prazer acompanhar essa nova versão da turma - especialmente para quem cresceu lendo os gibis. Pena que o roteiro não ajude, com uma história que não consegue se sustentar e insiste em momentos nada orgânicos apenas para o fan service (como a cena com o Louco). Mas o resultado é positivo.
Silvio Pilau | Em 12 de Abril de 2020.
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Como não poderia deixar de ser em um filme de David Mamet, o roteiro é hábil ao discutir amoralidade e ganância, enquanto orquestra uma trama bem amarrada. O grande problema é que, se na época de seu lançamento o enredo conseguia surpreender, hoje é difícil não antecipar as grandes reviravoltas propostas, o que enfraquece muito o resultado final do filme. É sempre interessante acompanhar a construção de Mamet, mas o filme parece datado para as plateias mais preparadas de hoje.
Silvio Pilau | Em 07 de Abril de 2020.
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Honey Boy é um filme honesto e sincero, na qual claramente LaBeouf desnuda seus sentimentos para buscar entender a si próprio. Nesse sentido, é interessante ver um artista se abrir dessa maneira, e muito transparece em cena, evitando soluções fáceis para a complexa relação que é o núcleo da trama. Ainda assim, a obra parece dar a impressão de andar em círculos e, ao final, a catarse parece ser muito maior para LaBeouf do que para o espectador.
Silvio Pilau | Em 07 de Abril de 2020.
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Os cineastas se preocupam bastante em construir uma trama cheia de reviravoltas, no que de fato são bem-sucedidos, mas esquecem de construir uma base sólida para haja suspensão da descrença por parte do espectador. Em momento algum a plateia acredita nas atitudes do protagonista, pois não há preocupação com o desenvolvimento do personagens, fazendo o filme resultar em uma sequência de acontecimentos sem qualquer credibilidade.
Silvio Pilau | Em 07 de Abril de 2020.