Lupas (1592)
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"Greyhound" compensa a (intencional) pouca atenção ao desenvolvimento dos personagens com um um ritmo impecável, vertiginoso, que garante a tensão constante. Além disso, não deixa de ser uma interessante experiência narrativa (mesmo que ocasionalmente repetitiva), uma vez que o espectador poucas vezes deixa o convés do navio de Hanks em meio a toda a batalha. Uma pena o lançamento direto via streaming, pois é um filme que nasceu para ser visto nos cinemas.
Silvio Pilau | Em 20 de Julho de 2020.
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O espectador não vê o passado de Carlito Brigante, e isso nos faz simpáticos às suas tentativas de deixar a vida de crimes para trás. Essa é apenas uma das escolhas narrativas de Brian De Palma e David Koepp que fazem deste um dos melhores filmes dos anos 90, em uma história sobre o peso dos erros do passado e a dificuldade de superá-los. Pacino está gigante e De Palma em grande forma, criando momentos de puro cinema, como o clímax na estação de trem. Filmaço do início ao fim.
Silvio Pilau | Em 14 de Julho de 2020.
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Pegue "Bonnie e Clyde", "Amor à Queima-Roupa", "Thelma e Louise" e acrescente um tempero de debate racial. "Queen & Slim" é um filme que funciona bem em todas as suas frentes, desenvolvendo com cuidado a relação entre os protagonistas e trazendo à tona as questões mais sérias, que ganham ainda mais força no momento dos protestos "Black Lives Matters". Além disso, é um filme com estilo, bem filmado e repleto de diálogos inteligentes. Entretenimento e crítica social andando lado a lado.
Silvio Pilau | Em 13 de Julho de 2020.
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Há sensibilidade e até certo simbolismo em algumas cenas, mas a economia narrativa de Gaspar Antillo é tanta que o filme deixa de ter o impacto emocional que poderia. A curta duração parece apressar a história, deixando lacunas que serviriam para gerar uma reação mais forte (a aproximação entre Memo e Marta é um exemplo). Mas é uma obra bem construída, na qual todas as escolhas (como a paleta de cores) contribuem para transmitir sensações.
Silvio Pilau | Em 13 de Julho de 2020.
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Charlize Theron já mostrou mais de uma vez ter o talento e a presença para carregar um filme do gênero, e aqui o faz com desenvoltura, sendo beneficiada pelo olhar de Gina Prince-Bythewood, que cria cenas de ação muito bem orquestradas e divertidas de se assistir. De quebra, o roteiro, embora por vezes resvale em lugares-comuns do gênero e soluções convencionais, desenvolve bem a "mitologia" envolvendo os personagens, deixando um bom gancho para a sequência. Um passatempo bem eficaz.
Silvio Pilau | Em 13 de Julho de 2020.
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Difícil entender o que a talentosa e sempre confiável Rachel McAdams faz em uma bobagem dessas, mas ela acaba sendo o único elemento digno em um filme que, na maior parte do tempo, chega a ser constrangedor. É uma obra que, em vez de trazer apenas o besteirol daquele universo, trata os espectadores como idiotas, com um roteiro falha tanto em termos de piadas quanto de estrutura e do romance dos protagonistas. Vale somente para os fãs hardcore de Ferrell - se é que eles existem.
Silvio Pilau | Em 10 de Julho de 2020.
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Ainda que algumas escolhas de Roger Donaldson se mostrem duvidosas - como as cenas em preto e branco, que nada acrescentam, e a abordagem da vida pessoal de O'Donnell -, o filme é um documento histórico bastante eficiente, que consegue fazer um resumo preciso de toda a crise, mantendo a tensão apenas através do diálogos. Bruce Greenwood traz grande dignidade ao papel de JFK, deixando claro por que aqueles poucos anos de seu governo seguem importantes ainda hoje. Bom filme.
Silvio Pilau | Em 06 de Julho de 2020.
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Pegue todos os clichês dos filmes de casas mal-assombradas, misture com uma trama que não segue lógica alguma e acrescente uma direção incapaz de gerar qualquer tipo de suspense. O resultado é essa bomba criada pelo experiente David Koepp, que revela preguiça absurda e uma completa falta de ideias originais, em um daqueles filmes que fazem o espectador desistir de tentar encontrar sentido lá pela metade. Entre as produções lançadas em meio à pandemia, talvez seja a pior.
Silvio Pilau | Em 03 de Julho de 2020.
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A premissa não deixa de ser curiosa, e serve como base para um primeiro ato bem interessante, no qual Vincenzo Natali constrói uma boa ambientação e intriga o espectador. Mas o roteiro não demora a demonstrar que faltam fôlego e ideias suficientes para se sustentar, perdendo-se a partir do segundo ato em um emaranhado de soluções bobas e ausência de lógica interna. Poderia ter sido um curta-metragem promissor, mas acabou sendo um longa bastante fraco.
Silvio Pilau | Em 29 de Junho de 2020.
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Visto hoje, o filme de Peter Weir tem alguns de seus problemas mais escancarados, especialmente em relação à maneira como retrata os personagens jovens, que surgem unidimensionais e com arcos nem sempre verossímeis. Mas, no geral, é uma obra realmente inspiradora, que transmite suas mensagens sobre arte, beleza e vida sem jamais derrapar para o lado da autoajuda, sempre conduzida por um Robin Williams exalando carisma e humanismo. E é difícil não se emocionar.
Silvio Pilau | Em 29 de Junho de 2020.
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Produção simpática e inofensiva, que, apesar de tratar de temas como imigração e homossexualidade, prefere jogar no campo da segurança, sem arriscar. Dificilmente irá desagradar alguém, pois tem momentos bonitos e certa sensibilidade, embora resvale em estereótipos e ideias bobas na abordagem das subtramas e de personagens coadjuvantes. Para se assistir e esquecer.
Silvio Pilau | Em 26 de Junho de 2020.
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É uma das parcerias menos inspiradas da dupla Lemmon-Wilder, mesmo com a chegada de um divertidíssimo Walter Matthau. O grande problema é se tratar quase de um filme de uma piada só, que se arrasta mais do que o necessário e é apenas pontuado por sacadas ocasionais com a ironia brilhante do cineasta. Mesmo que falte constância, tem seus bons momentos.
Silvio Pilau | Em 22 de Junho de 2020.