Lupas (1592)
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Renée Zellweger realmente carrega bem o papel de Judy Garland, com uma composição que consegue transmitir o peso e a dor de uma estrela quebrada pelos seus próprios erros. É uma pena que o restante do filme não siga o mesmo nível, com uma narrativa que se perde em coadjuvantes superficiais, em relacionamentos mostrados de forma apressada, flashbacks que pouco acrescentam e uma estrutura repetitiva, que quebra o ritmo da obra. Mais um grande nome para a lista de cinebiografias problemáticas.
Silvio Pilau | Em 06 de Janeiro de 2020.
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Típico filme dos anos 80, com os altos e baixos característicos da filmografia da década. O romance entre Johnny e Baby é cafona e a direção de Ardolino pesa a mão diversas vezes. Ainda assim, a obra funciona, muito pela química entre Jennifer Grey e Patrick Swayze. E vamos ser sinceros: aquela cena final com a dança entre os dois é realmente empolgante e divertida.
Silvio Pilau | Em 06 de Janeiro de 2020.
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É mais do mesmo, mas é um mais do mesmo divertido. Fleischer repete os mesmos artifícios narrativos do filme anterior e não há espaço para inovação. Mas os personagens seguem carismáticos, os atores entendem o clima de galhofa e há alguns momentos bem divertidos. Cumpre o que promete.
Silvio Pilau | Em 06 de Janeiro de 2020.
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Meirelles faz o que pode para tornar dinâmica uma história centrada na conversa entre dois senhores de idade: flashbacks, design de som, ângulos de câmera, trilha sonora, tudo busca trazer um roupagem mais "pop" à obra. O resultado é um pouco esquizofrênico, com soluções modernas que nem sempre se encaixam, além de falta de foco na mensagem transmitida. Há ótimos diálogos e Pryce e Hopkins conduzem o filme com maturidade, mas fica a sensação de que, talvez, a mão de Meirelles pesou demais.
Silvio Pilau | Em 23 de Dezembro de 2019.
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Embora se perceba o forte teor autobiográfico da obra, "Dor e Glória" é um filme distante, no qual as reflexões propostas por Almodóvar jamais parecem completas. O cineasta demonstra seu domínio de cena, explorando bem as cores, os atores e criando bons momentos isolados, mas a obra se perde em pequenas subtramas e elementos que pouco contribuem com o quadro geral. Pode ser um filme fortemente pessoal para o cineasta, mas é nada mais frio e arrastado para o público.
Silvio Pilau | Em 23 de Dezembro de 2019.
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Embora Abrams prefira um caminho familiar e previsível, o resultado ainda é ótimo. O filme tem soluções de roteiro pouco fluidas e nem sempre alinhadas com o restante da trilogia, mas é uma aventura empolgante, repleta de bons momentos e que encerra os nove capítulos com muita propriedade. As relações principais são aprofundadas e há um desenvolvimento adequado nos dilemas. Não é exatamente um grande filme e nem mesmo o melhor da série, mas é capaz de divertir, empolgar e até mesmo emocionar.
Silvio Pilau | Em 20 de Dezembro de 2019.
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É sempre bom ver um filme maduro, capaz de falar sobre a vida com a complexidade que envolve sentimentos reais, sem resvalar em estereótipos ou caminhos fáceis. Embora Noah Baumbach derrape aqui e ali para sua verve indie, "Marriage Story" é uma obra verdadeira, até mesmo brutal em sua honestidade, ancorada em duas atuações completas de Adam Driver e Scarlett Johansson - a longa cena na qual discutem no apartamento dele é uma das mais impressionantes do ano. Belíssimo.
Silvio Pilau | Em 17 de Dezembro de 2019.
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Como não poderia deixar de ser em um filme de KMF, há muito a ser descoberto em "Bacurau". Embora possa ser apreciado como um (ótimo) filme de gênero, a obra mostra sua forte conotação social ao criar um microcosmo para falar de assuntos mais amplos, que vão desde o imperialismo estrangeiro no país até a resistência dos mais oprimidos. Um filme completo, e muito provavelmente o melhor de KMF até então.
Silvio Pilau | Em 11 de Dezembro de 2019.
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Se "2001" e "Gravidade" tivessem um filho, seu nome seria "Ad Astra". James Gray deixa a sua marca na ficção científica espacial com um filme visualmente belo, que usa a imensidão do espaço para falar sobre solidão, família e a necessidade de se desapegar do passado. Com um ritmo calmo, reflexivo e poético mesclado com cenas mais movimentadas, o cineasta cria uma obra capaz de agradar tanto o público em geral quanto quem prefere o cinema mais autoral. Um dos grandes filmes do ano.
Silvio Pilau | Em 11 de Dezembro de 2019.
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Como é bom ver um filme mainstream que se baseia exclusivamente em uma história, sem apelar para o CGI. "Knives Out" está longe da perfeição, sofrendo para dar espaço a todos os personagens (há muitas caricaturas) e apelando nas reviravoltas. Mas o tom de farsa alivia esses problemas, o roteiro é suficientemente engenhoso e Rian Johnson tem boas sacadas para contar visualmente sua trama. Uma bela homenagem a Agatha Christie e seus derivados.
Silvio Pilau | Em 11 de Dezembro de 2019.
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Uma realização monumental de Scorsese, que mostra toda a sua maestria ao narrar uma história complexa, com diversos personagens e que perpassa várias décadas, sempre de maneira clara e fluida. Mas é o último ato que faz do filme uma obra-prima, quando faz os próprios personagens questionarem a relevância de tudo aquilo, mostrando que a passagem do tempo é inevitável até para aqueles homens de poder. De Niro, Pacino e, principalmente, Pesci voltam a mostrar por que são gigantes.
Silvio Pilau | Em 01 de Dezembro de 2019.
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Quando tenta contar uma história, o filme é um verdadeiro caos. Tooke e Emmerich tentam criar um cenário amplo, mas o resultado é uma colcha de retalhos truncada e sem qualquer fluidez narrativa, falhando tanto na construção de um entendimento histórico quanto na maneira como retrata os personagens, que não passam de papelão. Vale penas cenas de batalhas aéreas, mas é só.
Silvio Pilau | Em 01 de Dezembro de 2019.