Lupas (330)

A sobreposição de elementos típica do diretor molda um romance que não empolga nem atinge o nível de profundidade de Acossado, por exemplo. Acaba valendo a pena a camada documental, que resguarda a atmosfera e os discursos políticos e sociais do período.

Entre índios e lobos, Kevin Costner carrega um personagem que concebe um universo em si. A longa duração, contudo, entrega muito material desnecessário, só voltando a ficar realmente interessante quando esse universo colide com a truculência militar.

Poderia ser um episódio de BoJack Horseman, se as críticas não fossem tão - acertadamente - direcionadas às celebridades brasileiras. A edição é criativa e o drama é bem dosado, mas os minutos finais declinam em comparação à progressão madura de antes.

Um tema interessante dissolvido em um roteiro que carece de momentos realmente comoventes. A passagem do tempo (bem como suas consequências sobre os personagens) não é trabalhada de forma natural. As boas atuações de Freeman e Tandy se sobressaem.

Iñarritu fecha sua trilogia com chave de ouro, conduzindo com firmeza um mosaico de narrativas fortes, singulares e cheias de tensão. Talvez não se tenha chegado ao cerne de todas, mas os pontos significativos encontram seu lugar neste grandioso filme.

Hoffman entrega uma atuação inesquecível, encarnando um personagem humanamente bem construído. Já o roteiro, ainda que comece de forma incomodamente esquemática, cresce de forma muito sincera. A cena em que o título do filme é explicado é linda.

O roteiro em si é interessante e começa muito bem, mas acaba desgastado pela duração excessiva, que dá origem a vários momentos enfadonhos. Como compensação, temos a direção cheia de classe do Pollack, as lindas paisagens africanas e, claro, Meryl Streep.

Uma bagunça, porém gostoso de se acompanhar: bons momentos nonsense nos dois planos narrativos, a carismática história de Donna e mais referências a ABBA, que não se restringem só aos números musicais, rendem uma obra melhor que o insosso primeiro filme.

Até aqui, os horrores da guerra já tinham sido melhor expostos outros filmes do gênero. A necessidade de cenas de ação banalizadas acaba por engolir a principal tensão da narrativa (a colisão das duas forças ideológicas), que podia ser melhor explorada.

Uma narrativa forte, que versa sobre inveja, loucura e Deus, enobrecida pelo espetáculo visual e sonoro da arte dos artistas em questão. Além disso, a conduta de Salieri (uma performance magistral de Abraham) expõe um processo psicológico impressionante.

Para além de algumas obviedades, o filme tece uma complexa rede de relações, ilustrando como nascem, se desbotam ou resistem esses tais laços de ternura. Ademais, uma das grandes narrativas sobre altos e baixos entre mãe e filha, lindamente interpretadas.

Entre cenários que exalam sofrimento, Bergman carrega uma personagem de construção tempestuosa, que impressiona sempre que se choca - quando não se dissolve - nas mazelas vulcânicas da narrativa. Filme substancialmente denso e com um desfecho agonizante.