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Críticas

Cantando na Chuva

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"Cantando na Chuva" é uma verdadeira pérola não só entre o gênero musical, mas no cinema em geral. Tecnicamente bem feito, dispõe de números de canto e de dança sensacionais, personagens divertidos e carismáticos (com atores em atuações idem) e uma história simples, bem desenvolvida e com muita relevância histórica (ao menos para história do cinema): o surgimento do cinema falado, seu crescimento, paralelo ao declínio do cinema mudo, que levou junto muitos atores e atrizes que não se adaptaram a essa nova (e permanente) fase.

Tal efeito não é de se estranhar. No cinema mudo, a falta de falas mais complexas restringia os atores à atuação gestual, por vezes gestual demais. Afinal, como comunicar-se com o público se não se pode emitir som algum. É um verdadeiro show de mímica. Vendo hoje, essas atuações exageradas e caricatas são no mínimo burlescas. Dou como exemplo a primeira adaptação do clássico romance de Gaston Leroux - que muitos anos depois tornar-se-ia um musical da Broadway de sucesso pelas mãos de Andrew Lloyd Webber - "O Fantasma da Ópera" de 1925. Destaco a atuação de Mary Philbin como a mocinha Christine Daae. Seus gestos e caretas demasiadamente exagerados tornaram a sua atuação risível, prejudicando o clima sombrio do filme (que não é lá muito bom).

Retomando o assunto, o fato dos filmes tornarem-se falados contituiu um desafio bem maior que aparenta para nós, nos dias de hoje, que vemos como desafio acompanhar os filmes mudos com tais atuações exageradas. Os estúdios, diretores e produtores logo tiveram que comprar aparelhos e microfones, contratar roteiristas para escreverem as falas, enfim, mudaram radicalmente a forma como faziam e produziam seus filmes para seguir a tendência e agradar o espectador. Muita gente declinou, enquanto muitos cresceram. Foi um período conturbado e marcante para o cinema. E é justamente sobre essa dura adaptação e mudança por qual passaram muitos estúdios, atores e diretores que trata "Cantando na Chuva" que, sob o manto de um musical, aprofunda mais esse cenário aos espectadores da década de 50 até os dias de hoje.

A trama acompanha a transição de dois grandes astros do cinema mudo, os "queridinhos da América" Don Lockwood (Gane Kelly, que dirigiu este filme ao lado de Stanley Donen) e Lina Lamont (Jean Hagen, em uma fantástica atuação indicada ao Oscar).A adaptação ao cinema falado mostra-se um desafio principalmente quando Don e seu inseparável amigo Cosmo Brown (Donald O'Connor) propõe ao estúdio que produza um musical para a sua estréia nessa nova fase do cinema. O problema é que, paralelo a Don, que canta e dança muito bem, Lina, apesar de bela e querida pelo público, tem uma voz de taquara rachada insuportável além de uma dicção horrível. Se o estúdio, ciente disso, nem permite que ela fale ao vivo, imagine cantar em um filme! E, claro, Lina não pode ser simplesmente substituída. Ela tem a atenção, o carinho e a identificação do público, além de ser o único par romântico que os espectadores viram (e aceitam) de Don. Lina e Don formam, juntos, o potinho de ouro no final do arco-íris para o estúdio, por causa do carinho e assédio do público.

A solução que o estúdio encontra, então, é dublar Lina. E a escolhida é Kathy Selden (Debbie Reynolds), uma atriz iniciante que faz pontas em diversas produções, mas cujo talento e beleza fazem ela brilhar ainda mais. Além disso, Kathy possui uma voz linda, perfeita para a delicadeza da personagem que Lina interpreta no filme. Mas, a esta altura, Don se apaixonou por Kathy e Lina, que gosta de Don e nunca foi correspondida, cega de ciúmes, obriga o estúdio a tirar os créditos de Kathy no filme e ainda obrigar a jovem atriz a só dublar Lina durante o período de seu contrato e mais nenhum trabalho. Don, então, com a ajuda de Cosmo, tentará revelar a todos a farsa de Lina e o talento de Kathy.

Saindo da sinopse muito original do filme, tratemos agora de seus outros aspectos. Apesar de ser um musical, o filme não é inundado de canções, uma após a outra. Mas as canções, quando surgem, vem nos momentos corretos e sempre são acompanhados de coreografias singulares e divertidas. Digo singular pois todas envolvem o sapateado, que hoje não é tão popular e fora injustamente esquecido. Não há como esquecer a dança e a canção "Singin' in The Rain", uma das cenas mais antológicas e marcantes do cinema. Também chamo a atenção para a alegre "Good Morning", interpretada pelo afinadíssimo trio Kelly+O'Connor+Reynolds. As roupas, e os cenários são caprichados e cheios de estilo, lembrando a elegância francesa (no caso, americanizada) da época.

Os personagens, condecorados com atuações gratificantes, são um capítulo à parte. Nenhum deles cai no estereótipo e são muito carismáticos. Don faz o tipo galã, mas não cafajeste, que acaba se mostrando menos egocêntrico do que aparentava e mais inseguro e sensível às críticas. No papel, Gene Kelly não só convence, mas também interage com o público. Sua atuação animada e divertida faz com que torcemos por Don.

Kathy, apesar de ser a mocinha, de boba e ingênua ela não tem nada. Tanto que logo que conhece Don, ao invés de cair aos seus pés como qualquer fã, mostra-se inabalável e chega até questionar o talento de Don como ator, o que abalo o galã. Debbie Reynolds fez uma atuação, graciosa e delicada, sem nunca deixar Kathy chata ou melosa demais. fez dela uma mocinha genuína, verdadeira, real.

Cosmo é o fiel amigo de Don, mas não seu escravo, e sim companheiro. Os dois se respeitam mutualmente e Cosmo sempre ajuda Don a resiolver impasses na carreira e no campo pessoal, além de animar o amigo com suas cenas de humor. Donald O'Connor também achou o equilíbrio, fazendo um Cosmo engraçado sem ser apelativo, adorável sem ser irritante.

E, para fechar com chave de ouro a descrição dos personagens, temos Lina Lamont, a famosa atriz de péssima voz. Ao contrário da maioria das vilãs, que acaba com a vida de todos e destila veneno por onde passa, quase a verdadeira encarnação do Mal, Lina é uma antagonista divertida, pois além da péssima voz que a atriz Jean Hagen manteve durante todo o filme, ela se mostra por vezes burra, sem prestar atenção nas coisas, não entendendo (ou não querendo entender) que Don nada quer com ela. Jean realmente fez um trabalho excelente. Criou uma vilã egocêntrica, mas adorável que conquista o público com suas (muitas) passagens cômicas. Merecia o Oscar de Melhor Atriz ao qual foi indicada em 1953.

"Cantando na Chuva" é um dos mais importantes filmes do cinema, figurando sempre entre os melhores filmes já feitos, como a exemplo da revista francesa Cahiers du Cinéma (7ª posição num ranking de 100); da revista britânica Empire (8ª posição num ranking de 500); e do respeitado American Film Institute (10ª posição num ranking de 100). Tudo isso graças à sua mistura perfeita de números musicais encantadores, personagens charmosos, atuações esplêndidas e um roteiro simples, mas bem escrito, destacando uma importante fase do cinema. Um verdadeiro clássico.

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Déjà Vu

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Este filme é sobre o pressentimento de já termos antes visto ou vivido algo que acabamos de conhecer: a interessante sensação conhecida como "deja vu", que intitula o filme de forma homônima.

Na trama, temos o agente Doug Carlin da Agência de Tabaco, Álcool e Armas de Fogo (ATF) que é requisitado para recuperar provas através de vestígios de um atentado, envolvendo uma bomba contra uma balsa.

Doug é interpretado por ninguém mais que o elogiável Denzel Washington.

Eu já há algum tempo venho acompanhando a trajetória desse astro, graças à sua atuação. Sinceramente curto muito a forma de ele trabalhar e conduzir seus papéis, inclusive, às ótimas projeções estreladas pelo mesmo, com destaque para o marco de sua carreira "Dia de treinamento", confirmado pelo oscar de melhor ator.

Bom, o roteiro envolvente de "Deja vu" cria um universo paralelo entre passado, presente e futuro. A estória apresenta uma equipe que desenvolveu a mais alta tecnologia para auxiliar nas investigações. Uma espécie de "máquina do tempo".

O tal projeto envolve captação de imagens reais de qualquer ponto. Essas imagens podem ser conferidas como um filme, com um retrocesso de quatro horas, podendo ainda interagir entre o melhor ângulo e posição.

O tal equipamento foi construído sob a intenção de contribuir para o esclarecimento de casos praticamente insolucionáveis, como o caso da balsa investigado por Denzel, já que podem ver através das gravações o que exatamente aconteceu com as vítimas.

O personagem de Denzel, se interessa por uma das vítimas do atentado (que está morta) ao vê-la em sua rotina pelas imagens capturadas através do aparelho. A equipe que é responsável pelo complexo aparelho, revela ao agente que há possibilidade de enviá-lo até lá. Doug interessado em chegar ao fundo do caso, motivado pelo interesse que a vítima lhe despertou, numa tentativa de concluir o mistério e salvar a moça, ele é transferido para o passado momentos antes de ocorrer o atentado.

O decorrer do filme é progressivo, intrigante e bastante atrativo, mas, "Deja vu", apesar de ter um enredo complexo e exigente no que diz respeito à massa cefálica, acaba falhando em alguns pontos.

O diretor Tony Scott levanta questionamentos interessantes sobre poder ou não interferir no tempo, porém essa questão não desfoca a mesmice do assunto. A possibilidade de se incluir algo no tempo ou de se retirar, resultando então na alteração de fatos no futuro, é uma ideia mais do que repetida, e bastante utilizada até em desenhos animados.

Não posso deixar de destacar também a irreal tecnologia da tal "máquina do tempo". Os argumentos utilizados para explicarem a lógica do aparelho não possuem nexo, provando para o espectador que algo assim nunca poderia ser inventado.

É claro que alguns podem não se atentar a esse detalhe, ou afirmar ser isso irrelevante para a estória, mas eu discordo. Poderia funcionar em filmes de comédia, já que o próprio gênero abre uma brecha para o improvável e o exagero, não em uma ação que se apresenta de forma tão circunspecta.

Os diálogos, o clima da estória, as atuações, tudo é levado de forma séria demais para se ter um recurso tão simplório de interceptação do tempo.

Lembrem-se: estamos falando de um filme estrelado por Denzel Washington, e não por Will Smith.

Portanto, ao destacar os furos e os erros de continuidade, mais a ideia pífia da máquina do tempo, a sensação deja vu que o filme tenta transpassar é quase comprometida, justamente pela pérfida impressão que o roteiro deixa.

No entanto, por incrível que pareça, "Deja vu" não é prejudicado. O filme é bem movimentado, com cenas bem produzidas e bem montadas, acompanhadas de precisos efeitos especiais, contando ainda com a atuação segura de Denzel.

Voltando-se agora ao elenco, temos nomes conhecidos como Jim Caviezel (Jesus de "Paixão de Cristo"); Val Kilmer ("Batman Eternamente"), se firmando mesmo como mero coadjuvante; e Elle Fanning, irmã da ótima Dakota Fanning com quem Denzel Washington trabalhou em "Chamas da vingança" no ano 2004.

A recente atriz Paula Patton, como a responsável pela paixão de Denzel no filme, está bem no papel. É dificil pra mim vê-la e não notar a semelhança com Halle Berry. Em "Espelhos do medo", filme no qual ela está, quando vi o trailer pela primeira vez, achei que fosse a atriz de "Mulher gato".

No mais, "Deja vu" é isso, um filme de muita ação, bem aproveitado, apesar de longo, que prende a atenção e entrete. E se quem o assistir se dispuser a não reparar nos erros, poderá desfrutar ainda mais da película.

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Efeito Borboleta

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"Efeito Borboleta" é um filme sobrenatural com um toque sombrio. É muito controverso e fala de coisas que nenhum filme fala.

Logo no início do filme, aparece uma frase da Teoria do Caos: "Algo tão pequeno quanto o vôo de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo". Somente esta frase é um resume tudo o que Evan passou no filme. Sempre que ele voltava ao passado para ajudar alguém, ele modificava apenas uma coisinha e essa coisinha acabava prejudicando todo o seu futuro. Em uma determinada cena do filme, Evan diz: "Toda vez que tento ajudar alguém, tudo dá errado". E era exatamente esse o seu problema. Quando ele ajudava a Kayleigh, ele prejudicava o Tommy. Quando ele ajudava o Lenny, prejudicava a si mesmo. Quando ele ajudava a si mesmo, prejudicava a Kayleigh, o Lenny e às vezes o Tommy. Se ele tentasse ajudar um dos seus amigos, ele acabava prejudicando o outro. E assim, eis a solução: Tirar a Kayleigh da sua vida. Tirando ela da sua vida, ele tirava também todos os seus traumas. E assim, ele volta ao passado através de um vídeo caseiro que sua mãe gravou quando ele conheceu Kayleigh, e tira ela de sua vida. Foi um sacrifício, mas ele salvou não somente a si mesmo, mas a Kayleigh, o Tommy e o Lenny, que agora tiveram uma vida melhor.

O roteiro desse filme é sobre um homem chamado Evan, que não sabe direito quem ele é, pois ele bloqueou todos os momentos traumáticos de sua vida. Durante o filme, ele descobre quem ele é, e não necessariamente gosta de quem ele é. Ele descobre que pode voltar e mudar o seu passado. E isso muda o presente. Então ele faz o sacríficio supremo para melhorar a vida dessas pessoas. E faz isso mudando suas realidades.

Lenny é o melhor amigo de Evan. Quando Lenny é mais jovem, ele é o cara que provocava. Ele passa por um caminho louco através de doenças mentais.

Kayleigh sempre foi apaixonada por Evan, desde os 5 anos, quando se conheceram. Pode ver-se, em cada versão de Kayleigh que há uma forte relação com Evan, pois o futuro sempre envolve um meio de estar próxima a Evan.

Tommy sempre dá um jeito de aparecer no filme. Ele é o valentão e algumas vezes o vilão da história. Tommy não gosta de ver Evan namorando a sua irmã Kayleigh, e quando isso acontece, Tommy se revolta contra Evan.

O pai de Evan, Jason, ficou muito conhecido por ter esses problemas de voltar ao passado. Pode ver que em "Efeito Borboleta 2" ele aparece em um artigo da internet. Jason voltava ao passado através de um álbum de fotografias. Ele disse a Evan uma coisa bem verdadeira: "Não pode mudar as pessoas sem destruir o que elas foram. Não pode brincar de Deus, filho."

Acho que os atores fizeram um excelente trabalho, pois a maioria deles é acostumado com comédias, e em "Efeito Borboleta" eles provaram que conseguem fazer algo bem maior. Eu acho que o drama é bem mais difícil de fazer. Comédias são divertidas, mas o drama é algo que requer muita busca interior e muitas divididas consigo mesmo. É um gênero que acaba com você se você quiser fazer um bom trabalho. Por isso, os atores estão de parabéns, inclusive os atores mirins.

Muitas pessoas não entendem o título do filme, "Efeito Borboleta". O que afinal significa esse efeito? Tem algo a ver com borboletas? Negativo. O termo "Efeito Borboleta" é usado na Teoria do Caos. Quando asas de uma borboleta batem, podem criar um vento que terá um efeito dominó e acabará com um tufão do outro lado do mundo 3 anos depois. Ou seja, uma coisinha pequena que você faz no seu passado pode acabar prejudicando completamente o seu futuro.

Nas cenas que Evan lê o diário para voltar ao passado, tudo que está ao seu lado vibra independentemente. Mas por quê? Um bom exemplo é na cena em que mostraram uma tomografia da cabeça de Evan, lá no médico. Se você olhar atentamente a tomografia, verá que parece uma borboleta vibrando. E é isso mesmo. Uma prova disso é nos créditos iniciais, quando aparece uma borboleta batendo as asas 'dentro' do cérebro de Evan.

Espetacular. Essa é a palavra que define filmes como "Efeito Borboleta".

Curiosidades:

- O personagem Evan foi oferecido a Seann William Scott e Joshua Jackson, que recusaram o papel.

- A personagem Kayleigh foi oferecida a Ali Larter, que a recusou.

- No filme Melora Walters e Ashton Kutcher interpretam mãe e filho, mas na vida real a diferença de idade entre eles é de apenas 10 anos.

- As versões adolescentes de Evan, Kayleigh, Lenny e Tommy assistem no cinema a Seven (1995), sendo que na sala ao lado está sendo exibido Débi & Lóide (1994). Ambos são filmes produzidos pela New Line Cinema, assim como Efeito Borboleta.

- A versão canadense de Efeito Borboleta contém cenas de nudez.

- Seguido por Efeito Borboleta 2 (2006).

- O orçamento de Efeito Borboleta foi de US$ 13 milhões

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Harry Potter e a Ordem da Fênix

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Adaptar um fenômeno literário como "Harry Potter" não é uma tarefa muito fácil, porém quando se tem uma boa história em mãos tudo fica bem mais tranqüilo, o que aconteceu para todos os diretores anteriores, eles tinha uma ótima história, ou melhor, eles tinham o 2º maior fenômeno literário de todos os tempos (o primeiro é a Bíblia). Mas David Yates teve azar, pegou de primeira o livro mais fraco da autora na opinião de muitos fãs da série e também de quem escreve.

Isso leva a pensar que se os outros diretores não conseguiram chegar nem um pouco perto do mundo mágico que é "Harry Potter", David Yates, que é novato no cinema, iria causar um desastre, porém ele se salva. "Harry Potter e a Ordem da Fênix" está longe de ser bom, mas não deixa de ser o que o livro é. Não se pode falar tão mal do roteiro como se podia nos outros filmes, exceto pela profecia que foi retalhada, literalmente.

O elenco continua bem, mas é bom ressaltar que Daniel Radcliffe vem evoluindo bastante em sua interpretação, e isso talvez seja nítido no filme pela ausência dos outros dois componentes do trio, principalmente Rony, o que faz com que os fãs se sintam abandonados, pois é a amizade um dos poucos pontos que os filmes de "Harry Potter" conseguiram retratar de forma impecável e fiel. Emma Watson e Rupert Grint quando são exigidos, continuem muito bem nos papéis de Hermione Granger e Ron Weasley. Alan Rickman e Maggie Smith dispensam comentários, os dois são, definitivamente, Severus Snape e Minerva McGonagall.

Pode-se dizer que uma das poucas coisas que salvam David Yates é a parte técnica. "A ordem da fênix" tem efeitos especiais muito bons, a maquiagem é maravilhosa, o que me faz crer ter sido uma injustiça não ter sido lembrada no Oscar, e a Direção de arte também está impecável, com cenários maravilhosos e estonteantes. E o diretor também ganhou um ponto extra pela boa sacada que teve ao encerrar o filme com jornais mostrando algumas informações, onde só poderiam ser encontradas no livro seguinte, e isso vai ser bom para começar o próximo filme "O Enigma do Príncipe”.

O maior problema de "Harry Potter" quando é transformado em película é que muitas vezes ele se torna um filme de aventura bobo e superficial, e para quem ler os livros e é fã da série é muito triste ver uma história tão fantástica ser maltratada da maneira como a Warner Bros faz, como mudar de diretor a cada um ou dos filmes, e pior, fazendo péssimas escolhas. A atenuante é que não haverá mais trocas, David Yates continuará até o último filme, o que pode ser bom ou ruim. Mas a distribuidora tem que parar de olhar para “Harry Potter” como uma máquina de fazer dinheiro, e sim uma obra literária magnífica e digna de todo o respeito e admiração.

A única coisa que não pode ser dita é que David Yates não terá chances de mudar isso, "O Enigma do Príncipe" é um livro maravilhoso e que traz de volta a série de livros encantadora que era antes da "Ordem da Fênix". Enfim, o que se espera é que ele consiga trazer o grande "Harry Potter", a obra que retrate o que é esse livro que conquistou o mundo inteiro, que mostre realmente toda a magia que J.K. Rowling criou de forma única.

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P2 - Sem Saída

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Este filme marca a estréia do cineasta Franck Khalfoun como diretor, co-roteirizando também esta obra juntamente com Alexandre Aja - figura também recente no meio cinematográfico.

o roteiro apresenta um segurança em um certo prédio, obsecado por uma executiva que, encaminha-se para uma promoção. Na véspera de natal, ela fica até mais tarde fidando um serviço. Ao chegar ao subsolo para ir encontrar-se com a família, ela se depara com a fixação desse segurança para com ela. Sobre essa base, inicia-se uma típica perseguição "maníaco/mocinha".

O lado voyer do segurança trouxe a ele informações sobre a jovem executiva Angela Bridges, personagem feita por Rachel Nichols (Horror em Amityville). Com isso, ela tenta escapar dele em um local devidamente trancado, sem qualquer ajuda próxima, dando corpo a um jogo de esconde-esconde movimentado.

Adianto desde já que,"P2 - Sem saída" é exatamente o extremo de altos e baixos.

O enredo basicamente focaliza as artimanhas de Angela ao tentar escapar das investidas do segurança desequilibrado.

Ele inicialmente, sem mostrar intenção de torturar ou dar cabo da moça, esforça-se para convencê-la a ficar com ele, já que ele conhece seu histórico, sabendo que ela está envolvida intensamente com o trabalho e vivendo uma vida solitária. Porém, o evidente distúrbio do segurança vai ganhando força quanto à resistência de Angela.

Ele, possessivo e ciumento, mostra coragem suficiente para matar quem se "engraçar" pro lado da moça. E aí inicia-se o clichê: fugir o filme inteiro de alguém que é uma ameaça.

O clima do filme tem uma certa tensão. Não chega a ser pertubador, mas seu rítmo é acelerado, com interessantes cenas de ação e sustos (meio óbvias, mais válidas), conseguindo atrair a atenção.

O filme só não é melhor porque a estória não tem mais nada a oferecer. É exatamente uma perseguição incansável, e só!

Rachel Nichols mostrou que tem talento de sobra para transmitir desespero e retese. Não é um papel que exija exatamente um empenho da atriz, mas é suficiente para ver o potencial dela.

Já Wes Bentley ("Motoqueiro fantasma") só tem um ponto a seu favor: ele aparenta realmente ser um maníaco, graças a sua expressão. Porém, ele não mostra desenvoltura. O clima de pavor que o filme poderia atingir, não é alcançado devido a escalação infeliz de Wes para o papel.

Ele até se esforça para aparentar certo desarranjo mental, mas não convence, mesmo com sua feição propícia.

Os altos e baixos do filme serão exatamente descritos abaixo.

Altos: a trama é acelerada e com cenas de violência na dose certa. O que garante diversão.

Baixos: o maníaco que não dá densidade ao papel, enfraquecendo a atmosfera do filme, transtornando-a totalmente. Além do roteiro simples e limitado.

O filme porém tem seus momentos fortes, como a cena em que um coitado, por demonstrar interesse em Angela, é amarrado no piso do edifício e é esmagado por um carro contra a parede. É chocante e gráfico na medida certa.

O debute de Khalfoun é um sinal de que como estreante ele sabe entreter o público, e tem chances de aprimorar a técnica em comparação a essa película.

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Escafandro e a Borboleta, O

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O cinema como toda manifestação artística, abre um leque imenso de possibilidades e gostos diferentes. Há o belo, que nem sempre agrada, e o feio que agrada. Há filmes que embora sejam bem feitos e originalissímos não conseguem garantir boa impressão com determinado tipo de espectador. Uns dizem que é o seu momento que refletirá no fato de você gostar ou não da película, todavia, o gostar ou não de um filme é algo substancialmente particular, algo que nem a opinião da crítica mundial inteira pode mudar. O Escafandro e a Borboleta é um filme do diretor americano Julian Schanabel. É um filme corajoso, de roteiro interessantíssimo, um dos mais recentes sopros de criatividade fílmica dos últimos tempos. Todavia, não seria apenas o seu "currículo" que ateria eu, simples amante da sétima arte, a uma avaliação imparcial, pautada apenas no que a crítica e os prêmios mostram. Dito isto, cabe dizer que ao final do filme surgira uma pequena ponta de dececpção deste que escreve.

A história basea-se no livro escrito por Jean-Dominique Bauby, ex-editor de revista que escrevera tal livro em condições dificílimas graças a uma técnica criada por sua fonoaudióloga, já que ele estava fisicamente incapacitado devido a uma rara paralisia, algo como uma "Síndrome do Encarceiramento". A grande lição - e diga-se de passagem, que lição de vida- é qeu o homen mesmo estando fisicamente incapaz, sendo que pensando, imaginando ele ainda vive, cria seu mundo própio.

Um dos grandes destaques do filme é a atuação de Mathieu Amalric , em um papel corajoso e dificílimo, sua incorporação do personagem é importantíssimo para o rendimento do filme. Ele mostra-se extremamente sagaz tanto na situação de extrema paralisia de Bauby, tanto nos flash dos eventos anteriores ao AVC que colocou-o em tal situação, quando ele era um exprivitado editor de revista que via a vida de forma diferente daquela que posteriormente veria quando preso em seu "escafandro".

O fato de que Schnabel ter ganho o prêmio de Melhor Direção em Cannes revela muito do ritmo que o mesmo pusera em seu filme, revesando a narrativa, a intensidade dramática antes e depois do ocorrido com Bauby.

Outro grande destaque fica por conta da Trilha Sonora, da Fotografia serena, dos coadjuvantes afiadíssimos - claro, a grande presença do sueco Max von Sydowo eterno Antonius Block de O Sétimo Selo, de Bergman.

Toavia, apesar de tantas qualidades, não necessariamente isso implicaria uma empatia imediata com o filme, não revelaria que você necessariamente encantaria-se com a história, teria prazer em assistir o filme.

Esperava mais, de fato, todavia, o filme não é um filme ruim, pelo contrário, sua forma, o modo como ele encara uma impossibilidade diferente de muitos filmes hollywoodianos.

A impossibilidade de Forrest, embora possa ser estendida a todos, está empregnada de muito da mentalidade norte-americana, é uma busca de satisfação para vida ao gosto do americano, já a históriaverídica de Bauby, contada em O Escafandro e a Borboleta é mais globalizante, ela é humana em todos os sentidos, ela expande-se, ala é mais que a superação de deficiência física, ela é um libelo ao livre pensar, pois, como mostra o filme, tudo pode estar preso dentro de um escafandro de determinações, menos nossa mente, nossa imaginação.

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Austrália

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Baz Luhrmann é um diretor ousado. Em sua curta filmografia, já transportou para a atualidade a obra de Shakespeare em "Romeu + Julieta" e revolucionou o gênero musical no fantástico "Moulin Rouge - Amor em Vermelho". Após este, lançado em 2001, Luhrmann passou anos sem lançar um filme (seu projeto inicial era filmar uma película sobre Alexandre, o Grande, mas Oliver Stone acabou sendo mais rápido), porém finalmente lançou em 2008 seu grande épico: "Austrália".

No filme, que se inicia às vésperas da Segunda Guerra Mundial, uma nobre inglesa, Sarah Ashley (Nicole Kidman) decide viajar para a Austrália atrás de seu marido, do qual suspeitava estar tendo casos com mulheres da região. Entretanto, quando chega, descobre que a situação da fazenda de gado de seu marido era muito delicada, principalmente porque enfrentava a forte concorrência do poderoso King Carney (Bryan Brown), o homem mais poderoso da região. Quando seu marido morre em circunstâncias suspeitas, Sarah se vê forçada a transportar todo seu gado para o exército, e nessa jornada recebe a ajuda do "Capataz" (Hugh Jackman) e se torna grande amiga de um menino "mestiço", Nulah (Brandon Walters).

Tecnicamente, "Austrália" é um filme muito bonito de se assistir. As locações são belíssimas, os figurinos estão plenamente de acordo com os personagens (justificando sua indicação ao Oscar), e a trilha sonora embala o filme nos momentos corretos. A direção de Luhrmann é bastante afiada e cria grandes momentos, como a cena em que os milhares de bois quase caem de um precípicio. Porém, o "calacanhar de Aquiles" do filme é seu roteiro e sua longa duração.

A primeria metade do filme é impecável. Roteiro amarradinho, direção precisa e o elenco afiado. Porém, após pouco mais de 2 horas de duração, quando o espectador pensa que "Austrália" está chegando ao fim, o roteiro dá um novo "gancho" completamente desnecessário e o filme, que até então era um misto de aventura e romance, se transforma em um drama de guerra muito cansativo. É tudo muito bem feito e a equipe de efeitos especiais está de parabéns, porém "Austrália" perde muita força nesta sua metade final.

Quanto ao elenco, Nicole Kidman está muito bem, acertando o tom "afetado" daquela nobre inglesa que se vê em uma situação completamente inesperada. Hugh Jackman não surpreende, mas o ator prova mais uma vez ser muito carismático. Mas o grande destaque é o garoto Brandon Walters: ele rouba todas as cenas em que seu personagem Nulah aparece, e consegue realmente cativar o espectador. Já o restante do elenco, se não está tão bem, pelo menos não compromete.

Enfim, "Austrália" é um ótimo filme, que vem sendo muito subestimado pela crítica e pelo público. Embora peque pelas suas quase 3 horas de duração, o saldo do filme é positivo, e o diretor Baz Luhrmann cumpre seu papel com eficácia. Mas esperemos que, em seu próximo trabalho, Luhrmann não seja tão pretensioso e realize uma obra-prima tão boa quanto seu "Moulin Rouge".

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Em Carne Viva

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O ano de 2003 pode-se dizer que foi um "marco" na carreira de Meg Ryan: foi o ano em que sua carreira desabou.

Até então conhecida como "namoradinha da América" por atuar sempre em filmes de teor romântico e ingênuo, ela, quem sabe, numa atitude desesperada por perder tal rótulo (sabe-se lá o motivo), aventurou-se nessa bomba reconhecida como "Em carne viva" (In the cut).

A trama é baseada no aclamado romance de Susana Moore, e foi a própria escritora que escreveu o roteiro.

O filme não foi bem recebido pelo público... também pudera; seria como ver Regina Duarte protagonizando cenas tórridas de sexo quase explícito. Nada agradável, nem esperado.

A meu ver, o filme foi uma tentativa barata de criar uma quase "pornochanchada", com o subtexto de suspense e assassinato, simplesmente para expor Meg e marcar o retorno de Mark Rufallo (na época recuperado de um problema de saúde).

O roteiro volta-se a uma estória secundária de assassinatos, com a polícia buscando um suspeito (você nem lembra disso ao assistir o filme), focando na personagem central Frannie (Meg Ryan), uma professora introvertida, sóbria e solitária. Então entra em cena o detetive Malloy (Rufallo) que, ao investigar na cidade tais assassinatos, envolve-se com ela e acaba colocando-a em perigo. Tema mais do que gasto e nada atrativo. Por isso o enfoque do filme é o sexo.

O filme tem um decorrer lento, enfadonho e sombrio. Meg Ryan está convincente no papel, já Mark está desfocado pela presença dela, além de aparentar mais constrangimento. Talvez seja porque veremos os dois em cenas fortes de sexo, com seus corpos nus em pêlo, sem qualquer pudor, ou corte. Inclusive, os vários closes de pênis na tela é mais que perceptível.

Não que eu seja contra cenas de sexo em filmes, mas ver um amontoado das mesmas sem um propósito, soa pra mim como falta de criatividade e puro marketing apelativo.

A marca do filme é exatamente sua narrativa pesada e sexual, mesclada com cenas ousadas, em que envolve masturbação feminina, fetiche, voyerismo, e até uma cena explícita de sexo oral (calma, não é a Meg que protagoniza). Os diálogos também fazem jus com o baixo calão.

As cenas dos dois protagonistas busca constantemente colocar Meg e Mark em situações atípicas ao perfil dos atores. Ser versátil não é problema, mas sim, o verdadeiro propósito disso. Apostar a carreira num papel, como fez Meg, parece imaturidade.

Por incrível que pareça, sem querer ser moralista, o filme é um desperdício. O único feito do filme foi retratar cenas de sexo criativas e provocantes. O roteiro para ser considerado profundo ou no minímo intimista precisaria de mais conteúdo e densidade. Sexo fácil sobre o pretexto clima de suspense, não atinje esse ponto.

No fim, parece tudo meio descabido, desproporcional e algumas vezes as coisas não se encaixam mesmo.

O filme teve bom posicionamento de câmera, optando pelo visual real e tremido, contudo, seus aspectos técnicos não são suficiente para salvar esse moroso enredo que tem algumas cenas também desnecessárias de exposição de sangue e corpos (já que esse não é o objetivo do filme).

sem mais, o insucesso de público e negativa crítica foram totalmente coerentes quanto ao resultado do filme.

Críticas

Múmia: Tumba do Imperador Dragão, A

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Lançado em 1999, o divertido blockbuster "A Múmia" alcançou um sucesso tremendo nos cinemas e conquistou um número considerável de fãs. O que não é pra menos, já que estória é repleta de cenas de ação, recheada de ótimos efeitos visuais, e ainda conta com a presença dos entrosados protagonistas Brendan Fraser ("Viagem ao centro da terra - o filme") e Rachel Weisz ("Constantine"), dando vida a um simpático casal que passa por maus bocados com a tal múmia do título.

Devido a isso, a sequência "O Retorno da Múmia" logo foi lançada, sustentando assim o sucesso da franquia. Continuação esta que, além de manter a temida múmia, insere à estória um novo vilão chamado de "Escorpião Rei", interpretado por Dwayne Johnson (conhecido pelo codinome "The Rock"), que teve aqui o seu debute como ator.

Logo após, veio o terceiro filme intitulado como "O Escorpião Rei", uma versão "spin off" do personagem homônimo, vivido novamente por Dwayne Johnson. No entanto, essa projeção não conta com a presença do casal O'Connell.

Então, para completar a série (espero), surge em 2008 o fiasco "A Múmia: Tumba do Imperador Dragão", com uma estória totalmente desfigurada e ambientada agora - sem motivos plausíveis - na China ao invés do Egito.

A meu ver, este novo filme só serviu para marcar a volta de Brendan Fraser como o personagem central Rick O'Connell, só que desta vez, ele - que está desconfortável no papel - não conseguiu convencer um minuto sequer como fez anteriormente. Principalmente nas cenas em que se pede um pouco mais de dramaticidade.

Como exemplo, tem o momento da reconciliação entre ele e o filho que, ao invés de emocionar, acaba soando cômico, tudo por causa do desempenho desajeitado de Fraser e sua expressão desproposital.

Quanto à bela Rachel Weisz, talvez prevendo o script vergonhoso, não participou da projeção. O que trouxe uma substituta para "Evelyn O´Connell", composta pela deslocada e sem carisma Maria Bello. Motivo este suficiente para que o filme perca ainda mais pontos, sendo que o clima de cumplicidade entre Brendan Fraser e Rachel Weisz, não pode ser conferido entre ele e nova "Eve".

Entre as "novidades" de "A Múmia: Tumba do Imperador Dragão", temos a presença do insosso e desconhecido Luke Ford como o jovem filho de Rick.

Ele e a também anônima atriz Isabella Leong, ao formarem um par romântico, desconcertam o espectador com tamanha falta de química.

Inclusive, o ator John Hannah, antes o coadjuvante mais engraçado aqui como o irmão de Eve, por sua vez, consegue a façanha de aborrecer em todas as tomadas em que aparece por limitar a sua participação a contar piadinhas infames.

E como se não bastasse tem a apagada presença de Jet Li, numa tentativa desesperada de repromover sua carreira, interpretando a múmia no lugar de Arnold Vosloo (troca infeliz).

Agora, o elenco não é o único fator que traz insatisfação; voltando-se ao roteiro, é possível relacionar uma grande quantidade de furos e clichês...

O mocinho que é mortalmente ferido e salvo por "mágica", enquanto figurantes morrem com apenas um tropeção. Uma paixão súbita e sem noção entre o filho de Rick e a filha de uma feiticeira. O típico final "estou perdendo, mas alguém do nada me salva". O batido conflito familiar. E não sendo menos importante, tem o argumento burlesco sobre o que ativa a "pedra" que traz a múmia de volta à vida: o sangue de alguém puro de coração. Ai!

Dando continuidade aos absurdos da estória, temos o aparecimento de um exército de mortos vivos no último ato. Assim como, alguns Yetis digitais mal elaborados que também dão o "ar da graça". Todos visualmente sintéticos.

E o pior, a própria múmia, apresentada com uma nova roupagem, ironicamente consegue se transformar em qualquer coisa, menos em uma simples múmia.

Por fim, não sei exatamente qual foi à intenção desse filme, mas sei de uma coisa, ele não diverte, não se desenvolve e ainda deixa explícito que a direção sob o comando de Rob Cohen (antes Stephen Sommers) se mostrou muito inferior.

Diante de um filme em que nem os diálogos são consistentes, só posso recomendar uma coisa: assista apenas o original e esqueça as sequências!

Críticas

Batman & Robin

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Terrível, decepcionante, risível, sem graça, sem sal; isto que Batman e Robin é. O quarto filme da saga do Morcego terminou da pior forma possível. Joel Schumacher se superou. Tudo bem que era para ser um filme direcionado para crianças, mas, por favor, Batman e Robin foi um exagero, que chega até a dar dó do diretor, que, aliás, chegou a PEDIR DESCULPAS pelo o que fez.

Na trama (trama?), Batman e Robin enfrentam mais dois novos vilões: Mr. Freeze e Hera Venenosa. Porém, desta vez, para estas novas ameaças, ganham uma ajuda "muito" especial de Batgirl.

O trabalho que Tim Burton construiu de forma tão incrível foi desmoronando aos poucos, de 1995 para 1997. Batman & Robin resgatou a imagem cômica que o seriado dos anos 60 criou, e ainda ganhamos de brinde uma Gotham City mais colorida e alegre que o carnaval. Não restou nada de sombrio neste filme. São cores para todo o lado, literalmente: o trio Batman, Robin e Batgirl ganhou uniformes azul-prateados com detalhes pratas (e mamilos), Gotham tem cores para todo o lado, até em fogo, que se tornou verde e não amarelo, nem mesmo os criminosos escaparam: seus esconderijos e roupas são coloridos até com cores fosforescentes. E os Batmóveis são, na verdade, o Trem da Alegria. São tantas cores que os olhos chegam a arder.

Além disso tudo, o filme é recheado de piadinhas e trocadilhos risosmil, como o "Batcartão de crédito". Os vilões perderam a personalidade que tinham. O Bane foi o pior: não fala nada, só bate e urra. Urra até de mais. São mínimas as coisas que se salvam: George Clooney fez um bom BRUCE WAYNE, Pat Hingle fez um bom Comissário Gordon, e Michael Gough continuou impecável e perfeito como o mordomo Alfred. Creio que são as únicas coisas positivas do filme.

Joel Schumacher pediu provocou os fãs de Batman com esta película, parecia que pedia para ser linchado. O mínimo que devia fazer era pedir desculpas. Que, aliás, ele fez. Que diretor se desculpa de uma obra realizada?! Só mesmo Joel.

Em Batman E Robin, a franquia afundou e acabou terminando com a chave mais torta e enferrujada possível. Um verdadeiro desastre cinematográfico.

Portanto, se for fã do carnaval e perdeu os últimos desfiles, assista Batman e Robin. Pois foi esta a minha sensação: um carnavel circense.

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