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Críticas

Jogos Mortais 5

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A franquia “Jogos Mortais” foi iniciada em 2004, com um filme que foi considerado revolucionário, em virtude de sua abordagem diferenciada sobre a vida humana, os métodos inovadores de tortura e um final de deixar qualquer espectador boquiaberto. Mesmo com um orçamento baixíssimo, “Jogos Mortais 1″ fez um sucesso imenso, dando origem a continuações. Os três filmes subseqüentes mantiveram a mesma essência e qualidade do primeiro, em todos os quesitos, inclusive na imprevisibilidade. Confesso que, diante de tamanha qualidade, eu me tornei um grande fã da série, ansiando para o lançamento de cada filme. Mas chega hoje aos cinemas brasileiros ”Jogos Mortais 5″ (Saw V, 2008) , sem dúvida, um dos filmes que mais me decepcionaram em toda minha vida. A queda em relação aos outros quatro é grotesca, o que dá origem a um filme simplesmente comum.

Após a morte de Jigsaw (Tobin Bell) e sua aprendiz Amanda (Shawnee Smith) no terceiro filme, o mestre da tortura é sucedido por mais um cúmplice, que é revelado em “Jogos Mortais 4″: o responsável pela investigação de seu caso, Detetive Mark Hoffman (Costas Mandylor). Sua marca, que não pode ser vista no quarto filme (pois os fatos são passados simultaneamente aos do terceiro), é mostrada logo na primeira cena (o que é característico da série, mostrar primeiro uma cena de tortura para depois começar a história propriamente dita), em que ele põe à prova um assassino que, em seu ponto de vista, teve sua pena muito abrandada. No entanto, seu jogo é completamente diferente dos de Jigsaw, pois o assassino faz o que lhe é imposto, mas morre do mesmo jeito. A história começa com a resolução dos finais de terceiro e quarto filme, que se encontram. O agente Strahm (Scott Patterson) consegue sair vivo da sala onde foi deixado, e passa a suspeitar que Hoffman teve algum envolvimento com a obra de Jigsaw. Disposto a continuar o legado de seu mestre, Hoffman inicia uma trama que visa eliminar todos os que lhe podem incriminar. Inclusive Strahm. Paralelo a tudo isso, cinco pessoas fazem um jogo coletivo, no qual testam sua capacidade de cooperação. As cenas desse jogo, que se assemelha um pouco ao passado no segundo filme, são as responsáveis pelo sangue que jorra no longa, mas não são muitas, o que o torna bem menos violento que seus dois antecessores.

O grande destaque do elenco de “Jogos Mortais 5″ é, mais uma vez, Tobin Bell. Apesar de interpretar um personagem já falecido, o ator aparece em quase todas as cenas importantes do longa, já que a construção da história, assim como em “Jogos Mortais 4″, é feita com uma exploração grande de flashbacks. Sua atuação intensa (como sempre) nos dá a exata noção de como os jogos foram arquitetados, desde o primeiro filme, e como Hoffman foi introduzido na trama. Costas Mandylor é, também, responsável por essa clareza. Sólido, ele passa todas as emoções que se passam pela cabeça de Hoffman, indo do medo inicial à frieza que o legado que lhe foi deixado exige, de forma perfeita, sendo um co-protagonista à altura de Tobin. Scott Pattersen é um bom nome também, traduzindo muito bem os conflitos de seu agente Strahm. Como destaque negativo fica a utilização muitíssimo moderada de Betsy Russel, que apareceu muito bem no quarto filme como Jill, a ex-mulher de Jigsaw. Neste, ela recebe uma “herança” de Jigsaw, uma caixa misteriosa, cujo conteúdo não é revelado. Por outro lado, não gostei dos atores que representam as vítimas do jogo coletivo, faltando-lhes a essência necessária para participar dos filmes da franquia.

Este é o primeiro filme da franquia que não conta com pelo menos um membro da dupla responsável pela direção do primeiro filme, Leigh Whannel e Darren Linn Bousman. Bousman ficou até o quarto, mas Linn só completou os primeiros três. Neste “Jogos Mortais 5″, é perceptível que o talento dos dois faz uma falta imensa, visto que a essência foi bastante perdida. Mesmo com a manutenção da base do quarto filme, que são os flashbacks, vê-se que a diferença de abordagem, de como o recurso é utilizado, é bastante diferente. Infelizmente, para pior, pois neste, se vc piscar mais do que deve, já não vai mais saber se o que está passando na tela é flashback ou não. Outro aspecto que muda bastante são as mortes e as armadilhas, que decaíram muito em inteligência, e um pouco em crueldade. A parte visual do longa é boa, a maquiagem continua eficiente como se mostrou nos outros quatro filmes. E, é claro, não se pode deixar de ressaltar a trilha sonora, já que a música que embalou todos os finais da franquia continua arrepiando todos os pêlos do corpo.

“Jogos Mortais 5″ tem um final, como os outros da franquia, bastante interessante e inteligente, mas acaba não sendo muito surpreendente. É provável que muitas pessoas, assim como aconteceu comigo, saibam o que vai ocorrer no final. Não o modo como ocorre, que é arrepiante, mas o fato que acontece. E esse é mais um ponto contra o quinto filme da franquia. E é também um final que, apesar da promessa dos seis filmes, não deixa quase abertura para uma continuação, a não ser que resolvam explorar o conteúdo da caixa recebida por Jill. Mas, sinceramente, apesar de ser um grande fã da série, espero que esse laçamento não seja feito. Eu não suportaria mais um declínio de qualidade como esse.

OBS.: Crítica feita no dia de lançamento do "Saw V" no Brasil.

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Lições de Vida

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Quando comédias dramáticas são lançadas, sempre as vejo com desconfiança, pois, em 90% dos casos, os gêneros “brigam” entre si, deixando ou a comédia ou o drama em maior evidência. É o que acontece nos bons “A Banda” e “Estômago”, onde prevalece a abordagem mais dramática do enredo. Um dos grandes trunfos deste “Lições de Vida” (Driving Lessons, 2006) é a homogeneidade de seu roteiro, conseguindo colocar drama e comédia num mesmo plano. Os gêneros andam de mãos dadas, sem entrar em conflito, o que dá origem a um dos filmes mais notórios e perfeitos que já vi.

Ben Marshall (Rupert Grint) é um garoto londrino que, bastante tímido, tem uma família bastante religiosa e ultraconservadora. Apesar de seu pai ser padre, é a mãe, Laura Marshall (Laura Linney), quem o domina completamente, escondendo-lhe praticamente tudo da vida que considera “errada”. Nesse contexto, Laura cede abrigo a um homem, o Sr. Fincham (Jim Norton), segundo ela própria pela vontade de Deus, fazendo com que Ben seja obrigado a trabalhar, para ajudar a sustentar mais uma pessoa na casa. E esta é a chance de Ben conhecer o mundo que lhe foi ocultado durante tantos anos, pois ele vai trabalhar cuidando de Evie Walton (Julie Walters), uma excêntrica e veterana atriz de teatro e cinema.

Junto com a senhora, Ben passa a conhecer uma nova vida, aprendendo diariamente inúmeras lições com a “dama do teatro”. Aprende a desenvolver seu talento para a poesia, a dirigir (coisa que a mãe manipuladora insistia em ensinar, mas o resultado pode ser visto logo na engraçadíssima primeira cena do filme), a aproveitar os momentos bons da vida, sem medo do que posso acarretar. Mas Ben aprende, sobretudo, o valor da verdadeira amizade. Mesmo proibido, Ben acampa (com uma “forcinha” hilária da veterana atriz) e viaja com Evie para Edimburgo, onde acontecerá um recital do qual Evie participará. A presença de Ben faz-se tão necessária na vida da atriz que ela afirma que só conseguirá lembrar os poemas de Shakespeare que ele tanto ensaiaram com a presença dele. E esta é uma das cenas mais tristes do filme, que mostra o quão importante pode ser uma pessoa na vida de outra.

O filme, como já foi falado, conta com uma presença homogênea de dramaticidade e comicidade. O diretor e roteirista Jeremy Brock consegue levar-nos a boas gargalhadas, como na cena da “simulação de acampamento” de Ben e Evie, e a profundas lágrimas, como quando Evie “invade” a peça dirigida pela mãe de Ben, para salvar o garoto das garras da opressora. E tudo é feito com enorme simplicidade, sem a menor pretensão, o que torna a história bastante verossímil e leve. O filme em momento algum acha que é mais do que realmente é, o que lhe dá a cara de verdade. Jeremy tem total controle sobre seus atores, o que lhe dá, também, controle total sobre a trama. O drama é totalmente sem sentimentalismos extremos e melosos, completamente na medida certa; a comédia é leve e agradável, sem apelar pra qualquer tipo de conteúdo pesado. A trama ainda é imensamente ajudada pela sempre efetiva e correta trilha sonora, embalando sem qualquer exagero todos os momentos que se passam na tela.

O elenco é, sem dúvida, um ponto fortíssimo de “Lições de Vida”. O entrosamento entre Rupert Grint e Julie Walters é sensacional, ajudado pelo fato de este ser o quarto filme que fazem juntos (os outros foram “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, “Harry Potter e a Câmara Secreta” e “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban”). Este entrosamento, aliado ao imenso carisma, faz o espectador ficar facilmente apaixonado pela dupla, torcendo para que a amizade deles sobreviva mesmo com a resistência da mãe. Individualmente, os dois também têm grande destaque. Rupert Grint dá um verdadeiro show de atuação como Ben, um dos personagens mais bem construídos que já vi em uma comédia dramática. Rupert prova que o diretor Jeremy Brock estava certo ao afirmar que sua escolha para protagonista deveu-se ao fato de o jovem ruivo ser muito pouco aproveitado na série Harry Potter (convenhamos, Rupert é muito melhor ator que seu companheiro Daniel Radcliffe, que protagoniza a série). As mudanças constantes de Ben em virtude do conhecimento da nova vida só são tão notáveis porque Rupert é o responsável por esta tarefa, muito complicada, por sinal. Julie Walters dá a sua Evie o tom certo de excentricidade, que passa por crises existenciais, atitides loucas (e engraçadíssimas) e amor ao seu verdadeiro amigo, Ben.

“Lições de Vida”, como já falei, é o melhor filme de comédia dramática que já vi. Ao longo de seus 95 minutos, somos conduzidos a inúmeros sentimentos, indo da pena de Ben à raiva de sua mãe conservadora. Mas isso tudo é feito de forma homogênea, sem a mínima oscilação negativa, dando ao filme um caráter linear positivo (melhora um pouco a cada minuto). O ritmo não cai em momento algum, e conduz a trama para um terceiro ato surpreendente e emocionante, capaz de arrancar ao mesmo tempo risos e lágrimas. “Lições de Vida”, com sua simplicidade, é uma verdadeira aula de cinema, uma aula de como se deve misturar corretamente dois estilos tão diferentes. Simplesmente perfeito!

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Volta do Todo Poderoso, A

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A nova moda em Holywood é investir milhões em péssimos filmes de comédia. Se já fiquei estarrecido com os US$35 milhões gastos com “Super-Herói: O Filme”, imaginem como eu fiquei ao saber que este terrível “A Volta do Todo Poderoso” (Evan Almighty, 2007) foi orçado em astronômicos US$175 milhões, sendo o filme de comédia mais caro da história? O péssimo resultado pode ser confirmado com a indicação ao nada honroso prêmio Framboesa de Ouro de Pior Prelúdio ou Continuação. E este longa é extremamente inferior ao aceitável primeiro filme, sendo muito pior em absolutamente tudo.

A história é tão simples que pode chegar a ser banal. Evan Baxter (Steve Carrel), após ter sido eleito para o congresso, muda-se para Washington. Preocupado em cumprir suas promessas de campanha, Baxter reza para que Deus o ajude a corresponder com a maior delas: mudar o mundo. Passado isso, ele começa a receber encomendas estrahas, como ferramentas obsoletas e grandes quantidades de madeira. Simultaneamente, ele passa a perceber que um número começa a persegui-lo, o 614, e recebe indicações de que ele pode representar uma passagem da Bíblia, o Gênesis 6:14. Então, ele recebe uma visita do próprio Deus (Morgan Freeman), que confirma suas suspeitas e lhe dá a missão de fazer exatamente o que está contido na passagem referida: construir uma arca. E a história se resume a apenas isso, na construção da tal arca.

O filme conta com alguns elementos cômicos, mas nada que possa justificar o investimento que foi feito. Tanto que a melhor personagem em termos cômicos, Rita (Wanda Sykes) é completamente desperdiçada, aparecendo apenas esporadicamente. As outras boas cenas ficam por conta da utilização dos animais. As perseguições ao deputado, apesar de serem maçantes depois de algum tempo, são até legais no começo. Algumas cenas da construção da arca também são engraçadas, mas nada que possa divertir muito. Se o longa consegue arrancar alguns risos de nós, ele tem uma capacidade muito maior de irritar. As constantes assemelhações a Noé sofridas por Evan são completamente desnecessárias. Nós todos sabemos que quem construiu a arca foi Noé, o roteiro não precisava tentar fazer o personagem sem graça interpretado por Steve Carrel ser um pouco engraçado, pois isso apenas faz com que ele beire o ridículo. As visões que Baxter tem de Deus também são completamente chatas, já que elas ocorrem a todo o tempo, e o imbecil do personagem se assusta em praticamente todas elas. E a presença do número 614, então… Ele aparece umas 10 vezes, sendo que poderia ter sido visualizado umas 5 (no máximo) e ser explicado. Mas o desespero dos produtores de alongar ao máximo o filme é tão grande que eles acabam explorando demasiadamente algo quase inexplorável.

O elenco de “A Volta do Todo Poderoso” é bom, mas muito mal utilizado. Morgan Freeman e Steve Carrel mostraram não serem bons no quesito escolher roteiro. Seus personagens carregam muito pouca comicidade e carisma. Sendo os dois principais personagens da “trama”, deveriam ter sido pelo menos um pouco melhor construídos. Em contrapartida, Wanda Sykes dá um show. Com sua irreverência e jeito desleixado, ela tem grande facilidade em provocar no espectador verdadeiros “ataques de riso”, apesar de suas falas, assim como a maioria dos diálogos do roteiro, não serem bem feitas. Os garotos que interpretam os filhos de Evan (Johnny Simons, Jimmy Bennet e Graham Phillips) são bastante seguros, apesar de também não terem o destaque merecido na história. O restante do elenco tem atuação simplesmente burocrática, sem nenhum destaque. O filme ainda conta com uma trilha sonora aceitável e os efeitos especiais, apesar de extremamente caros, não se mostram tão bons assim.

“A Volta do Todo Poderoso” ingressa no grupo das continuações que não fariam falta nenhuma se não tivessem sido feitas. Eu não vou falar para você não assistir, pois nunca vou lhe negar o direito de ter suas próprias conclusões sobre um filme. Mas, por favor, se não gostar, não diga que foi por falta de aviso!

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Gritos Mortais

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Leigh Whannel e James Wan despontaram como as maiores promesses do cinema de terror e suspense ao produzirem, juntos, em 2004 , o espetacular “Jogos Mortais”. Durando mais dois filmes da série, a dupla sempre mostrou ser extremamente competente, com roteiros inteligentíssimos e sem furos. Apesar de não estarem tão inspirados em sua primeira empreitada longe da maravilhosa franquia, eles conseguem fazer de “Gritos Mortais” (Dead Silence, 2007) um filme bastante competente e bem conduzido.

A história com certeza vai fazer muitos se lembrarem da interminável saga do brinquedo assassino Chucky. Para dar início à trama, é apresentada uma interessante e conveniente explicação da origem da palavra “ventríloquo” e as lendas acerca dela, o que torna a história mais inteligível. Apresentações feitas, somos conduzidos à cena em que Jamie e Ella Ashen, muito bem casados e morando longe da cidade onde nasceram, Raven’s Fair, recebem um estranho boneco ventríloquo, que lhes faz lembrar da ventriloqusita Mary Shaw, que foi assassinada na cidade por ser suspeita de seqüestrar e matar crianças. Como já era de se esperar, após algo estranho acontecer, Jamie sai, deixando a esposa sozinha em casa. E, para sua surpresa (não para a nossa, é claro), encontra a esposa morta em sua cama, com a língua arrancada. E, claro, Jamie é o suspeito número um. Para tentar provar sua inocência, Jamie volta a sua cidade natal mesmo proibido por ordens judiciais, disposto a enfrentar a lenda e acabar de vez com o fantasma de Mary Shaw.

O grande trunfo de “Gritos Mortais” é, sem dúvida, o visual. O que vemos na tela é um verdadeiro colírio para nossos olhos. Tudo funciona: a fotografia é arrepiante, os cenários são extremamente luxuosos e o clima de antiquado. As mortes são estilosas, a maquiagem é muito bem feita e os efeitos especiais são ótimos. Frente ao que nossos olhos vêem, a o roteiro poderia ser um pouco mais generoso com nosso intelecto. Não estou falando que ele não é bom e inteligente, mas, em se tratando da dupla Wan/Whannel, esperava-se muito mais. A história, apesar de ter seus pontos muitíssimo inspirados, não é nem um pouco inovadora. Só o fato de você, ao assistir a um filme, se lembrar imediatamente de outro, já mostra que a idéia já foi utilizada, e bem explorada. Todo e qualquer filme de terror que envolva bonecos vai nos remontar a “Brinquedo Assassino”, que marcou os fãs do horror nos anos 90. Mas essa não é a semelhança maior. A quantidade de bonecos, 101 ao todo, é desnecessária, e faz com que nós clamemos pela volta do assustador “Mestre dos Brinquedos”, com seus bonecos diabólicos e diferentes uns dos outros (aqui, são 101 bonecos praticamente iguais, e que não fazem absolutamente nada). Apesar da relativa passividade dos bonecos, o principal deles, Billy (grande parceiro de Mary Shaw em seus shows), dá bons sustos no espectador. Mas a principal cena do filme, tirando o final (que contarei mais abaixo), é quando uma das apresentações da dupla é mostrada em um flashback. É a partir dela que passamos a ter certeza de que as histórias de Mary Shaw são, sim, verdadeiras, e que seu boneco favorito não é exatamente apenas um boneco.

Como já foi falado acima, a parte visual é a grande responsável pelo clima obscuro e tenso do filme. Mas se ela não fosse ajudada por uma trilha sonora tão eficiente, talvez tivesse sido um grande desperdício. As músicas, muitas vezes, criam até mais tensão que os personagens, sendo uma parte fundamental do longa. As atuações não têm um grande destaque, o desconhecido elenco apresenta uma boa uniformidade. O protagonista Ryan Kwanten consegue interpretar muito bem os conflitos de Jamie, dividido entre cumprir as ordens judiciais e desvendar o mistério da morte de suas esposa. O nome mais conhecido é o de Donnie Wahlberg, que atuou na franquia “Jogos Mortais”. Assim como na franquia, ele vive aqui um policial com um papel muito mais direcionado a ser engraçado do que durão. Apesar de ser ótimo ator, Donnie não é usado na medida correta, o que pode ter feito falta no final das contas.

“Gritos Mortais”, a exemplo de “Jogos Mortais”, apresenta um final de deixar qualquer espectador boquiaberto (claro, não na mesma magnitude com que “Jogos Mortais” o faz), e esse acaba sendo o ponto mais alto da trama. Apesar dos clichês e pequenas confusões do roteiro, esta é uma ótima opção de entretenimento dos fãs de horror. Só não se esqueça de uma coisa: “Nunca, jamais, grite!”

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Nevoeiro, O

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O aclamado mestre do horror Stephen King deve estar em polvorosa. Depois do ótimo “1408″, baseado em sua obra, ser filmado, chegou às telas em 2008 este espetacular “O Nevoeiro” (The Mist, 2007), sem dúvida o melhor filme baseado em obras do mestre, neste caso, um conto pertencente ao livro “Tripulação de Esqueletos”. É um filme que nos remonta aos grandes clássicos de terror, que realmente dão medo, que realmente são cruéis.

Uma cidadezinha do estado americano do Maine é assolada por uma grande e incomum tempestade. Sem telefone e energia elétrica, os moradores da cidade correm para o supermercado local para estocar o maior número de alimentos possível, já que a meteorologia indicava que uma nova tempestade estava por vir. Entre essas pessoas estão David Drayton (Thomas Jane) e seu filho Billy (Nathan Gamble), que tiveram a casa de barcos e uma janela destruídas pela tempestade. Pessoas essas que, em virtude da chegada de um espesso nevoeiro, ficam presas dentro do supermercado, o que é agravado pelo aviso de um dos moradores locais: o nevoeiro trazia algo realmente assustador, e ele teria visto uma pessoa sendo morta pela tal coisa que o nevoeiro trouxesse. E o sentimento de horror toma conta de todos no supermercado quando descobrem que há criaturas assustadoras lá fora, e que elas entrarem no local é apenas uma questão de tempo. E, diante da iminência da invasão das criaturas, David e Billy têm de se preocupar com um fator tão assutador quanto elas próprias: o fator humano, que põe em evidência as mais variadas reações e ações de pessoas em desespero. O medo, o terror e a fé (representada pela figura da fanática religiosa Sra. Carmody [Marcia Gay Harden]) mostram-se tão ou mais perigosos que as criaturas, e divide as pessoas no momento em que mais precisam estar unidas.

Normalmente, os filmes, sejam de terror ou não, têm seu ponto forte, seu ponto de destaque. E é esse um dos maiores diferenciais de “O Nevoeiro”: nenhum fator é muito diferente, nenhum grande destaque pode ser observado. Tudo, absolutamente tudo, é perfeito, uniforme, consonante. E o diretor e roteirista Frank Darabont mostra-se um verdadeiro especialista em levar as obras de Stephen King ao cinema. O mestre, que tem a qualidade de suas obras inquestionável, nem sempre mantém uma uniformidade. Alternando entre obras-primas (como “Carrie, a Estranha”) e verdadeiros lixos (como “Sonâmbulos”), King tem seu nome nem sempre bem vinculado a grandes filmes. No entanto, Frank Darabont tem a honra e a sorte de estar por trás dos ótimos “Um Sonho de Liberdade”, “À Espera de um Milagre” e este “O Nevoeiro”. Por coincidência, foi através do drama dos dois primeiros filmes que pudemos ver a qualidade das obras de King melhor representada nos cinemas, o que foi possibilitado pela estrela de Darabont. Por esse fato, surpreendeu a todos que Darabont fosse escolhido para roteirizar e dirigir “O Nevoeiro”, baseado no melhor dos contos do livro “Tripulação de Esqueletos”, um filme povoado de monstros. Mas Darabont, contrariando o que a maioria dos diretores fariam, não destaca as criaturas horripilantes, mas mostra-se um verdadeiro especialista em identificar o aspecto humano. É graças a Darabont que, ao longo do filme, passamos a temer tanto os “habitantes” do supermercado quanto as criaturas que o invadem e espalham medo entre as pessoas.

É impressionante o fato de que um filme de terror consiga ser passado quase em sua íntegra em apenas um ambiente. Poucos exemplos podem ser citados, mas nenhum fica tanto tempo na mesma habitação como fica “O Nevoeiro”. São impressionantes 105 minutos, de um total de 126, no mesmo supermercado, com as mesmas pessoas, mas com os conflitos sendo agravados a cada momento. E Darabont, o roteirista que adaptou de maneira genial o já genial conto de King, sustenta o clima de maneira perfeita. Ele nos transporta para dentro do supermercado a todo o tempo, fazendo-nos sentir tudo o que as desesperadas pessoas sentem. E o modo como o roteirista alia medo e fé é simplesmente arrebatador. O medo faz com que as pessoas reconsiderem tudo o que sua fé fazia-lhes acreditar, sendo completamente manipulados pela crença que lhes é imposta pela fanática Sra. Carmody, sobre quem falarei mais abaixo. Darabont tem o filme em suas mãos de tal forma que consegue fazer com que o foco do filme não fique apenas nas criaturas bastante caprichadas pelo pessoal dos efeitos especiais, mas que odiemos profundamente aqueles que se deixam levar pelos “ensinamentos” da religiosa, que dão origem a conseqüências inimagináveis.

O elenco de “O Nevoeiro” é um dos melhores já vistos em um filme de terror. A homogeneidade é impressionante, é impossível destacar um nome especificamente. David Drayton, o protagonista, é interpretado por Thomas Jane. O ator, excelente, teve o desprazer de atuar em um dos piores filmes de obras de Stephen King, “O Apanhador de Sonhos”. O pai desesperado para salvar a si mesmo, salvar o filho e ainda ajudar a todas as pessoas que pode das criaturas é interpretado por um ator completamente senhor de seu personagem, que faz o espectador sentir afeição imediata, sentir tensão e desespero junto com David. A atuação de Jane é intensa, o ator dá tudo de si pelo personagem, dando total verossimilhança. A atuação que mais convence e enche os olhos do espectador é de Marcia Gay Harden, na pele da Sra. Carmody. Em um filme de monstros tenebrosos, ela é a principal vilã, justificando seus atos atrozes pelo nome de Deus, o que se aproxima de muita coisa que vemos hoje em dia na vida real. Com seus discursos convincentes, ela é praticamente uma falsa profetisa, sendo que ela própria acredita no que diz, acredita que o caminho entre as pessoas presas no mercado podem ser conectadas a Deus através dela própria. E isso, em seu entendimento, dá-lhe o direito de condenar e sacrificar as pessoas. Com uma atuação digna de, pelo menos, uma indicação ao Oscar, apesar da homogeneidade das atuações, Marcia Gay Harden acaba sendo o nome de maior destaque, o nome de que os espectadores mais falam quando saem da sala de cinema. Mas, infelizmente, a Academia ainda insiste em fechar os olhos para o filmes de terror, o que torna injustiças como essa mais normais a cada dia. O pequeno Nathan Gamble é a grande revelação do longa. Interpretando Billy Drayton, filho de David, Nathan dá uma verdadeira aula às crianças que sonham em chegar ao concorrido mundo do cinema. Com uma atuação comovente e que não decai em momento algum, Nathan faz com que o espectador coloque seus próprios filhos em seu lugar, sendo espetacularmente verossímil. Com seus jovens dez anos de idade, o pequeno ator tem uma atuação de gente grande. Outros nomes do elenco são Andre Baugher como o advogado cético (que só não nos dá mais raiva que a fanática) e Toby Jones.

O que torna “O Nevoeiro”, talvez, o filme mais cruel já passado nas telas do cinema é o fato de que o roteiro não reluta em matar seus personagens. Não espere que os queridinhos sobrevivam até o fim e que os maus sejam eliminados, pois acabará sendo desapontado. Prepare-se para encarar um verdadeiro pesadelo, em que não há espaço para pena e facilidades. Prepare-se para um filme cruel desde seu início até o final. Final esse que é arrebatador, um verdadeiro soco no estômago, que nos leva a um desespero verdadeiro, fazendo-nos não querer acreditar no que nossos olhos vêem. Final esse que, embalado por uma música arrepiante, eventualmente leva o espectador às lágrimas, sendo considerado por mim o mais cruel de todos os tempos. Final esse que não consta no conto de Stephen King, e que foi imensamente elogiado pelo autor, que, inclusive, afirmou que gostaria de tê-lo em sua obra.“O Nevoeiro”, com sua infinidade de acertos e ausência de erros, é um verdadeiro candidato a se tornar clássico daqui a alguns anos.

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Horton e o Mundo dos Quem!

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Todos sabemos que Jim Carrey é um dos melhores atores de comédia da atualidade. Ele ficou conhecido por protagonizar, pricipalmente, os filmes da série “Ace Ventura”. Mas ele tem se mostrado totalmente eficiente ao participar das adaptações de obras do famoso cartunista americano Dr. Seuss. Após protagonizar o ótimo “O Grinch”, Jim Carrey dubla o carismático e atrapalhado elefante Horton, nesta excelente animação “Horton e o Mundo dos Quem” (Horton Hears a Who!, 2008) , sem dúvida uma das melhores animações produzidas nos últimos anos. Iniciado por uma belíssima abertura, o filme veio para cativar crianças e adultos, com suas cenas divertidíssimas e várias lições de caráter.

Horton é um elefante que, certo dia, ouve uma vozinha vinda de uma partícula de poeira. Intrigado, ele segue o grão até ter o controle sobre ele. Mesmo não podendo provar para os outros animais, Horton espalha a novidade para as crianças, e é repreendido e ridicularizado pela “rainha da floresta”, a canguru. Convencido de que há pequenas pessoas vivendo em seu grão, Horton guarda a poeira como se fosse sua amiga, mesmo sendo totalmente desacreditado pelos outros animais da floresta, sendo taxado de louco e má influência aos mais jovens. No entanto, o atrapalhado elefante estava certo: dentro da partícula de poeira havia uma cidade, a Quemlândia. Apesar de Horton proteger a poeira, seus habitantes - os Quem - sofrem com a movimentação de seu mundo, onde acontecem vários abalos e alterações. Quando consegue estabelecer contato com Horton, o prefeito de Quemlândia faz-lhe um pedido: que coloque seu mundo em um lugar seguro, onde não haja perigo e não sofra tantas modificações. Mesmo com todos à sua volta acreditando que perdeu o juízo e com a perseguição constante da canguru, Horton decide ajudar, e não desiste até que seus novos amigos estejam em total segurança e paz.

“Horton e o Mundo dos Quem” é uma animação que consegue unir de maneira incrivelmente eficiente os caráteres educativo e cômico. A todo momento, são passadas informações e lições às crianças que raramente se vêem nos filmes. É inevitável que uma criança, ao terminar de ver este filme, não saiba pelo menos superficialmente que devemos ter respeito mesmo pelas coisas pequenas, e que devemos deixar toda e qualquer pessoa se expressar, mesmo que sua idéia seja vista como absurda ou impossível. E tudo isso é passado de forma simples e natural, não imposta, e não se torna maçante nem inadequado a um filme de animação. Os elementos cômicos são tão marcantes quanto os educacionais. É impossível não dar boas gargalhadas com as trapalhadas de Horton e sua aventura para ajudar os pequenos Quem.

O visual de “Horton e o Mundo dos Quem” não é um dos pontos fortes do filme. Mesmo ele sendo correto, até bonito, não é muito inovador, não conseguindo acompanhar as produções atuais como a trilogia “Shrek”. No entanto, a história em si e a dublagem acabam compensando essa pequena falha na parte visual. O roteiro é muito bem adaptado da história do Dr. Seuss por Ken Daurio e Cinco Paul. Com uma história simples, mas muito bem desenvolvida, “Horton e o Mundo dos Quem” prende bastante a atenção, e faz com que nós torçamos o tempo inteiro pelo sucesso de Horton em sua empreitada. É impossível não gostar e se encantar com o elefante, seus amigos microscópicos e os outros animais da floresta, com exceção, é claro, da maléfica canguru. É bastante difícil um filme de animação ter essa enorme uniformidade de personagens, o que acaba sendo um grande trunfo para “Horton e o Mundo dos Quem” ganhar o coração de todos que o assistem. E esse trunfo é ainda mais potencializado pelas vozes desses personagens. A dublagem é uma das mais eficientes que já vi, com nomes como Jim Carrey, Steve Carrel e Jesse McCartney. Jim e Carrel dublam, respectivamente, Horton e o prefeito de Quemlândia, constituindo uma dupla bastante carismática e afinada. As cenas protagonizadas pelos dois são as mais engraçadas, o que é bastante explorado pelo roteiro. Jesse McCartney faz a breve dublagem do filho do prefeito, Jojo, que não manifesta a menor vontade de assumir a prefeitura no lugar do pai. Jesse, que faz sua primeira dublagem em animações, mostra-se muito competente em fazê-lo, mesmo sendo por poucas cenas. Outro destaque vai para Charles Osgood, que é o narrados da história, sempre narrando em divertidos versos rimados.

Assistir a “Horton e o Mundo dos Quem” é uma experiência excelente tanto para as crianças quanto para seus pais. A diversão momentânea é garantida, e os ensinamentos passados ficam para sempre. Sem dúvida, uma das melhores animações do ano.

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Crepúsculo

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Nos últimos anos, tem sido bastante comum a adaptação de best-sellers para o cinema. O fato de a obra original ter um grande público aficcionado faz com que, independentemente de sua qualidade, o filme seja um grande sucesso. Alguns deles, quando passados para os cinemas, acabam tendo sua qualidade bastante diminída, como é o caso da série Harry Potter (cujos dois primeiros filmes são bastante decepcionantes) e o espetacular “O Código DaVinci”, que originou um filme simplesmente comum. Em contrapartida, outras obras geram filmes tão bons ou até melhores, como é o caso da trilogia “O Senhor dos Anéis” e “O Nevoeiro” (este último, sendo um conto vindo de um livro não tão best-seller assim). “Crepúsculo” (Twilight, 2008) , baseado no primeiro livro da série de cinco da escritora americana Stephenie Meyer, se encaixa perfeitamente na lista dos filmes que não têm nem a metade da qualidade do livro, o que não chega a ser um grande problema para os fãs mais apaixonados.

Bella Swan (Kristen Stewart) vai morar com seu pai, o chefe de polícia Charlie Swan (Billy Burke) na cidadezinha de Forks, pois sua mãe e seu padrasto (que é jogador de beisebol) necessitam fazer viagens constantes. Ao chegar no colégio, Bella logo ganha fama (por ser filha do chefe de polícia local) e admiradores, como o chato Mike Newton (Michael Welch) e o “puxa-saco” Eric (Justin Chon). Mas não é nenhuma dessas pessoas que chama a atenção de Bella: à primeira vista, ela fica fascinada por Edward Cullen (Robert Pattinson) e impressionada pela beleza de seus irmãos, Alice (Ashley Greene), Jasper (Jackson Rathbone), Emmet (Kellan Lutz) e Rosalie (Nikki Reed), todos filhos adotivos do médico da cidade, Dr. Carlisle (Peter Facinelli). Nem mesmo o fato de todos os Cullen parecerem que não vivem no mesmo mundo que os outros alunos da Forks High School impede que Bella, aos poucos, vá se apaixonando pelo misterioso Edward. Quando descobre que os Cullen não são uma família comum, mas uma família de vampiros, Bella age contra todas as expectativas e não demonstra medo de seu grande amor e sua família, mesmo sabendo que ele pode matá-la a qualquer momento. Mas o grande perigo pelo qual passa Bella não é a família em que está prestes a entrar, mas sim quando um grupo de vampiros sanguinários, liderado por James (Cam Gigandet) a encontra, dispostos a matá-la a qualquer custo.

O grande problema do roteiro de “Crepúsculo” é que nem ele sabe o tipo de filme que é. Quem já leu o livro sabe que se trata, priotariamente, de uma história de romance, com vários elementos de ação e mistério. Pois o roteiro não define um foco: é mostrado de tudo um pouco, mas nada de maneira satisfatória. Temos apenas pitadas do amor platônico de Bella e Edward, doses bastante homeopáticas do mistério que envolve a verdadeira identidade dos Cullen e pinceladas da ação decorrente da perseguição do bando a Bella. O que contribui fatalmente para isso é o fato de que o filme não é totalmente fiel ao livro. Sendo o livro narrado inteiramente em primeira pessoa por Bella, não seria possível vermos as cenas de James caçando, como vemos no longa. Não há um expectativa criada acerca dos assassinatos, já que sabemos exatamente quem os cometeu. Inclusive temos um final diferente do apresentado na obra de Stephenie Meyer, o que pode desagradar imensamente aos fãs. Temos, inclusive, momentos importantíssimos da trama (mais importantes até que o final) alterados pela roteirista Melissa Rosenberg, como o momento em que Edward confirma para Bella que ele é um vampiro (no livro é no Volvo do personagem, enquanto que no filme a cena é passada na floresta) e quando Bella profere as palavras que se encontram na contracapa do livro (”De três coisas eu estava convicta…”). Esta segunda acontece totalmente fora da ordem cronológica do filme, o que, se tratando de uma cena bastante aguardada pelos fãs, é totalmente inaceitável. Das cenas modificadas, a única que realmente dá certo é uma das cenas finais, que, claro, não será revelada aqui, mas que tem um nível de tensão e violência não vistos no livro de Stephenie. De resto, temos várias boas cenas sendo pouco exploradas, e um filme feito com bastante pressa, com seqüências bastante curtas que raramente conseguem chegar ao clímax. Apesar da tentativa da roteirista Melissa Rosenberg e da diretora Catherine Hardwick de estragarem tudo, “Crepúsculo” carrega uma ótima história da obra original de Stephenie Meyer, o que não pode ser perdido nem com as piores adaptações e direções.

O elenco de “Crepúsculo” era uma das coisas mais aguardadas do filme, em virtude da beleza de quase todos os personagens retratada por Stephenie Meyer em seu livro. E, realmente, o elenco foi escolhido a dedo, todos os personagens tiveram sua beleza extremamente bem representada. O grande problema é que nem sempre é possível combinar beleza com qualidade de atuação, o que é fortemente evidenciado. As únicas atuações que realmente chamam a atenção são Kristen Stewart e Ashley Greene. Kristen, que já participou do ótimo “O Quarto do Pânico” e do fraquinho “Os Mensageiros” com papéis importantes (sendo protagonista no segundo), entra na pele da protagonista apaixonada Bella Swan. Como de costume, Kristen transparece exatamente o que sua personagem exige. Tudo sai certo, desde a entonação da voz até as expressões faciais, o que torna sua personagem a mais fidedigna ao livro, inclusive no jeito desajeitado que ela incorpora com perfeição. Ashley Greene tem um papel mais secundário, como a divertida Alice Cullen, irmã de Edward. Ashey mostra na tela o que, provavelmente, todos os fãs que leram o livro imaginaram de Alice. Totalmente meiga e carismática, a atriz faz com que Alice, mesmo não aparecendo muito, seja querida até pelas pessoas que não tiveram a oportunidade de ler o livro. A maior decepção fica por conta de Robert Pattinson, o vampiro bonitão por quem Bella se apaixona e que faz as fãs suspirarem a cada cinco minutos. Robert é a maior prova de que beleza e qualidade nem sempre andam de mãos dadas. O ator tem alguns bons lampejos, como nas cenas das aulas de Biologia que faz junto com Bella, mas sua atuação, como um todo, é extremamente burocrática. Justin Chon, que interpreta Eric, um colega de escola de Bella, consegue fazer seu personagem (que, no livro, é aturável) ficar extremamente insuportável com sua atuação beirando o ridículo. Taylor Lautner, que interpreta Jacob Black, apesar de aparecer em, no máximo, 5 minutos de filme, tem uma atuação bastante segura, o que pode desfazer os rumores de sua substituição para o segundo filme da série, “Lua Nova”, cuja estréia está, a princípio, programada para o fim de 2009.

A parte visual de “Crepúsculo” é excelente, principalmente se tratando das belíssimas locações e cenários. Os efeitos especiais são ok, mas com uma ressalva: os efeitos usados para mostrar como Edward (e, eventualmente, todos os vampiros) ficam quando expostos à luz solar é fraquíssimo, não conseguindo traduzir a magnitude da narrativa de Stephenie Meyer. Todo o restante, como as cenas em que Edward usa e abusa de sua velocidade, é bem feito, não dando a impressão do “é impossível isso estar acontecendo”, comum quando vemos efeitos esdrúxulos. A trilha sonora é impecável, ditando o ritmo que nem sempre é sustentado pelo roteiro.

“Crepúsculo” é um filme feito para agradar aos fãs que não enxergam através da paixão, e, provavelmente, não vai deixar muito felizes os fãs que não se contentam com qualquer coisa. Se você, assim como eu, já leu o livro, não espere uma reprodução fiel do que estava nas páginas escritas por Stephenie Meyer, pois vai ter uma grande decepção. Se você não leu, este é apenas mais um desses filmes-pipoca que lançam toda semana nos cinemas, ou seja, apenas mais uma opção de diversão barata.

Críticas

Hitman - Assassino 47

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O mercado cinematográfico vem sendo invadido e bombardeado com adaptações de games para as telonas. Os diretores não se cansam de explorar esse batido e fraco mercado (principalmente o alemão Uwe Boll, que é o mais persistente que conheço em matéria de fazer adaptações ruins) e as produtoras não têm o bom senso de pararem de aceitar roteiros desse tipo. Como em Hollywood nem tudo é como pensamos, “Hitman - Assassino 47″ (Hitman, 2007), baseado no jogo homônimo da EIDOS, acabou sendo lançado, e mesmo com seu orçamento recheado e boa bilheteria, provou de vez que adaptar games quase nunca é garantia de qualidade.

Uma instituição denominada “A Agência” acolhe órfãos e crianças abandonadas para que se tornem especialistas em artes marciais e em manuseio de armas, visando a criação de assassinos de aluguel. As crianças não recebem nomes, mas sim números de códigos de barras, sendo chamados pelos dois últimos numerais. É daí que surge o Agente 47 (Timothy Olyphant), que, nesta trama, é contratado para assassinar um poderoso político russo, irmão de um igualmente poderoso traficante do país. O que 47 não esperava era que essa nova missão tratava-se apenas de uma tentativa de incriminá-lo em uma trama política, e será perseguido pela Interpol, pelos militares russos e pela própria agência que o criou. Cercado por todos os lados, 47 tem a seu favor apenas os ensinamentos que recebeu quando criança, em uma tentativa desenfreada de descobrir o autor dessa armadilha para ele.

O grande problema para “Hitman - Assassino 47″ emplacar é o próprio roteiro, muitíssimo mal adaptado por Skip Woods (cujo trabalho eu não conhecia até este filme). Tudo é bastante previsível e comum, o que nos dá a séria impressão de que já vimos tudo isso em outro lugar (mesmo sem ter jogado o game). A começar pela história, bastante explorada e batida: quantos filmes de ciladas para tramas políticas você já viu em sua vida, mesmo se você não costuma assistir a filmes de ação? Qual a graça de colocar o personagem principal rodando o mundo inteiro à procura de confusas respostas e vingança, se já vimos isso em inúmeros outros filmes? O roteiro parece ser uma verdadeira colcha de retalhos, com um pouquinho de vários filmes que deram relativamente certo. E isso não é nada bom. Se o roteiro já não é bom, o que esperar da direção de um estreante em Hollywood, com um orçamento ótimo e a responsabilidade de transpor bem um game de grande sucesso para as telas? Pois o que vemos é Xavier Gens sem saber o que fazer com um roteiro ilógico e um elenco fraco. Para “compensar” de alguma forma, Gens abusa dos efeitos especiais, que são razoáveis, mas não conseguem fazer o espectador transbordar de adrenalina como acreditava ter feito. Aliás, o que mais falta no longa são motivos para o espectador se empolgar, já que todas as cenas, mesmo as de luta, acabam antes de atingirem seu limiar, além de uma trilha sonora bastante ineficaz. Ao invés disso, vemos confusão, fatos jogados sem maiores explicações, confusão, viagens do protagonista, confusão, lutas mal feitas e mais confusão. Já deu para perceber que a lógica não predomina, certo? Eis que, tendo em vista o desastre que poderia ser o filme, o diretor introduz uma reviravolta perto do final, que, provavelmente, ficou boa para seus olhos. O que acontece de fato é que todo mundo esperava essa mesma reviravolta, uma das mais tolas que já vi no cinema. Pobre Xavier Gens, Leigh Wannel e James Wan poderiam dar-lhe algumas aulas de como se fazer uma reviravolta decente. Apesar de tudo, “Hitman - Assassino 47″ tem lá suas cenas legais, e conseguem entreter ligeiramente o público, mesmo que nada chegue ao ponto certo.

Se roteiro e diretor não ajudam, espera-se que o elenco segure as pontas, certo? Errado! A começar pelo protagonista, o mecânico Timothy Olyphant, que faz seu primeiro papel como protagonista. Antes mesmo de vermos sua interpretação, tendo em vista seus trabalhos anteriores, era inegável que ele não merecia tal papel, que quase foi assumido por Vin Diesel. Olyphant é um verdadeiro robozinho em cena, tanto no modo de falar quanto no de agir, tornado seu personagem bastante inverossímil e pouco carismático. Se Olyphant é ruim, o que dizer de Olga Kurilenko, que interpreta o affair do Agente 47. Sua atuação é totalmente inçossa e desprovida de qualquer emoção, sendo mais mecânica ainda que o ator protagonista. Ambos não têm o mínimo de química para contracenarem, o que incomoda bastante àqueles que não ficam atentos esperando apenas a próxima cena de luta. Henry Ian Cusick não chega a ser ruim como os dois anteriores, mas seu traficante russo durão não convence a ninguém. A melhor atuação acaba sendo a de Dougray Scott, como Mike, conseguindo transmitir um pouco de ação para a tela.

“Hitman - Assassino 47″ é um filme de ação em que faltam vários ingredientes essenciais, como um protagonista atuante, um elenco coadjuvante razoável e boas doses de adrenalina. Estando tudo isso em falta, resta-nos rezar para que as produtoras tomem semancol e parem de aceitar roteiros baseados em games, o que, espero eu, está ficando cada dia mais perto.

Críticas

Madagascar 2

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O final de 2008 foi marcado por grandes estréias no cinema. Estrearam nas telonas por aqui filmes como “Crepúsculo”, “Marley & Eu” e “Coração de Tinta”, mas nenhum desses foi esperado com mais ansiedade que “Madagascar 2″ (Madagascar: Escape 2 Africa, 2008) , animação que dá seqüência a um dos melhores filmes do gênero já lançados. Mas o que se vê é um filme extremamente decepcionante, representando um decréscimo inacreditável de qualidade em relação ao primeiro. Aliás, não é só muito pior que o primeiro, mas um dos piores (talvez o pior) filmes de animação já lançado, frustrando todas as expectativas em torno dele.

Alex, Melman, Gloria, Marty, o rei Julien, os pingüins e os chimpanzés estão longe de seu cenário habitual, no distante litoral da ilha de Madagascar, na África. Tentando volta para Nova York com um velho avião de guerra (bem velho mesmo) consertado pelos pingüins que, obviamente, não resiste à viagem, levando-os mais para dentro da floresta. Isso faz com que os animais do zoológico de Nova York, enquanto esperam alguma solução para que consigam voltar para sua cidade, têm de conviver com outros animais de espécies semelhantes às deles, só que bem mais adaptados à vida selvagem. E é com esse convívio que Alex, o leão, encontra a família da qual se separou quando ainda filhotinho, e passa por várias situações para provarem que ele é (ou não) digno de fazer parte do grupo de leões do local.

“Madagascar 2″ é um daqueles filmes que só são feitos para aproveitar o sucesso do primeiro, sem ter nem ao menos uma história decente pra se colocar na tela. História essa que é construída através de uma colcha de retalhos de coisas que já vimos em muitos outros filmes de animação, não apresentando nenhuma novidade (o que já contraria bastante o que foi feito no primeiro filme, cujo enredo era absolutamente criativo). Apesar de ter pegado um pouquinho de vários filmes (como “Os Sem Floresta”, explorando o tema de estarem fora do local onde normalmente vivem), chega a ser vexatória e incômoda a imensa semelhança que o filme tem com “O Rei Leão”. Impossível não se lembrar de Simba vendo Alex, de Mufasa (pai de Simba) vendo Zuba, de Sarabi (mãe de Simba) vendo a mãe de Alex e, principalmente, de Scar vendo Makunga. Os trejeitos dos personagens, incluindo personalidade, são iguais, o que é revoltante se tratando de uma grande produção como essa. Mas, sem dúvida, é mais fácil copiar uma idéia do que criá-la, certo? E parece que o roteirista Etan Cohen (por favor, não confundir com Ethan Cohen que, junto com seu irmão, já ganhou até Oscar de melhor diretor) não estava realmente preocupado com seu roteiro, já que tinha certeza de que o filme faria sucesso. O que vemos na tela é uma exposição de piadinhas imbecis e personagens tentando de maneira totalmente forçada serem engraçados (o que não é permitido pelo péssimo roteiro), causando uma sensação de total desconforto ao espectador. Etan Cohen deu uma verdadeira aula de como se acaba com uma franquia de sucesso, que, se este segundo filme não fosse tão ruim, poderia até ser continuada (coisa com a qual não concordo, mas que virou uma verdadeira moda em Hollywood). Além de todos esses erros, o filme ainda comete mais um, que é o de não conter elementos que ensinem valores às várias crianças que o assistem. Pior, algumas cenas chegam ao absurdo ao usarem violência contra uma velhinha (sim, isso mesmo, uma velhinha!), o que, pelo visto, foi considerado muito engraçado pelo senhor Etan Cohen, já que isso é repetido mais de uma vez. Para completar o pacotão de erros, um dos personagens mais amados pelas crianças, o lêmure Mork, aparece muito pouco, e é ele o maior responsável pelos poucos risos que dei assistindo ao filme.

Bem, como um filme nem sempre é feito só de erros, vamos aos poucos acertos de “Madagascar 2″. Se a história não foi nem um pouco caprichada, o mesmo não se pode falar da parte visual. A computação gráfica utilizada na película é de primeiríssima qualidade, com uma beleza exuberante e um detalhismo impressionante. Nesse quesito, não são cometidos erros, sendo o grande ponto forte do filme. “Madagascar 2″ apresenta uma trilha sonora correta, praticamente copiada do primeiro filme. Como tudo em excesso fica ruim, o conhecido refrão “Eu me remexo muito” não embala nem empolga como no primeiro filme, se tornando até um pouco maçante. A dublagem em português é bem feita, dando um caráter mais cômico aos personagens do que suas falas permitiam.

É com sua infinidade de erros (listados e não listados aqui) e raríssimos acertos que “Madagascar 2″ se tornou o filme mais decepcionante de 2008, figurando entre os piores do ano. Só espero que nem passe pela cabeça dos produtores fazer mais uma continuação para a franquia, pois seria duro ver os cativantes animais do ótimo primeiro filme serem mais ridicularizados ainda. Fica a torcida para que a tortura a eles pare por aqui.

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Regras do Brooklyn

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Filmes que possuem como tema central a amizade são, normalmente, fadados a ficarem no lugar-comum do sentimentalismo extremo, desmedido e exagerado, como acontece no fraco “Appaloosa - Uma Cidade sem Lei”. Quando querem juntar amizade com máfia, um tema bastante complicado de se explorar, não tem como esperar um resultado bom. E é com grande surpresa que acompanhei os 96 minutos de projeção de “Regras do Brooklyn” (Brooklyn Rules, 2007), que é um ótimo filme, tanto de máfia quanto de amizade (mas devo confessar que o segundo tema supera bastante o primeiro em questão de qualidade de abordagem), que em nenhum momento é apelativo nem incoerente.

Michael (Freddie Prinze Jr.), Carmine (Scott Caan) e Bobby (Jerry Ferrara) são amigos de infância e, desde então, moram no distrito do Brooklyn, em Nova York. Os três viveram juntos até chegarem à idade adulta na década de 80, quando a máfia tomou conta inteiramente do distrito, dando à vida deles um rumo completamente diferente do que imaginavam. Se antes eles tinham de enfrentar batalhas diárias como relacionamentos e responsabilidades profissionais, agora eles têm de estar atentos à influência da máfia em suas vidas, que trouxe constante perigo e aflição ao seu dia-a-dia. Mesmo com um dos amigos, Carmine, ligado diretamente ao grupo mafioso chefiado por Caesar Manganaro (Alec Baldwin), a amizade dos três permanece praticamente intacta, apesar de enfrentarem constantemente problemas decorrentes da máfia no bairro.

Apesar de tratar de assuntos bastante distintos, “Regras do Brooklyn” apresenta um roteiro praticamente sem falhas, que, em momento algum, trata a amizade de Michael, Carmine e Bobby como algo bobo e exageradamente sentimental. Muito pelo contrário, “Regras do Brooklyn” é um filme extremamente sério. Não espere amiguinhos que vivem saindo para bares, enchem a cara, transam com todas as mulheres que conseguem, têm problemas com a família e vêem nos amigos as únicas pessoas que lhes entendem. Este filme é diferente dos outros que vemos por aí. O grande diferencial está na construção dos personagens, muito bem feita pelo roteirista Terence Winter (que escreveu 23 episódios da ótima série “The Sopranos”, da HBO). Mesmo apresentando alguns clichês (como “o amigo zoado”, “o amigo certinho” e “o amigo fora-da-lei”, o roteiro de Winter acerta em cheio na abordagem que dá ao trio de amigos, e também aos personagens coadjuvantes, como o mafioso Caesar e a complicada Ellen (Mena Suvari), colega de faculdade de Michael, que acaba se tornando um pouco mais que isso. Para transpor o roteiro para as telas, foi escolhido Michael Corrente, cujo trabalho eu não conhecia, e que estava sem dirigir um filme desde “Um Tiro na Glória”, em 2000. Corrente tem uma direção bastante segura, e é co-responsável pela eficácia da construção dos personagens de Winter, com uma ótima direção de roteiro. O grande problema de “Regras do Brooklyn” é que, por ter um diretor não muito acostumado a fazer grandes filmes, acaba não tendo uma pretensão de ser um filme grandioso, esbarrando em um excesso de cautela. Poderíamos ter uma abordagem mais aprofundada das questões da máfia, o que nos daria uma explicação melhor acerca do que acontece na tela, mas o que é visto é uma abordagem muito superficial, o que acaba criando algumas dúvidas e incertezas. Corrente preferiu ater-se ao tema principal, a amizade, e não explorar com a devida atenção a interessante máfia do distrito. Mas Corrente e Winter acertam em cheio nas cenas mais tristes do longa, mostrando que, desdo o início, a verdadeira intenção do filme era abordar a amizade do trio. Com leveza e naturalidade, mesmo em face dos obstáculos impostas pela vida, Michael, Carmine e Bobby mantêm-se fiéis uns aos outros, o que pode ser visto, principalmente, na cena final, que leva qualquer espectador às lágrimas facilmente. Interessante também é o fato que a história é narrada pelo personagem de Freddie Prinze Jr., mesmo que ele não esteja onipresente, o que torna sua ligação com o público mais estreita que a dos outros personagens. Além de tudo, o filme trata de vingança, mas não uma vingança qualquer, mas uma vingança “justificada”, que só quem já perdeu uma pessoa importante sabe como é.

Se diretor e roteirista acertaram a mão em praticamente tudo, o que dizer do elenco de “Regras do Brooklyn”? Todos têm atuações muitíssimo seguras, o que não deixa de ser mérito do diretor Michael Corrente, mas eu atribuiria, em maior parte, ao próprio talento dos atores. Freddie Prinze Jr. interpreta o mais carismático dos três amigos, Michael. O ator mostra total segurança ao colocar nas telas o amigo mais certinho, o universitário trabalhador Michael, que luta com todas as suas forças para tirar Carmine do mundo da máfia. Interpretado por Scott Caan, Carmine é o amigo mais politicamente incorreto, um verdadeiro aprendiz de mafioso. Caan cumpre seu papel com muita competência, mostrando que sabe oscilar entre o mafioso durão e o amigo que faz de tudo para ver os outros bem. O outro amigo, Bobby, é interpretado por Jerry Ferrara, que, apesar de não ter má atuação, exagera um pouco em tornar seu personagem o mais “bobinho e imaturo” do trio. Para completar a lista, temos o sempre bom ator Alec Baldwin, como o mafioso Caesar Manganaro. A complexidade de seu personagem, que oscila entre o lado bom de ajudar os amigos de Carmine e, obviamente, o lado ruim de ser mafioso, só poderia ser interpretada por um ator do calibre de Baldwin, que segura as pontas com perfeição, brindando a excelente construção do roteirista com a melhor atuação do filme (mesmo que seu personagem não tenha o mesmo destaque que o trio de amigos).

“Regras do Brooklyn” é aquele tipo de filme que tinha tudo para dar completamente errado, com sua temática complicada, seu diretor acostumado a fazer trabalhos de pouca relevância e a presença de apenas um grande nome no elenco. Contudo, o que temos diante de nossos olhos é um filme bastante competente, que esbarra na falta de pretensão da equipe de produção, principalmente da direção. Com um final tocante, “Regras do Brooklyn” agrada a todos, mesmo àqueles que não gostam de filmes de amizade e de máfia. Uma verdadeira ode à verdadeira amizade!

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