Belas paisagens, Trilha Sonora impecável e duas realidades distintas, porém não tão distantes.
A Trilha Sonora de "A Praia" agrada pela variedade de estilos, que caem excelentemente bem de acordo com as cenas que vão acontecendo. Não é incomum em alguns filmes você notar uma Trilha Sonora desvirtuada em relação aos acontecimentos da trama, no entanto, isso está fora de questão em "A Praia". A Trilha é arrebatadora, cheia de remixes de hits famosos e super dançantes como All Saints - Pure Shores, Moby - Porcelain e Sugar Ray - Spinning Away. Só a seleção musical dessa produção de Danny Boyle já vale a conferida no filme.
O filme retrata a viagem do jogador de videogame e mochileiro Richard (Leonardo DiCaprio) e mais dois amigos franceses Étienne (Guillaume Canet) e Francoise (Virginie Ledoyen), a uma ilha paradisíaca na Tailândia. A busca pela diversão e por registros de paisagens maravilhosas, acaba esbarrando numa sociedade paralela e secreta mantida por Sal (Tilda Swinton) dentro da própria ilha. Com alguns adeptos e esbanjando auto-suficiência, a sociedade paralela de Sal vive praticamente sem contato com o mundo lá fora, fazendo uso da agricultura, a pesca e todos os trabalhos manuais por si só. Os membros dessa sociedade se gabam e tem orgulho de não ter mais contato com as pessoas de fora, e independente de felicidades ou dores, ignoram completamente o resto do mundo. Tudo de acordo com as regras da líder Sal, que lidera o grupo com todo o rigor, em prol do segredo absoluto do local. Richard, Étienne e Fracoise são aceitos por essa sociedade, e começam a ver o quanto a vida pode ser mais divertida e interessante, longe do mundo real. Mais até quando? Qual o preço a ser pago para se viver num mundo paralelo, onde as leis do mundo aqui fora são ignoradas? Seriam esses 2 mundos tão diferentes assim? Assista e tire as suas próprias conclusões.
As atuações são fracas. Leonardo DiCaprio nem de longe lembra o mesmo ator das produções mais atuais como Diamante de Sangue e os Infiltrados. Os atores franceses Virginie Ledoyen e Guillaume Canet também não são exemplos de atuação, embora o papel de Guillaume Canet como Étiene seja o melhor do filme. Em termos de trama, o personagem de Canet é magnifício, possui uma personalidade interessante e é muito humano. Uma pena, a interpretação de Canet não acompanhar o excelente papel. Já Tilda Swinton como Sal foi a mais regular, embora fria e pouco convicente em algumas passagens.
As paisagens desse filme são um descanso para os olhos. Não poderia deixar de comentar. Se o objetivo de Danny Boyle era envolver o telespectador com a sensação de uma ilha paradisíaca e praias exuberantes, ele acertou em cheio. Enquanto você assiste, a vontade que dá é de estar lá com os atores naquele lugar, seja para rodar o filme ou simplesmente curtir. De encher os olhos. Belíssimo cenário!
Eu considero o saldo final desse filme interessante, muito embora para mim, tenha deixado uma sensação de injustiça no ar, em relação à trama. Nada que tenha tirado o brilho da Trilha Sonora, das belas paisagens e da mensagem final do filme com relação a sociedades paralelas. É algo para se pensar, realmente.
Se não assistiu ainda "A Praia", assista. É super aconselhável.