Saltar para o conteúdo

Críticas

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

0,0

Que Tim Burton é uma das mentes mais criativas em Hollywood atualmente ninguém pode duvidar. Desde seu primeiro filme, "As Grandes Aventuras de Pee Wee", de 1985, Burton vêm imprimindo um estilo próprio a seus filmes, oque já resultou em pequenas perólas como "Ed Wood", e produções fracas, como p remake de "Planeta dos Macacos". Porém, em "Sweeney Todd - o Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet", adaptação do musical homônimo da Broadway, o diretor encontrou mais uma vez o ponto certo e nos trouxe um belo filme.

A trama é baseada em uma história real. Benjamin Barker (Johnny Depp) era um feliz barbeiro que vivia junto a sua bela esposa e sua pequena filha. Porém, pela ação do inescrupuloso Juiz Turpin (Alan Rickman) e seu ajudante, o Bedel Bamford (Timothy Spall), Barker se vê separado por 15 anos de sua família. Após sair da prisão, assume o nome de Sweeney Todd com oobjetivo de vingar-se, e para isso recebe a a ajuda de uma solitária quituteira, a srta. Lovett (Helena Bonham Carter).

Antes de mais nada, é preciso ressaltar que o filme é um musical. Há músicas durante toda a projeção, sendo interpretadas pelo próprio elenco. E, ao mesm otempo, temos um filme de terror, principalemnte a partir do momento em que Todd decide se vongar de toda Londres, matando aqueles que vão fazer a barba com ele, e a srta. Lovett aproveita os corpos para fazer tortas (!).

E é impressionante como o conhecido estilo de Tim Burton permeia todo o filme. A escura direção de arte (premiado com o Oscar) é irretocável, e a fotografia cria um efeito muito interessante ao criar o contraste entre este escuro e o sangue que jorra das veias das vítimas. Os figurinos e a maquiagem são impecáveis, dando o tom completo de cada personagem. E é interessante notar que o tão conhecido humor negro de Burton está presente, especialmente em três cenas: a primeira, em que Burton desafia um barbeiro italiano, Adolfo Pirelli (Sacha Baron Cohen, em ótima aprticipação); a segunda, um momento em que mostra um inusiado julgamento do juiz Turpin; e o terceiro, a cena em que a srta. Lovett interpreta a canção "By the Sea", imaginando como seria sua vida de casada com Todd.

Outro aspecto fundamental do filme é o elenco, e todos estão impecáveis. Os grandes destaques, obviamente, são Johnny Depp (indicado ao Oscar por seu desempenho) e Helena Bonham Carter (sensacional, inclusive é ela que interpreta as canções mais complicadas, incluindo a ótima "The Worst Pies in London"). Alan Rickman e Timothy Spall também estão muito bem, e é no mínimo inusitado ver os interprétes do Severo Snape e do Rabich oda série "Harry Potter" cantando! Mas o resultado é satisfatório.

Porém, apesar de ser um musical, o excesso de músicas acaba tornando o filme um tanto cansativo. Alguma spoderiam ter sido facilmente descartadas, especialmente na primeira metade. Outra questão é o pouco desenvolvimento dado a personagem da mendiga (Laura Michelle Kelly), que possui relativa importância.

Mas, apesar destas ressalvas, Tim Burton nos trouxe um belo trabalho, bastante poético, com muitas doses de violência e canções que cumprem bem o seu papel, interpretadas por um fantástico elenco. O final é de uma força arrebatadora. Mais um excelente filme deste fantástico diretor, que tem o hábito de nos surpreender, para o bem ou para o mal, em cada nova produção.

Críticas

X-Men Origens: Wolverine

0,0

A história de Wolverine sempre foi muito obscura tanto nos quadrinhos como nos filmes dos X-Men. Todo o mistério que envolve

Logan, desconhecido até por ele mesmo, faz com que o enigmático

anti-herói possua um certo carisma às avessas, fazendo com que os

espectadores se sintam atraídos por ele pelo seu jeito durão e

despreocupado de encarar as coisas. Uma casca rígida e fria, porém com os verdadeiros sentimentos de herói.

O filme consegue ser bem dirigido, Gavin Hood (que já dirigiu alguns

filmes medianos como 'O Suspeito') acerta com louvores nas cenas

de ação, apesar de serem dispensáveis certos clichês

cinematográficos (Logan de frente para as câmeras enquanto uma

explosão ocorre atrás dele; tipos de clichês que já não causam o

mesmo efeito que causavam nos filmes de ação do Bruce Willis), mas

é verdade que as cenas de luta são empolgantes e tem grandes

méritos na movimentação, efeitos especiais e diálogos, alguns

confrontos, é verdade, são dispensáveis, mas acho que isso já é uma falha de roteiro, sendo ele no máximo, razoável. Quem assistiu aos filmes dos X-Men vai perceber certos buracos e vai sair do cinema perguntando-se sobre várias coisas que acontecem nos filmes 'posteriores' (principalmente sobre a relação Dentes-de-Sabre/Wolverine), as reviravoltas são muito mal elaboradas e chegam a ser previsíveis. O fã vai reclamar, mas não deixa de ser imperdível; o filme tem seus grandes momentos e para quem é mais novo e não acompanha os quadrinhos, diria que existe uma certa semelhança, apesar de ser mais direcionada ao universo do filme.

Hugh Jackman tem uma atuação bastante convincente, consegue

mostrar a ambigüidade necessária entre um personagem que, apesar de ter um instinto assassino, não consegue conviver com esse lado cruel que tanto foi cultivado, logo, após tantas guerras históricas travadas ao lado de seu irmão (Liev Schreiber, Dentes-de-Sabre), vai morar longe de todos e viver uma vida normal, com emprego, mulher e esquecendo seu fator mutante. É estranho dizer isso, mas Logan foi feito para Jackman, se tivéssemos um Wolverine 100% fiel aos quadrinhos, teríamos então um personagem mais calejado, menos humano e mais animal. Jackman acerta em cheio ao deixar transparecer um Logan expressivo, porém sem esquecer o predador que nasceu na infância.

Os outros personagens são duramente penalizados pelo roteiro, e

isso é uma falha grave. Continuo comentando que, em muitos filmes, os personagens são mal utilizados; em X-Men Origens: Wolverine não é diferente, poderia citar aqui Blob (Kevin Durand), Bolt (Dominic Monaghan), John (Will.i.am) e os outros companheiros de Logan. A participação deles é importante, mas só até a metdade do filme, quando você até esquece que eles estiveram lá.

X-Men Origens é um prato cheio: ação, romance, aventura, drama,

lutas épicas e um dos personagens mais aclamados dos quadrinhos.

Porém, peca justamente por ser aquilo que o fã espera, sem nenhum atrativo a mais, sem dar aquela vontade de ir ao cinema para assistir novamente.

Críticas

X-Men Origens: Wolverine

0,0

Depois da trilogia X-Men, que teve começo e meio muito bem realizados por Bryan Singer (Superman – O Retorno), mas viu sua parte final – dirigida por Brett Ratner, da franquia A Hora do Rush – destruir aquilo construído pelos primeiros, X-Men, a famosa série dos Quadrinhos, retorna às telas com X-Men Origens: Wolverine, que, ao lado do Homem-Aranha, é um dos personagens de HQs mais populares.

O filme, como é de se imaginar ao ler o título, busca explicar como o mutante canadense surgiu. Tudo começa no Canadá, na infância de Logan (Hugh Jackman – que já imortalizou tal personagem no cinema), quando ele descobre que não é um garoto comum, junto de seu irmão Victor Creed / Dentes-de-sabre (!!!), e terminam no Exército norte-americano, onde lutam várias guerras, até seram incorporados a um secreto grupo de mutantes. Nesse grupo, surgem os primeiros confrontos de personalidade entre os dois, criando aquilo que seria a grande rivalidade do mundo Marvel. No decorrer da trama, vários mutantes entram no caminho de Wolverine, como os populares Gambit e Deadpool.

A maior qualidade do filme – e única – é o aspecto técnico das cenas de ação. Com exceção do primeiro combate entre Logan e Dentes-de-sabre, que é bastante escuro e com cortes de câmeras tão rápidos que deixam até os mais atentos confusos com o decorrer da luta, todas as outras cenas são muito bem dirigidas – quem dirige a produção é Gavin Hood, de Infância Roubada, filme vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 2006 – e os efeitos especiais convencem, apesar de falharem, às vezes.

O roteiro é assinado – ou melhor, assassinado – por David Benioff (O Caçador de Pipas) e Skip Woods (Hitman - Assassino 47), que exageram nos buracos em relação à trilogia de X-men – que apesar de ser um projeto diferente, compartilha dos mesmos personagens, devendo, então, ser levada em conta – e nos desnecessários combates físicos.

Qualquer encontro entre mutantes é motivo de pancadaria, chega a ser ridículo, como na primeira participação de Gambit e na invasão à instalação africana onde diamantes são negociados. Os diálogos são cruelmente deixados de lado, as abordagens de temas tão intrísecos a X-Men e ao cenário mutante, como o preconceito e a auto-aceitação são relegados, e cedem espaço às explosões e ao quebra-pau. Mutantes bem conhecidos dos Quadrinhos são vomitados na tela a todo momento, alguns totalmente supérfulos, mostrando claramente que seu objetivo alí é apenas levar um maior número de fãs às salas.

Entretanto, grande parte dos defeitos do filme estão claramente relacionados à grande interferência da 20th Century Fox. No começo do ano, circulou a informação que o estudio da raposa exigiu refilmagens, pois não gostou do longa feito pela equipe. As mudanças realizadas buscavam um maior apelo comercial.

No elenco, vale destacar o trabalho de Hugh Jackman e Liev Schreiber (Victor Creed / Dentes-de-sabre), a relação de amor e ódio deles dois é a mais profunda do filme – não que isso signifique muita coisa, pois o roteiro faz questão de não valorizar nenhum dos relacionamentos humanos, ou mutantes, da história. Até mesmo a história de amor vivida por Wolverine passa em branco.

X-Men Origins: Wolverine mostra-se um filme divertido, mas sem profundidade alguma, que pretere os diálogos e temas tão fortes no mundo de X-Men. Dessa forma, desperdiça a origem de um grande personagem dos gibis com excessivas cenas de ação e exageros no número de personagens, fato que acaba dando ao filme um ar bastante superficial.

Críticas

Praia, A

0,0

Belas paisagens, Trilha Sonora impecável e duas realidades distintas, porém não tão distantes.

A Trilha Sonora de "A Praia" agrada pela variedade de estilos, que caem excelentemente bem de acordo com as cenas que vão acontecendo. Não é incomum em alguns filmes você notar uma Trilha Sonora desvirtuada em relação aos acontecimentos da trama, no entanto, isso está fora de questão em "A Praia". A Trilha é arrebatadora, cheia de remixes de hits famosos e super dançantes como All Saints - Pure Shores, Moby - Porcelain e Sugar Ray - Spinning Away. Só a seleção musical dessa produção de Danny Boyle já vale a conferida no filme.

O filme retrata a viagem do jogador de videogame e mochileiro Richard (Leonardo DiCaprio) e mais dois amigos franceses Étienne (Guillaume Canet) e Francoise (Virginie Ledoyen), a uma ilha paradisíaca na Tailândia. A busca pela diversão e por registros de paisagens maravilhosas, acaba esbarrando numa sociedade paralela e secreta mantida por Sal (Tilda Swinton) dentro da própria ilha. Com alguns adeptos e esbanjando auto-suficiência, a sociedade paralela de Sal vive praticamente sem contato com o mundo lá fora, fazendo uso da agricultura, a pesca e todos os trabalhos manuais por si só. Os membros dessa sociedade se gabam e tem orgulho de não ter mais contato com as pessoas de fora, e independente de felicidades ou dores, ignoram completamente o resto do mundo. Tudo de acordo com as regras da líder Sal, que lidera o grupo com todo o rigor, em prol do segredo absoluto do local. Richard, Étienne e Fracoise são aceitos por essa sociedade, e começam a ver o quanto a vida pode ser mais divertida e interessante, longe do mundo real. Mais até quando? Qual o preço a ser pago para se viver num mundo paralelo, onde as leis do mundo aqui fora são ignoradas? Seriam esses 2 mundos tão diferentes assim? Assista e tire as suas próprias conclusões.

As atuações são fracas. Leonardo DiCaprio nem de longe lembra o mesmo ator das produções mais atuais como Diamante de Sangue e os Infiltrados. Os atores franceses Virginie Ledoyen e Guillaume Canet também não são exemplos de atuação, embora o papel de Guillaume Canet como Étiene seja o melhor do filme. Em termos de trama, o personagem de Canet é magnifício, possui uma personalidade interessante e é muito humano. Uma pena, a interpretação de Canet não acompanhar o excelente papel. Já Tilda Swinton como Sal foi a mais regular, embora fria e pouco convicente em algumas passagens.

As paisagens desse filme são um descanso para os olhos. Não poderia deixar de comentar. Se o objetivo de Danny Boyle era envolver o telespectador com a sensação de uma ilha paradisíaca e praias exuberantes, ele acertou em cheio. Enquanto você assiste, a vontade que dá é de estar lá com os atores naquele lugar, seja para rodar o filme ou simplesmente curtir. De encher os olhos. Belíssimo cenário!

Eu considero o saldo final desse filme interessante, muito embora para mim, tenha deixado uma sensação de injustiça no ar, em relação à trama. Nada que tenha tirado o brilho da Trilha Sonora, das belas paisagens e da mensagem final do filme com relação a sociedades paralelas. É algo para se pensar, realmente.

Se não assistiu ainda "A Praia", assista. É super aconselhável.

Críticas

Horas, As

0,0

Grande adaptação de obra homônima, As Horas é um grande mergulho na vida três mulheres, tão ricas em sentimentos, tão normais, e ao mesmo tempo tão cansadas por causa de tudo que as cerca. Daldry mostra toda sensibilidade em uma perspicaz adaptação. O que poderia ser algo cansativo demais pelo excesso de narração em off que a história das três mulheres precisaria para ganhar ritmo, Daldry compensa graças ao ótimo roteiro escrito por David Hare além do espetacular tralho de Edição, que serve, justamente, para mostrar o quão próximas em sentimentos, em dúvidas, Virginia, Laura Brown e Clarissa estavam.

O livro homônimo levara seu autor Michael Cunningham a ganhar o Pulitzer, além de ter sido bem vendido à época de lançamento, o que veio a aumentar com o lançamento do filme. É literatura de boa qualidade, bem escrita, que exige atenção de quem lê, o filme de Daldry conseguira passar todo o enfoque da obra de Cunningham. As Horas tem um enfoque na vida das très mulheres que aborda, sua relação com a época em que vive é um tanto subjetiva, outrossim, seus dramas pessoais são extremamente vivos, compreendem dramas que independem de gênero ou lugar.

O filme é rico em belas imagens, compostas com esmerro pela eficiente Fotografia. Há também um cuidado todo especial com as locações, com cada cenário, cada detalhe. Além disso, a Trilha Sonora belíssima auxilia mais ainda a compôr o quadro psicológico daquelas mulheres que se insere no espaço fílmico. Uma Edição digna de ovações das mais entusiasmáticas possíveis, que dita o ritmo da história à maneira fidedigna do livro.

Todavia, umdos grandes pontos interessantes dessa adptação foi o não aprofundamento em algumas situações presentes no livo, justamente para não perder o foco ao qual o filme se propõe. No livro, há uma maior abordagem de personagens secundários de relativa importância na vida das três protagonistas. Assim, vemos que Louis e Sllay por exemplo são tratados de forma superficial, não se envolve intensamente com a trama, não se revelam ao público. O que nãoi é de todo mal, visto que tais escolhas poderiam atrapalhar o ritimo da trama.

Com a atuações impecáveis de todos seus atores, em As Horas vemos a consagração de Nikole Kidman, atriz de inegável talento que teve a grande oportunidade de agarrrar um papel que a levasse ao Oscar. Ed Harris também é perfeito como Richard, um personagem emblemático no filme, atuando com toda a intensidade de seu personagem ao lado de Meryl Streep, exemplar como nunca, conseguindo transmitir na medida exata a mentalidade de Clarissa Vaughan. Julianne Morre se destaca sobremaneira nos instantes finais, é exemplar antes disso. Os demais coadjuvantes compõem bem suas atuações, até o ator infantil que interpreta Richard jovem se comporta bem, bem dirigido consegue transpôr os pormenores daquela criança.

Enfim, As Hoas é um belo filme, que trabalha com sentimentos fortíssimos de maneira sútil, lança, sem dúvidas, questionamentos a quem assiste, balança conceitos imutáveis, sendo também um bom filme de se assistir.

Críticas

Batman

0,0

Fãs de HQs, desenhos animados, cinéfilos em geral, todos estavam de olho na super-aguardada estréia do ano 1989. Tim Burton está no comando, Michael Keaton não anima, mas a presença de Jack Nicholson e a promessa de que o filme contém referencias à obra-prima de Alan Moore, A Piada Mortal, animam, e muito.

O resultado foi um enorme sucesso.

Em primeiro lugar, é um filme sério. Uma grande equipe foi formada com DOIS objetivos óbvios: APAGAR a imagem de comediante do Batman, que estava na cabeça das pessoas graças ao famoso seriado dos anos 60, E trazer de volta as origens sinistras e sombrias do Cavaleiro das Trevas (afinal, ele é o Cavaleiro das TREVAS, não da LUZ, ha ha). O filme cumpre isso e vai além. A peculiar direção de Burton, sempre muito GÓTICA e com uma boa dose de humor negro, encaixa-se perfeitamente com o universo do Morcego.

A trilha sonora de Danny Elfman, o figurino e os cenários são um show à parte. O roteiro é simples e direto,recheado de diálogos INCRÍVEIS, realmente com "pitadas" de A Piada Mortal, assim como de O CAVALEIRO DAS TREVAS (de Frank Miller) e da primeira aparição do Coringa, em 1940.

O elenco foi muito bem escolhido.Michael Keaton é um Batman marcante. Escolhido por Burton pelo seu OLHAR. E realmente, aí reside a força do personagem. No olhar de Keaton encontramos o homem perturbado e perdido, que Bruce Wayne é. Ele naõ fez um Batman igual ao dos quadrinhos, mas fez um Batman realista, que quebrava o clichê "herói bombadão, musculoso e bonitão".

A personagem de Kim Basinger, por outro lado, é, infelizmente, um clichê ambulante. Só está lá para correr, gritar e ser a donzela em perigo. Ao menos ela faz isto muito bem, sendo a atriz talentosa que é. Robert Wuhl faz um carismático mala-sem-alça e Michael Gough foi, simplesmente, a escolha PERFEITA para o mordomo Alfred. Outros 2 personagens secundários dignos de nota são o Harvey Dent de Billy Dee Williams (que, de fato, "só está lá por estar", mas interpreta corretamente o promotor em começo de carreira e muita gente disse, após o lançamento de BATMAN ETERNAMENTE "devia ter sido o Dee Williams...") e o Comissário Gordon de Pat Hingle (outra interpretaçaõ correta mas com pouco destaque).

MAS, todas essas boas atuações saõ completamente ofuscada quando ALGUÉM entra em cena...

O filme BATMAN devia, na verdade, por motivos óbvios, chamar-se CORINGA. Se há algum ator que NASCEU para ser um personagem, este é Jack Nicholson e o personagem é o Coringa. Uma das criticas mais verdadeiras da época sobre sua atuação foi feita pela revista Time Out; “(O Coringa) cacarejava, dançava, matava de puro valor humorístico, e lançava as melhores piadas. O Coringa de Jack Nicholson (...) consegue o maior golpe criminoso da década; o roubo de um filme inteiro”.

Quando ele está em cena, só temos olhos para ele. Quando naõ está, queremos que volte. Ficamos nos perguntano “onde andará o Coringa?”. O filme pertence à ele. Ele tem as melhores falas e as melhores cenas. Como o próprio ator revelou, desde criança era fã de HQs e o Coringa sempre foi seu favorito. Por isso ele sabia muito bem como fazer.

O Coringa é um palhaço assassino. Não deve tender nem para o lado insano, nem para o lado palhaço. Deve haver um equilibrio entre estes dois. E Nicholson estabelece este equilibrio com perfeição; cada assassinato dele é acompanhado por alguma ótima piada de humor negro, como fazer poses exageradas ao descarregar o revólver em alguém, ou usar uma pena como arma e soltar o famoso “A pena é realmente mais forte que a espada”, ou ainda desfigurar o rosto de alguém com ácido e chamar de ARTE... Não há cenas entediantes com ele. Destaque para as sequencias no Museu de Arte, no apartamento de Vicky Vale E o grande final na Torre da Igreja, simplesmente perfeitas.

A construção psicológica do personagem é impressionante. Tim Burton arriscou-se a fazer algo que apenas Alan Moore havia tido peito para fazer até então: dar ao Coringa um passado e, assim, aprofundar-se ainda mais na psicologia do Palhaço do Crime, tornando este Batman o equivalente a um BATMAN BEGINS do CORINGA. Nós vemos como ele enlouqueceu em um “Dia Ruim”, e como ele torna-se o completamente insano Coringa, que só quer saber de espalhar Caos e violencia em Gotham, sem lucrar de maneira alguma (a não ser com a diversão), que mata com indiferença, tem sempre uma piada na ponta da língua e ainda é um apreciador de música clássica e obras de arte, que sabe se comportar como um cavalheiro, em um misto de Monstro/Gentleman que faz lembrar do lendário Hannibal Lecter.

Enfim, Batman foi um ótimo começo, um filme sombrio, gótico e sério, como os fãs do Morcego esperam, que agradou naõ só os fãs de HQs, mas cinéfilos em geral. Ainda é uma boa opção para fãs de adaptações, assim como fãs de Tim Burton e Jack Nicholson que queiram ver um de seus melhores trabalhos.

Vale lembrar que o filme recebeu o MERECIDÍSSIMO Oscar de Melhor Direção de Arte, e ainda foi indicado à também merecidíssimos seis BAFTA (incluindo Melhor Ator Coadjuvante, para Jack Nicholson) e um Globo de Ouro de Melhor Ator em Comédia (para Nicholson, também).

BATMAN abriu as portas para a franquia, que ainda rendeu três sequencias (sendo a primeira delas, O RETORNO, tão boa quanto o primeiro), além do maravilhoso desenho BATMAN THE ANIMATED SERIES, e também influenciou todo o universo do Homem Morcego, seja quadrinhos, cartoons e até mesmo os novos e ótimos filmes de Christopher Nolan.

Críticas

Lemon Tree

0,0

[Conflito de palestinos e israelenses dá pano pra manga a uma comovente história real ]

Lemon Tree chegou aos cinemas brasileiros no ano passado com o título de Lemon Tree. A opção da distribuidora brasileira em preservar o nome original do filme talvez tenha pesado para sua fraca divulgação aqui no país. Outra justificativa talvez seja porque o longa-metragem se baseia num evento isolado do conflito Israel/Palestina, que ninguém aguenta mais ouvir falar. Quem se animar a assisti-lo, no entanto, não irá se decepcionar, pois se trata de mais um competente trabalho do diretor israelense Eran Riklis (Noiva Síria) que novamente leva para as telas uma comovente história real. Filho de embaixador israelense, o cineasta viveu no Brasil nos anos 70 e numa recente entrevista se diz carioca de coração. No filme, ele presta uma mensagem ao nosso país, visível aos olhares mais atentos.

Salma Zidane (Hiam Abbas) é uma viúva palestina de meia-idade que sobrevive com a venda de compotas de limão, retiradas do solo de sua propriedade, com quem detém um forte laço. Embora solitária e calejada pela perda do marido, leva uma vida sem grandes preocupações. Tudo muda com a chegada do novo vizinho: ninguém menos que o Ministro de Segurança Israelense, Israel Navon (Doron Tavory). Cercas elétricas, arames farpados, guaritas e câmeras de segurança acompanham o representante militar juntamente com sua infeliz esposa Mira Navon (Rona Lipaz-Michael).

Devido a uma questão de proteção apresentada pela Força de Segurança Israelense, o ministro envia um comunicado a viúva alertando-a de que os limoeiros terão que ser derrubados. A justificativa é de que a plantação representa um perigo iminente, uma vez que serve de esconderijo para que algum terrorista cometa um atentado. A partir daí, Salma empenhará todas as suas forças numa batalha judicial pela manutenção de sua propriedade. Encantado com a personalidade forte e a beleza ainda presente da viúva, o advogado, Ziad Daud -que aparece com uma blusa da seleção brasileira- leva o caso até as últimas instâncias judiciais. Do outro lado da cerca que divide as duas propriedades, Mira se compadece com o sofrimento de Salma, tornando-se cúmplices da dor que causa a intolerância entre os dois países.

Baseado no ponto de vista das duas mulheres, Lemon Tree nos mostra as repercussões do caso dos limoeiros, sob o flerte feminino. O bom desempenho das atrizes contribui para a mensagem pacifista do filme. Hiam Abbas que já havia mostrado seu talento em A Noiva Síria e recentemente em O Visitante, possui um olhar forte e determinado; de quem já perdeu muito na vida, mas se recusa a abandonar as raízes e o seu orgulho. É uma grande intérprete. Mas quem surpreende mesmo é a desconhecida Rona Lipaz-Michael. A esposa do ministro compõe uma mulher distinta, que oculta dentro de sua elegância. nobres sentimentos de empatia com as injustiças impostas pela guerra.

Sob o olhar fraterno de Eran Riklis, o filme chega a seu desfecho, com o sabor amargo da intolerância, mesmo que haja uma pontinha de compaixão ao lado mais fraco da guerra; os civis palestinos que vivem sob o fogo cruzado atiçado pelos conterrâneos terroristas. Sem adotar simbolismos, o diretor nos passa a mensagem clara que no conflito entre Israel e Palestina, todos perdem de alguma forma.

http://blig.ig.com.br/planosequencia/

Críticas

Sinédoque, Nova York

0,0

[Filme marca a estreia de Charlie Kauffman na direção]

“Ele, vive em um mundo pela metade, entre o imobilismo e anti-imobilismo. E o tempo é concentrado, numa cronologia confusa. No entanto, até recentemente ele está lutando corajosamente para sua situação fazer sentido.Mas agora ele está se transformado em pedra.”

“Tudo é mais complicado do que você pensa. Você vê apenas um décimo do que é verdade.Há um milhão de pequenos textos anexados a cada escolha que você faz. Você pode destruir sua vida, cada vez que você escolher. Mas talvez você não saberá por 20 anos e você talvez jamais localize a fonte.”

Se fizessem uma lista com as pessoas mais inteligentes do mundo na atualidade, o nome Charlie Kauffman possivelmente estaria relacionado. Dono de roteiros ambiciosos como Quero ser John Malkovitch, Adaptação e Brilho eterno de uma mente sem lembranças, o autor não desperdiça ideias, excentricidades e obsessões em seus textos. Carregado de metalinguagem e verborragia, é marca registrada em seus personagens citações e conceitos de Kafka, Nietsche, Freud e outros intelectuais do seu nível de contundência.

Acontece que inteligência e criatividade não são sinônimos se sensibilidade. Algo que faltou em Sinédoque, Nova York , a estreia de Kauffman na direção. Ainda que vez ou outra, ele nos pegue de surpresa com suas tiradas nonsense, seus monólogos espirituosos e sua auto-indulgência, é notável que a liberdade criativa de comandar as câmeras o levou do equilíbrio ao excesso.

Assim como em Adaptação – e indiretamente em John Malkovitch- , Sinédoque, Nova York se baseia num alter-ego de Kauffman. Quando o diretor de teatro Caden Cotard (Philip Seymour Hoffman, de Capote), sofre um acidente doméstico, sua vida muda de cabeça para baixo. Após ser clinicado por um oftalmologista e um neurologista, o dramaturgo descobre ter uma doença rara chamada sicose – “com uma letra fica psicose”, ele brinca com sua filha. Embora sua peça em cartaz seja sucesso de crítica, tudo piora quando sua mulher Adele (Catherine Keener) parte para a Alemanha com a filha Olive (Sadie Golstein), sem nunca mais dar as caras.

Entre um affair e outro com a atriz da sua última peça (Michelle Willians) e a bilheteira do teatro (Samantha Morton), Caden vai levando a vida como pode, sem muito entusiasmo. Um prêmio em dinheiro dado por uma entidade de apoio à arte, dá a ele um novo sentido a sua existência. Com a premiação, a autor pretende montar uma peça que irá legar a sua carreira à posteridade. E assim, ele recria dentro de um estúdio a cidade de Nova York em proporções gigantescas, com todas as virtudes e paranóias do mundo contemporâneo. A ambição pelo projeto que nunca termina – são décadas de ensaios - somado a desentendimentos com a companheira de sua mulher (Jennifer Jason Leigh) - ela transformou sua filha num projeto – ocupam-no compulsivamente. Obcecado por sua obra, Caden vira ator na própria peça em busca da perfeição. Já idoso, ele buscará um ator para interpretá-lo como ator para dar cabo à história. Mas afinal, onde encerra e onde termina esse círculo vicioso?

A ideia do autor engolfado pela própria criação é um tentáculo, mas não o núcleo narrativo de Sinédoque, Nova York. A ele somam-se outros temas recorrentes em trabalhos anteriores de Kauffman, como a vida e a morte; e a impossibilidade do homem, seja pra se relacionar ou em controlar o tempo. A diferença deste para os outros filmes é que cineastas como Spike Jonze e Michel Gondry sabiam podar as maluquices do roteirista.

Sob o comando de seu próprio texto, Kauffman não soube dosar os excessos do seu ímpeto criativo. Em situações como essa, o ego parece turvar o senso crítico do autor, por natureza genial. Algo não tão incomum, como pode ser visto nos últimos filmes da carreira de Fellini. O que não impede que o filme tenha passagens memoráveis, como a exposição de miniaturas da mulher de Caden e também a morte poética de um personagem tatuado. Embora embaralhe a cabeça do espectador, a passagem de tempo da vida do protagonista fica interessante quando a gente assimila o ritmo. Resumindo: é um filme que a gente entende tudo, mas não entende nada; gosta da mesma maneira que desgosta. Particularmente, vindo de quem veio, esperava mais. Pra dar um veredicto mais exato, requer um tira-teima…

http://blig.ig.com.br/planosequencia/

Críticas

Pacto de Sangue

0,0

[Obra-prima de Billy Wilder é um dos expoentes da era noir ]

“Sabe quem matou Dietrison? Se segure bem na cadeira, Keyes. Fui eu quem o matou. Eu, Walter Neff. Agente de seguros, 35 anos, solteiro e sem cicatrizes aparentes”

Junte um dedo de sangue com outro dedo de sangue. Arrume um argumento, coloque-o sob juramento e pronto. Está feito o feito pacto de sangue. Em 1944, o dedo do diretor Billy Wilder uniu-se ao do escritor e roteirista Raymond Chandler que baseados no argumento do romancista James M. Cain deram origem a Double Indemnity.Tudo bem que a tradução literal do filme não condiga com o título dado em terras brasileiras. Mesmo assim, Pacto de Sangue, como foi chamado aqui, até que fez justiça poética aos três grandes artistas que uniram esforços para conceber esta obra-prima; um dos expoentes da era noir. Dispondo de uma genialidade ainda desconhecida pelo público e crítica, Billy Wilder fez um daqueles filmes que de tão prazerosos de assistir, acabam ocultando o quanto tem de substancial.

Pacto de Sangue foi o primeiro grande filme do cineasta que com ele concorreu a sete Oscar. Antes de se tornar conhecido como artífice de comédias e filmes grandiosos, Wilder mostrou-se a vontade no comando desse suspense com contou com escárnio de Chandler, serpenteado por arpejos de Hitchcock. O filme é narrado em primeira pessoa pelo protagonista Walter Neff (Fred MacMurray). Logo na abertura ele confessa um assassinato. Cambaleante, ele entra na companhia de seguros onde trabalha, pega o megafone e desabafa a intrincada confusão em que se meteu.

Durante sua confissão surgem os flashbacks que elucidam a história. Tudo começa quando Neff que vai até a casa de um homem milionário renovar o contrato do seu automóvel. Na mansão do cliente, ele conhece a sua esposa, a insinuante Phyllis Dietrichson (Barbara Stanwyck). Logo de cara, os dois têm aquilo que chamamos de atração fatal. O romance fulminante inspira o desejo de Phyllis assassinar o marido, de forma que se pareça com suicídio. Neff fica reticente, mas sucumbe ao charme da amante que o convence a dar cabo num plano diabólico que consiste em matar o companheiro e de quebra abocanhar uma dupla indenização de seguro. A grana serviria para que fugissem da cidade e assim, começassem uma vida nova em outro lugar.

O plano é executado com perfeição. A própria polícia crê no suicídio forjado pelos amantes. Acontece que Barton Keyes (Edward Robinson), figurão da empresa de seguros onde Neff trabalha , tem um faro apurado para desbaratar impostores. Outra que não se convence é Lola (Jean Heather), filha do empresário morto, que devido a circunstâncias passadas, não tem dúvidas do envolvimento da madrasta na morte do pai. O que se vê a partir daí é uma sucessão de reviravoltas na trama, com elementos de mistério e traição. O desfecho anticlímax já era esperado pelo espectador lá no princípio, mas ainda assim surpreende pela capacidade de Wilder em prolongar o desespero do protagonista. Faz isso com muito charme e sarcasmo.

Como todo clássico do cinema, Pacto de Sangue teve uma composição atrás e na frente das câmeras que o capacitaram a ser um trabalho inestimável. Entre os elementos que contribuíram ao sucesso do filme, uma menção se faz obrigatória ao trabalho do diretor de fotografia John F. Seitz. Os fachos de luz de baixo para cima que ele usou nas locações noturnas salientaram o ambiente de tensão e suspense das cenas. A atmosfera de sombras só fez ressaltar o aspecto sombrio e corruptível dos personagens, o que é uma marca registrada dos filmes noir.

Outro destaque foi a atuação tragicômica de Fred MacMurray. Ator de comédias, ele se encaixou bem na concepção de protagonista idealizada por Wilder. Com trejeitos saudosos e um sorriso carismático, ele conseguiu emprestar a simpatia necessária ao papel de um homem galanteador e seguro, próximo da meia idade. Quem também não fica atrás é a femme fatale Barbara Stanwyck que se aproveita da vulnerabilidade do homem solteiro, que procura alguém para casar. Ambos mostram em cena uma química invejável, que é lapidada com maestria pelos diálogos de Chandler. Um filme notável, digno de um dos maiores realizadores do cinema.

http://blig.ig.com.br/planosequencia/

Críticas

Tony Manero

0,0

[Obsessão por John Travolta em tempos de Pinochet resulta num filme bizarro e cruelmente cômico]

Raul Peralta (Alfredo Castro) sonha em ser Tony Manero. O andar insinuante, a brilhantina no cabelo e a ginga dos passos orquestrados; tudo nele remete ao protagonista interpretado por John Travolta em Os Embalos de Sábado à Noite (1977). Nas salas de cinema em Santiago, no Chile, o intérprete assiste a exaustão a performance do ídolo. De tantas exibições, sabe de cor os diálogos do filme e adora reproduzi-los num espanglês de dar nó, mas que o ajuda a fazer sucesso com as mulheres.

Sua obsessão pelo dançarino seria normal se ele não fosse um vagabundo doentio com mais de 50 anos que vive de favor no cubículo de um restaurante capenga onde mantém relações, no mínimo inusitadas, com uma ex-prostituta e a dona da casa. Mais estranho ainda é ver até onde ele é capaz de chegar quando um canal de televisão anuncia o concurso de melhor sósia de Manero.

Embora o contexto social seja a ditadura militar do general Augusto Pinochet, Raul está alheio a tudo isso. Até porque ele é – ou parece ser – analfabeto. Tudo que ele quer é ser como seu ídolo, dançar como ele, viver como ele. É bem verdade que sua disposição pela dança não acompanha os movimentos do corpo. Assim como é evidente que ele é um pária da pior espécie; pervertido e amoral. Mas o melhor de tudo é que ele é também um assassino cruel que não mede esforços de matar alguém que ousa comprometer seus objetivos. Mais interessante ainda é que ele vive em status de contemplação pelos moradores que vivem com ele

Todas essas incongruências da trama e o destino sem propósito do protagonista são jogados na narrativa de maneira proposital pelo diretor chileno Pablo Larraín. Embora o cineasta tenha destrinchado os conflitos de Tony Manero da forma mais distante e descompromissada possível, é na bizarrice de seu personagem que ele consegue abordar a crítica social. Enquanto o país vive sob um regime militar sedento em aniquilar seus opositores, criminosos como Raul Peralta levam uma vida sossegada. Em contrapartida, jovens aliciados aos ideais da oposição acabam perseguidos sem sequer saber o que é direita ou esquerda, capitalismo ou comunismo.

Tony Manero possui um humor negro singular mas as cenas de sexo indigestas e alguns maneirismos exagerados do diretor acabam resultando num filme de altos e baixos. Bom mesmo é a atuação nonsense de Alfredo Castro - premiado como o Melhor Ator no Festival de Havana. Fazia tempo que não aparecia um vilão tão anticonvencional e acidentalmente cômico como esse.

http://blig.ig.com.br/planosequencia/

Páginas