Lupas (1592)
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Visualmente belíssimo, com um trabalho de fotografia que remete muito aos trabalhos de Malick/Lubezki, mas com sérios problemas narrativos. O diretor e os roteiristas simplesmente parecem não saber o que realmente querem dizer com a história, pulando de subtrama em subtrama sem critério e desviando o foco dos personagens a toda hora. O resultado é um filme que jamais se conecta com o espectador e parece atirar para todos os lados. É bonito em suas partes, mas não funciona como um todo.
Silvio Pilau | Em 24 de Fevereiro de 2021.
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Pela primeira vez na franquia, Stallone deixa de lado o desenvolvimento do personagem e sua relação com o ambiente ao seu redor para apostar em uma trama rasa e repetitiva. Rocky, por vezes, não parece o mesmo personagem dos dois primeiros filmes, e a direção assume de vez a tosquice, com cenas quase embaraçosas, como a luta com Hulk Hogan. Se ainda se sustenta em alguns momentos, é mais pela nostalgia e pelos elementos familiares ao espectador do que por seus méritos como filme.
Silvio Pilau | Em 23 de Fevereiro de 2021.
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Nada mais que uma colagem de ideias e situações que já vimos centenas de vezes em outros filmes semelhantes. A porra-louquice até diverte em alguns momentos, especialmente com Kate McKinnon e a presença de Demi Moore aceitando a galhofa, mas no geral falta inspiração para realmente oferecer algo de novo - nem que seja em uma linha de diálogo ou uma gag visual. Melhor rever "Se Beber, Não Case".
Silvio Pilau | Em 23 de Fevereiro de 2021.
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Embora competente em sua execução, com Flanagan mostrando talento na construção de uma boa atmosfera de suspense e na capacidade de evitar alguns clichês do gênero, o filme é prejudicado por um roteiro preguiçoso, que acumula atitudes questionáveis da protagonista e acaba irritando o espectador. Não entra em nenhuma lista dos melhores do gênero (nem dos melhores do próprio diretor), mas é capaz de entreter em sua curta duração.
Silvio Pilau | Em 23 de Fevereiro de 2021.
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Por mais que "Malcolm & Marie" não seja bem-sucedido em tudo o que tenta, oscilando bastante no ritmo e no nível dos diálogos, Sam Levinson merece reconhecimento por conseguir fazer um filme que, quando acerta, acerta bem. Há um bom aproveitamento dos ambientes, atuações de alto nível e discussões relevantes, que vão desde relacionamentos ao papel da arte. Mas também há momentos bobos e rasos, em que Levinson deixa a pretensão assumir as rédeas. É um bom filme, mas pouco além disso.
Silvio Pilau | Em 22 de Fevereiro de 2021.
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O primeiro ato faz acreditar que estamos diante de um filme interessante, com Zemeckis mostrando sua criatividade com a câmera e construindo bem aquele universo. Mas basta a história chegar ao hotel para tudo cair por terra, pois o filme abraça o exagero de forma absurda (especialmente Hathaway), oscila absurdamente o tom a cada cinco minutos e se rende aos efeitos especiais mais toscos a saírem de uma superprodução hollywoodiana nos últimos anos. Chega a ser constrangedor.
Silvio Pilau | Em 22 de Fevereiro de 2021.
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Tanto a direção quanto o roteiro seguem um caminho seguro, sem ousadias e respeitando praticamente todo manual narrativo que existe. Mas, ao mesmo tempo, o talento envolvido (atrás e na frente das câmeras) consegue imprimir sensibilidade ao filme, especialmente na relação entre os personagens de Matt Damon e Robin Williams - em uma belíssima interpretação. Ao final, "Gênio Indomável" é capaz de tocar em temas complexos e até mesmo emocionar, o que justifica ser lembrado ainda hoje.
Silvio Pilau | Em 22 de Fevereiro de 2021.
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Stallone deixa de lado a abordagem suja e realista de Avildsen para entregar um filme mais tradicional sobre esportes, embora ainda dê atenção suficiente ao seu personagem. Se antes Rocky buscava uma oportunidade, agora ele procura (re)encontrar um sentido, e é isso o que eleva "Rocky II - A Revanche" acima dos problemas e clichês do gênero. E é difícil não se empolgar qualquer cena que traga essa trilha sonora. Não é um grande filme como o original, mas o retorno de Rocky ainda funciona bem.
Silvio Pilau | Em 17 de Fevereiro de 2021.
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Fica claro o mergulho do cineasta em referências recentes do gênero, como "Seven" ou "Zodíaco", mas John Lee Hancock não é David Fincher. O resultado é eficaz, focando mais nos personagens do que na trama em si (o que pode desagradar muitos, especialmente pelo final), mas a história dos traumas do passado jamais convence e o o ritmo se arrasta em diversos momentos na tentativa de soar original. Denzel Washington está bem, mas é Jared Leto quem rouba a cena.
Silvio Pilau | Em 17 de Fevereiro de 2021.
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Comédia romântica leve e agradável, que ganha pontos pela originalidade e pelas boas ideias de Albert Brooks, que consegue explorar bem a divertida premissa. A partir de certo momento, porém, a coisa toda começa a se repetir, e nem mesmo a presença sempre diferenciada de Meryl Streep consegue manter o nível alto. É um filme interessante, criativo e simpático, mas - especialmente visto hoje - pouco além disso.
Silvio Pilau | Em 17 de Fevereiro de 2021.
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Esqueça o título e a premissa de filme B. "Greenland" é talvez o mais interessante filme-catástrofe do cinema americano em anos, utilizando o fim do mundo apenas como plano de fundo para a jornada de uma família. Há todas as conveniências de roteiro que se espera de uma obra dessas, mas o foco nos personagens realmente funciona, enquanto ainda consegue inserir algumas reflexões sobre a natureza humana. Uma boa surpresa, que talvez não tivesse o direito de ser tão bom como é.
Silvio Pilau | Em 03 de Fevereiro de 2021.
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Interessante ver um Paul Greengrass diferente, mas não menos eficaz. "Relatos do Mundo" traz uma história com poucas surpresas, mas conduzida com calor e verdade. O cineasta acompanha com cuidado os momentos de aproximação entre os personagens, ambos preferindo expressar sentimentos mais com o olhar do que com gestos expansivos (a pequena Helena Zengel é um achado), e cria algumas das cenas e planos mais belos do ano. Uma obra bastante digna e madura.
Silvio Pilau | Em 03 de Fevereiro de 2021.