Lupas (1912)
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Não achei o filme um desastre, até diverte. Escrito por 5 roteiristas (!), o longa tem claros problemas quanto às locações, usando e abusando de closes para disfarçar uma produção de arte duvidosa. Claramente, também, o filme sofre ao não saber focar no protagonismo, a meu ver o filme tem muito mais de Rita do que de Emília Perez, e acaba devendo em ambas as mulheres, aliás, também tinha corpo para apresentar melhor a personagem da Selena. Ainda assim tem uma edição muito boa e prende a atenção.
Alan Nina | Em 02 de Fevereiro de 2025.
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Colm McCarthy usa e abusa de todos os cacoetes, com uma casa isolada, um casal hétero estúpido e uma criança. A história vai girar em torno do pai e de seu passado enquanto criança, e por mais que o vilão esteja a poucos metros, em uma caverna, a polícia tera dificuldade para encurralá-lo (mas o protagonista não terá nenhuma dificuldade em encontrá-lo). Daí se tira como o roteiro presica de espectadores sem cérebro para funcionar. O bom é que, ao menos, o casal é bem legal, com química.
Alan Nina | Em 02 de Fevereiro de 2025.
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Há um esforço muito grande para se confirmar a tese de influências, é como ler um trabalho científico em que o autor não tem pudor em citar referências com o intuito de convencer mais pelo argumento de autoridade mesmo. Ainda assim é muito bom de acompanhar pelo trato com as imagens, numa edição muito divertida.
Alan Nina | Em 31 de Janeiro de 2025.
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Desde "Me chame pelo seu nome" que tenho um pé atrás com as concepções estéticas de Luca Guadagnino, e esse filme só confirma. Ok, é interessante ver gays mais ou menos bem resolvidos no México de 1940, bem como ver a atuação magistrosa de Daniel Craig, que de fato tira leite de pedra, encarnando um gay de meia idade se envolvendo com um rapaz mais velho e toda a busca incansável por prazeres que nunca satisfazem. Curti também a cena final mais reflexiva> Mas é longo e desinteressante ao extremo
Alan Nina | Em 31 de Janeiro de 2025.
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Cris D’amato segue com seus cacoetes novelescos, com uma viagem pra Israel que precisa de muita disposição do espectador para se levar a sério. Sem saber se vai para o drama ou para a comédia, o roteiro força as situações em demasia, então é sempre bom desligar o cérebro. Que herança tinha, afinal? Como num país tão grande há essa facilidade de encontrar-se? E situações bobas como ser preso e depois liberado, parece tudo tão infantil mesmo. Talvez a melhor tirada do filme venha do Diego Martins.
Alan Nina | Em 31 de Janeiro de 2025.
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Jesse Eisenberg não toma pra si o protagonismo, e filma com muita elegância e simplicidade, parece até que os trabalhos com Allen lhe renderem um bom estágio na arte de dirigir e de atuar com olhar meio perdido, deslocado. Com isso, sobra para o Kieran Culkin ter as gags mais interessantes do longa, que conta a história de dois irmãos indo visitar a Polônia, local onde sua falecida avó residia, tendo que lidar com os horrores do holocausto, campos de concentração e ruas cheias de história.
Alan Nina | Em 31 de Janeiro de 2025.
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Cinema indie de primeira, com muito barraco, gritaria, gírias, sexualidades que não precisam se explicar, várias quebras de padrão da família tradicional. Embora bem movimentado, com direito a traições, boquetes, drogas e uma pegada de tensão sexual pra lá de sugestiva, o final me deixou meio reflexivo, como se todo aquele escape, no final das contas, não reverberasse em uma felicidade digna, talvez só mesmo a amizade entre as duas vai restar como algo genuíno.
Alan Nina | Em 28 de Janeiro de 2025.
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O sequestro do voo 375, mesmo com orçamento menor, consegue provocar mais tensão do que isso aqui, lotado de clichês. O bom é que temos um avião de pequeno porte, tornando mais claustrofóbicas as cenas, mas incomoda demais a inocência da protagonista, mesmo ela sendo treinada, conferindo um ar de quase mediocridade a tudo que estamos vendo. O lado bom é que a cena final do avião tentando pousar é bem divertida, não podendo dizer o mesmo da tentativa forçada de plot.
Alan Nina | Em 28 de Janeiro de 2025.
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Mulher, que sofrimento, que agonia. O filme em preto e branco ainda fica mais claustrofóbico, frio (no sentido da dignidade da protagonista), forte. Não há paz, não há descanso, e mesmo nos momentos onde encontra um possível amparo, surgirá uma reviravolta que tornará tudo um grande desastre. A cena final com a menina tenta apaziguar uma vida de sofrimento. O mais impressionante é que tudo isso é baseado em fatos reais.
Alan Nina | Em 28 de Janeiro de 2025.
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"Oppenheimer" versão movimento estudantil. Chega a ser irônico um movimento vir de norte-americanos, mas o bom do filme é que se reconhecem como pessoas "outsiders", e tem de tudo, de imigrantes a afro-descendentes, e jovens brancos desajustados. Uma carteira de trabalho resolveria o problema.
Alan Nina | Em 27 de Janeiro de 2025.
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A discussão sobre a maternidade frequentemente orbita entre duas perspectivas aparentemente opostas: o "instinto materno" e a construção social da maternidade. Amy Adams está um pouco over no papel, cujo roteiro alterna entre uma comédia crítica e um terror melancólico ao abordar essa mãe tendo que se virar com o filho (em choque com um pai bem folgado). A ideia do "instinto materno" sugere que cuidar e proteger os filhos seria algo intrínseco às mulheres, uma disposição biológica universal.
Alan Nina | Em 27 de Janeiro de 2025.
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O romance é inverossímil, as atuações são ruins, o roteiro é canhestro. Tudo para fazer desfilar a grande produção e as locações, naquela típica ação que torna o protagonista um semideus na Terra, cuja motivação é bem rasteira, claro. O argumento todo baseado em um erro médico foi de cair o "**" ... Olha, tem que desligar o cérebro para se divertir com as cenas e explosões, é o que resta.
Alan Nina | Em 26 de Janeiro de 2025.