Lupas (1922)

Até que me surpreendi positivamente, esperava uma bomba, mas é um filme todo certinho, com uma personagem carismática que vai crescendojunto com o roteiro. Claro que a redenção é um clichê dos mais batidos, mas aqui o visual e a história bem amarrada, sem espaço para piadinhas, carregando um ar sombrio sempre, conseguem entregar algo bem imersivo àquele ambiente. Em determinado momento do filme, onde o povoado parece estar encurralado e sem saída, você consegue sentir a tensão do filme.

Um documentário extremamente burocrático e chato, a melhor parte é quando deixam tocar toda a música da banda em certas apresentações. Seria melhor ver um show mesmo.

Isso aqui não deveria ter existido. Não é engraçado, não provoca medo, e é uma paródia de "Pânico" com "A felicidade não se compra". Poderia ter ido pra opção de paródia mais descarada ao estilo de "Todo mundo em Pânico", que talvez pudesse salvar essa bomba e inserir alguma graça. Perda de tempo total.

Sobre a solidão na terceira idade, filmado com um tom bem burocrático, começa com algumas cenas externas mas o cerne é mesmo a casa dela, onde ela recebe seu par romântico e onde se desenrolará um final desalentador. Preceisava mesmo ser tão trágico?

Um cara que tem no currículo Mortal kombat e conseguiu piorar a cada filme. Aqui, um ambiente apocalíptico sempre muito mal filmado, com uma iluminação tosca e cenas de ação quase incompreensíveis, vai tentar narrar uma história cujo perigo nunca é sentido: vilões fracos, atuações pífias. Ainda há uma tentativa de um roteiro aqui baseado na ambição, mas os personagens quase unilaterais não ajudam. Ainda bem que a personagem da Mila Jovovich, a bruxa Gray Alys, consegue segurar um filme tenebroso

Um filme tragado pela testosterona, que machos que não se garantem, tem que contratar pistoleiros para o acerto de contas, cuja mira parece inspirado em mictórios de barzinho barato. Dou conta, não.

Um deleite ver o Michael B Jordan, em dose dupla então, um delírio. Tecnicamente é o melhor filme do Ryan Coogler, com uma excelente ambientação e filmando a noite com estilo. O serralheria que ambientará grande parte do filme, com os irmãos empreendendo num negócio com pitadas de solidariedade orgânica à comunidade negra recém liberta, mas que ainda sofre à sombra da Ku Klux Klan, é um espaço para onde convergem identidades e fronteiras que, inevitavelmente, implodirão.

Um presente aos nerds de TI, com um Rami Malek em seus maneirismos habituais, tendo que correr atrás do assassino da sua esposa, usando uma série de artimanhas engenhosas, driblando os agentes da CIA, dando porrada quando necessário, e sobrevivendo face a face ao seu vilão (encurralando, claro, em mais um plano bem sucedido aliado à tecnologia). Tem que ter muita disposição à credibilidade aqui. Mas o filme incrivelmente funciona, pelo ritmo, pela engenhosidade em algumas sequências.

Uma adaptação muito literal à obra de Graciliano Ramos, marcando o clássico definitivo sobre a vida de migrantes nordestinos. A influência da Igreja, a escravidão por dívida e o papel da guarda poderia ser melhor desenvolvido, mas ainda assim dá conta do recado. Mesmo com atuações medianas, o longa tem uma direção que consegue captar o espírito do sertão e transformar as imagens em puro deleite, mesmo com o sofrimento a que a família está exposta. Baleia, melhor personagem de todos.

A justificativa para o famoso crítico perder o posto no jornal é pífia, bem como seu mirabolante plano de reater tal prestígio (e ainda tem um quadro em pintura para reaver). O que há em comum tanto na derrocada do protagonista como no plano de volta por cima, usando uma mulher, é o gatilho de tensão sexual, que é muito mal filmado. Como resultado, um filme frio, salvo pelas atuações competentes, mas cujo roteiro nunca empolga.

O filme é construído para ser bem claustrofóbico, com um jantar onde o clima de tensão e romantismo irá se confundir, tendo como núcleo a personagem da Meghann Fahy, dividida entre fazer "o que tem que ser feito" com seu pareiro de mesa ou encontrar saídas para a situação encurralada. Ver o triler aqui pode acabar com a experiência genuína de certos plots, e tem vários, com os protagonistas conduzindo e cercando a moça, sem sabermos ao certo quem. É bem divertido, por mais que seja esquemático.

Ele tá certo, errado está quem deu alta. (OBS: Cronemberg domina absurdamente a narrativa, a ponto do mundo delirante que vemos ser completamente inteligível).