Lupas (1902)
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Jason Statham faz um personagem comunista contra o sistema burguês, a começar pelo nome do filme, "a working man", que seria "o operário". Um trabalhador braçal desiludido pela outrora vida militar, já longe de tal aparelho ideológico de repressão estatal. Quando bandidos russos sequestram a filha de um amigo, ele aceita fazer o resgate por pura ideologia de classe, e não aceita o dinheiro que lhe é proposto: visa dar uma lição tardia da guerra fria para os companheiros que subverteram a lógica
Alan Nina | Em 29 de Março de 2025.
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O desenvolvimento da relação do querido protagonista com sua musa é muito simpático e bem feito, e já nos primeiros segundos você fica envolvido com eles. Depois o filme vai mudar o tom para uma ação de perseguição aos criminosos, pondo o herói, que padece de uma doença em que não sente dor, nas mais absurdas situações sádicas para aproveitar de forma espetacularizada sua condição E lá pelas tantas o roteiro se perde, com o homem capaz de sarar e de estancar hemorragias provenientes do exagero.
Alan Nina | Em 29 de Março de 2025.
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"Ah, mas na minha época não tinha isso". Alguém avisa? É basicamente uma pornochanchada LGBT em plena década de 1980, com direito a muito nude frontal (até cena de mijo), algumas participações especiais bem interessantes, mas com um fiapo de roteiro. É um time sobre um time de futebol onde há muito pouco de futebol e muito mais sobre sexo e descobertas, vale pela intenção e por enfrentar a rigidez dos corpos em um filme produzindo antes da abertura democrática.
Alan Nina | Em 29 de Março de 2025.
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Até gosto do tom sem pressa, e da pegada meio crua do roteiro, que está interessado nos efeitos mais psicológicos e sociais do que no quesito físico (o CGI está bem abaixo da média, mas ainda sim ok). O grande problema é que não há muito conteúdo para mostrar, o roteiro vai insistindo para tirar leite de pedra, com as resoluções se encaminhando de forma distanciada. Assim, todo argumento se fragiliza numa história perdida, mas com grande potencial.
Alan Nina | Em 29 de Março de 2025.
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Nada de novo sob o sol: ex-presidiário tentando se reinventar, corte de alguns anos para a presentar sua família, vulnerabilidade dos laços, máfia gigante, protagonista que lutará até a morte (sendo o próprio praticamente imbatível). Ao menos as cenas de ação tem graça, dado o fiapo de roteiro, e há um clima pesado, cujas atuações não se rendem a momentos de piadinhas como é de costume em longas como esse.
Alan Nina | Em 29 de Março de 2025.
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Já não acho a Saoirse Ronan tudo isso, e fazendo um personagem mala então, é uma tortura. Alcóolatra e com zero grau de empatia para lidar com seu relacionamento, lá pelas tantas a personagem se permite viver num retiro para "se encontrar", e tudo que há de melhor aqui se refere à natureza, porque em termos de conflitos socias o filme realmente deixa a desejar, com uma edição no mínimo duvidosa. Talvez a geração Z se importe, tendo em vista essa falta de perspectiva latente misturada com drogas
Alan Nina | Em 26 de Março de 2025.
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Os filmes orientais estão pegando o que há de melhor no cinema do Ozu, com aquela construção intimista que diz muita coisa no seio familiar, e cheia de afetos mas também com a realidade batendo à porta, com o tema do luto sendo bastante transversal. Assim, a relação do neto que inicialmente tinha motivações mais torpes, vai cedendo a uma humanidade que somente poderia vir dessa aproximação entre eles. Sem surpresas, o final ratifica os ciclos da vida. Belo.
Alan Nina | Em 26 de Março de 2025.
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Shiori Ito consegue capturar em imagens seus percalços para levar a cabo o crime que sofrera, num ambiente completamente civilizado e ainda assim inóspito às mulheres. O que me incomoda é o quanto as vozes femininos não apenas não são levadas à sério, mas precisam de algo "espetacularizado", o que é uma forma quase de resistência e para se fazer ouvir. Também achei que o documentário menosprezou a produção de provas durante quase toda a sua projeção, tanto que a testemunha é peça chave
Alan Nina | Em 25 de Março de 2025.
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Pascal Plante consegue criar a atmosfera necessária de um julgamento envolto de obsessão, desde a primeira tomada. Tudo é conduzido com muita cadência e charme, com a câmera se posicionando na protagonista quando necessário, em uma trilha que dá o tom do suspense. Toda a discussão do crime em si é passada rapidamente, bem como dos detalhes cibernéticos, uma vez que se trata de uma história cujo criminoso transmitiu o ato na deep web. Poderia se aprofundar um pouco mais nesse universo.
Alan Nina | Em 25 de Março de 2025.
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Esperava algo pior, e o começo do filme quase combina com minhas expectativas: começa afirmando que a trajetória política não é sobre contexto, e sim sobre grandes personagens, e todas as mais de duas horas irão afirmar o contrário dessa ideia inicial, provando que o filme é de fato ideológico e uma propaganda descarada dessa figura controversa do partido republicano. Com cortes muito duvidosos e atuações caricatas, ainda resta o filme uma alma que me pegou em cheio: radiografa o conservadorismo
Alan Nina | Em 24 de Março de 2025.
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É absolutamente impressionante a capacidade de registro e o discurso político que as "imagens em movimento" são capazes de criar. Oscar de documentário merecidíssimo, com uma potência e clareza discursiva que impressionam. Embora eu acredite que a categoria merecesse um aparo didático maior, por exemplo, situando e resgatando historicamente o conflite árabe-israelense, para não parecer algo episódico, o recorte espaço-temporal também é muito bem vindo nesse tipo de projeção, eternizando a luta.
Alan Nina | Em 24 de Março de 2025.
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Uma boa surpresa esse live-action, bem melhor que a média dos estúdios Disney. Alguns números musicais funcionam bem demais, especialmente aqueles com os anões, que estão super fofos. Achei a protagonista e a antagonista muito bem em seus respectivos papéis, mas o texto é realmente bem didático, mas é bem interessante, com resgate do material original, rimando as falas (assistir legendado vale muito), de modo que o encantamento permanece, de uma fábula que atravessa gerações.
Alan Nina | Em 22 de Março de 2025.