Lupas (131)

Não é por nada, mas filmes assim só aumentam a visão mundial preconceituosa sobre o Brasil: uma imensa floresta cuja capital é o Rio de Janeiro.

Normalmente, qualquer pessoa que ousasse interpretar a beleza física junto à imaculada Monroe seria instantaneamente engolida. Jane Russel provou ser uma exceção. Foi madura, segura e mais inteligente em cena que a própria "Loira".

Ensina valores sem ser chata e é revolucionária, sem ser artificial. Todas as atuações são emocionantes e verdadeiras. Obras como essa são seculares. Esse foi o tempo em que o cinema podia contar com a inocente mente infantil. Contudo, hoje..

Especialmente feito para os insones. Um filme, quando opta por ser lento e minucioso, precisa ser mais que inteligente.

Falhou, falhou e falhou. O livro está a eras de distância na qualidade e, principalmente, simplicidade. O bom senso ficou por fora ao construírem essa adaptação, resultando em algo piegas e artificial. Em suma, é a mania de priorizar o lúdico.

Para mim, essa obra ainda continuará sendo "o filme que roubou o Oscar de Cidadão Kane". Excetuando-se a atuação de McDowall e poucos momentos interessantes, todo o filme é uma chatice. Não vi propósitos na estória, tudo é muito frágil e cansativo.

Achei inoportuna a participação do diretor no filme. Todavia, uma guerra interior assola um cidadão tido como comum, deixando o público impressionado. Não é preciso reafirmar a capacidade de De Niro em colocar veemência em cada átomo de interpretação.

Houve a cena famosa do beijo na praia e pronto. Nada mais no filme é atrativo, impactante ou emocionante. Todo o resto é uma falação sem fim. Sem a menor dúvida, o elenco foi muito bom para um filme de baixo nível.

Em geral, melhor entende a magia de um filme quem está ou esteve vivendo algo parecido. A cinefilia tem muito a ver com a "catarse". Uma frase tocou-me profundamente durante a trama: "É como se o amor fosse uma droga que eu não posso mais tomar."

Marion Cotillard mostrou tão magistralmente a vida de Piaf que as imperfeições do filme tornaram-se meros adornos da história do "rouxinol francês". É impossível não se ajoelhar diante dessa interpretação inebriante e detalhista.

A maior personagem de Anne Baxter. Eve deixou um grande legado para as "certinhas" da posteridade.

A atuação do veterano Stewart não foi tão convincente. No geral, o elenco está inseguro e a obra tem muitas fragilidades escondidas. Percebe-se isso com mais clareza no final, o qual soa um tanto improvisado.