Lupas (929)

Uma aula de narrativa, de amarrar bem todos os pontos da história, e ao mesmo tempo saber dar coração a ela, fazer com que nos importemos e que, mesmo quatrocentos anos depois, continue atual na mensagem.

Veste com orgulho aquela carapaça de filme de herói clássico, com personagens bem definidos e com funções úteis ao desenvolvimento do roteiro, que é absurdo o suficiente para não ser levado a sério e fazer o público rir. Dos melhores da Marvel.

O encerramento desta besteira que Trier fez; um chamado soft porn, que na verdade filma muito melhor a dor do que o prazer. E o perfil da Ninfomaníaca? Sobrou muito pouco para este episódio 2. Tem clima, mas inacreditavelmente falta conteúdo.

Copia Rocky descaradamente, mas é tão simpático, inocente e empolgado que não dá para não dar certo crédito. Tem a alma dos clássicos juvenis oitentistas, com direito a animatronic e tudo, então não tem como não ter certo apego sentimental.

A mensagem pode até ser rasa perto de outros filmes de Holocausto, mas o modo como foi filmado, com planos belíssimos e sufocando seus personagens nos cantos da tela a todo instante, fazem de Ida uma obra a ser lembrada.

Resnais despede-se do cinema novamente flertando com o teatro em um filme que diverte em cima do trágico dos relacionamentos. Seria o diretor o moribundo, aquele que mais se diverte, mesmo sem aparecer em cena?

É um filme pesado que certamente não funciona sozinho (e nem foi pensado como tal), mas até aqui soou gratuito, raso demais no tema principal (e complexo em devaneios) e com Uma Thurman roubando a cena. Até o sexo, que é o real foco, é decepcionante.

Aponta o dedo para todos os lados: quem produz o sensacionalismo, quem divulga e quem consome. Nessa salada, uma ótima fotografia e um Jake Gyllenhaal mais uma vez completamente tomado pelo personagem, mas em um filme que nunca decola de fato.

História episódia chatinha que poderia bem ser uma série ao invés de um filme. Como arte nulo, como entretenimento, por vezes diverte, por vezes dá sono. O que é uma pena, porque Logan é um puta personagem.

Não tenta ser mais do que um filme de herói, e dos bons. Animação forte, fluente, onde a Disney volta a dialogar com dor de perda, mas ao mesmo tempo elétrica, colorida, engraçada... Adorei!

A câmera como cúmplice, mas também como acusadora; o perfil de um homem que cede aos seus instintos, mesmo tendo noção de que são errados. Impulso ou desculpa? Ferrara condena, mas acima de tudo, traça um perfil e tenta entender seu viciado em sexo.

Adaptar Saramago para o cinema nunca é uma tarefa fácil, mas Villeneuve mantém sua regularidade em um trabalho que foge do óbvio, faz pensar e discute o tema da identidade como poucos filmes atuais. As metáforas vão afastar muita gente...