Lupas (799)

Mais uma vez, uma obra com belíssimos planos. É um tanto fácil se desconectar do filme e da proposta de Green, mas mora ali - no cerne desse material, uma interessante mensagem familiar, além de uma discussão menos explícita sobre palavras e símbolos.

Ainda que alguns pontos de sua trama - e especialmente dos seus vilões - pudessem ser melhor desenvolvidos, o interessante uso da montagem não-linear e algumas sequências aterrorizantemente realistas fazem valer a conferida.

Mesmo que a trama não seja propriamente sensacional, a direção magistral de Reed e a ótima fotografia compensam isso - e muito mais. Destaque também para a ótima trilha sonora. É, de fato, um dos melhores exemplares de seu gênero.

Não tem luz própria. Passa a maior parte do tempo reverenciando o original sem que consiga desenvolver satisfatoriamente alguma justificativa para sua existência. Nem mesmo o esforço do elenco ou seus bons momentos cênicos preenchem esse vazio.

Apesar de nem sempre encontrar o equilíbrio ideal entre 'jump scares' e manutenção da atmosfera de tensão, "It" possui uma ótima dinâmica entre as crianças, um punhado de belíssimas cenas, bons elementos dramáticos. É de passar a sessão inteira tenso.

Mais bonito no plano das ideias do que em sua própria execução, com um punhado de cenas equivocadas, ainda que com belos momentos. Ou seja: todo o jeito de "debut" de alguém com potencial que ainda não se encontrou. Boa trilha sonora.

A direção de arte e ambientação exagerada trazidas por Burton continuam funcionando - dessa vez, ainda mais primorosas. E os coadjuvantes fazem a festa: DeVito e Pfeiffer em performances memoráveis e eternizadas. No entanto, faltou um roteiro melhor.

Impressionante como alguns momentos quase vergonhosos fazem um filme com belos momentos quase ir para o buraco. Diálogos fracos e sequências engessadas contrastam com momentos de muita sensibilidade, boas atuações e uma direção segura. Uma pena.

Um mar de erros e acertos. Rezende acerta em uma direção minuciosa sempre em busca de composições visuais ricas em significado, ao passo que o roteiro sabota alguns momentos com diálogos mal polidos. Ao fim, bom mergulho nos anos 80 e na força da imagem.

Florence Pugh é de uma força sobrenatural em cena - evitando os caminhos fáceis de interpretação que sua personagem poderia trazer. Ainda que fique a sensação de que o material permitia ir além, trata-se de um grande estudo de personagem.

O roteiro peca pela displicência em certos momentos e cenas que poderiam ser maiores se diluem em uma aparente falta de atenção aos detalhes. Paralelamente, sequências eminentemente épicas e a força inerente à trilogia em si sustentam seu capítulo final.

Se insere nessa retomada (e bem-vinda) onda do gênero, em que a atmosfera e a tensão psicológica se sobrepõem aos sustos fáceis e estrutura simples. Possui aspectos louváveis em seu desenvolvimento, ainda que não seja um material propriamente destacável.