Lupas (799)

A parte técnica impressionante e o rico arcabouço psicológico da trama apenas adicionam à habilidade de Lang na construção de planos. Ainda que se alongue demais em alguns momentos, "M" é um filme a ser visto, revisto e estudado com atenção. Atemporal.

Uma jornada ensandecida de comentários humorísticos e ácidos sobre um futuro/presente hiperbólico. Uma brilhante salada mista de Kafka, Orwell e outras famosas distopias com um toque bizarro de Gilliam, ainda que lhe falte um pouco de senso de edição.

Se ampara demais em sustos fáceis, CGI e trilha sonora intrusiva, como boa parte do terror estadunidense. Paralelamente, nos parcos momentos em que tenta sair desse lugar comum, utilizando, sobretudo, iluminação e elementos cênicos simples, até se dá bem.

O roteiro dá uma bela embananada no último ato e quase coloca tudo a perder, mas é divertidíssimo acompanhar a proposta de Wright e seu exercício com uso da música e da montagem. No mais, absurdo e empolgante, como um bom 'blockbuster' de verão deve ser.

O excesso de personagens atrapalha e impede o filme de alçar voos mais altos. Ainda assim, a linguagem e ritmo movimentado de Ritchie são deliciosos de acompanhar e geram momentos de pura diversão. Um filme com a cara dos anos 90 (ainda que de 2000).

Dutra filma com extrema sabedoria, conduzindo as ótimas discussões sobre medos e falta de comunicação/diálogo em um relacionamento trazidas pelo roteiro com destreza e sensibilidade. Mesmo a narração em 'off', por vezes intrusiva, não chega a atrapalhar.

DePalma transforma aquilo que poderia ser um filme de máfia comum, no qual os 'mocinhos' enfrentam os 'vilões', em algo maior e muito mais impactante. As cenas no apartamento e na estação de trem são memoráveis. E ainda tem Morricone para complementar.

O roteiro não funciona, mas Carpenter consegue extrair dele um punhado de bons momentos e uma razoável dose de diversão. Ótima trilha sonora.

É um tanto difícil entrar no filme - até porque a intenção parece ser muito mais desnortear o espectador a partir de uma estética pouco ortodoxa e bizarrices que retorcem o cinema enquanto arte. Quando funciona, é lindo. Mas nem sempre funciona.

Sofre para encontrar um caminho em sua jornada tragicômica sobre o luto e o processo de assimilação da perda. Alguns bons momentos compensam o todo irregular - um tanto anêmico pela falta de coesão e organização.

Ozon conduz com sabedoria a trama, utilizando a delicadeza e sensibilidade necessárias para dialogar com temas como a dor da perda, cicatrizes do passado e a dicotomia belicista ainda imperante no pós-Guerra. Belo filme.

O pior de toda franquia. Não consegue sucesso na reflexão filosófica que Scott vem tentando produzir desde "Prometheus", muito menos como filme de horror. No geral, fica em uma posição de mediocridade e representa um desperdício do talento de Fassbender.