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Críticas

Casa de Alice, A

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A concepção de família perfeita é vez ou outra abordada em filmes americanos de caráter infantil. Enquanto isso, parece que películas independentes de custo baixo, já optam por mostrar a realidade nada floral dos conflitos familiares.

Em "A casa de Alice" não é diferente. Aqui é demonstrado exatamente o cotidiano de uma família problemática. Tema este pouco explorado no cinema nacional.

Neste filme de Chico Teixeira, não vemos uma estória concreta, com um objetivo certo, nem sequer uma mensagem definida. Não vemos solução de nada, nem julgamentos, muito menos apologia a alguma coisa. O filme é simplesmente um retrato cru e assustadoramente real de uma família suburbana brasileira.

Alice não é exatamente uma protagonista, mas sim um ponto de referência. Sua casa, a rotina da família, costumes, trejeitos, distintas personalidades, relacionamento, tudo é mostrado no filme sem um foco, entretanto, tudo é muito bem explanado, tornando o clima angustiantemente verossímil.

Impossível não se identificar com algo no filme em algum momento. Constantemente somos apresentados à situações já conhecidas no âmbito famíliar, mas que são pouco pronunciadas. É como se fosse a revelação do que há de mais obscuro no comportamento de qualquer família.

Carla Ribas dá intensidade à Alice. Sua interpretação está nitidamente compenetrada e convincente.

Alice vive de forma silenciosa muitos dos conflitos que uma mãe de família possa enfrentar. Ela presencia a ruína de seu casamento, mesmo lutando pelo contrário; o fracasso de sua autoridade maternal para com os filhos já rapazes; entre outras situações em que ela, sem controle, se encontra. Por fim, como uma espécie de refúgio, resta para ela a presença de suas colegas de trabalho do salão de beleza, e a companhia de sua introspectiva mãe, que vive à espreita de tudo o que está ocorrendo.

E por falar na mãe, esta por não ter outro recurso, convive, totalmente desconfortável, com a indiferença e a dependência doméstica dos netos e do genro, em meio a uma solidão mais do que subjetiva. Um trabalho de primeira feito por Berta Zemel.

O filme é sem dúvida bom, não por ter uma estória envolvente, mas por ser a projeção mais realista que já vi. Não se vê ali atores, mas pessoas comuns.

Uma casa composta de pai, mãe, avó e três filhos, que ao invés de fortalecer a estrutura, simplesmente resulta-se num ambiente depressivo e inóspito.

Os personagens estão mais próximos de nós do que imaginamos. Qualquer produção Hollywoodiana seria incapaz de retratar uma atmosfera tão natural como foi feito em "Alice".

Com certeza, "A casa de Alice" não é um mero entretenimento. O espectador fica incomodado com a falta de esperança que é apresentada no roteiro. E ainda assim, a trama é surpreendente!

É o tipo de filme para se ver apenas uma vez, e então, refletir sobre todos os aspectos da vida, buscando, quem sabe, desviar-se de tudo que foi apresentado ali.

Vinicius Zinn, como o filho mais velho Lucas, foi o grande achado do filme. Dono de um talento visível, ele hoje se aventura numa série brasileira da TV paga, ironicamente entitulada de "Alice" (que não tem nada a ver com o filme).

Como um apanhado geral, o filme apresenta com sutileza, a pedofilia, o incesto, o machismo, e a prostituição, porém, de forma mais gritante, somos deparados com a traição, os roubos familiares, a intolerância, a hipocrisia e o egoismo. Tudo presente em apenas uma família...

... que poderia ser a de qualquer um.

Críticas

Herói

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Praticamente todo mundo já assistiu a algum filme de artes marciais ou, pelo menos, já ouviu falar de astros como Jackie Chan, Sonny Chiba, Bruce Lee e Jet Li. Porém,este gênero, que foi muito popular e produziu bons filmes nas décadas de 1970 e 1980, assistiu a um declínio na década de 1990. Após o sucesso de O Tigre o Dragão de Ang Lee, em 2002 o cienasta chinês Zhang Timou lançou aquele que parece o ser o melhor filme a unir drama e lutas: Herói.

A história se passa a quase 2000 anos, na China Antiga, quando o país estava dividido em vários reinos. O rei de Qin procurava dominar todos os outros reinos e estabelecer um império, porém 3 assassinos constantemente atrapalhavam seus planos. Eis, então, que surge um guerreiro desconhecido (Jet Li) alegando ter derrotado os 3 assassinos em combate. Porém, nem tudo que o guerreiro conta parece ser a verdade.

O roteiro é primoroso, assim como a fantástica direção de Yimou. O filme é muito poético e filosófico, além de ser belíssimo visualmente. Há várias reviravoltas na trama, muito bem construídas e que não atrapalham em nada o espectador.Este, aliás, fica deslumbrado com a beleza das paisagens, dos figurinos e da fotografia. Há muitos detalhes no filme, como ouso das cores: a cada cor predominante (vermelho, azul, branco ou verde) corrsponde o sentimento interior dos personagens.

Aliás, é muito comum neste tipo de filme os personagens serem muito superficiais, Porém, em Herói, todo o elenco dramatiza e procura a essência desses personagens. Jet Li surpreende, em uma das melhores interpretações de sua carreira. Os competentes atores chineses Tony Leung e Maggie Cheung, que vivem respectivamente os assassinos Espada Quebrada e Neve Voadora, também demonstram muito talento. Zhan Zihy, famosa por ter participado de O Tigre e o Dragão, também está no elenco como Lua, discípula de Espada Quebrada.

Tecnicamente, o filme é impecável. Desde figurinos e fotografia, que já citei, até a maravilhosa trilha sonora que embala as cenas. A música, aliás, é de ficar no ouvido e no coração aós o término do filme. As lutas são muito bem coreografadas, e algumas se passam na profundeza das mentes dos personagens, com imagens belíssimas construídas pelo direotr. Destaque para o confronto que se dá no lago, uma das seqüências mais belas já cridas no cinema.

Enfim, Herói talvez seja o melhor filme de artes marciais já feito. O filme é praticamente perfeito em tudo: roteiro, direção, elenco, arte, compondo um filme profundo e poético. Parabéns ao diretor Zhang Yimou por essa aula de cinema, esta obra de arte belíssima com que ele nos presenteou.

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Estranhos, Os

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A maior pretensão de "Os Estranhos" foi tentar passar a imagem (descarada e enganosa) por meio de seus créditos que o filme é baseado em fatos reais. No mais o filme só tem um único objetivo: tentar atrair a atenção do público.

Menos mal já que pra isso, parece não importar que aspectos importantes passem desapercebidos.

Um roteiro simples que cai no desgaste devido as inúmeras películas similares, apresenta um casal, interpretado por Liv Tyler e Scott Speedman.

O casal chegam de uma festa, numa casa aparentemente comprada para férias, a qual pertence ao pai de James, personagem de Scott. Ambos frustrados com o desconcertante fato de ter havido um pedido de casamento por parte de James o qual não foi aceito por Kristen (Liv), eles discutem o rumo de suas vidas. Logo, de forma bem objetiva, começam a ser importunados por uma estranha garota do outro lado de sua porta questionando a presença de alguém ali, que eles desconhecem.

O clima que muitos descrevem como realista e tenso, eu apresento como monótono e longo (por mais que a duração sejam míseros 85 minutos).

O filme erra em deixar esperar tanto para começar o clima de suspense, afinal, só temos, à princípio, dois personagens que, por sinal, estão tão chateados que quase optam pelo silêncio total. Ou seja, nada interessante.

Quando Kristen (Liv) fica sozinha, começam as aparições de figuras estranhas na casa. Um homem, uma mulher e a tal jovem da porta, com máscaras assustadoras, aterrorizando a personagem de Liv Tyler, entrando e saindo da casa sem que se possa impedir.

O evidente objetivo, por parte dos estranhos, de assustar a vítima antes de tentar qualquer coisa, dá lugar aos clichês que tomam conta da situação.

Na realidade não há como saber ao certo qual será a reação de uma pessoa ao se deparar com tal situação da personagen de Liv, então o diretor Bryan Bertino opta pelo comportamento batido da "mocinha" que começa por desespero agir insanamente, saindo da casa e protagonizando cenas risíveis em tentativas previsíves de escapar.

"Os estranhos" não apresenta nenhuma novidade. O final quase padrão do momento (vi um igualzinho recentemente em "Violência gratuíta") só irrita.

O pior é ver que o filme ficou sobre o encargo de Liv Tyler, que apesar de não estar ruím, não tem carisma suficiente para atrair atenção à trama.

Agora, algo quase cômico é ver Scott Speedman numa tentativa infeliz de transmitir tensão.

A atmosfera aterrorizante que se tenta criar com Liv sendo cercada por estranhos mascarados, que não se sabe nada deles, nem sequer vemos seus rostos, é frustrada pelo sensação de "deja vu" barato que há nessa película.

Totalmente fraco e exaustivamente explorado, o tema cai no fiasco.

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Curioso Caso de Benjamin Button, O

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O Curioso Caso de Benjamin Button é uma fábula, e deve ser tratada como tal. Os que se preocupam com o visual fantástico (mas não exagerado, como alguns comentam por aí), ou a história inverossímil, não aproveitarão a grandiosidade da obra em sua totalidade. O diretor David Fincher (dos aclamados Seven, Clube de Luta e Zodíaco) e o roteirista Eric Roth (do clássico Forrest Gump) criam uma história lindíssima, emocionante, inesquecível. Com certeza, esta é uma produção que ficará na memória de muitos espectadores, não pela beleza, mas pela lição de vida que ela triunfantemente passa. Afinal, toda fábula precisa de uma.

Indicado a treze Oscars, é favorito em pelo menos metade. E com razão. É um filme trabalhado meticulosamente em todos os seus aspectos, desde a direção segura de David Fincher, o roteiro genial (e quase perfeito) de Eric Roth, o elenco espetacular (Brad Pitt e Taraji P. Henson brilham, e Cate Blanchett, mesmo com um personagem desinteressante, se esforça ao máximo), a trilha sonora agradável de Alexandre Desplat, a fotografia excepcional do chileno Claudio Miranda, e a maquiagem (favorito ao Oscar de Melhor Maquiagem). A produção nos envolve tanto, que as quase três horas de duração passam mais rápido que a de um filme de uma hora e meia. É a magia de David Fincher em transformar o longo em prazeroso (Zodíaco, seu trabalho anterior, prova isso).

Para os que não sabem nada da história, uma breve sinopse: em New Orleans, Benjamin (Brad Pitt, no melhor momento da carreira, talvez), abandonado pelo seu pai que o considerou uma “aberração”, nasce velho, e ao passar dos anos, rejuvenesce. Sim, o contrário de “nós”. Acompanhamos então a vida dele, cada momento, cada descoberta, cada amor (principalmente Daisy, interpretada pela Cate Blanchett)... E consequentemente, a morte daqueles que conviviam com ele. Uma premissa tão simples (e original) quanto Forrest Gump. E como ele, o desenvolvimento se sobressai. O jeito que os personagens se relacionam, os acontecimentos que os envolvem... Do fim da Primeira Guerra até a destruição provocada pelo Furacão Katrina, somos envolvidos do início ao emocionante fim.

O roteiro de Eric Roth erra em pouquíssimas partes. O principal é dar preferência ao relacionamento entre Benjamin e Daisy. A personagem interpretada por Cate Blanchett é desinteressante ao extremo, clichê, e sem nenhum atrativo especial (só a beleza, para os safados de plantão). As cenas entre os dois, que não são poucas, são cansativas e muito comuns, caindo numa sensualidade desnecessária e não sensual (que??!!). O relacionamento apenas se torna interessante e aceitável nos últimos minutos, quando o romance dá lugar ao drama.

Outro erro é a rápida passagem de alguns trechos. A Segunda Guerra Mundial no filme é mais rápida que uma guerrinha de giz em escolas. Não se dá a devida importância a alguns personagens interessantíssimos (leia-se: mais que a Daisy), e suas histórias pessoais não são exploradas (e quando são, apenas superficialmente). De fato, se o incômodo relacionamento entre Benjamin e Daisy desse lugar ao desenvolvimento de outras sub-tramas, o roteiro alcançaria a perfeição.

Se o lado ruim incomoda, parte dele, ao menos, é ofuscado pelo brilhantismo dos diálogos. Divertidos, curtos, diretos, mais visuais. A complexidade está presente em apenas algumas frases individuais, que surgem apenas quando necessário. A narração só ajuda a entrarmos na mente de Benjamin. Em certas cenas, recursos inteligentes são usados, mesmo que às vezes, pareçam distantes da história principal. Mas como comentei anteriormente, é tudo uma fábula, uma fantasia.

A beleza reside tanto em diálogos quanto no visual. A fotografia apresenta os melhores e mais bonitos planos, afastando-se do confuso, e focando-se no lindo. Colorido, quase uma pintura, e visualmente não cansa. A trilha sonora também é agradável. Não memorável, mas excelente ao ser fantasiosa e calma. E a maquiagem se destaca. Ver um Brad Pitt assustadoramente velho, e uma Cate Blanchett lindíssima e jovem, para depois os papéis se inverterem, demonstra o cuidado que a equipe de maquiagem tomou minuciosamente em cada detalhe.

O grande destaque mesmo é Brad Pitt. Colega pessoal de David Fincher, os dois se reúnem novamente. Agora, ambos mais maduros. Brad Pitt dá um show de interpretação, e passa uma emoção e um carisma ao personagem, que equivalem até mesmo ao Forrest Gump. É engraçado ver a inocência e a “era das descobertas” nos olhos de um Brad Pitt velho em aparência, mas novo no interior. O ator conseguiu captar perfeitamente os momentos mais importantes da vida do personagem, e transmiti-los ao espectador, que se sente emocionado e interessado por ele. Provavelmente, não vencerá o Oscar. Mas por ter sido indicado, já é uma grata recompensa por seus esforços.

Cate Blanchett, sempre uma excelente atriz, não decepciona aqui. Esforçada, assim como Brad Pitt, muda seu personagem ao passar dos anos. A juventude e a animação dão lugar à maturidade e à ponderação. O problema mesmo é a personagem, que se torna interessante só nos trinta minutos finais, quando a platéia já está cansada de tantos beijos e blá-blá-blá romântico.

Queenie, interpretada pela Taraji P. Henson, é, em minha opinião, a personagem mais verossímil da obra. Responsável por adotar Benjamin quando este é abandonado na porta de seu asilo, Queenie infelizmente é muito pouco desenvolvida, e com alguns minutos em tela, envolve o espectador, que se simpatiza facilmente com ela. Sempre alegre, preocupada, trabalhadora, é a figura de uma mãe cuidadosa e dedicada.

Os outros coadjuvantes também estão muito bem no filme. Tilda Swinton (que ganhou um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por Conduta de Risco), por exemplo, interpreta um rápido caso amoroso de Benjamin, e cá entre nós, muito mais interessante, pela personagem ser mais simpática e misteriosa. Elle Fanning (sim, a irmã da famosa Dakota Fanning) interpreta Daisy quando criança (bem mais interessante do que quando ela é adolescente ou adulta), e apesar de aparecer (MUITO) pouco, terá provavelmente mais oportunidades valiosas em sua carreira devido a este papel. Dos outros, não há nenhum destaque, mas pelo menos, funcionaram no contexto da obra, e não decepcionaram.

Pouco escrevi de O Curioso Caso de Benjamin Button, mas o essencial está aí. É um dos filmes mais bonitos de todos os tempos, um dos melhores do ano (mas não melhor que Wall-E, vejam bem), com atuações impecáveis, trilha sonora e fotografia excepcional, ótima direção e roteiro, e um dos finais mais emocionantes de todos os tempos. Peca em alguns aspectos irritantes, mas nada que tire a grandiosidade que essa maravilhosa produção ostenta. Imperdível, emocionante e completo pelo fato de vermos todo o mundo girar em torno do personagem. É basicamente uma história sobre a vida, de como mudamos ao passar dos anos. Uma obra-prima, que mostra que o cinema hollywoodiano pode sim renovar, mesmo baseado em um conto antigo.

Críticas

007 - Quantum of Solace

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"Cassino Royale" (2006) foi um filme tão bom, tão inovador, incrível e com atuações e tramas soberbas, que após assistí-lo eu já sabia que essa nova franquia não iria me decepcionar. Após algum tempo de ansiedade para ver o tal "007 - Quantum of Solace", finalmente estreiou (atrasado) nos cinemas da minha cidade. E saí da sala com um sorriso no rosto. Quantum of Solace não deixou a peteca cair.

Na trama, James Bond (Daniel Craig), traído por Vesper, a mulher que amou, 007 luta contra o impulso de tornar pessoal sua última missão. Em sua determinação de descobrir a verdade, Bond e M interrogam Mr. White (Jesper Chrinstenser) que revela que a organização que chantageou Vesper é muito mais complexa e perigosa do que seria possível imaginar. Informações forenses vinculam um traidor do Mi6 a uma conta bancária no Haiti, onde um erro de identidade apresenta a Bond a bela e agressiva Camille (Olga Kurylenko), uma mulher que já possui sua vendeta particular. Camille leva Bond diretamente a Dominic Greene (Mathieu Amalric), um empresário cruél e importante peça da misteriosa organização.

Para falar a verdade, como na minha cidade o filme atrasou, acabei por ler alguns spoillers. Depois de tanto tempo ansioso para assistí-lo, minha animação recuou. Sim, pois eu esperava algo tão soberbo quanto Cassino Royale. Mas os spoillers que li me deram um desânimo. Parecia que estavam fazendo de tudo para nos provocar e nos revoltar com a nova franquia de 007. Em Cassino, já nos apresentaram um James Bond totalmente diferente, para o desgosto de muitos e alegria para alguns (como para mim, que considero Daniel Craig o melhor Bond), fizeram um "reboot" da série, começando tudo do zero, e mexeram no Gunbarrel (que, para mim, ficou ótimo). Mas comigo ocorreu tudo bem, uma vez que todas as escolhas de Cassino Royale deram certo. Mas em Quantum of Solace já parecia provocação, pois, segundo o que eu lera, mataram um personagem que eu adorava, transferiram o gunbarrel para o final, a duração do filme era curta e retiraram a famosa frase de "Bond, James Bond".

Portanto, fui ao cinema um tanto receoso. Mas não tem jeito: essa nova franquia está de parabéns. Conseguiram acertar pela segunda vez nas mudanças drásticas. Para começar, o Bond de Daniel Craig: mais uma vez, arrebentando. Em "Quantum of Solace" e "Cassino Royale" ele está bem mais humano e fiél aos livros. A trama do filme foi bem interessante, e acertaram quando terminaram a película deixando que os telespectadores continuassem sem saber muito sobre a tal "Quantum".

Neste filme, temos muitas cenas de ação, como a perseguição em telhados logo no início, as cenas da orquestra, no clímax... Todas de tirar o fôlego.

Uma das únicas coisa que eu lamente do filme foi a morte de René Mathis (Giancarlo Giannini), um ótimo personagem e, arrisco eu, o melhor "companheiro" de Bond. Seu fim foi tão... Repentino, ridículo, que me desanimou um pouco.

Os spoillers desanimadores acabaram por serem ignorados, diante de uma película tão boa. Com excessão da exclusão da famosa frase "Bond, James Bond", pois foi uma tradição quebrada depois de 22 filmes. O gunbarrel voltou a ser o que era, porém, apenas transferido para antes dos créditos; a curta duração acabou por ser aceitada, pois o que importou mesmo foi o conteúdo, não a duração; e ainda temos a boa notícia que Bond de Craig "voltará a ser o que era", em relação ao humor britânico e elegância.

"007-Quantum of Solace" não deixou a peteca cair, e mesmo inferior ao seu antecessor, resultou em uma obra cinematográfica muito boa. Muitas pessoas não gostaram, mas eu creio que esta nova franquia ressucitou 007 da melhor forma possível, com as melhores tramas, fotografias, personagens e atuações. Nos resta, então, esperar que o 24° filme da série resulte em algo tão bom quanto seus dois antecessores.

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Invasores

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A refilmagem "Invasores" até onde sei, não obteve boas críticas. Até entendo, pois mesmo cada uma com sua peculiaridade e objetivo, são inevitáveis as comparações com as adaptações anteriores. Porém, quero neste comentário, olhar esse remake como algo singular.

Nessa ficção que pende para o suspense, temos a ótima Nicole Kidman que, depois do memorável suspense psicológico "Os Outros", mostrou que deveria investir mais em papéis do gênero.

Sua expressão é uma das melhores quanto a traspassar o pânico de um personagem. O que é muito explorado nesse longa dirigido por Oliver Hirschbiegel.

Infelizmente o roteiro não é dos melhores, mas o filme é uma diversão à parte. Nicole praticamente merece os créditos por grande parte do entretenimento.

Na sinopse vemos que após um acidente espacial, começam a ocorrer fatos estranhos, como algo resultante do mesmo.

Nosso mundo agitado e barulhento, vai tornando-se calmo, sem uma razão plausível. As pessoas parecem que tomaram vacinas à base de frieza e falsa diplomacia.

Carol Bennell, personagem de Nicole, como psicológa, passa a perceber a inexistência súbita de emoção por parte das pessoas ao seu redor. Até mesmo presenciando um suicídio em local público, as pessoas se mantém indiferentes diante de tal tragédia.

Daniel Craig, entra em cena como o Dr.Ben Driscoll, amigo de Carol. Ao especularem ambos a razão do comportamento incomum das pessoas, eles descobrem através de pesquisas um certo hospedeiro alienígena que está se propagando como um vírus entre os seres humanos.

A estória começa a ficar atrativa no momento em que Carol desvenda o fato de que quem foi infectado percebe quem está ileso através de seu comportamento expressivo.

A partir dessa premissa, passamos a ver o decorrer da trama sob a ótica de Carol.

A parte mais intrigante do filme e ponto alto para a atuação de Nicole, é exatamente quando ela vivencia os momentos mais tensos caminhando pela rua, reprimindo qualquer sinal de emoção, em busca de seu filho que está com o pai, possivelmente já infectado. E o mais incrível é ver Nicole simultaneamente apavorada, enquanto finge estar indiferente com os acontecimentos caóticos ao seu redor para não ser descoberta e contaminada.

A impotência, o medo, a preocupação com o filho sentidos por Carol, fazem com que Nicole seja a pólvora do filme, deixando Craig numa posição coadjuvante na mais pura essência de tal posição.

O maior erro do filme foi incluir uma criança à história, pois os momentos em que ela aparece são os mais batidos do longa. Já o grande acerto do filme é utilizar como a ameaça da vez, pessoas aparentemente comuns.

Sem excessos e mortes escabrosas, o filme consegue prender a atenção e deixar o espectador inquieto na cadeira.

Os problemas políticos e sociais são abordados como subtexto na trama. O que cai muito bem.

Diante dessa atmosfera aterradora e retesada, "Invasores" é diversão garantida.

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Guerra dos Mundos

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Longe de fazer qualquer comparação com o veterano "A guerra dos mundos" de 1953 - pois se assim o fizesse seria injustiça, devido ao espaço de tempo entre as obras - , o remake de Steven Spielberg apresentou um dos mais empolgantes filmes de ficção cientifíca dos últimos anos.

Há um certo favoritismo de minha parte em relação a esta película, exatamente por eu ser um admirador convícto do trabalho de Spielberg, creditado por causa do espetacular "Jurassik Park".

"Guerra dos mundos" é um filme impetuoso. A ação está constantemente presente, quase em rítmo de thriller.

A tensão é infiltrada aos poucos; os efeitos especiais, ainda que em algumas cenas se mostrem confusos, são notáveis. Sem falar nas precisas atuações que só temperam a trama.

Já o roteiro, na verdade, não é um exemplo de criatividade, assim como o tema não é inovador - invasão de alienígenas - , contudo, como um representante do gênero ficção, ele funciona e muito bem. Mesmo havendo alguns furos (salientarei pelo menos um logo mais), o filme cumpre seu papel como mais uma obra de Spielberg.

Ao contrário do sucesso "Independence Day", o blockbuster "Guerra dos mundos" não concentra seus ataques extraterrestres somente nos EUA. Desta vez, os americanos não são colocados como centro do universo, ou o único objetivo dos aliens. Ótima sacada quanto a este fato.

O filme capta também vários pontos antes ignorados em filmes sobre ETs: o foco na dor e no desespero das pessoas.

Nesta trama foram bem destacadas, e conseguimos ver de forma mais provável como seria a reação dos seres humanos ao serem atacados por criaturas de outro planeta. A curiosidade inicial das pessoas, o pânico em seguida, tudo retratado de forma bem convincente e real.

Acredito que os momentos iniciais do filme, em que se concetra todo o suspense em torno do que está por vir, é a parte mais atrativa do filme. O espectador fica vidrado no que está ocorrendo.

Raios caindo aos montes, tudo que é objeto elétrico deixando seu funcionamento normal, até o momento em que vemos o chão da cidade sendo rachado de forma violenta e inesperada, sem qualquer explicação. Então surge a primeira "nave" incinerando tudo que é pessoa com seus raios. Super envolvente!

O mais interessante é que em meio a tantos efeitos visuais e um rítmo acelerado, o clima sombrio toma conta da estória, não sintetizando o script em simples cenas de ação.

Quem agradece por tudo é a fotografia, que está magistral com seu ar obscuro.

No elenco temos Tom Cruise, que está sólido em seu papel, estrelando como o personagem Ray.

Elogiável a sua atuação segura e bem conduzida aqui. A melhor parceira entre Spielberg (direção) e Cruise (protagonista), com certeza!

Agora quem realmente rouba a cena como a neurótica e histérica garotinha Rachel, é o talento nato, Dakota Fanning. Ela que já provou sua versatilidade, aventurando-se entre tantos gêneros, como suspense, ação, infantil, drama e comédia romântica, agora prova que a euforia que envolve ficções científicas não a impediram de brilhar mais uma vez. Pra mim, a melhor atriz mirim da atualidade.

Tim Robbins faz uma ponta no longa, rápida, mas memorável.

O único que tirou o brilho do filme, não deixando que o mesmo fosse unânime no quesito atuação, foi o rostinho bonito (e nada mais que isso) Justin Chatwin, interpretando Robbie, o filho mais velho de Ray.

Com uma atuação indiferente, ele consegue manter a mesma feição o filme todo, quase como o insosso Steven Seagal.

O conflito familiar que existe entre o protagonista Ray, e seus filhos, Rachel e o adolescente Robbie, dá lugar também ao drama, sem cair no caricato, porém, não escapa do clichê.

Bom, como nem tudo é perfeito, um dos erros mais grotescos do filme se dá em seu desfecho. Como disse que iria citar, a maior falha do filme foi subestimar a inteligência da platéia. Por exemplo, ao mostrar as investidas dos extraterrestres contra à terra, que pareciam indestrutíveis com seus terríveis Tripods (suas naves gigantes em forma de tripés ), culminou-se no insucesso, exatamente porque as tais criaturas, que estiveram há anos escondidas no subsolo estudando o comportamento humano, não tiveram a capacidade de detectar o perigo em nossa água e em nosso oxigênio, ambos letais à sua sobrevivência.

Portanto, devido a furos amadores como este acima, o filme "quase obra-prima", cai na própria armadilha de sua finalização preguiçosa, ficando marcado apenas como uma mega produção-pipoca, não sendo nada mais que uma ótima pedida comercial para as horas de folga.

No mais, recomendo pelo entretenimento garantido. O que é indiscutível.

Críticas

Team America - Detonando o Mundo

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Um dos melhores filmes de 2004 e talvez um dos mais corajosos da década.

Sem nenhum pudor, com muita boca suja e cenas explicitamente violentas, Team America é uma demonstração de uma das palavras mais usadas no filme: liberdade. Sim, os criadores usaram e abusaram da liberdade nesse filme.

Referências nele são inúmeras: a começar pelo próprio gênero heróico de Hollywood: muito tiroteio, mísseis, artes-marciais, tecnologia e sentimentos amorosos misturados.

Especialmente, é uma referência à luta contra o terrorismo, onde o Team America representa os EUA como único herói no mundo interessado em derrotar o terror (por isso World Police no título).

Como se isso não bastasse, o filme deixa explícito o seu "eixo do mal" que repousa na figura da classe artística chique de Hollywood. Isso fica bem claro ao ligar os artistas no conjunto de seu "sindicato" ao comunista mais desprezível e lunático do nosso tempo: o ditador da Coréia do Norte. Isso foi uma crítica corajosa ao esquerdismo esquizofrênico que existe na maior parte de Hollywood. Figuras normais da militância como George Clooney e Danny Glover estão bem colocados lá. Michael Moore, claro, não podia faltar e não faltou. Está lá ele e seu ativismo quase psicótico.

Como os criadores não são tolos, despejaram também críticas ao Team América, dando um ar de equilíbrio ao filme. A principal crítica é aquele geito de ser onde eles destroem tudo para destruir o inimigo (o clichê da truculência muitíssimo bem colocado) e as mais que comuns acusações de que eles recebem patrocínio de organizações poderosas (enquanto os artistas recebem descaradamente uma mãozinha do comunismo poderoso da Ásia).

A arte praticamente chega ao clímax com as referências ao Kim Jong Il, o chefão da Coréia do Norte. Existe ditador mais excêntrico do que ele para retratar? Kim Jong Il, como um bom ditador comunista, é conhecido por ter tudo que exige, inclusive uma coleção com milhares de títulos de filmes, onde quem sabe até o Team America poderá ser encontrado. Kim Jong Il também gosta de promover e até protagonizar espetáculos de luxo e glamour e isso é retratado formidavelmente no filme.

A ONU também está no filme, junto com sua incapaz diplomacia inútil.

Por fim, não é só o enredo que é anti politicamente-correto, a técnica também é. O filme é todo feito com bonecos de marionete com muitos fios a mostra. Movimentos toscos e bastante pirotecnia comum substituem efeitos especiais refinados.

Uma comédia grossa e imperdível para quem tem cabeça forte e aberta.

Críticas

Quarentena

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A idéia de refilmar uma película nem sempre é algo sensato. Eu acredito que se não tem nada superior a acrescentar à estória, refilmar é desnecessário.

Realmente é mais do que fato que Hollywood só considera um filme como qualificado, quando ele é produzido em território americano, ou pelo menos, por concepção ianque.

O sucesso de público que obtiveram os filmes de temática "terror psicológico", foi o impulso para as excessivas cópias americanas inspiradas em filmes de origem nipónica. Ou seja, cópias americanizadas não são novidade.

O que é mais irritante nisso tudo é que, quase todas as refilmagens americanas de filmes bem sucedidos de outros países, são fracas e deturpadas, levando ao ridículo o tema.

Quando eu assisti "Quarentena" foi inevitável utilizar outro prelúdio para meu comentário. Não há como não ressaltar sua insignificância em relação ao roteiro matriz.

Propositalmente, talvez buscando trazer certa peculiaridade a esse remake, o diretor John Erick Dowdle, incluiu alguns fatos, alterou outros, realmente modificando um pouco a cópia do filme original, o terror espanhol "REC", sob a direção de Jaume Balagueró e Paco Plaza.

As mudanças que poderiam ser um ponto positivo para o filme, sairam "pela culatra". Com uma edição mais apurada, "Quarentena" apresentou pontos que em "REC" não vemos, porém, com isso os furos ficaram mais evidentes na trama. E a base para o enredo ficou mal ajustada. Além disso, conseguiu tornar o filme menos realista. O clima naturalmente claustrofóbico que o original apresenta, não ganha força em "Quarentena".

O foco de "REC" é basicamente o desespero dos moradores de um prédio em não conseguirem lidar com a situação de emergência que está os atingindo com a propagação de um vírus entre eles que os tornam "zumbis"; em "Quarentena" a narrativa dá lugar exatamente ao título: o isolamento das pessoas no prédio devido ao incidente viral.

"Quarentena" não consegue ser verossímil, como "REC". Nem a tensão do acontecimento, nem o medo dos moradores do prédio convencem no filme.

O maior feito do filme, foi escalar a atriz Jennifer Carpenter, para interpretar a protagonista Angela Vidal. Apesar de não ser ainda um nome expressivo em Hollywood, Jennifer consegue incorporar bem seus personagens. Ainda que force um pouco, ela consegue transmitir, até mais que Manoela Velasco (a protagonista de "REC"), que também é boa, o pavor do momento.

Jennifer Carpenter, através de sua feição, seu histerismo, a respiração ofegante e pesada, consegue compor uma Angela mais perturbada. Ela é a única peça que incrementa esse terror.

Seu bom desempenho para o gênero pode ser conferido também em "O Exorcismo de Emily Rose" e no seriado "Dexter".

Uma estória que poderia passar desapercebida conquistou platéias pela forma com que foi apresentada. A origem do vírus é mostrada de forma parca e não concreta, mas não prejudica o contexto. O decorrer da trama envolve quem assiste por seu universo escuro e sem solução. Entretanto, as modificações que foram feitas por "Quarentena", infelizmente não melhoraram em nada, o que acabou tornando essa adaptação inferior e dispensável. Conclusão: Sem dúvida, "REC" é o único que vale a pena ser visto.

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WALL·E

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"Eu não quero sobreviver,eu quero é viver"

Essa frase é dita já no ápce de WALL-E,quando já estamos cientes de tudo que o nosso planeta passa,e de todas as consequências causadas por nós.

Em uma tarde qualquer,um grupo de amigos decidiu se reunir para tomar um café,e criar a maior empresad e animação de todos os tempos.E foi nesse dia que uma série de idéias tomou a cada um que estava na mesa,foram tantas idéias maravilhosas,que realmente decidiram largar o café e fundar a maior empresa de animações já feita(podemos colocar depois da DISNEY,mas)E nesse mesmo dia WALL-E deu as caras e desde então vem sendo trabalhado até ser lançado no ano de 2008 pela empresa que decidiram entitular PIXAR.

E em WALL-E está quase o maior feito do grupo.Acredito que neste filme está tudo o que eles queria alcançar.A qualidade técnica é a maior e mais bem feita já vista por nós,meros seres humanos.O roteiro(como a maioria dos filmes da PIXAR)está perfeito,e a direção,pode ser considerada como a maior já feita no estúdio.

O enredo do filme é de certa forma apocaliptico.Acho que se Stanley Kubrick estivesse vivo ainda seris um de seus filmes preferidos,pois além de lembrar muitos seus filmes ,a animação da PIXAR te um caráter original perfeito e único.O nosso planeta é encontrado deserto,sem nenhuma forma de vida existente em nenhuma parte de nenhum lugar.E isso assusta ao espectador(pelo menos a mim).E todo esse imenso vasto planeta está vazio unicamente por causa do próprio ser humano.E apenas um único robô restou nisso que virou a terra.E o trabalho dele?Empilhar todos os lixos do mundo e empilhar,e empilhar ...

E um grande feito do filme é sua abertura.Perfeita.Mesmo sendo uma animação o diretor Andrew Stanton consegue um feito maravilhoso ,que é quase sempre convencer a platéia de que tudo visto existe e pareça real.E voltando a abertura,ele segue com a camêra mostrando primeiro toda a vasta imensidão e pilhas de lixo como se fossem prédios,e agente ainda não cai na real,e vai se aproximando ate nos apresentar a um dos ,ja cosiderado,maiores personagens do cinema:WALL-E.

Irei começar pelo roteiro,pois tudo que ieri contar daqui pra frente sera,na maioria dos casos consequências dele.Já de seu início revolucionou todas as formas conhecidas de animações em 3D da própria PIXAR,colocando 80% do filme praticamente sem nenhum diálogo.Pessoas menos afeiçoadas com o cinema,ou que só ligam pra namorar ou bagunçar no cinema,não gostarão de jeito nenhum do filme.Pois além de não conter em sua maioria diálogos,tem muita conscientização por trás dele,e além disso é mais profundo do que as demais animações.Nada que impeça as crianças de curtirem ela,afinal teve muito mais crianças que gostaram do filme do que adultos hipócritas que reclamaram dele.

Só o fato de o mundo estar coberto de lixo,já me incentivou a continuar vendo o filme pra ver até onde ele irira,e todo o resto me agradou mais que o normal.A profundidade contida no roteiro do próprio Stanton me arrepiou,a tempos que eu não via um roteiro tão original e fantástico.A concientização começa daí,o lixo.Nos ultimamente,pegamos o hábito de não ligar para o nosso planeta mais do que de costume.E simplesmente eliminamos lixo a todo instante sem nem pensar no que estamos fazendo.Jogamos lixo a toda hora,e vem os catadores que o levam para mais um lugar a ser jogado,onde ele fica lá,apodrecendo a cada dia e se tornando cada vez mais tóxico.O que assusta mais ,é que tem gente que viva dessa sujeira,catando e separando coisas para sobreviver,e certas vezes até a procura de comida.Daí já temos outra reflexão contida no filme,nós nos preucumamos mais com o lixo jogado do que com a pessoa que o cata pra seu consumo e uso.

Essas reflexões estão todas contidas em quase todos os momentos em que a terra é mostrada com WALL-E tentando reverter um problema que é impssível se reverter sozinho,sem nenhuma colaboração.Isso acontece todos os dias.Uma pessoa só tenta fazer com que outras não joguem lixo na rua,só que so ela não consegue fazer as outras pararem.

Mas WAAL-E não se passa só na terra deserta e completamente muda.Com a chegada de EVE(EVA em português)WALL-E nos cativa ainda mais , mesmo sendo um robô,se apaixonar por EVE.E é nessa ligação dos dois que o filme flui e evolui cada vez mais..e mais,deichando o espectador "derretido"em ver os dois discutirem e depois se apaixonarem aos poucos.

Mais uma das reflexões do filme e uma das mais importantes:o amor.Nós temos que parar de nos preucupar com coisas materiais e aproveitar as que não são,como uma pessoa que está bem do nosso lado e agente não da valor.E separar um único momento tão delicado e ao mesmo tempo importante:uma das minhas cenas preferidas,WALL-E pega uma caixa de um anel e nela esta um anel de diamantes valiozíssimo,mas ele joga o anel fora e pega só a caixinha.Agora diz se nós seres humanos não somos idiotas?Não adianta de nada um anel caro ,quando o que vale é o que nós sentimos.E a todo instante enquanto WALL-E passeia pela terra ,são jogados na nossa cara o tanto de coisas que agente dá valor e que não adianta de nada,como um carro ou um geladeira,quando em um mundo devastado o mais importante é uma simples planta.

Depois de muito se passar no planeta terra,a aventura nos leva até uma nave longínqua no espaço,onde se localizam todos os seres humanos,que,por meio de um programa do governo ,foram mandados ao espaço para que a terra fosse limpa.Outra métafora reflexiva.Nós ,a todo momento preferimos fugir ou fingir que a situação não está acontecendo ,do que nos mexermos e fazer alguma coisa pra mudar.

E no meio de toda bagunça que WALL-E faz para encontrar com EVE na nave os leva a um lugar onde robôs com defeito são "tratados" para voltarem ao normal.Mas na verdade esse lugar ou oficina está lá pra nos mostrar o que fazemos com pessoas que são diferentes,nós simplesmente achamos que elas estão "quebradas" e precisam de alguma forma serem consertadas.E na maioria das vezes as pessoas que estão "quebradas" ou com "defeito" são pessoas que simplesmente abriram o olho e decidiram não seguir toda a alienação que é proposta,ainda mais hoje em dia,com TVs e internets inrrompendo com a construção intelectual da maioria das pessoas.

Internet.Uma parte quase que inteira do filme só para a internet.Quando WALL-E entra na nave e(mais um ponto do diretor)faz um tour pelo interior da nave nos é mostrado o cotidiano de todas as pessoas que ali vivem.E não é nada agradável.O pior é que já existe uma nação hoje em dia mesmo que vive igual:simplesmente sentados e em frente a uma tela ,ou do computador,ou da TV.E os humanos mostrados no filme são um pouco pior,pois não conversam sem ser olhando na tela ou escutando no fone de ouvido.Não existe mais contato carnal,ou uma simples conversa cara a cara,existe simplesmente a tela e o fone.E as pessoas nem se vestem mais,já saem com um modelo de fabrica que quando uma máquina decide que uma cor,por exemplo,está na oda,eles simplesmente apertam um botão e a cor muda,sem nenhum esforço.Mas hoje mesmo é so sair na rua,que veremos uma pessoa usar uma roupa só por que alguem usou em um programa de TV,ou que em um intervalo comercial foram usados por pessoas "bonitas".E isso torna o filme mais recente do que ja é.Hoje é fato que vivemos em uma sociedade alienada,e nem adianta contestar,vivemos e pronto.Os que não querem viver e saem do "círculo" são tratados com ranor e preconceito pelos outros,só porque não quer ouvir uma música com palavrão,ou um filme que traz reflexão.E o maior problema está nos jovens,que cada vez mais so se interessam por computadores,tv e baderna,e se esquecem que há um mundo muito grande lá fora e que o que interessa é viver por si mesmo,e nõ decidir o que o outro quer,ou imitá-lo.

E finalmente,explicarei o porque de ter usado aquela frase no começo do texto.Ela resume tudo que o filme quer idzer e tudo que o mundo está passando agora.Quando o personagem do capitão é apresentado,por meio de vídeos,ao planeta terra,se encanta com cada folha,arvore ou grama que vê,e descobre que tem que voltar para um lugar tão bonito e que não vÊ nada de errado com ele,ppois ni vídeo,pessoas estão felizes e tudo é bonito.Mas descobre ,bruscamente,que não pode voltar ,pois tudo que é mostrado em vídeos de segurança ,na verdade é mentira.E só os pilotos automáticos,que decidem o que fazer nessa hora,pois as naves não podem voltar,porque não a mais vida na terra e é impossível abtá-la.E isso vem junto com a influência da imprensa,que nos comanda e nos faz acreditar no que ela quer.

E quando é impedido pelo robê piloto automático de voltar para a terra e o robô diz vocÊs tem que sobreviver ,ai vem ela: "Eu não quero sobreviver,eu quero é viver".Nossa,e tudo isso continuam sendo nuances do roteiro quase perfeito de Stanton.E quando o personagem fala que não quer sobreviver,ele traduz tudo que a maioria das pessoas faz hoje:sobrevive.E não vive.Quado ele diz sobreviver,ele quer dizer que não quer simplesmente ser um capitão por toda a vida,mas também que cheirar a grama namorar e fazer amor,ele quer sair do convencional.E a maioria das pessoas fazem isso hoje,tem aquelas que trabalham e doremem,e acordam,trabalham e dormem,e esquecem,por vezes que a qualquer momento agente pode morrer ou acontecer algo que nos impessa de continuar esse circulo infinito.Vamos viver!É mais uma das várias mensagens já citadas que o filme utiliza para nos fazer pensar.

E no meio de tantas metáfora e reflexões,ainda sobrou espaço para fazer homenagens.Posso citar duas delas,que como estão no espaço acabam sendo para o mesmo filme,2001-UMA ODISSEIA NO ESPAÇO,a primeira e mais clara está no robo piloto automático AUTO,que claramente,ou propositalmente se prreferir,tem um visual parecido com HAL 9000 de 2001.A segunda já é a minha preferida,em determinado momento o Capitão luta com AUTO para e como eles não andam ele acaba caindo da cadeira e fica impossibilitado de confrontar o robô.Só que pra nossas surpresas,ele começa a levantar ao som de ASSIM FALOU ZARATHRUSTA ,e como os macacos de 2001 mostra-se uma evolução de certa forma nesse levantar dele ,que acab gerando um disturbio no imaginário coletivo das outras pessoas e por consequência também decidem andar.Isso é outra das maravilhosas metáforas de WAAL-E ,que mesmo estando por trás de uma homenagem,consegue colocar o jeito que nós estamos aleijados do mundo e que nem importância damos e preferimos deitar do que se levantar,mas quem sabe se um consegue levantar os outros também não?

Bom vamos logo pra parte técnica que já deve estar cansando de ler isso tudo.O som é um dos meljores que já vi.Cada parte,cada movimento,cada balanço ,é tudo perfeito.O responsável por essa área foi Ben Burtt,que vem simplesmente de trabalhos como STAR WARS....nem precisa citar mais né?Com a busca inscessante de sons diferentes e originais e também realistas Ben tentou de tudo para que WALL-E criasse vida,afinal,100% do filme é puro som.

O resto também esta perfeito.Um filme que ,ao invés dessas animações ridículas que estão saindo a cada mês ,cada vez mais idiotas e sem reflexões ou sequer uma história interessante WALL-E consegue ser uma dasa maiores produções da história.Realmente épico.Um filme para ser visto e revisto,pois a cada visita que vpcê der ,ele melhora.

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