O gênero policial se tornou algo comum nos últimos tempos. A cada ano que passa, vemos mais e mais filmes desse tipo sendo despejados no mercado. Alguns - a minoria - têm alguma qualidade, no entanto, a maior parte é ruim, sem graça e pouco relevante - o que desgasta ainda mais o já saturado tema.
“Força Policial”, trama que estreou recentemente aqui no Brasil, felizmente foge à regra. Contudo, gostaria primeiramente de fazer uma crítica ao título dado para o filme em português. “Força Policial” é um nome pouco convidativo ao espectador - soa mais como um bando de policiais que saem matando por aí a torto e a direito do que qualquer outra coisa. Diferentemente do título original: “Pride and Glory”, “Orgulho e Glória” em português.
A trama do irlandês Gavin O’Connor, diretor semi-novato em Hollywood, é densa e profunda, pois trata de problemas que ultrapassam a barreira do conflito ‘Policial X Bandido’ - o foco principal da história é a família. É interessante como o julgamento de valores é diferente quando é a nossa família que está em questão - e isso é perfeitamente mostrado no filme, que também aborda temas como traição e a corrupção dentro da polícia.
O elenco é bom e tem desempenho acima da média; a começar por Edward Norton. É incrível como são bons ou ótimos a maioria dos filmes que ele faz. Norton, que completará 40 anos em 2009, já tem no currículo duas indicações para o Oscar; a de melhor ator por “A Outra História Americana” e a de melhor ator coadjuvante por “As Duas Faces De Um Crime” - sem dúvidas um dos grandes expoentes de sua geração. Outro bom e jovem ator é Colin Farrel, que evoluiu bastante ao longo de sua carreira; ambos estão excelentes nos papéis principais de “Força Policial”. Para completar o time, temos o sempre competente Jon Voight e Noah Emmerich, que também faz um bom trabalho.
Apesar de só tecer elogios até aqui, a história de O’Connor também tem defeitos, como por exemplo, o roteiro. Há uma quebra de ritmo ao longo do filme, o que pode, para muitos, fazê-lo perder a graça. Essa quebra acontece especialmente do meio pro final, quando ao invés da trama evoluir para assim chegar no clímax final, ela simplesmente estagna. Contudo, o argumento ainda se salva pelos ótimos diálogos entre os personagens; ou seja, apesar dessa falha, o roteiro ainda tem seus pontos positivos.
“Força Policial” dá um ânimo extra no desgastado gênero, seja pela história interessante ou simplesmente pelo ótimo desempenho do elenco. Gavin O’Connor, que havia estreado em Hollywood com a comédia “Livre Para Amar”, volta dez anos depois com um ótimo thriller policial; vale a pena conferir.
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