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Críticas

Batman & Robin

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Terrível, decepcionante, risível, sem graça, sem sal; isto que Batman e Robin é. O quarto filme da saga do Morcego terminou da pior forma possível. Joel Schumacher se superou. Tudo bem que era para ser um filme direcionado para crianças, mas, por favor, Batman e Robin foi um exagero, que chega até a dar dó do diretor, que, aliás, chegou a PEDIR DESCULPAS pelo o que fez.

Na trama (trama?), Batman e Robin enfrentam mais dois novos vilões: Mr. Freeze e Hera Venenosa. Porém, desta vez, para estas novas ameaças, ganham uma ajuda "muito" especial de Batgirl.

O trabalho que Tim Burton construiu de forma tão incrível foi desmoronando aos poucos, de 1995 para 1997. Batman & Robin resgatou a imagem cômica que o seriado dos anos 60 criou, e ainda ganhamos de brinde uma Gotham City mais colorida e alegre que o carnaval. Não restou nada de sombrio neste filme. São cores para todo o lado, literalmente: o trio Batman, Robin e Batgirl ganhou uniformes azul-prateados com detalhes pratas (e mamilos), Gotham tem cores para todo o lado, até em fogo, que se tornou verde e não amarelo, nem mesmo os criminosos escaparam: seus esconderijos e roupas são coloridos até com cores fosforescentes. E os Batmóveis são, na verdade, o Trem da Alegria. São tantas cores que os olhos chegam a arder.

Além disso tudo, o filme é recheado de piadinhas e trocadilhos risosmil, como o "Batcartão de crédito". Os vilões perderam a personalidade que tinham. O Bane foi o pior: não fala nada, só bate e urra. Urra até de mais. São mínimas as coisas que se salvam: George Clooney fez um bom BRUCE WAYNE, Pat Hingle fez um bom Comissário Gordon, e Michael Gough continuou impecável e perfeito como o mordomo Alfred. Creio que são as únicas coisas positivas do filme.

Joel Schumacher pediu provocou os fãs de Batman com esta película, parecia que pedia para ser linchado. O mínimo que devia fazer era pedir desculpas. Que, aliás, ele fez. Que diretor se desculpa de uma obra realizada?! Só mesmo Joel.

Em Batman E Robin, a franquia afundou e acabou terminando com a chave mais torta e enferrujada possível. Um verdadeiro desastre cinematográfico.

Portanto, se for fã do carnaval e perdeu os últimos desfiles, assista Batman e Robin. Pois foi esta a minha sensação: um carnavel circense.

Críticas

Batman Eternamente

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Depois de Batman, um filme espetacular, que redefiniu a imagem do Morcego, e de Batman Returns, um filme sombrio e tão bom quanto seu antecessor, ambos dirigidos por Tim Burton, eis que é a vez de Batman Eternamente, desta vez dirigido por... Joel Schumacher. Mas porque? Porque Tim Burton "escureceu" de mais os filmes do herói. Sim, isto mesmo. A franquia, na época, era mais direcionada a crianças. O que ocorreu foi que Burton, ao invés de alegrar e agitar a pimpolhada, fez dois filmes do Morcego tão sombrios e sérios que a molecada saiu do cinema dizendo "glup". Portanto, já que a coisa estava mais "dark" do que o planejado, houve uma substituição na direção. E isto foi um erro.

No filme, Batman (Val Kilmer) deve enfrentar dois vilões conhecidos como Duas-Caras (Tommy Lee Jones) e Charada (Jim Carrey), que, além dos planos malígnos em Gotham City, querem desmascarar Batman e matá-lo. Porém, desta vez, o herói conta com a ajuda de Robin (Chris O'Donnel), um circense que deseja vingança pela família assassinada por Duas Caras.

Já nos primeiros minutos de Batman Eternamente podemos ver que as mudanças feitas foram drásticas: Gotham não é mais tão escura, suja e sombria como antes. Não, ela é uma cidade colorida e com estatuas gigantescas (?). O clima que Burton criou tão bem foi destruido. Antes, a trama era séria. Em Eternamente é recheada com piadinhas. O Batmóvel também sofreu mudanças, agora tendo calotas de morceguinhos e um fogo colorido, mas mesmo assim ficou "aceitável".

As atuações estão medianas. O melhor no filme é, sem dúvidas, o mordomo Alfred, que mais uma vez é interpretado por Michael Gough, que continuou impecável, irônico e conselheiro, do jeito que um Alfred deve ser. Val Kilmer não estava ruim, uma vez que fez perfeitamente um Bruce "playboy"/traumatizado/heróico. O comissário Gordon de Pat Hingle, mesmo sem a aparência do personagem, continuou competente. Chris O'Donnel como Robin não é de todo o mal; Joel Schumacher até alterou o personagem para melhor, sendo que não é mais um criança/adolescente como nos quadrinhos, e sim um rapaz de uns 30 anos. Nunca engoli direito um Robin criança, mas com a mudança em Eternamente eu engoli. Ponto para o filme.

Harvey Dent/Duas-Caras, nos quadrinhos, era um personagem interessantíssimo, bem construído, com boa história e tudo mais. Era meu vilão preferido, ganhando até mesmo do Coringa. Mas em Batman Eternamente, o que temos? Temos um Duas-Caras saltitante e risonho, tendo do personagem apenas o passado e a dupla personalidade (até exagerada). Aliás, seu passado foi apresentado em míseros segundos. Nem sequer em um minuto. Bruce Wayne está na sua casa vendo TV, e assistindo uma reportagem sobre a história do vilão: antigamente, era um promotor público, que fora atingido por um ácido em um lado do rosto pelo chefe de máfia Sal Maroni (isso explica a deformação de seu rosto). Batman não o salvou então ele o culpa por isso. E aí estão as únicas coisas que o filme mostra sobre Harvey Dent antes de se tornar o vilão.

O Charada, no filme, estava mais para um Coringa. Saltitava mais que o Duas Caras, desmunhecava, fazia piadas e seus modos eram tão exagerados que chegavam a ser gays. No fim, ele e Duas Caras não pareciam vilões, e sim uma dupla de palhaços alegres festejantes.

Batman Eternamente não alegra, não entusiasma e não nos prende com sua trama como os filmes de Burton faziam. É estranho ver Tommy Lee Jones fazendo um papel destes num filme sem sal. Apenas dou uma média 7,5 por causa que no passado o filme era o meu favorito do Morcego e ainda restam alguns pontos positivos nos personagens e atuações. E parece que desta vez conseguiram o que queriam: alegrar a criançada. Mas apenas isto. A bilheteria total foi US$ 336,531,112.

Visto que o filme deu certo, era hora de mais uma sequência. E aí então começou uma verdadeira decepção...

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Clube de Leitura de Jane Austen, O

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Jane Austen é considerada uma das maiores escritoras romancistas da Inglaterra, seu maior sucesso foi "Orgulho e Preconceito", que foi adaptado para o cinema em 2005 e que também é um dos livros preferidos de quem lhes escreve. Porém Austen teve muitos outros sucessos, entre eles, “Razão e Sensibilidade" também adaptado para o cinema em 1995.

As adaptações de seus maiores sucessos para o cinema foram grandes filmes, sendo que "Razão e Sensibilidade" concorreu ao Oscar de melhor filme, melhor atriz (Emma Thompson), melhor atriz coadjuvante(Kate Winslet), melhor figurino, melhor fotografia, melhor trilha sonora - Drama e melhor roteiro adaptado (única categoria que venceu). Já "Orgulho e Preconceito" foi um sucesso menor, mas também concorreu ao Oscar por melhor atriz (Keira Knightley), melhor figurino, melhor trilha sonora, e melhor direção de arte, mas não saiu vencedor em nenhuma categoria.

"O clube de leitura de Jane Austen" é um filme que usa os livros da mesma como um tipo de conforto para a vida de cinco mulheres com problemas em suas vidas amorosas e que tentam solucioná-los de uma forma parecida com a que a autora fazia em seus livros.

Porém o filme fracassa, começando pelo roteiro que é preguiçoso, pois podia explorar mais as obras da autora e criar situações maravilhosas, que talvez conseguissem passar um pouco da emoção contida na obra literária.

O elenco está bem, contudo não passa disso, o que acaba fazendo com quem esteja assistindo perder o interesse na metade do filme, além de abusar de ser previsível, mas não pense que é previsível só para as pessoas que leram as obras de Austen, é previsível para qualquer ser pensante.

Pode-se dizer que "O clube de leitura de Jane Austen" é uma tentativa frustrante de trazer as obras de Austen para os dias de hoje, porém é assistível, para um público menos exigente. Então, quem quiser conhecer algumas das obras de Jane Austen e não é muito fã de livros, assistam aos filmes citados nos primeiros parágrafos, pois eles serão viagens maravilhosas pelos lindos romances da autora. Ou também se quiser conhecer a vida da escritora há o filme "Amor e inocência” (Became Jane) que traduzindo corretamente para português seria "Tornando-se Jane Austen" com Anne Hathaway no papel da autora.

"O clube de leitura de Jane Austen" é vazio e sem conteúdo e erra absurdamente ao tentar passar o amor, a dúvida, o arrependimento, a redenção e todos os sentimentos que a autora passa tão magistralmente nas páginas de seus livros, assim fazendo com quem conheça as obras, rir de personagens que nunca chegarão aos pés de Elizabeth Bennet e Sr. Darcy.

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Marley e Eu

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Há muitos filmes no mercado que abordam o tema 'cachorro'; a maioria deles, infelizmente, não têm grande qualidade. Em pauta estão sempre os mesmos temas: lealdade, amizade, companheirismo - de fato, deve ser difícil fugir disso quando se trata dos nossos queridos animaizinhos de estimação.

"Marley e Eu" era um filme muito esperado; o livro homônimo de John Grogan foi sucesso no mundo todo, o que gerou muitas expectativas em torno da versão cinematográfica. Quem esperou ansiosamente para assistir Marley aprontando das suas nas telonas não se decepcionou; o mesmo vale para os que cairam de pára-quedas na sessão apenas porque adoram cachorros - caso desse que vos fala. O filme é ótimo, bonito e emocionante.

Encabeçando a trama temos o comediante Owen Wilson e a bela Jennifer Aniston. O desempenho de ambos é bom, embora seja apenas comum. Wilson, no papel de John Grogan, parece o mesmo de todos os seus outros filmes; é bem verdade que isso poderia ser um empecilho, mas achei que o jeito divertido de Wilson caiu muitíssimo bem no papel. Elogio que também cabe para Jennifer Aniston, que atua muito bem fazendo uma pessoa que é totalmente diferente da Rachel - personagem que projetou a atriz no seriado televisivo "Friends".

Com muita simplicidade, o diretor David Frankel (O Diabo Veste Prada, 2006) consegue produzir um ótimo filme. Tanto a história quanto o roteiro são simples e aparentemente fáceis de executar - talvez isso ajude bastante no sucesso da trama. Um ponto positivo, ao meu ver, foi o fato de Frankel não usar de formas apelativas para chamar atenção do público. Tudo acontece de forma natural e cativante, o que torna "Marley e Eu" absolutamente real e ainda mais divertido.

Quem nunca teve um animal de estimação? Seja ele cachorro, gato, peixe; é impossível não se emocionar e se encantar. Tudo bem que por muitas vezes eles se tornam verdadeiros diabos, atrapalham quando não devem, comem nossas meias, destróem os jardins e tudo o que tiver na frente - mesmo quando ainda possuem uma infinidade de brinquedos e ossinhos à disposição. Mesmo assim nós os amamos, e isso David Frankel consegue retratar com perfeição, o que torna "Marley e Eu" um grande filme e uma agradável surpresa. Altamente recomendável.

www.moviefordummies.wordpress.com

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12 Homens e uma Sentença

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"12 Homens e Uma Sentença" é uma das grandes obras-primas da história do cinema. No ano em que foi lançado, 1957, o filme não fez tanto sucesso como esperado; o reconhecimeno à grande obra de Sidney Lumet veio apenas alguns anos mais tarde. Mesmo sendo um filme pouco visto - se comparado aos outros sucessos de bilheteria da época - a obra seria indicada a três Oscars: Melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado. Infelizmente a derrota veio nas três categorias; em todas para o também clássico "A Ponte do Rio Kwai".

Sidney Lumet construíu uma carreira brilhante dentro do cinema; "12 Homens e Uma Sentença" foi seu primeiro filme - Lumet estreava na academia com o pé direito. Ao longo da vida ele bateu na trave por mais três vezes; seus filmes indicados nessas oportunidades foram: "Um Dia de Cão" (1975), "Rede de Intrigas" (1976) e "O Veredito" (1982). Recentemente, o cineasta dirigiu mais duas tramas; "Sob Suspeita" (2006) e "Antes Que o Diabo Saiba Que Você Está Morto" (2007). Aos 84 anos, Lumet mostra que ainda é capaz de dirigir com a mesma competência do início de carreira - sorte dos cinéfilos de plantão.

O roteiro de "12 Homens e Uma Sentença" também foi escrito por um novato em Hollywood. Foi o primeiro e único filme que o roteirista Reginald Rose executou. E com brilhantismo, diga-se de passagem. O argumento é simples, muito simples; a trama se passa em uma sala durante todo o tempo, o que pode parecer chato e entediante - e o que poderia ser um problema para o roteiro de Rose.

Contudo, o que vemos é completamente diferente; a história, por mais simples que seja - um homem é acusado de matar o pai e o júri tem que decidir se ele é culpado ou inocente -, é muito bem trabalhada. Há um show de argumentação, os diálogos são excelentes e o diretor consegue mantêr o espectador vidrado na trama o tempo todo. Uma hora ele nos convence que o réu é culpado, outra hora, no entanto, temos certeza que ele é inocente. Esse jogo de culpado ou inocente perdura por grande parte do filme, até que uma hora há o desfecho; tudo é feito de forma brilhante, tudo se encaixa perfeitamente e é impossível não tomar partido de um dos lados.

O elenco tem atuação magistral; todos fazem um trabalho altamente competente - a começar por Henry Fonda. Fonda é um dos grandes ícones de sua geração, contudo, seu desempenho em "12 Homens e Uma Sentença" passou batido nas premiações - uma pena. Outros grandes atores, como Martin Balsam, Lee J.Cobb e Jack Warden ainda fazem parte e ajudam a dar colorido ao espetáculo. Recentemente, o cultuado cineasta russo Nikita Mikhalkov adaptou o clássico na trama "12". O filme foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro no ano passado, mas acabou sendo derrotado. O fato curioso é que "12" é bem mais longo que a obra original - 153 minutos contra apenas 96.

"12 Homens e Uma sentença" é simplesmente brilhante, tudo é pensado com minúcia, desde os entraves da história até a música - que se encaixa perfeitamente nos momentos certos. Tudo isso o torna uma obra-prima da história do cinema. É triste que uma trama como essas tenha levado poucos prêmios para casa, mas fica o registro de um dos melhores filmes da história do cinema americano e um dos melhores que eu já vi na minha vida.

www.moviefordummies.wordpress.com

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Batman - O Cavaleiro das Trevas

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Na minha infância e adolescência fui um leitor inveterado de quadrinhos. Naquela época os quadrinhos, do Pato Donald a Tarzan, traziam mensagens positivas de cidadania, comportamento e convivência social.

Pena que esse tempo se foi e nos dias de hoje, sem violência e carros explodindo nenhum filme de ação dará lucro.

Vejo nos dois últimos filmes sobre Batman uma tentativa de humanizar o personagem mas, ao mesmo tempo, inserir-lhe comportamento brutal e super equipá-lo com máquinas e tecnologias assassinas.

Considero o filme muito bom, com destaques para os efeitos de som, fotografia e a atuação fantástica de Heaton Ledger que consegue recriar um personagem já imortalizado pelo fantástico Jack Nicholson.

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Trovão Tropical

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Ótima sátira a Hollywood, aos seus tipos, feita por, quem diria, Ben Stiller. Uma das maiores explosões de originalidade e criatividade vinda do gênero comédia, que a muito tempo revelava filmes fracos justamente em fazer rir.

Trovão Tropical não é uma comédia que se assista ao acaso, poderíamos dizer que trata-se de um filme para fãs de cinema, metalinguístico, que requer um conhecimento prático acerca de alguns tipos americanos e que, mesmo assim, consegue ser atraente ao grande público - suas piadas são sagazes e altamente eficientes graças ao talento de seus atores.

Ben Stiler tem uma imagem BEM queimada com a critica, é um ator limitado quase que unicamente a filmes de comédia, ou romances bôbos. Com Trovão Tropical, ao menos de um cinéfilo, eu, ele conquistou certo respeito. Foi dele Stiler, a idéia do filme e sua a direção, para escrever o roteiro, contou com a ajuda de Justin Theroux e Ethan Coen - que aparentemente e por sorte nossa, não expandiu a rovão Tropical seu estilo de humor burocrático.

A História do filme trata de um grupo de atores que vão filmar um grande filme de guerra, só que, com passar do tempo se vêem envolvidos em uma guerra com traficantes locais, isso, sem que alguns pensem estar em uma guerra.

Esses atores compõem tipos específicos, todos eles, inegavelemente, carismáticos, que, desde o início garantem a empatia com o público.

Um deles é Speedman, interpretado por Ben Stiler, um ator em visível decadência que vê a chance de sua careira deslanchar em Trovão Tropical. Há também, Kirk Lazarus, interpretado por Robert Downey Jr., vencedor de 5 Oscars tal ator tem como Lazarus tem como principal característica a forma como ele "encarna" em seus personagens.Em Trovão Tropical, Lazarus teve de fazer uma operação de mudança de cor afim de interpretar um sargento afro-descedente, algo impagável na interpretação de Downey Jr.

Compondo o grupo principal, temos o ator e viciado Jeff 'Fats' Portnoy, interpretado por Jack Black, o rapper Alpha Chino - Brandon T. Jackson- além de Kevin Sandusky- Jay Baruchel.

A paródia mais clara fica mesmo a Apocalypse Now de Coppola, é hilária a cena em que Speedman começa a agir de modo semelhante ao Coronel Walter E. Kurtz. Que nos faz arrancar as mais delirantes gargalhadads é Tom Cruise, que apesar de pequena participação rouba a cena em sua perfomace como o empresário calvo que patrocina o filme- uma das marcas do cinema esse anos é sem dúvida ele dançando hip-hop. Destaque-se também a presença de Downey Jr. em ótima e irreverente atuação, sua indicação ao Oscar foi mais que justa - justo não será se ele ou outro que não Ledger fature o prêmio.

Enfim, apesar de o estilo de humor do filme às vezes soar um tanto apelativo e grosseiro, o fato é, que não deixa de ser engraçado, é um ótimo entretenimento, filme rápido, de narrativa ágil e dvertidíssimo, ótima opção para dar tremendas gargalhadas com piadas bem inspiradas.

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WALL·E

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Vez por outra, somos surpreendidos pelo lançamento de filmes notáveis, que nunca cairão no esquecimento. Aqueles filmes que, com uma idéia simples e bem desenvolvida, toca nosso coração e nossa mente a ponto de fazer-nos pensar durante horas, até dias, sobre o que vimos na tela. Em 2008, alguns filmes tiveram esse poder, como é o caso de “O Nevoeiro”, “Sangue Negro” e este “Wall·E” (idem, 2008). Dentre os citados, o único que não surpreende é “Sangue Negro”, pois “O Nevoeiro” é um filme de terror que aborda intensamente a psique humana, e “Wall·E” é a animação mais séria e brilhante que já vi passar pelas telas, podendo ser considerada um verdadeiro marco, já que seu público-alvo é, mais do que jamais foi visto, adulto. Não se pode dizer que o filme foi feito exclusivamente para adultos, mas a verdadeira mensagem passada é de mais fácil compreensão para os mais crescidos.

No ano 2700, a Terra não é mais habitada por humanos, que passaram a viver na nave Axiom. A Terra passou a ser um verdadeito depósito de lixo, e os homens, na esperança de ainda voltarem a viver no planeta, contratarem uma empresa limpar o mundo. Utilizando robôs, a empresa não obteve êxito, pois as máquinas, diante de uma tarefa praticamente impossível, começaram a pifar. A única que resistiu a tal trabalho foi Wall-E, cuja árdua rotina era continuar o trabalho deixado para trás pelas outras máquinas, compactando o lixo existente na Terra e formando torres imensas, que mais parecem prédios. Mas sua rotina é totalmente mudada quando uma nave pousa na Terra, e dela sai EVA, uma moderna robô projetada para encontrar qualquer sinal de vida no planeta, e levar para sua nave. No início assustado com os “poderes” de Eva, Wall-E logo se apaixona pela robô, e os dois passam a viver uma complicada relação, que é bastante atrapalhada quando Eva é levada de volta à nave de onde veio.

Apesar de, aparentemente, ser uma história de amor, o foco de ”Wall·E” não é exatamente esse, mas sim a mensagem de preservação da Terra. Mensagem cujo entendimento não é imposto para os espectadores, mas sim passado de forma simples e bastante inteligível, até para crianças. As cenas de Wall-E sozinho na Terra, cercado por pilhas e mais pilhas de lixo, com total ausência de vida (não total, mas isso eu deixo para você ver no filme), no mínimo, fazem as pessoas mais entendidas (leia-se mais velhas) refletirem bastante, e faz as menos entendidas desejarem que tal fato nunca aconteça com nosso planeta. A beleza visual do longa chega a ser incrível, com uma riqueza de detalhes que só ajuda o tom melancólico e sério do filme a ser potencializado. Às vezes, cheguei a visualizar o planeta Terra da maneira como foi retratada no filme, e vi que, se o homem continuar usando sua sapiência para transformar tudo em ciência, aquele é o futuro no nosso planeta azul, que está ficando cada dia com menos tons de verde e mais tons de cinza.

Além da mensagem principal que nos é passada, também devemos ressaltar a própria história do robozinho e do romance entre ele e EVA. Antes da nave aterrisar na Terra e mudar totalmente a rotina de Wall-E, vemos o robozinho em seu incansável trabalho e em seu hobby favorito: colecionar coisas que julga interessantes. Na lista de coisas que chamam a atenção de Wall-E, tem uma caixinha de anel (ele chega a tirar o anel de dentro para brincar com a caixinha), uma raquete de ping-pong com uma bolinha pendurada (o robô, claro, não faz a mínima idéia de como se brinca) um cubo mágico (que só é solucionado por EVA, em questão de segundos), e um extintor de incêndio. A curiosidade de Wall-E faz com que essas cenas em que ele encontra os objetos durante seu trabalho sejam divertidíssimas, dando ao começo do filme um brilhantismo ímpar, fazendo com que a atenção do espectador seja mantida ao longo de todos os 97 minutos de projeção. Quando EVA chega na Terra, em missão de sua nave, Wall-E ganha, a princípio, uma amiga que nunca teve, mas que, com o passar do tempo, passa a não ser exatamente apenas uma amiga. A relação de Wall-E e EVA é muito bonita, o que é reforçado pelo fato de ambos só falarem um o nome do outro. E é este um dos grandes diferenciais do longa, o fato de que os principais personagens não falam, relacionam-se apenas com gestos. Grande parte do filme é passada sem falas, apenas com os sons da movimentação dos robôs e, claro, eles falando o nome um do outro. Quando o cenário muda da inabitada Terra para a movimentada nave Axiom, a qualidade do filme dá uma leve caída, mas mantém-se em um nível poucas vezes visto.

A qualidade audiovisual de ”Wall·E” é completamente inegável e indiscutível. A cena mostrada na foto acima mostra o momento em que o casal de robôs, aproveitando a ausência da gravidade, faz uma espécie de dança no espaço. Só por ela, já dá para ter uma idéia do quão bonito e exuberante o visual do filme é visualmente. Com detalhes e clareza nunca vistos, eu me arriscaria a dizer que ”Wall·E” é o filme com melhor trabalho visual dentre as animações já criadas. O áudio é tão perfeito quanto o visual. Diante da ausência de diálogo entre os robôs, uma saída deveria ser encontrada, para que o filme não ficasse em silêncio total. Eis que surgem os sons de cada movimento de cada robô, o que soa perfeitamente realista e propício. É tão propício que os mais desatentos não percebem que não há diálogo, visto que o áudio está constantemente ativo. Se essa sacada foi acertadíssima, o que dizer das músicas? “Perfeitas” seria o adjetivo ideal, mas, como já foi usado algumas outras vezes nesta crítica, excelente é cabível. Músicas belíssimas, utilizadas nas horas certas e com os personagens certos. Tudo muito bem encaixado, não deixando margem para críticas. Os dubladores da versão em inglês (não tive a oportunidade de assistir em português) são muito bem escolhidos, principalmente o do capitão (Jeff Garlin) e de Wall-E (Ben Burtt; os sons emitidos pelo robô não seriam tão cativantes em outra voz). Por fim, temos o roteiro, simples, direto e sem furos, que dá origem a uma história magnífica, de qualidade praticamente inigualável.

Falar que ”Wall·E” é a melhor animação de 2008 é redundante e bastante óbvio, apesar do lançamento de outras boas animações no ano, como “Bolt”, “Kung Fu Panda” e “Horton e o Mundo dos Quem” (um dos maiores injustiçados nas indicações ao Oscar). Já falar que ”Wall·E” é a melhor animação já lançada nos tempos das animações em 3-D não é nenhum exagero, mas sim a retratação da mais pura realidade. Indicado ao Oscar em 6 categorias (Filme de Animação, Roteiro Original, Som, Edição de Som, Trilha Sonora e Canção Original), ”Wall·E” é um filme perfeito, considerado por mim favorito a levar, pelo menos, 3 estatuetas [Filme de Animação (a maior barbada da premiação), Roteiro Original e Trilha Sonora]. ”Wall·E” é sério candidato a ser um daqueles filmes imortais da Disney, que será lembrado para sempre e, conseqüentemente, virará um clássico dentro de alguns anos.

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Troca, A

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A Troca reafirma a presença de Eastwood enquanto um dos melhores diretores da atualidade, é, sem dúvida um dos melhores filmes seus. Intenso, bem roteirizado, emotivo e bem interpretado. Baseado em história verídica, A Troca pode sagrar a bela Jolie com uma segunda premiação no Oscar como melhor atriz.

A história se passa em Los Angeles no ano de 1928, trata-se de uma mãe solteira, Christine Collins (Angelina Jolie) que ao chegar em casa não econtra seu filho. A partir de então, empenhar-se-á em uma busca insessante por seu filho, onde a falibilidade dos policiais encarregados corrobora em situações limites para Christine, que mesmo assim não desiste de encontrar seu filho Walter.

Uma história de persistência, de força e coragem, de sentimento materno por parte de Christine e humano por parte do reverendo Gustav Briegleb , sagazmente interpretado por John Malkovich. Real e intenso, file se consolida devido a maestria da Direção de Eastwood que, assim como demonstrara em Sobre Meninos e Lobos, revela-se um diretor de habilidade surpreendente em tratar de assuntos sérios, que envolvem de alguma forma, relações familiares.

O Roteiro escrito por J. Michael Straczynski revela-se interessante ao levar o filme a outro pólo, já que o trato exclusivo dado a Christine poderia vir a desgastar o filme. Quando nos é revelado algo mais obscuro por trás do sumiço de Walter, a história ganha força.

Por sua atuação Jolie é recebera indicação ao Oscar desse ano, sendo forte candidata. Parte disso deve-se a Clint, a forma como o filme é criado em torno do personagem de Jolie, além das situações pelo qual a moça passa, onde então é revelada toda a capacidade dramática de Jolie, que por incrível que pareça, se dá melhor em personagens que tirem o foco de sua estonteante beleza.

Malkovich faz um papel igualmente forte como o de Angelina, Reverendo Briegleb é um personagem tão ou mais fiel aos seus princípios éticos quanto Christine, que de início titubeia em ajudar no desmacaramento da polícia, interessando tão somente em ter seu filho de volta, contudo o personagem não é tão aprofundado por Clint, dando uma ar por vezes superficial a parte de suas atitudes.

Todavia, o grande destaque entre os coadjuvantes fica por conta de Jason Butler Harner no papel do psicopata Gordon Northcott, histérico e irônico seu personagem revela-se em certos momentos ser mais sincero que aqueles donos da Lei, sem contudo deixar de mentir em benefício própio. É uma das grandes atuações, caberia muito bem uma indicação ao Oscar.

Tecnicamente o filme é impecável. Seja no tom neutro aplicado pela Fotografia de Tom Stern, seja na Direção de Arte. Interessante é saber que nesse filme tais recursos apenas fazem parte da obra, ajudam a nos aproximar da realidade de Los Angeles naquela época, não comente os exageiros preciosistas de Curioso Caso de Benjamin Button.

No mais, é um bom filme, que revela um Clint em forma, que reafirma a posição de Angelina Jolie enquanto boa atriz em filmes onde sua beleza não seja o principal. É um filme belo, intenso e prazeroso de se assistir, extremamente recomendado.

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Ruínas, As

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Como mais uma adaptação cinematográfica de literatura bem sucedida, apareceu o terror jovem "As ruínas".

Como não li o livro, vou limitar meu comentário ao filme.

O enredo do filme é o mais básico possível. Dois casais jovens em meio as férias dos sonhos, estão curtindo num hotel à beira-mar, farreando, até que aparece um jovem desconhecido propondo como diversão ao grupo, a exploração de umas ruínas de origem Maia, que não ficam muito longe do hotel em que eles estão. Obviamente, eles aceitam e partem para a "aventura".

O desenrolar do filme é bastante simplório, desencandeando em cenas de complexidade mediana. O típico filme "estou sendo ameaçado e preciso escapar vivo" é exatamente o que registra "As ruínas".

Na verdade, as ruínas são basicamente uma pirâmide coberta de uma espécie de ervas daninhas em meio a uma mata. Ao escalarem a mesma, o grupo de cinco jovens descobrem algo ameaçador, e ao tentarem escapar eles se deparam com uma tribo ao pé da pirâmide evitando que eles saiam. Se preciso, até matando-os para que não deixem o lugar.

E qual é o motivo para isso tudo? Aí é que entra a questão mais vil do filme. O que assusta a tal tribo, e coloca em risco a vida dos jovens são, nada mais nada menos que, as tais ervas daninhas.

Como resultado de alguma maldição, vai saber, elas meio que criaram vida, ganhando movimento e tomando posse dos corpos humanos, enfiltrando-se pela pele, "desabrochando" externamente. Quem toca as ervas, automaticamente começa a mostrar algum vestígio da presença delas no corpo, razão do medo da tribo, que não quer que a praga se alastre.

O grande feito do filme, à princípio, foi não ter deixado transparecer a banal ameaça florida em seu trhiller, senão o fracasso seria certo.

Às vezes quando um filme tem uma estória fraca, porém, divertida, salvam-se alguns de seus furos. Entretanto, no caso desta película, seus erros são tão grotescos, que quase comprometem por inteiro o entretenimento.

É sofrível o desenvolvimento do terror que assola os jovens. O maior erro do filme está na existênca desconhecida da tal ruína maia. Numa era em que tudo é captado via satélite, não faz sentido. Assim como a tribo, tão bem desenvolvida do local, portando até armas de fogo.

Agora, a atitude dos personagens é o que mais aborrece, como por exemplo, o descuido deles em certas situações, com fatos evidentes que deveriam ser evitados, mas que acontecem pelo descaso dos mesmos (é o caso do morimbundo que fica próximo das ervas, como se fosse intencional por parte do grupo).

O filme tem um certo clima perturbador, com direito a cenas escuras em meio a uma caverna asfixiante, repleta de ervas "assassinas". Sua fotografia em torno das plantas funciona. E é inevitável não sentir uma certa tensão em assistí-lo, assim como não podemos deixar de afirmar que por mais tosco e nada persuasivo que seja, sua estória tem uma parca originalidade junto ao tema, fugindo do terror que necessita exatamente de recursos padrões como serial killers, ou fantasmas. Entretanto por ter sido mal elaborado e demasiadamente utópico, o filme torna-se esdrúxulo.

O elenco, sem renome, até que transmite com realismo o desespero da situação em alguns momentos. Sendo o mais forçado da turma o ator Jonathan Tucker, não desconhecido, porém, não talentoso o suficiente.

Jena Malone, é a mais convincente entre eles. Tem a presença de Laura Ramsey também que, até então tem estado presente somente em filmes adolescentes abaixo da média.

Tenho que reconhecer que há cenas de violência na dose certa, efeitos especiais bem feitos, contudo, "As ruinas" é uma projeção infeliz que poderia ser mais divertido, caso não fosse tão improvável.

As cenas merecedoras de qualquer escárnio são as que mostram as tais ervas daninhas imitando sons como se fossem papagaios, simulando até o toque de um celular. Desculpe, mas essa pérola merecia ser citada.

No mais é isso, se tiverem tempo assistam descompromissadamente, caso não encontrem tempo, não faz mal. Não irão perder nada.

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