Lupas (6345)

O encontro da ficção científica e da crítica social num roteiro assinalado por certa obviedades, mas ainda potente. Serve também pra mostrar que não é só Hollywood que produz obras hollywoodianas.

Essa mãezona bota pra quebrar e não dá mole pra malandro. Quando se trata de defender a cria, não dá pra questionar muito a verossimilhança do roteiro.

Ceylan precisa urgentemente ir ao dicionário aprender o significado da palavra concisão. Se precisa de mais de 2h30 pra contar uma história, melhor fazer minissérie. Sem isso, as discussões pertinentes do enredo se diluem numa condução lenta e irritante.

Um belo recorte de uma amizade testemunhada pelo Brasil ao longo de décadas. Suede e Leone estão entre os melhores atores de sua geração e fazem jus aos papéis de responsabilidade que lhe entregaram.

Wahlberg e Berry reunidos pra entregar ação e romance descolado. A receita de tantas outras produções, que ainda dá um caldo.

Foge do debate e das soluções simplistas ao propor um olhar acerca de gente tentando levar sua vida e realizar seus sonhos. Naquela terra de xenofóbicos, um estrangeiro parece ser o bode expiatório ideal, e a vida ao redor segue, carregada de conivência

A reviravolta do roteiro é, na verdade, um artifício manjado, o único detalhe realmente incômodo no enredo. No mais, é gostoso acompanhar a protagonista errática e sua tentativa de acontecer, bem como a divertida coadjuvante de Thompson.

Entrega o básico das comédias românticas com doses sutis de sarcasmo. É um passatempo agradável, capaz de suprir expectativas baixas.

Os efeitos visuais são um grande chamariz, bem avançados dentro das possibilidades da época. Quanto ao roteiro, barras são forçadas e a burrice dos cientistas é bem providencial para a alienígena.

Mesmo passada mais de uma década, não perdeu a atualidade. Quem está acostumado e enxergar a Itália somente dos prismas gastronômico ou artístico tem uma surpresa com o lado feio de Nápoles e seus problemas de ordem socioeconômica.

Como que leram esse roteiro horrível e toparam participar? São tantos momentos de vergonha alheia que mal dá pra listar, e ainda tem essa garota que irrita por ser tão parecida com Anna Sophia Robb. Parece uma impostora querendo confundir a gente.

Garrel pai continua perseguindo suas obsessões de décadas. Aqui, reflete sobre o ofício mambembe - termo, tantas vezes, revestido injustamente de pejoratividade - e sobre o próprio fazer cinema.