Lupas (6345)

No mesmo ano em que fez o primeiro De volta para o futuro, Michael J. Fox atuou nessa comédia inofensiva, sustentada apenas pelo seu carisma. Um diferencial interessante é apostar no lobisomem como uma figura de apelo popular em vez da tradicional imagem amendrontadora.

Uma ótima ideia desperdiçada numa execução totalmente sem graça. Fazer piada com a programação de TV exige mais do que um humor de trapalhadas físicas forçadas.

O pesadelo da vaidade em tom escalar. Descontados alguns furos e conveniências do roteiro, Fargeat apresenta cinema de horror cruzado com crítica à objetificação feminina em uma cronologia atemporal. Em meio a tudo isso, Moore e Qualley estão assombrosas e a trilha estranha potencializa o desespero.

A premissa é ótima: vingança como nicho de mercado. Porém, faltam momentos genuinamente engraçados no texto. É a atuação da dupla principal que oferece algum atrativo à trama.

O homem errado no lugar errado, trama constantemente revisitada pelo cinema, em uma roupagem óbvia e mastigada demais.

Spencer e McCarthy têm carisma de sobra pra segurar essa comédia satírica ao mundo dos heróis. É meio receitinha de bolo, mas atende bem à demanda por uma sessão divertida e sem qualquer compromisso.

Até que enfim Shyamalan entrega um filme decente. Sua cota de bobagens já estava esgotada, e esse veio pra mostrar que ele ainda sabe mexer com os nervos do público num sentido dramaturgicamente positivo. Lá pelas tantas, porém, não deixa de irritar num detalhe.

Comprar a ideia de Brolin e Dinklage como irmãos gêmeos é parte do pacote de absurdos do roteiro. As situações oscilam entre a comicidade e o sarcasmo, às vezes, juntando ambos, mas dentro de uma fórmula já batida.

No clássico estilo do "não confie em ninguém", a narrativa coloca Hackman nas posições de caça e caçador. Logo fica claro que tem peixe grande envolvido em maracutaia, e a graça é acompanhar as sequências de perseguição.

Deve funcionar melhor com o público abaixo dos 7 anos, devido à simplicidade do roteiro e ao apelo visual dos bichos. Porém, não é uma perda de tempo pra adultos em busca de uma sessão simpática depois de um dia exaustivo.

Um épico fastidioso ancorado na estupenda atuação de Day-Lewis, o que é praxe em sua carreira. Dito isso, não sobra muito mais o que dissertar, apenas que oferece uma coleção de longas cenas de luta entremeadas por um romance insosso.

O clichê esgarçado da troca de corpos e as lições que esse evento inverossímil traz aos envolvidos. Não há um só instante de surpresa nessa comédia: melhor trocar por outra.