Lupas (497)
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Se A Viagem de Chihiro é Alice no País das Maravilhas, O Castelo Animado é O Mágico de Oz de Miyazaki: um grupo de disfuncionais que revertem suas maldições pela convivência. Um de seus filmes mais visualmente carregados, intensamente absurdo e delirante.
Bernardo D.I. Brum | Em 08 de Março de 2019. -
Nesse proto-noir, um assassino está à solta na cidade; a população está desorientada, as autoridades inertes, os criminosos ressentidos. E o justiçamento acaba por ter um gosto tão amargo e degenerado quanto o crime: nas sombras, também somos monstros.
Bernardo D.I. Brum | Em 08 de Março de 2019. -
Quem seria o diretor ideal para adaptar o ataque frontal de Ken Kesey às instituições de saúde mental? Milos Forman, que desconstruiu, riu e questionou tantas certezas de nossas vidas com uma câmera livre e cheia de vitalidade.
Bernardo D.I. Brum | Em 08 de Março de 2019. -
Aqui, a montagem tradicional é quase suprimida e emprega-se o plano-sequência para que se possa estudar as transformações e limites das perspectivas de uma narrativa construída. Filme-tese sobre o catártico e culpado crime Hitchcockiano típico.
Bernardo D.I. Brum | Em 08 de Março de 2019. -
O pilar das matinês noventistas, aliando um conto preventivo (dessa vez sobre os limites da ciência) com algumas das suas mais elaboradas set-pieces. Ainda de tirar o fôlego, no suspense ou no maravilhamento frequentes.
Bernardo D.I. Brum | Em 08 de Março de 2019. -
O filme não é sobre a imagem em movimento, mas sobre movimento de imagens. Não é uma brincadeira semântica: a narrativa é extraída de potencialidades que ganham sentido pela montagem, pelos nossos olhos. A história como memória, ou seja, perspectiva.
Bernardo D.I. Brum | Em 08 de Março de 2019. -
Kubrick desmancha a Guerra Fria: o embate de ideologias nada mais é na verdade que o combate entre humanos desprezíveis e enlouquecidos pelo próprio poder. Dispensa ser hilário para com sua acidez botar o mundo abaixo na base do deboche.
Bernardo D.I. Brum | Em 08 de Março de 2019. -
Por ser uma animação, é uma biografia rendida ao sonho desde o início: o homem preso ao chão que com seus desenhos alcança os céus mas a vida sempre o faz cair de volta. Devaneio e concretude conectados pelas mais poéticas transições da década.
Bernardo D.I. Brum | Em 08 de Março de 2019. -
Uma antítese e uma síntese do cinema de Bava: o plástico abandonado pelo sujo, apenas para descrever (mais uma vez) como seres humanos matam uns aos outros e si mesmos por pura pulsão de sexo e morte. Diferente de toda sua carreira, mas com todo o DNA.
Bernardo D.I. Brum | Em 08 de Março de 2019. -
Perspectiva sobre a política só passível de se ver na arte, com o exagero carnavalesco e delirante tornando gigantesco as ilusões e desilusões sobre as disputas pela narrativa dominante. "A História é feita pelo povo e escrita pelo poder". Ainda atual.
Bernardo D.I. Brum | Em 08 de Março de 2019. -
Enquanto outras cinebiografias adequam o retratado aos nossos olhos, Schnabel desestabiliza e nos faz olhar o mundo pela perspectiva de um artista perturbado por seus demônios e apaixonado pela vida. Igualmente contemplativo e vertiginoso.
Bernardo D.I. Brum | Em 15 de Fevereiro de 2019. -
Apesar do ocasional tropeço na redundância de atestar como o auge da civilização se comporta de maneira animalesca e perversa, Lanthimos ao tratar o material pelo viés do humor consegue compôr uma salada formal interessante - ainda que indigesta.
Bernardo D.I. Brum | Em 15 de Fevereiro de 2019.