Lupas (497)
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O silêncio de Michelangelo Antonioni transformado no grito de Brian de Palma.
Bernardo D.I. Brum | Em 26 de Agosto de 2020. -
Imersão sem volta na psicologia dos personagens, uma doce comédia romântica que funciona pelo avesso - não como uma tentativa de normatizar os personagens ao discurso vigente, mas antes libertando-os para viver seu anacronismo na potência máxima.
Bernardo D.I. Brum | Em 22 de Agosto de 2020. -
O drama mais engraçado de todos os tempos, ao mesmo tempo que também a comédia mais triste.
Bernardo D.I. Brum | Em 20 de Julho de 2020. -
Uma ressaca moral que se não carrega o cinismo destruidor de O Lobo de Wall Street, carrega um retrato interessante da crise de 2008 no "baixo escalão" e o ressentimento antissistêmico que surgiu como consequência através de suspense e sátira. Apesar da presença magnética de J-Lo, quem carrega o filme é a performance segura de Wu, mantendo o interesse dramático em um roteiro por vezes errático em administrar o desenrolar dos vários pontos de vista.
Bernardo D.I. Brum | Em 29 de Junho de 2020. -
O problema não é fazer um filme sobre a fase final da vida de Judy, sua decadência na saúde e carreira; é fazer um filme desinteressante. O que é o filme senão uma fileira de esquetes sobre o mesmo conflito? Renée Zellweger tenta, mas como ir além do cacoete se o roteiro só oferece a caricatura de persona problemática e desagradável? Além disso, no meio desse circo de crueldade, o filme insiste em salpicar ocasionais notas positivas, o que só deixa tudo incoerente. Uma tragédia tediosa.
Bernardo D.I. Brum | Em 10 de Junho de 2020. -
O que há de melhor em O Túmulo dos Vaga-lumes é o quão pouco ele precisa para emocionar o espectador. Na narrativa simples (mas nunca simplória), para contar uma história tão triste, Takahata equilibrou com seus planos lentos e contemplativos iguais níveis de horror e beleza. Por isso, mesmo com sons de sirenes, vítimas feridas e miséria geral, também possui uma delicadeza incrível, como na cena do "céu de vaga-lumes".
Bernardo D.I. Brum | Em 29 de Maio de 2020. -
Feito para ser um xerox de Star Wars, tem noção de sua condição de "primo pobre" e justamente por conta disso carrega um senso de humor delicioso; esse é o verdadeiro pai de filmes como O Quinto Elemento, Homens de Preto e Guardiões da Galáxia, pioneiro na presença de espírito contemporânea de que o gênero em questão poderia ser feito criadores como Flash Gordon, recusando o épico a favor da maluquice. Versão raiz do que muitos hoje fazem por fetiche estético.
Bernardo D.I. Brum | Em 24 de Maio de 2020. -
Metrópolis horizontal.
Bernardo D.I. Brum | Em 23 de Maio de 2020. -
Uma espécie de Ripley contemporâneo, com o diferencial de construir o suspense da narrativa através de sua condição mental obsessiva e incapaz de manter qualquer farsa por muito tempo. Ao mesmo, o filme também satiriza fortemente a cultura das redes sociais, explorando a o jogo de máscaras de uma elite instável e vazia. É certo que tal sátira ganha ares menos realistas e mais absurdos em seu desenrolar, mas a performance de Aubrey Plaza segura o interesse até o final cínico e pessimista.
Bernardo D.I. Brum | Em 20 de Maio de 2020. -
Câmeras, texto, telefone, vídeos, música, despertador, dinheiro, mapas, informação, intimidade, amizade... Buscando consegue ser mais contundente que muito episódio de Black Mirror na proposta de exibir como fomos engolidos pela tecnologia. O excesso de reviravoltas é excessivo e acaba tirando o caráter "primeira pessoa" lá pelo terço final, mas no geral é uma bela surpresa, com vários momentos tensos.
Bernardo D.I. Brum | Em 18 de Maio de 2020. -
Expressão íntima e lírica de um conto mitológico fundador. Comovente a cada quadro e canto de cisne mais do que digno de Takahata.
Bernardo D.I. Brum | Em 16 de Maio de 2020. -
Legítimo herdeiro de um cinema de horror onde a misé-en-scene é explorada para atingir o máximo de catarse, Corrente do Mal muito acertadamente pouco explica e muito assusta. Centrado exclusivamente na situação e na materialização de um terror invisível, a retomada desse cinema de evocação felizmente já está dando frutos.
Bernardo D.I. Brum | Em 13 de Maio de 2020.