Lupas (497)
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KMF já havia pincelado antes, mas Bacurau é o seu primeiro filme de gênero assumido. O diretor reconfigura o suspense de vingança com ambientação pós-apocalíptica para falar sobre a violência na espinha dorsal na formação da sociedade. A ambientação é mantida ao mínimo, o discurso não se pretende realista mas sim como caracterização plástica e a força motriz do suspense, após uma apresentação lenta e paciente, é no contraste da violência como opressão e como resistência.
Bernardo D.I. Brum | Em 24 de Agosto de 2019. -
Das comédias românticas que reinavam no período, talvez a mais simpática delas, com um duo protagonista bem construído em suas imperfeições e coadjuvantes que riem e comentam a trama para vocalizar o roteiro. Demora um tanto para começar e é mais longo que o necessário em suas indas e vindas do amor, mas o saldo final é positivo em seu comentário gentil sobre uma época turbulenta do showbiz.
Bernardo D.I. Brum | Em 21 de Agosto de 2019. -
Tarantino faz seu filme memorial à lá Amarcord e A Era do Rádio onde troca a trama ambientada em período histórico unicamente pela reconstituição histórica do "zeitgeist", ou espírito da época. Tudo em Era Uma Vez em Hollywood é contemplação sobre idealização e frustração na cidade das ilusões. Com vários belos momentos isolados, mas talvez desconjuntado demais: não há uma unidade que o eleve como no sua outra "anti-narrativa" Pulp Fiction.
Bernardo D.I. Brum | Em 19 de Agosto de 2019. -
O poder infinito da misé-en-scene por um de seus maiores encenadores.
Bernardo D.I. Brum | Em 02 de Agosto de 2019. -
Rio Bravo é, ao lado de No Tempo das Diligências, um dos sinônimos de western.
Bernardo D.I. Brum | Em 25 de Junho de 2019. -
Ainda o único da franquia que traz uma discussão interessante sobre o vigilantismo, construindo à conta-gotas a persona de justiceiro de Paul Kersey em um suspense ainda funcional.
Bernardo D.I. Brum | Em 21 de Junho de 2019. -
Homenagem mais sincera aos anos 90 desde Jovens, Loucos e Rebeldes. Hill surpreende relembrando sua juventude, com monólogos e closes que dizem muito com pouco. Truncado no início, mas se paga com a força dramática consistente.
Bernardo D.I. Brum | Em 24 de Maio de 2019. -
Algumas alterações funcionam, deixando o tom do filme ainda mais sóbrio. Porém, outras transformam o passado dos personagens em mero veículo para sustos, matando motivações para decisões. No final, fica no zero a zero.
Bernardo D.I. Brum | Em 24 de Maio de 2019. -
Um dos clímaxes definitivos do faroeste e do cinema - e não me refiro apenas ao filme.
Bernardo D.I. Brum | Em 01 de Maio de 2019. -
Kaufman contrabandeia elementos de outros gêneros (o tom de precaucação de ficção científica, a corrida contra o tempo do suspense) para compôr um filme sensível e empático sobre os relacionamentos modernos. A encenação pós-modernista e fluida de Gondry só reforça na criação da atmosfera dessa pérola contemporânea.
Bernardo D.I. Brum | Em 30 de Abril de 2019. -
Consegue desenvolver mais seus personagens que Guerra Infinita, focando na subjetividade deles. Ainda assim, personagens subaproveitados existindo apenas funcionalmente continuam existindo ao lado de longas sequências escalafobéticas e esquecíveis. Mas é aquilo, cinema pela catarse, e o final não nega fogo nesse sentido. Filme digno enquanto fim de uma era.
Bernardo D.I. Brum | Em 29 de Abril de 2019. -
Palhaçada deliciosa que tira um sarro violento de gente que se levava à sério demais. Todo o "inner circle" é retratado como um coletivo de patetas idealistas que logo estarão cometendo crimes para chamar a atenção em nome de estarem entediados com o estado das coisas. Uma crônica sobre os anos 90, em resumo.
Bernardo D.I. Brum | Em 27 de Abril de 2019.