Lupas (175)

Bebe na fonte de Sinais para a instauração do mistério trocando os campos pelo céu. Destaque para a talentosa e carismática Keke Palmer e a cena trágica do show de Gordy é a cereja deste bolo.

A presença enérgica de Laughton aguça a melhor versão do humor britânico em literalmente todas as cenas. Os seus minutos finais são uma jóia rara do cinema apesar de tudo nele ser sublime.

Assuntos delicados são demonstrados com um certo grau de cautela nesse universo ideológico e retrógrado que tanto machuca pessoas. De forma segura, Lucas Hedges chama a responsabilidade pra si.

Acerta bem em seus primeitos minutos principalmente com a presença forte de Penólope. Ao longo da obra, o roteiro desliza um pouco para o lado novelesco porém, consegue juntar suas pontas no final. Javier já esboçava o seu talento.

Pai e filho mergulhados na agonia pela busca de mínima dignidade. A falência de moralidade é brutal ao ponto do desespero e da decência se confundirem em meio ao devastado mundo pós-guerra. No final, temos um típico italiano escandaloso que, de forma ou outra, deixa sua marca.

Roteiro preciso e cruel que fura todas as camadas de desespero dessa família atormentada pelo vício incontrolável. A fluidez da dupla de atrizes atinge um patamar elevado garantindo a experiência do filme.

Mesmo não fugindo de artifícios já bem manjados, ainda é capaz de trazer elementos carismáticos que conduzem a história até seu desfecho. Destaque ao sempre confiante Del Toro.

Miller segue o ritimo arrebatador de Estrada da Fúria resgatando a maioria dos elementos característicos da saga nessa continuação. Anya Taylor-Joy reafirma sua força na pele da indomável Furiosa em meio a um cenário onde se encontram preservadas as alucinantes perseguições bem como sua atmosfera desértica e utópica. A única aresta seria em relação à questionável caracterização de Hemsworth...

A explicitude das cenas ganham vida em meio a um cenário malígno e claustrofóbito. O filme ainda soma pontos por ser objetivo e sem enrolação. Sidney reluz em cena!

Apenas pincela o lado romântico e aposta na realidade bruta que fazem não só os meninos chorarem...

Por mais singelo que seja, encontramos a magia de sua mensagem. Pixar marcando seus primeiros movimentos.

Uma verdadeira sala de aula animada! Esses senhores ratos são os reis do carisma.