Lupas (195)

Alinha-se adequadamente aos preceitos estéticos do Expressionismo Alemão, cumprindo sua função dentro desse espectro estilístico. Por este motivo, encontra seu valor como marca na história do cinema mundial.

A obra se destaca pela habilidosa construção do suspense, potencializada por atuações imersivas que conferem autenticidade à narrativa. O elemento da manipulação mental adiciona camadas de complexidade psicológica à trama. O desfecho, ainda que flerte com certa previsibilidade, atinge uma resolução também satisfatória. Vale ressaltar a direção primorosa de Zoe, cuja visão artística se alia a uma edição final muito bem executada.

A obra mantém uma direção coerente dentro de certas limitações e se destaca pela sua camada realista do Brasil. Porém, pela superficilidade dos demais elementos, Fernanda Montenegro acaba carregando a obra em seus ombros.

O que mais se destaca é o cuidado com o realismo do filme, que equilibra bem emoções, angústias e atuações de qualidade. O reconhecimento de Fernanda Torres aqui é totalmente justificado.

Uma obra que prende o espectador à tela, deixando-o dividido sobre para que lado torcer. As cenas dentro da quadra são irretocáveis, criando uma analogia poderosa de que os lados do triângulo, de algum modo, encaixam-se perfeitamente. Zendaya, mais uma vez, reafirma seu talento e marca uma deslumbrante presença.

Em 2024, ousar recriar a atmosfera de um filme de ação dos anos 90 e ainda alcançar um resultado satisfatório é prova de que algo foi bem executado. Jason e Taron entregam interpretações competentes e equilibradas. Presente de natal da Netflix.

Por um lado, pode-se notar a ausência de originalidade e personalidade no enredo; por outro, é possível apreciar o cuidado e o respeito dedicados à obra original que inspirou o clássico de Bram Stoker e o icônico Nosferatu de 1922. A percepção do valor dependerá de cada espectador, mas, em minha avaliação, sob ambas as perspectivas, a obra ainda permanece aquém do potencial de Eggers.

Possui uma proposta conceitual instigante, ainda que não inédita dentro de sua temática. No entanto, a execução das cenas carece de autenticidade, comprometendo um pouco a imersão do espectador. Josh oferece uma performance competente, mas, apesar de seu esforço, não consegue sustentar ou redimir plenamente a obra.

Por dentro de uma narrativa hipnótica, Martin Freeman entrega uma perfomance segura e verdadeira enquanto Jenna não apenas reafirma sua destreza artística, como também evidencia seu escolha em personagens desafiadoras como Cairo. Ainda conta com uma sintonia perfeita entre os personagens principais e secundários.

O filme desenvolve uma narrativa magistral que mescla frustrações profundas e sonhos distantes, conduzindo o espectador por um percurso tão sensível quanto perturbador. Mia Goth entrega uma performance extraordinária, extrapolando com maestria os mais complexos de seus sentimentos. Ti West, por sua vez, reafirma seu domínio ao criar um belo terror B, equilibrando beleza estética e tensão.

O filme apresenta uma premissa instigante, mas peca na execução pouco verossímil, marcada por atuações que oscilam entre a histeria e o exagero controverso. Alguns bons momentos não compensam a frustração gerada pelas minhas altas expectativas, pois a história real de Jesse James Hollywood poderia ter funcionado como um alicerce melhor para a obra.

Considerando o contexto geral, conclui-se que o filme equilibra habilmente ação e drama, resultando em uma obra que se destaca como um exemplar digno do gênero de ficção científica. Pontos para a Netflix aqui.