Lupas (175)

O Carisma é constante em relação à dupla protagonista e o filme consegue entregar um enredo criativo e até divertido. DeVito é maravilhoso mesmo em situações simples e Kelly Preston esbanja o seu auge da beleza! Agora... ver um Arnold Schwarzenegger inocente até vai, mas completamente bobo desse jeito, sinceramente, tenho dificuldade de digerir.

Honda consagrou uma perfeita analogia de uma terra devastada pelos estragos da bomba atômica de forma poética e respeitosa. Os cuidados com os efeitos das cenas são de se aplaudir de pé!

É sempre interessante os bastidores da pré-guerra, especialmente quando vemos figuras importantes da época em situações mundanas e até vulneráveis. Impossível não pensar em outros caminhos que a a história poderia ter traçado se certas atitudes tivessem tido algum êxito. Possui uma certa autonomia em suspense e, de quebra, prende a atenção praticamente o tempo todo.

O fato de que a qualidade técnica das animações da Disney ganhava um novo patamar é algo que vale ser destacado. De resto, temos apenas uma aventura simples e um romance improvável que, na ocasião, passou de ano.

Fico imaginando o quão horrível deve ser viver sob um medo permanente de não saber o que é real, a ponto de desconfiar de todos aqueles que caminham em sua direção. As lentidões das cenas são majestosamente trazidas para a vida da protagonista, que aliás, está bem edificada pela atriz Maika Monroe. A Segurança nos planos-sequência, a ocultação da figura da mãe e as várias ambientações simples de uma época pouco explanada e sem muitos recursos resultam-se em uma decente obra do gênero.

Há um confronto peculiar entre o erotismo e os costumes religiosos ao meio de cenas por vezes exageradas, por vezes desesperadas. Piper Laurie avassala em cada aparição e sustenta bem essa premissa. Além disso, os detalhes assombrosos do interior da casa da protagonista, os recortes sangrentos das cenas do baile e a sugestão de um trauma intermitente na cabeça da colega no final consagram a obra com certa primazia. Uma peça crucial na galeria de Brian De Palma.

Brilho eterno de uma mente sem juízo! Jim Carrey é único!

A ausência de carisma é de longe o que mais aborrece. Animação com composições inacabadas e sem direcionamento algum. Em resumo, uma história que não soube se comunicar.

Mesmo bebendo da fonte de obras lendárias como Jaws e Jurassic Park, o filme convence bem em seu argumento e abusa das cenas em planos-sequência bem conduzidas por Kormákur. Possui uma direção de fotografia belíssima com destaque principalmente nas cenas noturnas. Em suma, vemos aqui um cinema convencional, mas com um artefato relevante: a modernidade das câmeras.

As evidências da construção do cinema dos saudosos anos 90 e a sintonia das protagonistas são algumas das dádivas dessa movimentada obra de Ridley Scott. Impossível esquecer até mesmo dos detalhes. Mais do que um grandioso Road Movie, consolidou-se para mim como uma bela sessão de cinema clássico de sábado à noite!

Apesar de discordar que este é o filme mais assustador de todos os tempos segundo pesquisas recentes, pude encontrar, principalmente nas cenas dos vídeos caseiros, uma bela edificação do medo, uma sólida construção de narrativa e um desfecho igualmente digno. Vale a conferência.

A trama parte de uma premissa que desde o seu início já não descarrega grandes perspectivas. Possui cenas de ação bem medíocres, uma direção aquém do potencial dos irmãos Russo e ainda não engaja em seu enredo. Esse peso negativo também se apropria de Ryan Gosling, pois embora haja a tentativa de entregar um novo rosto no mercado de ação, outros gêneros, em especial o drama, dizem bem mais a seu respeito. Anotem: Julia Butters é um grande potencial.