Lupas (864)

Embora seja um romance excelente por si só, aqueles que passaram pela dor do fim de um relacionamento entendem na íntegra a genialidade e sensibilidade do roteiro, apesar das subtramas mal-resolvidas. Carrey e Winslet esbanjam carisma e química.

É uma mescla dos dois primeiros filmes (o esqueleto do primeiro com o foco cultural do segundo), sem se equiparar a ambos (o título é um equívoco, já que se trata de Kung Fu) mas divertido, mesmo com a longa duração e o excesso de cortes nas lutas.

Não li a obra original de Homero, mas pela sua importância dentro da literatura mundial, é muito difícil dizer que 'Tróia' tenha sido bem-sucedido de alguma maneira como adaptação. Ao menos as batalhas são excelentes de tão empolgantes.

Fica a dúvida sobre o que deu errado em 'Alexandre': terá sido a má fase de Oliver Stone ou a complexidade de sua história? Seja como for, o longa possui bons momentos, embora a história seja arrastada e as cenas de batalha, literalmente uma bagunça.

A total liberdade para o improviso é a causa de suas principais virtudes e defeitos, mas o saldo final é muito positivo, com algumas cenas já icônicas, o elenco composto pelo que há de melhor do humor e as participações especiais, um destaque à mais.

Não se arrisca como o original e suas ligações ao final soam um tanto gratuitas, destoando do resto do longa, mas o controle de tensão, do espaço reduzido, a trilha sonora e o elenco, se não o tornam inesquecível, é ao menos uma boa pedida do gênero.

O diretor ganha pontos por não ter pressa em partir para o terror, utilizar das limitações (e vantagens) da protagonista e usar o 'gore' apenas quando necessário, mas o filme demora a engrenar e se conclui no lugar comum. Bom entretenimento e só.

O final depende de muitas conveniências para funcionar, mas é preciso dar mérito ao James Ward Byrkit, que não apenas manipula vários conceitos bacanas, mas consegue tirar leite de pedra e proporcionar uma experiência engajante, apesar das limitações.

Abdicando do ritmo em prol de uma história muito mais relevante e com grandes reviravoltas, Leone faz um de seus melhores filmes em 'Três Homens em Conflito', repleto de momentos marcantes e a música tema (como esperado de Morricone), inesquecível.

A animação é bela, os questionamentos sobre I.A. continuam atuais e traz conceitos visuais interessantíssimos (fontes de inspiração evidente para Matrix). Pena que sobre espaço não utilizado para desenvolvimento de trama e personagens, para ser maior.

Dando seguimento à trama política do ótimo Winter Soldier (sem esquecer o fan service), Civil War pode não ter a coragem da obra original em sua conclusão, mas encontra o equilíbrio perfeito entre seriedade e entretenimento. O melhor Marvel até aqui.

Enquanto alguns dos números musicais são excelentes, uma quantidade considerável deles são redundantes, feitos em cima de diálogos banais, consequência do ego do diretor. Mas é uma obra refinada, e o comprometimento do elenco eleva a qualidade.