Lupas (457)

O sonho de toda criança. Além do encanto, é bem feito. O roteiro dá tempo para os personagens desenvolverem suas personalidades e seus conflitos, tudo comandado pela mão esperta de Richard Donner, que sabe trabalhar com os clichês.

Georges Méliès agora viaja para o fundo do mar, baseando-se na obra de Jules Verne, que é um dos escritores que mais se encaixa com o cinema do diretor francês. Não é foda como "Viagem à Lua", mas também tem muito encanto.

O caráter panfletário é mais forte que o filme.

Um dos filmes menos potentes de Carpenter, mas, mesmo assim, o trabalho de câmera é claustrofóbico e imersivo. Forma que reflete a diegese, pois o hospício também é assim com as personagens.

Se fosse um filme da Sofia Coppola, Anne Hathaway e Robert De Niro acabariam juntos.

À forma e ao conteúdo revolucionários, que anos antes o construtivismo russo já iniciara, é acrescido um humor inesperado. Entretanto, Mikhail Romm engessa seu filme em letreiros herdados do cinema mudo, o que, aqui, gera apenas auto-explicação das cenas.

"De Volta Para o Futuro" vira faroeste e Michael J. Fox vira Clint Eastwood! É impressionante como a trilogia soube mexer com o sentimento e a nostalgia, aqui os cinéfilos se deliciam com o velho oeste.

Podemos chorar, deixar a nostalgia bater e rir muito.

Nenhuma ficção pode ser analisada pela plausibilidade da trama. Segundo o próprio diretor, para isso existem os documentários. O melhor do filme está justamente no sacrifício do verossímil em prol da emoção, do entretenimento e da rapidez das transições.

Georges Méliès no auge de seu cinema farsesco: tempestade, balão ou confusão, tudo surge sem justificativas plausíveis. Enfim, a realidade é ignorada em benefício da encenação. Precursor de um conceito cinematográfico.

Três homens, o "Bom", o "Mau" e o "Feio", fadados a se enfrentaram por ganância e orgulho no oeste hostil. Mas a estética audiovisual se sobressai, com Morricone e Leone; aliás, poucos souberam decupar duelos como o diretor italiano.

Excessivamente televiso: humor fácil, leveza no tratamento de certos temas, atuações medianas e, até, razão de aspecto pequena. Mick Garris não é tão ruim na condução da câmera, mas o seu timing pra humor é péssimo.