Lupas (157)

Espetáculo poético redigido com uma sobriedade avassaladora; fazendo transparecer a inocuidade existencial tão comumente auto-identificante.

Sucinta aplicação ao ocultismo pictórico que pluraliza e expande o campo de sentidos dos quadros através de uma imersão museológico-indagativa sucumbindo em uma indubitável infinidade artística de acepções.

Tão revoltante e genuinamente disfuncional quanto apelativo.

Uma sucessão de dialéticas estavelmente divinas que captaram como poucos os fundamentos relacionais da sociedade francesa pós-revolução.

Uma asfixiante ode ao destrutivo poderio atímico da solidão que reduz o ser à trejeitos robóticos quando contactado à sociedade; apatia sintomática intransmutável em todas as localidades que vagueia.

As imagens esmeradas de Suzuki que temperam um recôndito conto conceitualmente alegórico.

Colagem filosófica-prescrutadora que (como o título condena) fode com os moldes arcaicos e exercita um processamento inovativo na configuração da mixagem de ideologias godarguianas à vídeos desfigurados.

Desprendimento hardcore.

Um homem posto à deriva das incertezas e conflitos humanos dentro de um meio ignoto (floresta); em tempos de auto-descobrimento.

Palpado em multi-significâncias imagéticas que transcendem os níveis de usualidade e o levam à um patamar de filme-íntegro existencial da incomunicabilidade.

É na troca de olhares que reside o grande encanto deste sublime conto. Uma obra sujeita à atemporalidade por sua essência universal e que justifica o cinema em um formidável estágio artístico.

Um enfeitiçante universo fabulístico; onde a inventividade reina.