Lupas (154)

Um belo conto adaptado por Kurosawa; que expõe diversas condutas podres praticadas pelos seres humanos. Não deixa de ser um estudo assustador da nossa capacidade destrutiva. Pena algumas cenas terem ficado demasiadamente melodramáticas.

Sabe manipular a atenção do espectador; mas a ''grande'' revelação é anunciada prematuramente, tornando a última meia hora um exercício inócuo. Ao término, fica a sensação de que fomos levados à um labirinto cíclico e sem identidade própria.

Os questionamentos pertinentes do cinema de Bergman encontram o credo. A mais ininteligível das dúvidas que permeiam em nossas mentes: a existência da força maior. O diretor sueco acerta com diálogos magistrais; que vão desde descontraídos à poéticos.

Nakata recicla inúmeros aspectos de ''Ringu'', fazendo-o parecer pouco inovativo. O drama familiar, onipresente em ambos os filmes, ganha um espaço maior aqui; mas ''Dark Water'' sobressai-se por sua história mais bem fundamentada.

Conto de fadas delicioso.

O grande trunfo é sem dúvidas a personificação do assassino; toda a engenhosidade de uma mente diabólica, capaz de enganar à todos através de uma perspicácia impressionante. Resvala em alguns exageros, mas ainda assim é um suspense obrigatório.

Nolan arquiteta uma curtíssima alegoria reflexiva em relação aos conflitos internos do homem. Mas parece algo feito às pressas.

Visconti idealiza uma cruel e verídica crítica à uma faceta lamentavelmente supérflua do cinema.

Somos conduzidos à uma incrível abordagem sobre a suposta inocência infantil. Destaque para as atuações impecáveis, especialmente à dupla mirim estupenda. O figurino é também honroso.

Superficial ao extremo; possui tantas falhas na narrativa que fica impossível listar todas brevemente. Além disso, é possível prever rapidamente o destino de quase todos os personagens. Só valem algumas coreografias e a dança como inclusão social.

O tempo vai passando e o desgaste aumentando. A nossa vivência, no entanto, vai sendo acumulada como tijolos até erigir um enorme edifício. Por vezes melancólico e por outras metafórico; mas sempre belíssimo, assim como a trilha sonora.

Passa uma ideia que poderia ser discutida nas empresas publicitárias engravatadas. Parece tentar ser cômico, o que não chega a conseguir e, portanto, o resultado ficou um tanto quanto vazio.