Confesso que nunca fui dos mais interessados em histórias em quadrinhos; não pelo fato de não gostar de HQ's, mas por não ter adquirido o costume de lê-los e também pela pouca divulgação vinculada aqui no Brasil.
Até simpatizo com heróis como Batman, Homem-Aranha e Capitão América - só para citar alguns exemplos -, mas estou longe de ser daqueles aficcionados que conhecem de cor tudo sobre a personagem e são capazes de esperar horas a fio em uma fila de cinema para assistir uma estréia desse tipo.
Pois bem; ontem, no conforto do meu lar, assisti ao blockbuster-mega sucesso de bilheteria, Homem de Ferro - baseado no HQ da Marvel. De início, sem dúvidas houve um pouco de preconceito , já que, a não ser pelo pôster do filme, sequer conhecia a armadura do super-herói.
Não há como não dizer que me assustei ao começar a ver o filme; parecia mais uma daquelas histórias em que detonam os países do Oriente Médio e ao mesmo tempo eudeusam e inflam o ego dos norte-americanos. Nessa parte, felizmente me enganei. Contudo, o diretor Jon Favreau comete alguns deslizes que merecem ser citados.
Me desculpem os fãs do HQ e os que acharam o filme um máximo, mas, sinceramente, achei a história e o roteiro um pouco defasados - parecem um pouco forçados e falta aquele quê a mais para o espectador. Outros defeitos que ao meu ver poderiam ter sido melhor trabalhados foram os trinta minutos finais da trama e principalmente o confronto derradeiro, que deixa muito a desejar - fica a impressão que foi tudo concluído com muita pressa e acabaram por atropelar a qualidade. Um último destaque negativo fica por conta da má utilização da atriz Gwyneth Paltrow; poderiam ter se aproveitado melhor do seu grande talento, mas infelizmente seu papel ficou reduzido se comparado a outros dentro da trama.
Mesmo assim, tenho de admitir que o resultado final me surpreendeu. Apesar de ter lido algumas boas críticas à respeito, não botava muita fé no homenzarrão de lata. Na pele, ou melhor, na armadura do personagem principal, está o excelente Robert Downey Jr. Interpretando o milionário descompromissado da indústria bélica, Tony Stark, Downey dá um colorido especial à trama. Seu carisma, aliado à sua competência, contribuem e muito para o andamento do filme. Além disso, apesar de não ser das melhores adaptações já feitas de quadrinhos para cinema - Batman e Spider Man ficam à frente -, Homem de Ferro está longe de ser um produto ruim. Outro e último ponto positivo a ser destacado é a trilha sonora; o HQ é embalado por um rock que vai desde os australianos lendários do AC/DC ao rock moderno e contagioso dos britânicos do Muse, que interpretam a bela música 'Invincible'. Como não poderia deixar de ser, o som de encerramento fica por conta da também lendária banda Black Sabbath, que toca a inconfundível e propícia 'Iron Man'.
No final das contas, o diretor ainda deixa evidente seu posicionamento quanto a também evidente política armamentista norte-americana - Eles próprios que fincanciam e lucram com as guerras pelo mundo. E ainda há quem diga que eles são os salvadores do planeta...
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