Saltar para o conteúdo

Críticas

Homem de Ferro

0,0

Confesso que nunca fui dos mais interessados em histórias em quadrinhos; não pelo fato de não gostar de HQ's, mas por não ter adquirido o costume de lê-los e também pela pouca divulgação vinculada aqui no Brasil.

Até simpatizo com heróis como Batman, Homem-Aranha e Capitão América - só para citar alguns exemplos -, mas estou longe de ser daqueles aficcionados que conhecem de cor tudo sobre a personagem e são capazes de esperar horas a fio em uma fila de cinema para assistir uma estréia desse tipo.

Pois bem; ontem, no conforto do meu lar, assisti ao blockbuster-mega sucesso de bilheteria, Homem de Ferro - baseado no HQ da Marvel. De início, sem dúvidas houve um pouco de preconceito , já que, a não ser pelo pôster do filme, sequer conhecia a armadura do super-herói.

Não há como não dizer que me assustei ao começar a ver o filme; parecia mais uma daquelas histórias em que detonam os países do Oriente Médio e ao mesmo tempo eudeusam e inflam o ego dos norte-americanos. Nessa parte, felizmente me enganei. Contudo, o diretor Jon Favreau comete alguns deslizes que merecem ser citados.

Me desculpem os fãs do HQ e os que acharam o filme um máximo, mas, sinceramente, achei a história e o roteiro um pouco defasados - parecem um pouco forçados e falta aquele quê a mais para o espectador. Outros defeitos que ao meu ver poderiam ter sido melhor trabalhados foram os trinta minutos finais da trama e principalmente o confronto derradeiro, que deixa muito a desejar - fica a impressão que foi tudo concluído com muita pressa e acabaram por atropelar a qualidade. Um último destaque negativo fica por conta da má utilização da atriz Gwyneth Paltrow; poderiam ter se aproveitado melhor do seu grande talento, mas infelizmente seu papel ficou reduzido se comparado a outros dentro da trama.

Mesmo assim, tenho de admitir que o resultado final me surpreendeu. Apesar de ter lido algumas boas críticas à respeito, não botava muita fé no homenzarrão de lata. Na pele, ou melhor, na armadura do personagem principal, está o excelente Robert Downey Jr. Interpretando o milionário descompromissado da indústria bélica, Tony Stark, Downey dá um colorido especial à trama. Seu carisma, aliado à sua competência, contribuem e muito para o andamento do filme. Além disso, apesar de não ser das melhores adaptações já feitas de quadrinhos para cinema - Batman e Spider Man ficam à frente -, Homem de Ferro está longe de ser um produto ruim. Outro e último ponto positivo a ser destacado é a trilha sonora; o HQ é embalado por um rock que vai desde os australianos lendários do AC/DC ao rock moderno e contagioso dos britânicos do Muse, que interpretam a bela música 'Invincible'. Como não poderia deixar de ser, o som de encerramento fica por conta da também lendária banda Black Sabbath, que toca a inconfundível e propícia 'Iron Man'.

No final das contas, o diretor ainda deixa evidente seu posicionamento quanto a também evidente política armamentista norte-americana - Eles próprios que fincanciam e lucram com as guerras pelo mundo. E ainda há quem diga que eles são os salvadores do planeta...

www.moviefordummies.wordpress.com

Críticas

Lemon Tree

0,0

O conflito árabe-israelense ocorre desde o final do século XIX no Oriente Médio. Até hoje, diversas foram as tentativas de selar a paz na região - a maioria delas frustrada. Disputa de terras estratégicas comercialmente e ideologias religiosas completamente distintas estão entre os principais motivos para o eterno desgaste. Este é um simples panorama do cenário que encontraremos no filme "Lemon Tree".

Em linhas gerais, o enredo conta a história de Salma Zidane - uma viúva palestina detentora de uma generosa plantação de limoeiros - que vê sua vida virar um verdadeiro desastre após a chegada de seu novo vizinho - o ministro da defesa de Israel. Incomodados com um possível ataque dos grupos terroristas palestinos vindos da vasta plantação, o ministro opta pelo mais simples; em meio a diversas alternativas mais humanas, ele prefere ordenar que se acabe com os limoeiros.

Obviamente o objetivo do diretor Eran Riklis é ir muito mais além de uma história fictícia e inocente. O que acontece com Salma no filme, acontece com muitas pessoas na vida real; histórias essas que acabam sendo ingnoradas e esquecidas pela grande mídia. Entretanto, Riklis consegue tratar dessa cruel realidade com uma beleza e sentimentos que envolvem profundamente o espectador. Torna-se impossível não se solidarizar com uma uma mulher que vê seu único grande patrimônio sendo degradado aos poucos pela falta de bom senso daqueles que esbanjam poder. Ao mesmo tempo, é difícil não se emocionar com o pseudo-romance vivido por ela ao desenrolar da trama.

Também fica evidente o descaso das autoridades e os jogos de poder que envolvem determinadas situações; da mesma maneira que é indignante ver o ministro 'calando' sua esposa - que é contra o fim dos limoeiros. Também causa repúdio o desumano veredito final da Suprema Corte de Israel. "Lemon Tree" vale pela sua dramática e tocante beleza; inegávelmente um excelente filme, brilhante direção e, desconhecidos, porém ótimos atores.

A curiosidade fica por conta das cenas em que o advogado de Salma - personagem vivido por Ali Suliman - aparece vestindo uma jaqueta com uma bandeira do Brasil; como se não bastasse, em uma dessas cenas ele acorda na casa de Salma, e, em cima de sua cama há um pequeno retrato do craque francês Zinedine Zidane; coincidentemente carrasco do Brasil na Copa do Mundo de 1998. Mera coincidência?

www.moviefordummies.wordpress.com

Críticas

Gangues de Nova York

0,0

Gangues de Nova York é um drama dirigido por Scorsese. A história foi tirada de um livro chamado The Gangs of New York de 1928. Com 10 indicações ao Oscar, além de ter ganhado dois Globos de Ouro, foi um filme muito esperado no cinema, apesar de que não estreou no ano que era pra estrear. Com duração de 3h40 de filme em 2000, Scorsese foi obrigado a fazer cortes de cenas para que o filme não ficasse tão longo e nem chato para os telespectadores, porque três horas de pura violência ficaria chato mesmo, o filme então foi estreado em 2002 com uma superprodução de US$ 100 milhões.

O filme conta a história das gangues rivais de imigrantes italianos e irlandeses nas ruas de Nova York entre os anos de 1846 e 1863. Amsterdam (Leonardo DiCaprio) queria se vingar de Bill (Day-Lewis) por ter matado seu pai quando era criança, em um dos conflitos das gangues nas ruas de Nova York. Após 16 anos Amsterdam volta a cidade de “Cinco Pontas” para que possa se vingar, após sua viajem a Cinco Pontas Amsterdam conhece William que se torna seu grande amigo de confiança,logo depois conversando nas ruas da cidade, ele conhece a Jenny (Cameron Diaz), e fica interessado por ela.Amsterdam, entra para uma gangue e ganha logo a confiança de Johnny um dos principais de sua gangues rivais, deixando ele mais perto de seu objetivo.

Gangues de Nova York foi um grande filme de Scorsese, mais também não foi um dos seus melhores. Os esperavam muito mais com a bilheteria desse filme que na verdade não deu para arrecadar nem a metade dos US$ 100 milhões que foi gasto, com ótimas maquiagens, figurinos e etc. E não deixando passar que o ator Day-Lewis após cinco anos de volta ao cinema, com um grande papel e digno de um Oscar, indo super bem no seu papel. Gostei desse filme, recomendável.

Críticas

Queime Depois de Ler

0,0

Depois de fazer sucesso e arrebatar prêmios e mais prêmios com o aclamado 'Onde os Fracos Não Têm Vez', os irmãos Ethan e Joel Coen voltam às raízes com mais uma comédia de humor ácido e muito refinado.

'Queime Depois de Ler' poderia ser mais uma comédia besta e sem sentido nas mãos de qualquer diretor, mas, sob a tutela dos Coen, se transformou em uma grande diversão e acima de tudo numa forte crítica. É bem verdade que para isso temos uma 'pequena' ajuda do estelar elenco - atores do mais alto escalão de Hollywood como Brad Pitt, John Malkovich e George Clooney, são colocados em papéis ridicularmente hilários que se interligam entre si da maneira mais bizarra e impessoal possível e tornam a trama ainda mais engraçada. Como se não bastasse, vemos a bela Frances McDormand muito bem e praticamente irreconhecível na pele da esquisita e ambiciosa Linda Litzke.

Os personagens - muito bem interpretados, diga-se de passagem - nos apresentam uma sátira e escancaram como somos idiotas e não temos o mínimo valor para as grandes instituições. J.K Simmons é um chefe de departamento na CIA que não faz nada o dia inteiro, apenas recebe informações de um subordinado e toma as decisões mais simplistas e compensatórias possíveis. John Malkovich também trabalha para a CIA, mas é demitido acusado de ser alcoólatra. Além disso, ele vive em uma forte crise conjugal com sua esposa. George Clooney é uma espécie de tira canastrão que nunca sequer precisou usar sua arma durante tantos anos de profissão. Assim como Malkovich, ele também passa por uma série de problemas em seu casamento. Brad Pitt é um completo idiota, instrutor de academia e sempre influenciado pela personagem de McDormand - gerente da academia em que Pitt trabalha e que tenta de tudo para conseguir fazer algumas cirurgias e 'melhorar' seu físico.

Um dos pontos fortes do filme é a construção dos personagens. Os diretores usaram boa parte da primeira metade da trama para apresentá-los ao público e dá-los vida; muito diferente do que costumamos ver na maioria dos filmes - personagens que surgem do nada, sem passado algum e sem nenhuma característica marcante. Em 'Queime Depois de Ler' quase todos têm vida, sabe-se o que fazem, as características psicológicas e os traços marcantes - bastante evidentes nos personagens de Pitt e Malkovich. Como disse um pouco mais acima, outro ponto forte e também bastante divertido é a maneira como as histórias se interligam - sempre da maneira mais impossível e original.

Em suma, o novo filme dos irmãos Coen rende boas risadas ao ridicularizar situações presentes no nosso cotidiano; ou seja, no final das contas gargalhamos de nós mesmos, do nosso dia-a-dia, do ridículo que somos e do descasso pelo qual nos fazem passar.

www.moviefordummies.wordpress.com

Críticas

Colateral

0,0

Collateral: um grande filme de Michael Mann!

Nesse thriller espetacular Michael Mann se sagra um dos grandes diretores da atualidade, principalmente em filmes de suspense/ação. Inegável os pontos positivos desta obra aclamada pelo público e dividida pela crítica.

O roteiro, normalmente escrito pelo próprio Michael Mann como em O Último dos Moicanos, O Informante, Fogo Contra Fogo, é assinado por Stuart Beattie. Muitos apontariam o roteiro como o ponto forte. Na verdade apresenta altos e baixos. Os diálogos envolvendo o taxista Max (Jamie Foxx) e o assassino profissional Vincent (Tom Cruise) são envolventes, fazendo com que o espectador grude na estória e nas cenas. O entrelaçar dos fatos são surpreendentes e arrebatadores como se estivéssemos lendo um livro policial. Resumindo, é um grande roteiro, com grande potencial, apesar do conteúdo clichê.

O talento de Michael Mann na direção me deslumbra os olhos. Pouquíssimos diretores possuem talento tão aguçado com uma câmera na mão. A maestria na busca de tomadas de cenas perfeitas é visível, o que conota um tom absolutamente artístico a essa obra, que na mão de outro qualquer se tornaria somente mais um filme de ação mal aproveitado. Descrevendo de outra maneira, ele possui um estilo único de direção, que se caracteriza pelo visual e que se enquadra quase que num documentário da vida real.

Sou fã de carteirinha de Michael Mann, e não posso negar que toda vez que ela lança um filme novo sou um dos primeiros a ir correndo ao cinema e assistir às suas aulas de direção. Pena ele não ter achado o seu clímax a ponto de ser premiado e ter seu nome marcado na história, contudo, acredito que seja apenas uma questão de tempo.

Outro ponto bastante interessante é a dupla de personagens e os atores escolhidos muito bem pela produção, diretor, ou seja lá quem define. Uma marca bastante presente nos trabalhos de Michael Mann é justamente uma grande dupla de atores, assim como Al Pacino e Robert De Niro em Fogo Contra Fogo, Russel Crowe e Al Pacino em O Informante e Colin Farrell e Jamie Foxx em Miami Vice. Tom Cruise está absolutamente perfeito como o vilão “sociopata” Vincent, aliás, se não me engano, o primeiro vilão da carreira de Cruise. A frieza com que interpreta é incrível. Por outro lado, Jamie Foxx se destaca como o taxista sonhador e perfeccionista Max, aparecendo pela primeira vez num papel de muita qualidade, o que seria corroborado com a atuação de Ray Charles, rendendo-lhe no mesmo ano as indicações tanto para ator principal como para coadjuvante. Mark Ruffalo aparece sem muito brilho como o detetive Fanning, mas Javier Bardem, ainda que apareça em apenas uma cena de mais ou menos 5 minutos, demonstra uma bela participação como o traficante Felix.

Impossível não destacar a trilha sonora, característica de muita qualidade dos filmes de Michael Mann. Bastante eclética, as músicas que trilham o filmes passam por eletrônica, rock, Jazz, entre outras. Talvez uma das mais interessantes trilhas sonoras de filmes que eu já assisti, de uma maneira geral. Fica a dica: vale muito a pena escutar o CD da trilha sonora do filme.

Entretanto, os deslizes da película são notórios. Cenas e partes do roteiro são extremamente clichês, principalmente o final, e derrubam esse que poderia ser um filme de ponta, ou seja, um autêntico cinco estrelas.

Mesmo assim, sou fã deste trabalho de Mann e não me canso jamais de assistir a este filme que é repleto de qualidades artísticas que se sobressaem a qualquer deslize do roteiro.

Uma obra quase impecável, que não vinga por completo pelo seu clichê exagerado!

Críticas

Desejo e Reparação

0,0

Desejo e Reparação (Atonement, 2007) mereceu todos os prêmio que concorreu e ganhou no começo de 2008, trata-se de uma obra fantástica, emocionante, cativante e tecnicamente maravilhosa. Desejo e Reparação é a adaptação de um livro de Ian McEwan, que se passa na Inglaterra de 1935, numa rica propriedade rural, onde vivem a matriarca e suas duas filhas – a voluntariosa Cecilia, a mais velha, e a jovem Briony, de 13 anos. Também é o lar de Robbie Turner, filho da governanta, mas educado em Cambridge às expensas do falecido patrão. Cecília e Robbie têm uma forte conexão, sem saberem, no entanto, se são correspondidos um pelo outro. Briony é a única testemunha da atração entre os dois, e será justamente uma iniciativa dela a definir o futuro dos dois amantes.

Não foi a toa que o filme foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. A técnica de oscilar entre mostrar o ponto de vista de Briony em relação ao casal Cecília e Robier, e depois mostrar o ponto de vista do casal é brilhante. Não é só essa técnica interessante que se destaca neste filme, o roteiro tem diálogos cuidadosamente estruturados, claro que o livro ajudou muito na hora de criar o roteiro, mas, ainda assim, o filme conseguiu condensar o livro em apenas duas horas de forma absolutamente perfeita, sem exageros.

Um outro aspecto positivo é a excelente direção de Joe Whrit (Orgulho e Preconceito), ele conseguiu conduzir o filme de forma brilhante, apesar de não ter sido indicado ao Oscar, ele soube conduzir os atores, a equipe e tudo o mais. Não podemos deixar de citar um dos pontos mais fortes do filme, que são as atuações. A melhor delas, disparado, é de Saoirse Ronan, que dá vida a Briony Talis (aos 13 anos), cuja atuação foi indicada ao Oscar, ela atua de forma impressionante, é fria, calculista, pensativa, demostrando que tem tudo para ser uma grande atriz. Keira Knightley e James McAvoy também são igualmente ótimos, Keira, ao contrário de Piratas do Caribe, demonstra estar ganhando maturidade, e transporta o drama da personagem de maneira convincente. Sobre James McAvoy, posso dizer, sem sombra de dúvida, que esta é a melhor atuação dele, mesmo não sendo indicado ao Oscar, o drama que ele vive durante a Segunda Guerra Mundial é bem interpretado pelo ator.

Tecnicamente, o filme é lindíssimo, na primeira parte do longa (antes da Segunda Guerra Mundial) a fotografia, que foi indicada ao Oscar, é maravilhosa, o tom claro combina de forma perfeita com os cenários, que também são muito bem feitos, entretanto, a fotografia não é clara a maioria das vezes, nas partes onde o personagem de McAvoy aparece no acampamento dos soldados da guerra, ela é um tanto escura, isso é um ponto positivo porquê ajuda a passar o drama do personagem para o espectador. Tudo isso na medida certa para o filme.

O figurino mereceu ser indicado ao Oscar, as roupas retrataram bem a moda daquela aquela época. A maquiagem do filme foi igualmente ótima, bela e altamente convincente, o longa só não se destaca muito nesse quesito por que realmente não necessitou muito desse recurso, só posso adiantar as cenas em que o personagem Robbie Tunner está sangrando, são alguns dos destaques da maquiagem. A Direção de Arte do filme é outro trabalho competente da equipe, recebendo uma indicação ao Oscar, visualmente incrível e altamente detalhada.

Finalizando, a trilha sonora do filme. Deixei esse assunto para o final por justamente ser o ponto forte do longa, as trilhas (a maioria composta por Dario Marianelli) foram de tamanho destaque para o filme que chegou a ganhar o Oscar de Melhor Trilha Sonora. As músicas compostas por Marianelli ajudar a dar a certas cenas do filme uma maior magnitude. Certas cenas não seriam as mesmas sem a presença da trilha sonora. Uma dessas cenas é onde Briony avista Cecília e Robbie perto da fonte, a outra em que se destaca, e muito, é mais para o final, onde uma revelação sobre a história acontece. Falando em final, ele é emocionante e marcante, confirmando Desejo e Reparação como uma obra-prima do gênero.

Desejo e Reparação foi indicado a 6 Oscar (incluindo Melhor Filme), sendo que venceu um deles e indicado a sete Globos de Ouro, sendo que ganhou dois (um deles foi Melhor Filme Drama, conseguindo derrotar seu concorrente Onde os Fracos Não Tem Vez). Acho que não preciso dizer mais nada para saber que estou falando de uma obra-prima do cinema, e que é um filme obrigatório para os fãs do gênero, sem dúvida um filme soberbo, altamente recomendável!

Críticas

Sete Vidas

0,0

Will Smith volta às telonas mais uma vez. Após arrecadar milhões com os blockbusters "Eu sou a Lenda" e "Hancock", Smith volta a fazer drama com o irregular "Sete Vidas". É inegável que o astro de Hollywood tem talento, e isso foi mais do que provado em "Ali" - que lhe rendeu uma indicação para o Oscar de 2001 - e no já citado "Eu sou a Lenda".

Smith se acostumou a fazer dramas, e a partir do momento que descobriu seu talento para a coisa, passou a fazer um atrás do outro - obviamente isso não garante a qualidade de seus filmes.

Em "Sete Vidas" Smith revive a parceria de sucesso com o diretor italiano Gabriele Muccino, que o havia dirigido em "À procura da felicidade" - também indicado ao Oscar de melhor ator. Podemos dizer que o novo "Arrasa quarteirões" de Will Smith não é um desastre - principalmente pelas sólidas atuações do trio principal, que ainda conta com Rosario Dawson e Woody Harrelson.

O roteiro é muitíssimo interessante, mas a opção de desconstruí-lo ao longo da trama seria boa apenas se ele fosse melhor trabalhado; ou seja, é um bom roteiro, só que mal executado. O desenrolar da história é lento e tediante, o que chateia um pouco o espectador, pois falta aquele suspense que faça o público se prender totalmente ao filme. O final, apesar de previsível para os mais atentos, é em certo ponto revelador - de longe a parte mais impactante da nova empreitada de Will Smith.

A tal jornada de redenção pela qual passa Ben Thomas - personagem de Smith - me pareceu um tanto quanto forçada; é claro que ele cometeu um erro gravíssimo no passado e tenta recompensá-lo no futuro; no entanto, a maneira pela qual ele tenta se redimir soou um pouco exagerada. É claro que cada um enxerga as coisas de uma determinada maneira, ainda mais carregando o peso de algo grave no passado, mas creio que ninguém faria o que Thomas faz durante a trama.

"Sete Vidas" não é um bom filme, pois peca em diversos aspectos; entretanto, também não é dispensável. Saí do cinema com a sensação de uma excelente história, mas que se melhor trabalhada, poderia ser muito mais do que se apresentou no produto final.

www.moviefordummies.wordpress.com

Críticas

Apenas Uma Vez

0,0

Apenas uma vez tem uma trilha sonora de fazer inveja a muitos filmes, e também a muitos cantores e bandas. Não é para menos, a canção “Falling Slowly” saiu da premiação do Oscar com uma estatueta. O filme conta a história de um jovem rapaz inominado (Glen Hansard) que trabalha em uma loja de consertos de aspiradores de pó com o pai, e de uma jovem também inominada (Marketa Irglová) vendedora de flores e diarista. Ele toca seu violão nas praças de Dublin todas as tardes e noites para ganhar dinheiro. É um músico muito talentoso mas que tem medo de expor sua obra. Ela é musicista e recém divorciada, que vive com sua pequena filha e sua mãe. Um dia se conhecem por acaso e acabam ficando amigos, o que nos faz imaginar que daí nascerá mais uma das tantas histórias de amor vistas nas telonas.

Contudo, o filme não é só isso. Os protagonistas do filme na verdade são mais músicos que atores, o que capta melhor a essência do filme, dois compositores que se aproximam e compõem juntos e gravam algumas dessas músicas. Inclusive Glen Hansard é o compositor dessas canções, criadas a pedido de John Carney, diretor do filme. Falling Slowly nos é apresentada em uma loja de instrumentos musicais onde a personagem de Marketa Irglová toca piano todos os dias no horário do almoço. A singela da canção conquista a todos. Outras grandes canções são ouvidas na trama como “Lies” “Say it to me” e “If You Want me”. Aliás, em se tratando desta última, o personagem interpretado por Hansard pede à personagem interpretada por Irglová que escreva uma letra em cima de uma melodia já criada por ele. Esta é uma das cenas mais interessantes do filme. Depois de escrever a letra, ela vai à padaria comprar mais pilhas para ouvir a melodia no seu aparelho portátil. A cena dura uns quatro minutos desde a saída da padaria até sua casa. Mas neste trajeto vemos, como na maioria do filme, a câmera tremida no andar da personagem, focando-a de frente. Vemos carros passando, carros estacionando e semáforos abrindo e fechando. Temos a sensação de um recorte verdadeiro na vida de alguém, a cena nos aproxima do real tamanha é a força da retratação do cotidiano. Por hora a luz desaparece, a câmera fica filmando o vazio com uma silhueta mal definida. Era a personagem de Irglová que acaba de passar por um beco mal iluminado.

Ela ainda sofre com o relacionamento acabo, assim como ele, que deixou a ex-namorada em Londres. E Dublin parece fria ao retratar a vida desses dois personagens, fechados em suas dores, mas com uma doçura a construir-lhes a amizade. Encorajado pela moça, ele resolve ir a Londres e, antes de ir, resolve ir ao estúdio gravar umas canções para levar consigo para lá, em busca de um contrato. Eles conseguem uma banda e gravam suas belas canções. Vêmos o trabalho interno das gravações, tanto dos músicos quando da pessoa responsável por mixar e ajustar os detalhes de som. Ao fim da gravação, temos uma bela cena na praia, no amanhecer, onde temos a sensação de dever cumprido, de um sonho que começa a ser realizado.

Agora podem estar se perguntando, eles ficam juntos ou cada um tenta reatar o relacionamento antigo? Ou nenhum dos dois? Deveras, esse dado no final do filme realmente não importa, porque o filme se transpõe além disso, a singeleza e a doçura que o filme nos traz torna esse dado menor em relação ao todo. Um dos melhores filmes desta década. Um estilo diferente de cinema para verdadeiros apreciadores da arte, seja cinematográfica, seja musical. Atores com uma qualidade musical absurda, e um olhar interessantíssimo sobre a vida e sobre a arte. Um dos meus filmes prediletos!

Críticas

Meu Marciano Favorito

0,0

A chegada do século XXI parece ter despertado nos produtores americanos uma espécie de levantamento da herança deixada pelo mesmo. Assim passou-se a trazer para as grandes telas os seriados que embalaram as gerações antigas as catadupas. Para citar alguns: A Feiticeira de Nora Ephron - 2005( baseada em série produzida entre 1964 e 1972), As Loucas Aventuras de James West de Barry Sonnenfeld - 1999 (baseado em série produzida entre 1965 e 1969) e Starsky & Hutch - Justiça em Dobro de Todd Phillips – 2004 (baseado em série de tv de 1975 a 1979). Todas as citadas naufragaram em sua tentativa de resgatar o espírito daqueles tempos, sendo que as duas primeiras citadas foram verdadeiras bombas – Starsky e Hutch não deixa de ser também uma bomba, só que de proporção menor.

Assisti “Meu Marciano Favorito” meio ressabiado. Afinal as citações acima bastam por si só para explicar tamanho receio. Não posso dizer que sai completamente satisfeito com o que eu vi, mas não é possível classificar o filme como uma “bomba”. A série no qual foi inspirado, da qual pude assistir uns três episódios era simpática. O filme em si acerta ao procurar manter a linguagem ingênua. A questão que talvez venha decepcionar o público que conhecia a série é o recheio de efeitos especiais, possíveis devido à tecnologia atual, e também por se tratar de um produto destinado as grandes telas (ou seja aquilo que era apenas sugerido com trucagens simples, que instigava a imaginação de quem assistia é desnudado). Os poderes incomuns que o tio Martin possuía na antiga série (ele era telepata, possuía duas antenas retráteis, podia ficar invisível e movia objetos com o dedo) é acrescido de outros: uma roupa com consciência própria, pílulas que transformam sua aparência a semelhança de outros extraterrestres.

De toda forma o filme possuí seus bons momentos. A cena inicial é um primor. Uma sonda espacial trava diante de um montículo em Marte; a NASA festeja o sucesso alcançado por tal feito – atrás do montículo existia uma enorme cidade futurista, a qual eles ficam privados de conhecer e acreditam assim ser Marte desabitado. A questão levantada é profunda. É uma alegoria que nos faz pensar: Estaríamos dotados da capacidade de entrar em contato com outros seres. Não falo aqui da questão intelectual ou de progresso tecnológico. Seríamos dotados da capacidade de auferir através de nossos sentidos seres que talvez se utilizem de outros que não conhecemos. Ainda que essa não seja a proposta do filme, a cena inicial possibilita tal questionamento, ou pelo menos critica nossa pequenez diante do Universo.

Outros bons momentos são aqueles em que o traje de Martin interage com os habitantes da Terra. Ao dotá-lo da capacidade de pensar por si só, e ao dar-lhe uma personalidade próxima da de uma criança, a ingenuidade da antiga série é ressuscitada.

Os atores dão conta do que lhe foi confiado: Christopher Lloyd cria um Tio Martin que convence e remete na sua aparência aquele vivido por Ray Watson (o anterior era contudo mais comedido – Talvez a necessidade de dar conta de uma série em pouco menos de duas horas cause uma aceleração do todo). Jeff Daniels se presta a ser um mero coadjuvante, tal qual fora Bill Bixby na série original. Daryl Hannah e Wallace Shawn nada acrescentam ao filme com os personagens que não existiam na série original. Christine Ebersole vive a Sra Brown, mas o personagem não possui a dimensão que desempenhava na antiga série.

O resultado final diverte, mas fica aquém do original que o inspirou. Serve como uma pálida homenagem, despertando assim a curiosidade para que se conheça a série antiga

Críticas

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

0,0

Embora desponte com uma abertura incrível e bem construída este filme de Indiana é só mais um filme para levar fãs e jovens para o cinema (ou locadora). Devo admitir que não sou fã dos filmes do Indiana (embora seja de seus criadores), mas gostei de vários dos longas dele (principalmente do último... mas já está na hora de revê-lo). Talvez seja esta distância temporal entre seus filmes que tenha um efeito menos instigante ao final deste longa.

Harrison Ford encara novamente seu eterno personagem e não desaponta e corresponde as características que o tornaram um ícone “semi-mundial” e herói americano. A apresentação dos personagens é ótima e cheia de glamour, como com Cate Blanchett a vilã-mor do filme ou com o jovem Shia LaBeouf . Mas todas as qualidades visuais e narrativas mostradas no inicio do longa vão aos poucos se deteriorando ao longo da projeção. É justamente com o final da “aventura” nos Estados Unidos que o filme começa a ter atitudes clichistas ao extremo. Infelizmente George Lucas e Steven Spilberg não conseguiram transformar uma estória simplista em um bom filme para se assistir (o que conseguem na maior parte das vezes). Parece que a vontade de produzir mais uma aventura para o herói Indiana se sobrepôs a muitas qualidades destes dois mestres do cinema. Situações totalmente previsíveis acompanham as “tramas” do filme. Quem acha que vai se surpreender com grandes reviravoltas é algo bem distante e que passa bem longe deste longa, o que resume tudo a diversão e pipoca.

Além destas situações que são pequenos detalhes (ou falta de criatividade do roteirista), como por exemplo a “ajuda” do personagem de John Hurt, que em alguns momentos demonstra uma “loucura verdadeira” em outras um “retardamento extremo” e depois “uma sabedoria questionável”. Entediante como disse Silvio Pilau, a vilã do filme nada mais é do que uma peça necessária a trama simplesmente para conduzir nosso herói até a questão principal do filme. Ela embora como disse no início muito bem interpretada (pela excelente Cate) se torna ao longo da trama um clichê assumido de uma caricatura socialista ao extremo. Situações de brigas e lutas gratuitas, como quando estão em carros, e personagens se digladiam montados em dois veículos em movimento, o que muito bem poderia ser resolvido com uma pequena freada do veiculo dos “vilões”. Estas cenas têm suas qualidades de criatividade, resultam em risadas sadias mas nada mais do que isso. E sim os russos são vis, cruéis e apenas estão no filme para sofrerem nas mãos de Indiana e exemplificarem quão vilões eram. Existem cenas que beiram atitudes de desenho animado, caretas e piadinhas rasas. O filme parece perder de muito de sua grandiosidade, pois temos de engolir várias cenas e ações que soam um tanto forçadas. Para nós brasileiros, então. A cena das formigas beira o ridículo e o que dizer dos macacos-pregos, que dão uma de Tarzan em plena floresta e ajudam os moçinhos contra os russos. Outro ponto é a própria floresta. Em um momento necessitam de “caminhões de poda” e depois estão em alta velocidade perseguindo-se em plena floresta fechada. Além de vários errinhos de estrutura, como: quem são os mortos dentro do templo. O final como já comentado é caótico, não temos nenhuma idéia do que está acontecendo, nem porque razão esta acontecendo e quando vemos já acabou.

Suportando todos estes tropeços, temos um filme mediano que é ao menos bem interpretado e visualmente belo. Quem é fã que assista com um pé atrás, quem não é, não comece por este filme, e quem já tentou e nunca conseguiu ser, deixe este filme na prateleira da locadora.

Páginas