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Críticas

Operação Valquíria

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Tom Cruise "suou" para poder lañçar "Operação Valuquíria". Diversos problemas impediram o lançamento da produção, que deveria ter saído nos cinemas em 2007, mas acabou sendo lançada aqui no Brasil em 2009. Assim, muita expectativa foi criada em torno do filme, que foi aumentada com a passagem do astro no país para a divulgação. Infelizmente, o resultado é uma decepção e um dos piores filmes nos quais Cruise participou.

A história, baseada em fatos reais, se passa na Segunda Guerra Mundial, na Alemanha. Um gurpo de generais nazistas, liderados pelo coronel Claus von Stauffenberg (Tom Cruise), estão instisfeitos com os rumos que a Alemanha governada por Adolf Hitler (David Bamber) e os SS está levando. Eles decidem, então, pôr em prática a Operação Valquíria, que originalmente seria um plano de emergência para a segurança de Hitler, mas é adaptada para que este seja morto, seus principais aliados sejam presos e um novo governo seja instituído.

Havia, assim, um material super interessante para que um grande filme fosse construído. Mas o roteiro de "Operação Valquíria" é medíocre. Os personagens são extremamente superficiais e alguns nem deveriam existir. Um exemplo é a esposa do coronel, interpretada por Carice von Houten. Ela não acrescenta coisa alguma à trama, além de ressaltar a idéia conservada de que o coronel é um "bonzinho" pai de família preocupado com seus 7 filhos (que aparecem praticamente em só uma cena!). Aliás, esquece-se o fato que esses oficiais conspiradores também eram nazistas e devem ter cometido atrocidades, mas o roteiro resolve omitir o fato.

A direção de Bryan Singer não ajuda. Ela é equivocada do início ao fim. Além de reforçar os pontos negativos do roteiro, Singer constrói uma metade inicial completamente tediosa, com diálogos desinteressantes e triviais. Quando, finalmente, a Operação é posta em ação, o diretor não consegue criar um "clima" que nos farça torcer por estes supostos oficiais bonzinhos. O filme é praticamente vazio de suspense e tensão, que seriam fundamentais à trama.

As atuações são vítimas do diretor e do roteiro. Tom Cruise está péssimo, interpretando mais um bom mocinho que está tentando salvar a todos (no caso, a Alemanha e a Europa). Este tipo de personagem já cansou e irrita o espectador. Quanto aos coadjuvantes, seus personagens são tão vazios que não abrem espaço para bom desempenho dos atores. Os competentes Kenneth Brannagh (que quase não aparece como o Major Tresckow), Bill Nighy (que interpreta o General Olbricht) e o fantástico Tom Wilkinson (na pele do General Fromm) estão completamente apagados no filme. David Bamber não realiza a "sombra" do que Bruno Ganz fez como Hitler em "A Queda".

Quanto aos aspectos técnicos, não há o que se destacar, porque nada chama a atenção. Enfim, "Operação Valquíria" é um filme muito fraco que, se não fosse pela prença (fraca) de Tom Cruise, poderia sair direto em DVD. Uma grande decepção.

Críticas

Segredo entre Nós, Um

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O encontro com o passado sempre é tenebroso. Tenha ele sido bom o mau. Essa é a viagem de Michael (Ryan Reynolds). Aqui, o nosso personagem principal faz uma retrospectiva de sua infância e de todos os medos e aflições em que esteve envolvido.

O filme, dirigido de forma magistral por Dennis Lee, passeia entre os relacionamentos de uma família, sobretudo focado na relação pai e filho. A estória é contada no presente com passagens de flash back.

No passado: Michael é um garoto que vive com a mãe Lisa (Julia Robert) e o arrogante pai Charles (Willem Dafoe). Charles é um escritor – ou pelo menos tenta ser – que não consegue sucesso com suas publicações. Sempre criticado, ele desconta sua ira na família – ou talvez seja essa sua real personalidade. Quem mais sofre é Michael. Ele é obrigado a seguir a carreira do pai (um escritor) – na verdade mais uma escolha do que obrigação - e sempre é mal tratado de forma estúpida. Lisa, a mãe do garoto, serve como um equilíbrio. É ela quem consola Michael depois das indignações de Michael. No meio entra Jane – irmã de Lisa. Aos poucos ela se torna a melhor amiga do garoto, o que o ajuda a passar a fase turbulenta.

No presente: Michael (Ryan Reynolds), já adulto, volta para casa em uma reunião familiar. Logo no início do filme uma surpresa: Sua mãe morre em um acidente de carro, no qual o primo de Michael – filho de Jane – se culpa por ter sido ele o causador do desastre. De volta à casa em que cresceu, Michael é tomado por lembranças ao mesmo tempo que começa a reavaliar sua relação com o pai, a irmã, e a tia.

Michael escreve um livro autobiográfico, revelando detalhes de sua infância: seu sofrimento e sua conturbada relação com o pai.

O filme tem boas atuações – até o péssimo Ryan Reynolds consegue dar conta do recado, não compromete a obra. A fotografia é um ponto alto. Belas localizações deixam o filme poético, junto, claro, com uma boa trilha sonora. O diretor consegue conciliar momentos dramáticos com um bonito fundo musical. A estória é excelente, apesar de não tanto original. Mas, chama a atenção pela simplicidade como é contada, mesclando entre passado e presente, o que ajuda a moldar a personalidade de cada personagem, ou, pelo menos, nos faz compreender quem é cada um.

O produto final só não é melhor pela falta de originalidade e a ausência de um elenco mais conceituado. No entanto, não deixa de ser um filme recomendável, principalmente para um programa em família. Com certeza vai chamar a atenção quanto as atitudes, culpa e arrependimento num contexto familiar.

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Lutador, O

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Mickey Rourke volta ao cenário em The Wrestler, melhor do que nunca!

A estória de um lutador bem sucedido de vale-tudo da década de 80 se vê frente às dificuldades dos tempos atuais e da decadência do esporte. Esse é o paradigma de um filme absolutamente original e, na minha opinião, um dos melhores sobre lutas da história do cinema.

Confesso que não achei que seria tão merecedor de tantos pontos positivos, passando pelo excelente elenco, roteiro bastante sólido e uma direção preciosa e cheia de detalhes. Um tanto bizarro eu diria, construído num clima de desgraça total do personagem e dirigido na forma de um filme lado B, somados à trilha sonora repleta de metal. Aliás, Aronofsky trata muito bem da desgraça de personagens, repetindo o espírito do excelente e pesadíssimo Réquiem para um Sonho, de 2000.

Mickey Rourke está de volta à ativa, se é que algum dia esteve tão bem como diante desta obra. A naturalidade do personagem é incrível, resultando como alguns dizem de uma verossimilhança de sua própria drástica vida. Não é uma atuação baseada em cima de cenas de explosão, porém numa construção constante do ator durante todo o filme, que, por sua vez, passa aos nossos olhos sem notarmos que está terminando. Isso já qualifica o diferencial, a película nos envolve de tal forma que o destaca entre muitos.

As qualidades do roteiro são muito bem desenvolvidas pelo talentosíssimo Darren Aronofsky, que possui uma personalidade para a filmagem que se percebe por qualquer leigo apreciador da arte cinematográfica. Cenas marcantes aparecem constantemente no filme, caracterizadas pelo ótimo trabalho de fotografia, que ora mantém uma escuridão quase que absoluta, ora modifica-se para uma claridade, que representa o paralelismo dos sentimentos em sua vida.

Inicialmente apresentado quase como um super-herói, contudo, com problemas, digamos, um pouco mais reais, O Lutador demonstra a história de homem que só poderia ser aquilo, um grande lutador adorado por fãs, e que não conseguia se encontrar no mundo fora dos ringues.

Muito melhor do que vocês possam imaginar, O Lutador é um filme imperdível para os cinéfilos e aconselhável para os demais, desde que estejam dispostos a assistirem a um filme bem alternativo e, talvez, um pouco pesado.

Um dos filmes mais impactantes da temporada!

Críticas

Sexta-Feira 13

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Sexo, drogas, sustos, personagens jovens e bonitos, porém burros, carnificina, caipiras macabros que aparecem ao longo do filme...

Duvido que voce nem imagina o tipo de filme a qual estou falando. Sim, trata-se de mais um, sim, apenas mais um filme de suspense/terror típico do fraco e desgastado gênero aqui citado.

E acredite, embora filmes ruins assim pareçam ser insuperáveis em matéria de péssima qualidade, este aqui, exagera em todos estes atributos citados nas primeiras linhas deste texto.

Bastam 20 minutos de filme para ver tudo isso que eu falei e um pouco mais,(lembrando que o único atributo que é sempre esquecido, como sempre, é o roteiro).

Vemos um grupo de 5 jovens, que ao acamparem numa floresta esquisita em busca de plantações de maconha, começam a imaginar que aquilo tudo é um paraíso.

Então, o negócio é se separar uns dos outros e partir pro sexo , afinal, tem coisa melhor que transar numa floresta sombria e desconfortável, cheia de rumores sobre pessoas desaparecidas e uma criatura demoníaca que assombra o local? Que nada, isso é só um detalhe, o importante é o orgasmo e muito prazer.

Fácil imaginar o que acontece, não é? Parece que estou falando de outros filmes, apenas mudando os nomes dos personagens e do vilão, e o cenário, é claro. Tirando isso, qualquer semelhança é mera coincidência.

De fato, a única coisa que está mais do que exagerada neste caso, como já disse, é o apelo sexual, que encheu os olhos das dezenas de adolescentes que estavam na sala de cinema.Às vezes, pensei estar assistindo a uma sessão do cine band privê. E esse apelo realmente funcionou, e ao ver como aqueles adolescentes vibravam cada vez que uma loira bonita aparecia nua ou um rapaz insinuava cenas de sexo, percebi o que realmente este tipo de público procura ao ver um filme assim. Não é o terror, nem os sustos, nem sequer a história, não interessa se existe qualquer nível de inteligência nos personagens, basta que eles sejam de boa aparência e façam coisas desafiadoras, excitantes, radicais, sem se importar com o resto do mundo.

Como não é difícil fazer um comentário sobre um filme assim, poderia ficar aqui a noite inteira descrevendo o desespero que eu senti ao ter a experiência de sentar meu traseiro numa cadeira de cinema pra ver um dos piores filmes que eu já pude assistir, deixo bem claro que só assisti porque ganhei o ingresso, na verdade, não sou fã do gênero, embora me simpatizei um pouco com outros 2 títulos do gênero, O remake de "O massacre da serra elétrica", e" panico na floresta", até que são convincentes, mas este Sexta-Feira 13 é muito ruim, acreditem.

Enfim, não vale a pena ficar escrevendo mais, não quero encher as linhas do cineplayers com um comentário sobre um filme tão deprezível.

Só deixo claro nas minhas últimas linhas, que minha nota 1,0 (e não zero, embora mereça) vai para os produtores e toda a equipe responsável por esse filme, que tem o talento de estragar a mente dos jovens e conseguem cumprir seu objetivo em fazer fortunas em cima de cabecinhas tão frágeis como do público alvo aqui citado, estão mais uma vez, de parabéns porque conseguem fazer isso com muita eficiência.

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Batman Begins

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Ressureição cinematográfica do Batman, depois do circo dos horrores que foi Batman & Robin. Chris Nolan realiza aqui a revisão da história do morcego, desde o assassinato dos pais de Wayne, até seu exílio no exterior e como ele aprendeu a superar o medo e se tornar um herói. As sequências do treinamento, comandadas por Henri Ducard (Liam Nesson em excepcional atuação) ocupam infindáveis minutos e valem a pena. Aqui Batman é transformado por fim num herói verossímil.

Christian Bale dá nova forma ao Batman, empregando a ele muito mais carga sentimental, coisa nunca feita por Keaton, Kilmer ou Clooney outrora. No combate ao império criminoso de Carmine Falcone (Tom Wilkinson, macabro), ele conta com três aliados importantes: Lucius Fox (Morgan Freeman, seguro) lhe fornece todos os apetrechos, como uniforme, armas e o bat-móvel e tudo isso é incrivelmente verdadeiro! Nada de badulaques do outro mundo; Alfred (Michael Caine, sarcástico), é o porto seguro de Wayne, dando-lhe todo o apoio necessário; Rachel Dawes (Katie Holmes, insossa), promotora pública, que enfrenta a máfia de forma que sua vida acaba correndo perigo. Logo, ele contará com o apoio de Jim Gordon (Gary Oldman, excelente), que é o resquício de honestidade na polícia de Gotham.

Os inimigos de Batman não incluem peças como Coringa, Mulher-Gato, Hera ou Charada. Surge aqui o mafioso Carmine Falcone, que detém o controle do crime e das autoridades da cidade, desvalida na corrupção. Ao seu lado, está Jonathan Crane, advogado que sempre consegue levar seus clientes bandidos para o seu asilo de doentes mentais, Arkhan. Para amedrontar quem enfrenta-o, ele utiliza um gás alucinógeno. Ele veste uma máscara de palha, ficando caracterizado como um Espantalho. O efeito do gás cria uma espécie de monstro. Logo, o trabalho de Crane acaba tendo como destino um objetivo maior, da organização comandada por Ra's Al Ghul (Ken Watanabe).

O roteiro, de Chris Nolan, é excepcional, pois cria uma nova visão do morcego. Ele não só humaniza o herói, como também o torna real e suscetível a falhas. O roteiro também acerta ao evitar o simplismo e o clichê, dando oportunidade para que a história tenha verdade suficiente para ser compreendida e não entre no lugar-comum ou no assalto ao cérebro do espectador, como foi feito nas duas partes anteriores.

Os efeitos são maravilhosos. Gotham é fotografada em tons pastéis e escuros, simbolizando sua decadência e sua corrupção. A direção de arte é magnífica, criando uma cidade amedrontadora. Já o som e a imagem são marcados por grandes efeitos especiais, que não propiciam uma artificilidade à trama, o que é sensacional. A trilha sonora de Hans Zimmer e James Newton Howard é perfeita.

Ao final do filme, fica a sensação de grande satisfação, pelo excepcional trabalho realizado. Batman, enfim, recomeça nos cinemas. A fênix sai das cinzas.

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WALL·E

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Eu confesso que resisti muito em ver "WALL-E", mesmo tendo ele críticas positivas. A causa era por saber antecipadamente que nos primeiros momentos do filme não havia diálogo algum.

Estava quase convicto que seria um filme bobo, com apelo apenas visual.

Pensei: o que um robozinho que quase não emite sons teria de interessante?

Após vê-lo só digo uma coisa, tratando-se de WALL-E, tudo é interessante! Mesmo com sua fala quase restrita em pronunciar seu próprio nome.

O enredo do filme é sobre um futuro pós-apocalíptico, onde os humanos conseguiram destruir tudo que tinha vida na terra, inclusive a sua própria. O que resta são apenas algumas estruturas de prédios e muito, mas muito lixo.

Em meio a esse ambiente opaco e inóspito, o único "sobrevivente" é WALL-E, um robozinho desenvolvido especificamente para recolher certa quantidade de lixo, compactando o mesmo para empilhar e tentar dar fim. Porém, iguais a WALL-E existiam vários, e estes não deram conta do recado pifando com o passar do tempo. Agora, WALL-E, e sua única companhia, a barata Spot, mantém sua rotina metódica recolhendo o lixo, mesmo que seja nitidamente impossível obter algum resultado com seu trabalho solo. O mais incrível é ver a solidão que essa situação evoca e a empatia imediata que se sente pelo personagem.

Produzido pela Pixar, já era esperado um personagem com uma personalidade peculiar e bem desenvolvida. Pode-se dizer que nesse quesito o estúdio de animação atingiu seu ápice. Ainda não vi um personagem animado com tamanho encantamento como WALL-E.

Eu poderia ficar três horas seguidas vendo apenas aquele robozinho em sua atividade diária, descobrindo coisas sem mencionar um som. Ele incrivelmente consegue manter nossa atenção sem qualquer diálogo mesmo!

Analisando o filme num todo, o primeiro ato é o melhor. É inevitável não se apaixonar por um robozinho com características tão humanas, de tamanha sensibilidade e inocência.

O senso ingênuo e curioso de WALL-E motiva-o a fuçar todo aquele lixo meticulosamente, separando o que é descartável e o que é para ele interessante. Sua casa é recheada de tranqueiras humanas que não são tão relevadas por nós.

Outro fato intrigante sobre a personalidade desse personagem é sua dedicação em efetuar seu trabalho mesmo sem supervisão e recurso. Através de algumas cenas monólogas (ironicamente sem falas), compreendemos a essência pura desse robozinho; tudo sendo retratado de forma emocionante. E de quebra temos pitadas de um humor equilibrado à estória.

EVA, um robô enviado à terra para verificar se há algum resquício de organismo vivo no planeta, desperta paixão em WALL-E. Os momentos em que ela passa a corresponder a ele com simpatia são os mais lindos. Não tem outra expresão pra definir as cenas.

Ele sempre tentando tocar suas mãos, ou tentando impressioná-la com seus "dotes artísticos" de dançarino, aprendidos por meio de uma película antiga encontrada no lixo que ele assiste assiduamente em sua moradia, é envolvente. Um romance dígno de fazer inveja em qualquer história de amor. Simples, puro e intenso. Tudo bem conduzido sem ser piegas. Um feito, já que o filme é infantil.

Aliás, um trunfo do filme é trazer de forma indireta reflexões ao espectador adulto. Tantos questionamentos sociais e comportamentais; tanto pra se pensar em seus subtextos... Isso num filme destinado às crianças.

Como nem tudo é perfeito, o filme tem seus momentos ruíns. Após o brilhantismo inicial, somos apresentados a um grupo remanescente de humanos anatomicamente exagerados (leia-se gordos) no decorrer do filme. Eles vivem numa nave entitulada como Axion sob um estilo de vida acomodado à tecnologia de robôs que realizam trabalhos, por mais banais que sejam, em favor deles.

A nave Axion é a responsável por quebrar o silêncio do filme, mas nem por isso deixa de ser totalmente dispensável. Só apareceu para aborrecer o que estava dando certo. Por isso, repito: o personagem WALL-E é totalmente eficaz em segurar as pontas sozinho. No máximo com EVA coadjuvando. A tal nave só conseguiu interferir na perfeita animação do filme por não estarem à altura de tudo que foi mostrado.

"WALL-E" não é uma obra prima devido a inserção desnecessária dos humanos, mas emociona com as famosas lições de vida camufladas junto ao roteiro, tornando-se meu clássico pessoal.

A arte técnica, o gráfico, o áudio, os movimentos, a fotografia, tudo tão bem apresentado e elaborado que só envolvem mais ainda o público. Merecidamente concorrendo a seis categorias no Oscar este ano.

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Corajoso Ratinho Despereaux, O

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Ultimamente a indústria do cinema tem se inclinado cada vez mais para o ramo da animação. Uma das maiores produtoras desse gênero, a norte-americana Pixar, tem nos apresentado a cada ano uma agradável surpresa. Foi assim com "Vida de Inseto" (1998), "Os Incríveis" (2004), "Ratatouille" (2007) e mais recentemente "Wall-E" (2008) - para mim a obra-prima da produtora.

É consenso que muitos desses filmes abordam um tema que geralmente sensibiliza o espectador - os animais. Poderia citar uma infinidade de animações que tratam e humanizam os queridos bichanos. Uma das principais - talvez a melhor de todos os tempos - é o aclamado "Rei Leão" (1994). Os donos do reino animal fizeram e fazem grande sucesso até hoje, desde crianças até adultos - prova de que o gênero apenas cresceu com o passar dos anos.

"O Corajoso Ratinho Despereaux" chegou aos cinemas brasileiros com certa expectativa. A sinopse interessantíssima deve ter levado muitas pessoas ao cinema na promessa de mais uma grande obra. Outro aspecto atrativo é o elenco estelar; no papel principal está Matthew Broderick, nada mais nada menos do que o dublador do carismático Simba. Junto a ele temos o premiado Dustin Hoffman - duas vezes vencedor do Oscar de melhor ator -, Emma Watson - a Hermione de Harry Potter -, além de Richard Jenkins, Sigourney Weaver, Kevin Kline, entre outros.

Com tantos prós aparentes, comecei a assistir a trama com bastante entusiasmo. No entanto, minhas perspectivas positivas foram por água abaixo logo nos primeiros minutos do longa. Só para situar o leitor, a história se passa em uma espécie de reino mágico que vive em absoluta felicidade. Contudo, após um acontecimento acidental provocado pelo ratinho Roscuro, o reino se vê mergulhado em uma tristeza profunda e os ratinhos, que outrora conviviam pacificamente com os seres humanos, se veem obrigados a ficar escondidos para sempre.

É nesse contexto que nasce Despereaux Tilling, um corajoso rato que fará tudo mudar de figura - nada mais clichê. Talvez eu esteja desacostumado com o alto nível do gênero nos últimos anos, quem sabe tenha sido por isso que achei a trama fraca e sem graça nenhuma. De fato, pelo que vi, o público alvo do desenho é mesmo o infantil - que com toda a certeza é pouco exigente com a qualidade do produto final.

Existem também algumas semelhanças com "Ratatouille". É inevitável não pensar na animação da Pixar ao ver o início de "O Corajoso Ratinho Despereaux". A temática é bastante parecida; existe o cozinheiro que tem que fazer um prato delicioso como prova de competência e o ratinho encrenqueiro - que aqui, por mais que fique de fora dos preparativos do prato, faz lembrar e muito o Remy de "Ratatouille". Felizmente as semelhanças param por aí, pois ao julgar pelo começo, parecia mais uma cópia empobrecida da obra anterior. Ainda na parte das igualdades, existe uma paródia divertida ao filme "Gladiador" - possivelmente a melhor cena de todas.

"O Corajoso Ratinho Despereaux" nada acrescenta ao ascendente gênero da animação. O roteiro fraco assinado por Gary Ross ajuda a afundar ainda mais a trama dos diretores Sam Fell e Robert Stevenhagen. Um ponto positivo do longa, talvez o único, é a qualidade da animação em 3D - inegávelmente do mesmo nível dos seus concorrentes. Mesmo assim, o produto ainda é totalmente dispensável, seja ele para crianças ou adultos; com certeza um dos piores filmes que vi ultimamente.

www.moviefordummies.wordpress.com

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Plano de Voo

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Parece que Hollywood gosta de dar a Jodie Foster papéis que envolvam claustrofobia. Em O Silêncio dos Inocentes, ela enfrentava o macabro Hannibal Lecter e seus embates mais marcantes davam-se em locais fechados, como a prisão. Já em Nell, sua personagem é uma eremita e vive fechada em si mesma. O Quarto do Pânico colocou Foster em um ambiente inexpugnável, junto de sua filha, enfrentando assaltantes. Em 2005, Jodie destacava-se mais uma vez em uma trama claustrofóbica, agora dentro de uma aeronave em pleno ar, no filme Plano de Voo.

O enredo é bastante simples: Kyle Pratt, engenheira, que trabalhava projetando aviões, está em Berlim, onde inicia o traslado do corpo de seu marido - morto após cair do telhado de um prédio - para os Estados Unidos. Nessa viagem ela leva a filha. Dentro do avião que ruma para os EUA, ela e sua filha adormecem. Quando Kyle acorda, não encontra a filha. Ela então inicia uma grande jornada na procura da criança, mas não existem evidências, nem testemunhos de que outra pessoa teria embarcado com ela. Assim, ela tenta provar a todos que não está louca, enquanto procura sua filha.

Dois pontos merecem destaque: primeiramente, o ambiente fechado do avião permite uma trama claustrofóbica, em especial se levarmos em conta que 90% da projeção ocorre nesse cenário. O roteiro aproveita muito bem essa limitação de espaço e arma a tensão de maneira eficiente. Da mesma forma, sobram informações sobre a aeronave, seu funcionamento e seus limitados compartimentos, que não permitiriam que uma criança se escondesse.

O segundo ponto é a opção que o roteiro faz ao apontar diversos rumos para a história, assim evitando uma solução óbvia. O filme pode muito bem ser uma trama sobrenatural, uma vez que chega-se a levantar o fato de que a filha de Kyle estaria morta. Pode ser também uma trama de insanidade, já que o abalo emocional causado pelo impacto da morte do marido faria Kyle entrar em parafuso e assim, imaginar que sua filha estaria consigo naquele avião. E pode ser até mesmo uma trama de terrorismo, já que passageiros de origem árabe estão no bólido aéreo e o preconceito pós-11 de Setembro acaba por irromper em determinado momento. O roteiro cria estas possibilidades e até sugere outras através de pequenas situações que pipocam ao longo do filme.

O personagem de Foster é bem construído e transita com segurança entre a presumida loucura e a sanidade. Sua atuação é muito boa, como de costume, principalmente quando entra em conflito com o Capitão Rich (Sean Bean). Quanto aos coadjuvantes, o filme ressente-se da falta de algum talento. Bean está seguro em seu papel, onde seu capitão é cético quanto a Kyle mas ao mesmo tempo tenta acreditar no que ela diz. Peter Sarsgaard interpreta Carson, um agente federal presente no voo e pouco acrescenta com seu trabalho de atuação. Ele também é cético mas quer acreditar em Kyle. Os demais coadjuvantes são frios e nada somam ao filme.

Robert Schwentke faz direção segura e que não se perde no meio do caminho. Ao contrário, seu trabalho vai melhorando ao longo da película. Plano de Voo é bem fotografado, aproveitando a variação luminosa do avião, tem montagem que torna as sequências de ação mais emocionantes e a trilha sonora é de ótima qualidade. A recriação da aeronave é ótima e todos os seus distintos espaços são bem feitos.

Na meia hora final, o filme toma um rumo interessante. É surpreendente para muitos espectadores, mas pode-se presumir tal solução se juntarmos algumas peças soltas. De certa forma me agradou a solução, já que não cai no convencional. É um bom filme de ação, muito bem feito e realmente claustrofóbico, mas que apenas ressente-se ao ficar sustentado pela imagem de Jodie Foster.

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Entrando Numa Fria

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"Entrando numa fria" pode ser considerada a versão cômica do belo "À procura da felicidade" de Will Smith, no quesito "protagonista azarado".

Ben Stiller é um dos poucos atores estritamente cômicos toleráveis da atualidade. Isso porque ele extrai seu humor da situação do personagem e não de caretas e trejeitos exagerados, recursos eternizados por Jim Carrey e muito usados também por Rob Schneider.

Essa comédia conta com uma estória não tão nova, mas bem explorada.

A química que há entre Robert de Niro e Ben Stiller é perfeita. Robert que é sogro de Stiller nesse longa, o aterroriza o filme inteiro. Tudo num fim de semana em família. O que dá início a uma série de confusões em torno de Greg, personagem de Ben, que tenta se socializar com o sogro exigente e de postura rígida, para convencê-lo como genro ideal.

As atuações estão boas, até mesmo a de Ben Stiller, que sempre soou pra mim um pouco canastrão.

Robert de Niro provou ter uma veia cômica, mesmo não esboçando sorrisos. Ele ficou totalmente adequado ao perfil de pai super protetor.

Algumas situações chegam a irritar em seu desfecho, pois Greg se envolve num emaranhado tão extenso de problemas, com tentativas frustradas de agradar e apresentar uma boa imagem, que é inevitável não rir de tudo que é mostrado.

O roteiro adaptado da comédia "Meet the Parents" de 1992, escrita e dirigida por Greg Glienna, em parceria com Mary Ruth Clarke, não é uma genialidade à parte, mas com certeza é uma das comédias mais bem sucedidas na tentativa de entreter. Possui um humor escrachado (mas não sujo), conciliado à piadas inteligentes que, fazem desse longa o melhor filme cômico na época em que foi lançado (ano 2000). Pra mim, o melhor de Ben Stiller também, seguido de sua melhor interpretação. Ele está à vontade e super convincente no papel.

A direção por conta de Jay Roach (de Austin Powers), consegue manter um clima uniforme ao filme que, em nenhum momento desanda.

Os clichês do filme não são impecílios aqui. Até funcionam. E o final do filme não é apoteótico, nem imprevisivel, mas é o mais esperado pelo público que quer vê-lo se saindo bem e continuando com sua amada, bem conduzida por Teri Polo.

É um tipo de comédia que funciona pra toda família. Sem palavrões, sexo e exageros (filme do gênero que se abstem disso hoje, está escasso), o filme mostra que pra ser divertido, não precisa ser apelativo.

Críticas

Amigos, Amigos, Mulheres à Parte

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Sabe aquela sensação de já ter visto aqueles personagens e não só uma vez? E o que é pior, interpretados sempre pelas mesmas pessoas e da forma mais chula possível...

Bom, isso aconteceu quando eu assisti "Amigos, amigos, mulheres à parte". Pra variar, uma comédia ofensiva ao intelecto, que conta com a participação, sem cabimento, de Kate Hudson!

Na estória temos Dane Cook (argh!!), mais uma vez interpretando um cara sem noção, cheio de piadinhas sacanas e de péssimo gosto, com uma sorte (inconcebível!) pra mulher.

Também contando o filme com a presença de Jason Biggs, merecidamente rebaixado a coadjuvantes em seus últimos filmes, este interpreta de novo e quase consecutivamente um bobalhão de essência virginal, carregado de problemas sexuais primários.

Já a sobredita Kate Hudson, hoje menos seletiva em suas produções, apresenta uma personagem quase idêntica a que interpretou em "Um Amor de Tesouro", só que com menos carisma e mais libido.

E ainda temos uma ponta de Alec Baldwin que parece fazer uma interligação com seu personagem da série "30rock" de Tina Fey.

Como dito, a mesmice paira sobre a composição dos personagens. O que, obviamente, não foi nenhum desafio para os atores. Isso também explica o fato de Kate Hudson estar tão péssima em sua representação. Nada mais justo foi essa atuação ter rendido a ela uma indicação ao Framboesa de Ouro (uma espécie de Oscar às avessas) como Pior Atriz.

Os argumentos utilizados aqui são expressados em meio a uma linguagem de baixão calão, recheada de expressões toscas, dando assim corpo aos diálogos mais chatos e repulsivos que já vi.

Em consequencia disso, as situações vividas por Jason Biggs em torno de Kate Hudson são tão improváveis que chegam constranger. Enquanto Dane Cook, mais odiável que de costume, fica com um personagem otário em todos os sentidos.

Para engrenar então o comentário, vamos à sinopse: Tank (Dane Cook) tem como "trabalho" fingir ser um idiota junto à garotas específicas, por contratação de seus ex-namorados, em busca de fazê-las terem uma noite mal sucedida, para que assim estas sintam saudade de seus antigos amores e voltem para os mesmos.

Devido a isso, Tank é procurado por seu amigo-quase-primo, intepretado por Bigg, para dar um encontro horrível a personagem de Kate Hudson, moiçola de seu trabalho que não corresponde a sua paixão.

O resultado é Dane se envolvendo com o amor de seu amigo, sem mostrar a menor consideração - daí o título do filme, apropriadíssimo!!

O pior defeito de Howard Deutch na direção foi deixar o elenco improvisar, principalmente Dane Cook. O diretor de “Meu Vizinho Mafioso” imprime um bom ritmo com a ajuda da edição de Seth Flaum, mas já a parte do roteiro e seu contexto pelo desconhecido Jordan Cahan acaba não agradando quem realmente busca algo mais consistente num filme, mesmo sendo cômico.

As cenas mais vexatórias são as que o diretor faz Alec Baldwin e Dane Cook interagirem como "pai e filho", dando a impressão de que tudo não passa de uma grande brincadeira descompromissada de elenco em estúdio.

Como não podeira ser diferente, "Amigos, amigos, mulheres à parte" foi considerada por mim uma das comédias mais misógina de todos os tempos, resvalando por toda uma esfera extremamente machista. Afinal, o filme busca difundir justificativas às investidas cafajestes de alguns homens, como se as mulheres fossem as vilãs por gostarem de caras assim, incentivando com isso tal comportamento.

Fica ainda mais insuportável quando se percebe toda a manipulação barata, regada de clichês esquemáticos utilizadas pela direção, para confirmar a tese do roteiro.

Todas as cenas que tentam promover o riso no filme são escrachadas e exageradas, apelando para gestos obscenos, amassos tórridos, assunto sobre masturbação, palavrões ao léu, sexo fácil e descompromissado, mulheres interesseiras e vulgares, homens velhos com libido de adolescente...

Sem contar com o merchadising explícito da indústria do cigarro através dessa projeção, com direito a close nos maços para que fique evidente a marca do tabaco.

Pra concluir, é uma comédia descartável que prefiro esquecer as horas perdidas ao assistí-la.

Pode ser que haja esse ou aquele que venha curtir esse longa frustrado, no entanto, isso não será suficiente pra torná-lo divertido.

E pra não dizer que o filme foi de todo perdido, destaco uma única cena em que ri ao ver Dane Cook chorando ao assistir "Ghost - Do outro lado da vida", exclamando pra si: "eu sou uma bicha."

Foi unicamente o que valeu, de resto...

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