Lupas (546)

Possui um senso de urgência durante toda a sua projeção, afinal, é um filme sobre a Corrida Espacial (e não sobre a vida de Neil Armstrong, como se supunha), o que dá um ótimo ritmo, apesar de sua duração longa. E deu um arrepiozinho quando Neil Armstrong falou a icônica frase.

Ágil na sua narrativa, entende a obra de Benjamin Abrahão ao ver o sertão como um personagem das suas obras, assim como era nas suas fotografias.

O bucolismo e a aparente paz de um pequeno templo budista em um vale no interior da Ásia servem de cenário para uma viagem, através dos ciclos de vida do protagonista, ao âmago de um lado mais obscuro do ser humano, onde estão o medo, o apego, o egoísmo e o remorso.

O esplendoroso sorriso da Bérénice Bejo justifica a clássica máxima de Norman Desmond de "Crepúsculo dos Deuses" no qual onde a fala não é essencial para emocionar. O filme da faz referência algum movimento de emancipação feminino do seu contexto da época representado pela pelo poder de voz da mulher e da visitação do homem sem saber como agir perante aquilo.

Dentre todos os filmes perversos do velho Lars, esse é o mais bonito. Usa de uma bela trilha sonora e momentos realmente poéticos, como as aberturas dos capítulos, para tocar em um nervo exposto da hipocrisia das instituições religiosas nas comunidades mais fechadas, sobre como estas corrompem a própria espiritualidade das pessoas.

O estrondoso ruído dos disparos dos fuzis e rifles nos tiroteios cria a trilha sonora ideal para um thriller policial no qual os dramas pessoais dos personagens conseguem realmente tonificar o jogo de polícia e ladrão.

Alterna em momentos mostrando dureza da vida dos "white trash" nômades aos momentos realmente contemplativos nos belos cenários do Mid-west dos Estados Unidos, tudo isso para tocar em temas realmente sensíveis como o desapego, a solitude e a necessidade (ou não) da felicidade ser compartilhada.

Mesmo repleto de problemas, em especial da condução da história, o filme me toca em três pontos fracos: Gary Oldman, atmosfera noir e "Cidadão Kane". E isso basta para que eu goste dele.

Uma tragédia masculina dolorosamente poética. A sombra do patriarcado provoca o que há de pior de mais egoísta nos irmãos Parondi. Ainda que haja uma mudança que pressupunha uma evolução de pensamento, representado aqui pela migração do interior para a cidade grande, o fantasma patriarcal ainda está lá, atrás de cada homem vítima-algoz, que insiste em ignorar seus efeitos, sofrendo as consequências. Ápice do cinema italiano.

Texto de origem A fluidez na qual Altman conduz suas muitas tramas presentes nesse filme, ao longo de suas três horas, é de uma leveza que o filme não se torna cansativo em momento algum, mesmo com sua estrutura e duração. A lição que os contos dessa antologia nos deixa a lição: todas as histórias, por mais diversas que sejam, possuem um final em comum.

Seus aterradores dos primeiros atos conseguem ser melhores do que o original dos anos 50 mostrando ao invés do Japão ainda sequelado da segunda guerra mundial um país engessado pelos o próprio costume burocrático tanto nas instituições como as pessoas poderia ser o fim definitivo do Godzilla se não fosse a previsibilidade do terceiro ato que difere muito dos dois anteriores.

Totalmente sem noção do absurdo, exatamente como um filme de dois monstros brigando deve ser.