Lupas (546)

Alguns dos aspectos mais interessantes dos filmes anteriores, os poderes mediúnicos da Lorraine, antes usados com cautela aqui são usados a exaustão, já apontando um pouco a saturação da franquia, ainda que um certo charme persista.

Massa que eles trabalharam a autoestima do Andrew Garfield, coitado.

Quando o personagem do Bogart pergunta ao escrivão se ele está pegando tudo o que está se passando, ele também está perguntando isso ao espectador. Huston inaugura o gênero noir com um filme com ótimos enquadramentos, ressaltando o cinismo de cada um dos personagens, cujas mentiras são tão presentes nos bons diálogos que confundem o espectador, duvidando a todo momento do que é falado no filme.

Ao menos tentou algo novo, sendo, assim, uma das poucas sequências um pouquinho mais notáveis, mas só um pouco.

Leatherface é um cara família.

Não causa medo, ansiedade, repulsa, incômodo...nada...

O preto e o branco, luz e sombras, presentes em cada cenário na fotografia expressionista dessa obra ressalta seus principais pontos abordados: a dualidade, entre a pureza e o pecado, a juventude e a velhice, o amor e o ódio.

A única coisa boa é ver dois atores que ganhariam o Óscar, futuramente, pagando um mico desses...

Esses são os parentes de segundo grau do Leatherface?

Apesar dos problemas de ritmo devido ao segundo ato arrastado em comparação ao primeiro, o filme encanta por seu tom fabulesco e aventureiro adulto, com uma reinterpretação de um conto antigo sobre quando os códigos morais podem se demonstrar demasiadamente datados, além dos lindos frames coloridos e os enquadramentos simétricos.

Com enquadramentos belíssimos, Bressane ousa e cria uma narrativa longe do usual, com temas corajosos, em especial olhando para o seu contexto à época do lançamento.

A dor como contraponto ao prazer. O prazer carnal como saída para a dor espiritual. A dor carnal, diretamente na fonte do prazer, como saída para o vazio.