Lupas (546)

Quando o Bonnie e Clyde se conhecem, ele avisa, indiretamente, que a morte nesse meio de vida, para eles, é uma questão de tempo. Mesmo assim, ela abraça seus dois amantes: Clyde e o crime. Mas, pela empolgação, acaba se esquecendo e quando o dono da funerária a lembra, o choque vem e a ideia de que em breve ela estará enterrada, representada pela cena da poeira da pedreira como e a enterrasse, a assombra.

A paleta de cores mais escura dá um ótimo tom mais sério para o filme, afinal, trata-se de um sequestro de uma orfã, ainda que seja uma obra direcionada ao público infantil. Os personagens, no geral, são bem carismáticos, com exceção da vilã Medusa (os vilões desse filme são os crocodilos, e não a genérica Medusa).

Comédia tradicional dos anos 2000 no primeiro ato, um thriller policial no segundo e uma hilária e criativa paródia dos filmes de ação no terceiro, Wright foi certeiro demais aqui, em uma obra sem pontos baixos.

Uma transposição do neo-noir para um ritmo de filme policial noventista dá muito certo, mantendo o thriller por toda a duração.

Cheio de ideias interessantes, como as tomadas com a câmera, aproveitando os belos cenários de Berlim e manipulando a perspectiva do espectador, e os bons diálogos. Mas o pretenciosismo quase põe tudo a perder, com um ritmo cansativo mesmo para um filme de uma hora e meia.

Não há tensão, deixando de ser minimamente interessante já no fim do segundo ato, quando vira só uma correria chata.

Não se levar a sério não é um problema, mas "Superman III" o faz de maneira bastante equivocada, escolhendo os piores personagens possíveis para isso. Mas, a ótima cena da conflito interno do herói (curiosamente, a principal cena séria do filme) salva a experiência.

Não há adultos nos acampamentos dos EUA?

Um banho de sangue divertidíssimo, captando bem a atmosfera dos slashers dos anos 90, em especial na ironia com as características desse subgênero.

90s Wes Craven feelings.

O fato de ser estiloso ate os ossos consegue disfarçar com louvor o outro fato, o roteiro, que é clichê até os ossos.

Abracemos a suspensão de descrença e brindemos essa ode absurda aos princípios basais das histórias de super-heróis, como a pureza de valores e a inocência.