Lupas (546)

O culto à violência e a paranoia revanchista em um filme que faz jus ao seu título, um redemoinho seco e angustiante.

Perderam a vergonha na cara.

Nota referente ao famigerado "SnyderCut": o diretor conseguiu dar um bom ritmo a um filme de quatro horas, o que é louvável (apesar das aborrecidas sequências em câmera lenta, em especial no primeiro ato), corrigindo diversos pontos fracos da versão que saiu nos cinemas, em especial dos heróis coadjuvantes Ciborgue e Flash. Mas, até nesse pontos, fica uma sensação de que falta algo, talvez um filme próprio para estes personagens.

Usa uma abordagem mais leve que se imagina sobre um filme de um viciado que perde a audição. E essa leveza na condução da história acaba por cair bem, resultado em uma exposição mais intimista e empática do protagonista.

Emocionante, possui como maior qualidade sua narrativa contemplativa perfeitamente as auxiliada pelos mais belos traços que o estúdio já fez.

"I can't get no satisfaction...". Hellman projeta o desapego em um road movie. As pessoas entram na nossa vida como os caronas nas beiras das estradas e saem quando querem, sem precisar nos dar satisfação. E seguimos em frente, sem olhar para a estrada.

O bom uso do gore, dos efeitos práticos, em especial no terceiro ato, não sustenta bem um filme de terror quase sem tensão.

No cinzento Leste Europeu da Guerra Fria, na rigidez dos cumprimentos dos oficiais repressivos da Alemanha Oriental, a arte acaba por ser a única forma de despertar um pouco de empatia nas mais frias das pessoas.

É bem bonito, afinal efeitos práticos bem feitos envelhecem bem. Mas a longa duração sem um bom ritmo e o roteiro repetitivo o prejudica, não prendendo o espectador na jornada da Sarah.

Masculinidade trincada em um conjunto de histórias, cuja qualidade vai caindo ao longo do filme.

Não recomendo para quem tem diabetes.

Um sensível, denso e atmosférico apelo pacifista na forma de um filme de monstro. A cicatrizes da Segunda Guerra Mundial jo Japão expostas de forma visceral.