Lupas (546)
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Aproveita-se bem de ser um filme de monstros para usar e abusar e "tomadas" abertas, aproveitando das dimensões dos gigantescos e coloridos monstros para enquadramentos de tirar o fôlego, como o do nado do monstro em meio às luzes no fundo do mar e a sua batalha contra o navio Imperador, além de boas referências a Alien (1979) e Godzilla (1951). Mas também faz uso dos mais previsíveis clichês das animações mais recentes.
André Araujo | Em 22 de Março de 2023.
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Tem como principal ponto forte uma narrativa dinâmica, com direito a piadas com objetos fálicos, que torna uma trama em tese complexa como essa que envolve universos paralelos em algo fluido, que também suaviza a abordagem de temas familiares delicados e os dilemas das nossas escolhas.
André Araujo | Em 13 de Março de 2023.
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Livrar-se dos fantasmas da infância é difícil, mas necessário. Boa construção dos personagens, focando nas suas singularidades. E isso rende boas cenas como a do jantar do encontro, onde esta se apresenta como amigável num primeiro momento para evoluir para uma cena agitada e desconfortável quando eles recordam o passado de bullying. As atuações das crianças são mais convincentes que a dos adultos.
André Araujo | Em 10 de Março de 2023.
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Uma receita de como fazer um excelente filme épico. Jornadas bem definidas dos personagens, com suas características sendo apresentadas imediatamente, reforçando sua importância no desenrolar da história; tudo sendo grandioso, desde a música, os cenários, a direção de arte e até a duração do filme, entretanto, cada peca do cenário, cada canção, cada minuto do filme é muito bem aproveitado. E o uso de um cenário histórico-geográfico bem singular reforça sua grandiosidade.
André Araujo | Em 28 de Fevereiro de 2023.
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Recebemos tanta pressão familiar, dos amigos, dos relacionamentos, das nossas próprias ambições e dos nossos próprios desejos que criamos uma ideia de simplesmente querer sair, de uma fuga. Uma ideia que pode ser tão brusca, tão agressiva que a hipótese de, literalmente, viver em outro planeta acaba parecendo razoável. Cena final belíssima.
André Araujo | Em 28 de Fevereiro de 2023.
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Com inúmeros simbolismos a cada cena, com Jodorowsky, esbanjando seu conhecimento sobre esoterismo, "The Holy Mountain" pode ser tudo, menos chato. O segundo ato, em formato de antologia, é o mais interessant.
André Araujo | Em 28 de Fevereiro de 2023.
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Misantropia pura.
André Araujo | Em 28 de Fevereiro de 2023.
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Mesmo possuindo muitos personagens para um desenho animado de 90 minutos, consegue explorar até de forma divertida a personalidade de cada, em especial os anões, com uma animação bonita.
André Araujo | Em 28 de Fevereiro de 2023.
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Paulino é razão, é o roteirista, quem cria a coesão da obra. Gustavete, o mudo, é o artista inocente, que só consegue realmente se expressar pela sua obra, sem entender ao certo o seu alcance. E Carmela...¡Ay Carmela!...Carmela é a paixão da arte, aquilo que faz a arte ter sentida nessa vida. Num cenário que até o ruído de uma máquina de costurar produzindo um vestido de dança lembra o barulho de tiros de uma metralhadora, a arte encontra o seu papel como um consolo, um escape e um grito.
André Araujo | Em 20 de Fevereiro de 2023.
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Poucos cineastas conseguem filmar diálogos longos como Rohmer. Além das palavras, há uns detalhes bem interessantes no segundo plano, como quando a personagem Anne alimenta os peixes no aquário enquanto conversa com François. Esse ato serve de alegoria para a relação entre os dois, porque, ao contrário das palavras de ambos sugerir uma intenção de repelir um ao outro, no fundo, eles alimentam um desejo por atenção e proximidade, em uma complicada relação de codependência existencial.
André Araujo | Em 11 de Fevereiro de 2023.
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Uma Manhattan suja, sombria e expressionista serve como um cenário ideal para a perfeita distopia, com visuais dos personagens que são estilosos e excêntricos ao mesmo tempo. Um dos seus muitos pontos positivos é a total autoconsciência de que o roteiro não faz lá muito sentido, mas a ótima condução do filme na abordagem de temas sociais (violência, criminalidade, choque de classes, autoritarismo etc.) faz o espectador mergulhar no filme.
André Araujo | Em 02 de Fevereiro de 2023.
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Possui as qualidades e os excessos do cinema de Del Toro, embora esses últimos em um número bem menor dessa vez. Usa ícones visuais como uma forma de linguagem cinematográfica, desde simbolismos religiosos e políticos, sendo esses simbolismos analogias às projeções que são criadas na juventude, que podem até destruí-la, tanto que tocou a música de campanha fascista "Giovinezza" ("juventude") em dado momento.
André Araujo | Em 31 de Janeiro de 2023.