Lupas (1585)

Se vira bem no suspense da autoria das mortes, mas fica meio confuso lá pro terceiro ato e o final é wtf, mas percebe-se que foi uma influência para Pânico (o assassino no grupo de amigos, o passado problemático da mocinha com a morte da mãe, o final).

Um dos slashers mais esquisitos na tonalidade, filmado como filme sério mas escrito como paródia, e dirigido por uma mulher que só destaca ainda mais o simbolismo fálico das armas principalmente nas vítimas mulheres; é divertido mas bem barato e tosco.

Fica no lugar-comum dos bons indies de horror estadunidenses, partindo da quebra de personalidade da protagonista para entregar um horror interpretativo e perturbado, imprevisível como os melhores exemplares do tipo; tem sua pretensão mas se garante.

Suspiria é a resposta de Argento ao crescente interesse americano pelo ocultismo, adaptando o clima de conspiração com seu espetáculo de cores, quadros e violência, originando um de seus filmes mais famosos e expressionistas.

Nicolas Winding Refn meets Hellraiser nesse que é um dos filmes mais únicos do ano; uma experiência onírica e visceral não sem excessos e lugares-comum, mas que envolve como um delírio profano até se esbaldar em seu gorefest pornográfico.

O tom seco de horror e a nostalgia vêm para a revitalização da franquia, nessa sequência cheia de referências ao original e as outras sequências (ignoradas), e que aprofunda a relação Michael-Laurie numa perspectiva cada vez mais respeitosa e realista.

A construção da lenda e do medo, pela dupla Carpenter e Debra em efervescência de estilo e inspiração, unindo o poder simbólico e psicosexual com seus sintetizadores e sua construção de horror, tão atmosférica que a ameaça do Michael está em cada frame.

Se o original ditou as regras do slasher, a sequência as segue e dita para as sequências em geral, com mais mortes e violência, trama com invenções mirabolantes, vilão sobre-humano, mas de certa forma ainda mantendo as raízes e a classe da franquia.

Um desperdício de potencial ao copiar Scream e seguir uma linha mais old school de slashers revisionistas, pegando o pior lado das sequências como mortes sem graça, pouca construção de suspense, tudo feito na pressa; o que vale mesmo é o embate final.

A estreia de Cooper na direção é segura, adaptando com carinho uma história toda calculadinha para emocionar e cumprir seus clichês, com boas músicas apesar do grande destaque ser Shallow e da crítica obsoleta à música pop.

Uma coletânea de horror britânica com aquele humor característico deles, contando três histórias chatas para no final criar uma grande reviravolta deus ex machina que reinventa todas as outras três, com um final pessimista à la Black Mirror.

Esses novos Jurassic são um erro, mas já que continuam sendo feitos eu vou assistir mesmo se for pra falar mal: Esse segundo vai bem até eles saírem da ilha, depois vira aquele pastiche hollywoodiano da franquia, cheio de ideia forçada e desnecessária.