Lupas (397)

Não tem mais o meu grau de nonsense e sensação de novidade que os anteriores, mas as participações especiais e brincadeiras históricas funcionam relativamente ok.

Pode até ser uma quase cópia de John Wick, mas o carisma de Bob Odenkirk revelou que o ator tem um potencial para ação que não imaginávamos. Mas é a participação do gigante Christopher Lloyd que deixou o sabor diferente.

Da série, "espetáculos visuais com pouco conteúdo".

Uma boa ideia com execução limitada.

Não só não se envergonha de investir no gore, tampouco não força a narrativa a se tornar um exercício de piedade. Com excelentes interpretações e caminhando na subversão do subgênero "rape and revenge", o longa é um visceral e poderoso terror que não faz concessões.

O que surpreende em Coutinho é sua capacidade de desafiar a percepção sobre o que é realidade e encenação. Aqui há questionamentos sobre a genuidade de nossos sentimentos - "seriam menos reais por serem produzidos por ficção?". Embora possa ser mais um exercício que propriamente catártico como se poderia esperar, trata-se de um atestado de brilhantismo deste que foi um dos maiores autores de nosso país.

Zack Snyder é autoproclamatório, exagerado e gosta que cada frame grite que se trata de um filme dele. Contudo, é inegável sua coragem ao imprimir uma marca forte e autoral, sem medo de desagradar e fugir de algumas convencionalidades. Uma pena que o Universo DC já tenha se desgastado tanto a ponto deste longa não atingir o impacto que ao qual visava.

Maravilhosa animação. A sensação angustiante toma conta de nós, mas as frestas de esperança e liberdade são bem semeadas.

Anthony Hopkins encontra uma de suas interpretações mais complexas. Não somente tendo que fazer um senhor em vulnerabilidade, mas tendo de convencer o espectador de estar caindo nas profundezas obscuras da demência. Denso, claustrofóbico e humano, The Father é estupendo.

A parceria tripla Vinterberg-Lindholm-Mikkelsen rende um dos longas mais íntimos que já vi. Nem tanto sobre o vício, mas sobre as inseguranças e incertezas que sobrecarregam a vida, Druk consegue comover sem recair no moralismo barato. Terminando com uma nota otimista e que celebra a vida, eis um dos melhores longas de 2020.

A cena que dá título ao filme é simples, dolorosa e profundamente humana. Flanigan em um show de atuação nesse longa que aposta apenas na exposição das violências sutis, mas que consegue ser arrebatador quando precisa.

Charmosa homenagem a Twilight Zone, The Vast of Night nos prende pelos diálogos bem interpretados, montagem impactante e um desenlace climático de arrepiar.