Lupas (1752)

É um longa encantador, embora as liberdades tomadas pelo roteiro possam perturbar admiradores que sabem muito da vida do pintor Renoir. Cinebiografias podem ser bons filmes ou retratos fiéis de seus personagens. Em raros e ótimos exemplares, os dois.

Boa parte da trama diz respeito a esse viver pacato da vida dos suburbanitas, e que invariavelmente, desde que começou o cinema, acaba em confusão. Quando é o antigo gagman de Laurel e Hardy que organiza a confusão, algo se produz de interessante na tela

O filme acerta uma coisa importantíssima ao falar de ciência: a nova visão da estrutura do Cosmos trazida pela física moderna, um pano de fundo tão grandioso que é capaz de transfigurar a história de amor do casal.

Odeio Jazz.

No mais, o filme tem um subtítulo brasileiro que não faz sentido. O mundo não tomou grande conhecimento dos fatos narrados. Talvez eles sejam, tal como traduzidos pelo filme, mais representativos de impasses vividos pelos EUA hoje.

O filme lembra Uma Aventura na África, também realizado por Huston, em 1951, ambientado durante a 1ª Guerra Mundial, quando duas pessoas de classes e ideologias totalmente diferentes se vêem obrigadas a fugir dos alemães e terminam se respeitando.

Mais marcante, talvez, seja o risco de assumir um filme que está distante de sua experiência pessoal, a partir da relação do casal formado pelos atores Hurt e Rossellini. Mas a filha do diretor grego Costa-Gavras continua sensível.

É curiosa a trajetória de Neeson.Aos 61 anos, enquanto outros atores estão sonhando com o Oscar,ele se tornou um herói de ação - como mostram os dois Busca Implacável e Sem Escalas, filmes genéricos até em seus títulos.Nessa constatação, não há condenação

As tentativas de renovar o personagem aplicadas no longa anterior perderam o fôlego na segunda aventura. Aventura não é a palavra ideal. O que se vê na tela é romance, o caso não ata nem desata do herói Peter Parker com Gwen Stacey.

A concepção de sua máquina de quebrar códigos é um pouco o que Hitchcock chamava de Mcguffin, algo que interessa muito mais aos personagens, e por isso funciona como âncora do roteiro, do que aos espectadores.

A visível preocupação com cenários e figurinos e a riqueza de detalhes do desenho de produção podem dar a impressão de que o cinema de Wes Anderson é afetado. Trabalha num campo visual no limite da caricatura, assim como seus personagens.

Entre o psicológico e sarcasmo, Birdman vai além ao tornar-se crítico, retratando uma indústria cujos escravos estão sempre em busca da fama e como os fracassados nessa jornada vêem seu mundo desabar e tornar-se apenas uma foto qualquer numa revista.