Lupas (929)

Pode ter alguns vícios narrativos, mas a história e a direção de Affleck são boas o suficiente para te manter preso ao filme durante toda sua duração. Os momentos finais, em específico, são bastante tensos.

Deixando de lado todo o ódio hater que circunda a série, até que esse último episódio fecha bem a franquia por simplesmente parar de enrolar, principalmente depois da parte 1 praticamente insuportável. A batalha final consegue até ser surpreendente.

Depois de um terrível segundo filme, o terceiro traz de volta tudo aquilo que gostamos em MIB: a aura de filme B, piadas grosseiras, monstros de gosto duvidoso e ação para agradar o público em geral. Contradiz o final do primeiro, mas esquecemos disso.

Faz o primeiro parecer inocente perante à tanta coisa absurda que acontece por aqui - e, justamente por isso, o torna melhor também. O personagem da Morte funciona como paródia a 'O Sétimo Selo' e é mais um dos eternizados pela Sessão da Tarde.

Apesar de algumas ações meio estúpidas dos personagens e do ritmo meio acelerado no final, é um road movie apocalíptico excelente, que não poupa ninguém e até hoje mantém sua força.

Mais um representante do cinemão típico dos anos 80 (que acabou virando um gênero próprio), com os adolescentes marcantes, história rasa e divertida, característica ao extremo e de decisões absurdas (no bom sentido).

Abel Ferrara transforma, neste seu primeiro filme sem o tradicional roteirista que o acompanhou pela carreira até então, uma história batida de degradação artística e humana em algo a mais, em arte, em essência. A droga aqui é nada menos que uma mulher.

É o esquecer do real e o se deixar levar pelo pesadelo, a incompreensão superando o lúdico. Poucas vezes no cinema senti tanto medo quanto em A Estrada Perdida.

Se tivesse menos furos na história, seria um clássico instantâneo.

Poderia ser um perfeito representante da clássica Sessão da Tarde - e é exatamente o tipo de filme que faremos inveja às gerações futuras por termos visto no cinema. Algumas cabeças de Hollywood ainda tem coragem de dar adeus ao politicamente correto...

Queria ter visto isso no cinema com meus 13, 15 anos.

Crítica em breve, mas QUE TEXTO!