Lupas (2660)

É incrível como James Cameron se entrega com paixão a seus sonhos, nos trazendo imagens incríveis através de tecnologias criadas a pedido do próprio. Todavia, essa curiosidade enorme pelo Titanic eu não compartilho.

Começa com certo mistério e um tom de discussão sobre nosso instinto animalesco, desaguando em um horror erótico bizarro e ocasionalmente divertido.

Um estudo bastante estranho sobre solidão e a dor da perda, a bizarrice do tema demora um pouco pra acostumar e gera um certo tom cômico, mas seu final onde se deixou a possibilidade de se viver uma felicidade mínima para depois tudo ser destroçado acentua seu caráter maligno.

Tudo é deliciosamente construído, sua atmosfera e direção de arte bucólicas, seus personagens sinceros e nos mostra como a bela poesia muda vidas, mas infelizmente não resiste a mais dura das truculências.

Até sua metade conseguimos nos entreter com suas situações estranhas, absurdas e divertidas, mas logo cansa, no fim, a percepção que de fato é tudo uma grande besteira de Polanski faz tudo se tornar bastante razoável, ao menos.

Definitivamente quanto mais a tecnologia evoluiu a saga de Indiana Jones foi ficando mais estranha, aqui as cenas com os efeitoes visuais mais evidentes não combinam com nosso arqueólogo. No mais, não chega a ser uma aventura das mais empolgantes, com exceção da parte final que eleva um pouco o nível do filme.

Uma louca bagunça Felliniana para realizar uma crítica a televisão italiana e uma homenagem aos clássicos musicais de Hollywood, não é propriamente interessante em seu desenvolvimento, mas só o fato de podermos acompanhar Mastroianni e Masina nessa fase da vida atuando juntos já vale a conferida.

É bem fraco em pontos importantes da saga como a própria premissa inicial, o vilão e a bond girl, o que salva tudo do pior são as cenas aquáticas. A cena final também é patética.

Um suspense intrincado que nunca deixa o interesse cair, finalizando com uma típica tragédia grega com pitadas de crises familiares, ganância e paixão.

Egoyan conduz de maneira simples mas com muita eficiência um drama muito pesado, nos mostrando pouco a pouco pequenos detalhes que desvendam segredos do passado e medos do presente, sem nunca subestimar a inteligência do público.

Apesar da longa duração, a mesma se justifica perante as inúmeras nuances que se desenrola durante o julgamento, onde observamos como o povo alemão se deixou levar pelo nazismo, arrependimentos, lembranças e até certa compreensão, mas apesar de mostrar muitos pontos e reflexões, a resolução foi a obviedade para tamanha desgraça, ainda que sobre forte pressão e interesses.

O filme é todo redondinho, ideia e estética interessantes, bons personagens, subtextos sociais atuais (conflitos familiares, imigração, aceitação do diferente) e até por isso a falta de ousadia na resolução final decepciona. Ainda assim, mais um trabalho muito bom da Pixar, mas que poderia ter sido um filmaço.