Lupas (2660)

Documento importante e corajoso sobre os desafios do jornalismo em terras ultraviolentas e perigosas como a Amazônia dominada pelo garimpo e o desmatamento, problema histórico do país acentuado nos anos Bolsonaro inclusive com incentivo do próprio.

A atriz mirim Melody Hurd rouba a cena quando aparece, o que dá um certo tom interessante em seus conflitos e relações afetuosas com o pai, mas o filme propriamente dito apesar da boa mensagem, é absurdamente genérico.

Em cada capítulo, Kleber mostra a importância das lembranças afetivas impregnadas em locais fundamentais para a sua formação, como seu apartamento e os antigos Cinemas de rua no Centro de Recife, e como as mudanças, necessárias ou não, moldam hoje um retrato da cidade e porque não, do país.

O Cinema de Apichatpong Weerasethakul sempre instiga, em maior ou em menor grau, em "Memória" ele conta com a perfeita atuação fria de Tilda Swinton em uma personagem que possui um caleidoscópio que mistura captação alheia, percepções e ilusões que a levam a um mundo de dúvidas e descobertas. Como sempre, muito daqui não é pra ser plenamente entendido, mas as sensações deixadas são das mais interessantes, ainda que não tão visualmente incríveis como em outros filmes.

Poucos minutos para Almodóvar subverter a expectativa da masculinidade do faroeste e demonstrar uma trama de proteção familiar de certa complexidade que mistura violência e carinho, pena que não empolga em nada disso.

Se já não bastasse o mais do mesmo, temos a cena musical boba, os gatinhos e a chatice de Iman Velani forçando um carisma engraçado com sua Kamala insuportável. Tudo muito fraco, infelizmente diluindo uma maior importância por questão da emancipação feminina nos filmes de heroi. Há uma nova tentativa bombástica com a famigerada cena pós-crédito, mas até quando? Parece que a força dos heróis está acabando.

Toda construção do ato inicial mostra porque Fincher continua sendo um diretor que chama a atenção a qualquer um de seus lançamentos, seu suspense posterior todavia consegue se destacar mais pelo seu apuro técnico do que propriamente por ser instigante como mistério ou na expectativa pela resolução. A cena de luta no meio do filme é bem estranha é destoa do ar mais sóbrio do restante e no final o resultado é bom, mas aquém do esperado.

O ótimo elenco segura bem o filme que mostra que mesmo na maturidade podemos ser influenciados negativamente, minando possibilidades reais de felicidade em um novo relacionamento. É todo redondinho no esquema comédia romântica madura indie, mas falta alguma coisa para se tornar bom de fato.

Uma estranhíssima combinação de horror pagão e musical, abusando de temas como sexualidade e fanatismo religioso, tornando "O Homem de Palha" em um dos melhores filmes de terror folk já realizados.

Em suas despedidas, John Glen e Timothy Dalton fizeram seu melhor filme na franquia, principalmente pela sua metade final que se mostrou um grande ato de ação com cenas bem intensas e interessantes em uma premissa individual e vingativa nada comum na saga.

Cinebiografia de homenagem sem grandes atributos narrativos ou estéticos, servindo para seu papel didático de conhecermos parte da história de uma figura muito marcante do nosso samba e (principalmente) humor. Por ser respeitoso demais, não há nenhum tipo de aprofundamento maior em temas mais espinhosos, não entrando pra valer em nenhuma dividida, sendo como a grande maioria de filmes do tipo apenas um exercício de conhecimento inofensivo.

Com uma narrativa lenta, por vezes contemplativa, e mudanças cronológicas sutis mas claramente perceptíveis com uma pequena atenção, acompanhamos o protagonista nas suas descobertas e desilusões sobre sua arte, que mesmo com sua enorme devoção, parece não cativar mais o novo público comum.