Lupas (2660)

Romances leves tem dificuldade de dar bons filmes, mas quando casa atuações firmes e acontecimentos e resoluções sem grandes apelações, o resultado além de bonito é bem satisfatório.

Incríveis imagens que nunca imaginaria ver de um clássico absoluto da música brasileira, dá vontade de nunca mais parar de ver aquelas cenas de um encontro de personalidades tão distintas, difíceis e geniais.

Mesmo dentro da convencionalidade, Eduardo Albergaria consegue conduzir essa cinebiografia de um modo onde os fatos narrados com suas liberdades poéticas e a busca da emoção são bem balanceados, contando com uma excelente química dos dois protagonistas e seus dramas pessoais. É bom, interessa redescobrir certos fenômenos pop brasileiros mesmo apelando para forçadas profecias e premonições.

Conhecendo mesmo superficialmente Agatha Christie, já não nos surpreendemos com muitos pontos do filme, como a falta de uma maior ênfase na seriedade do sobrenatural e as resoluções, sendo de longe o menos interessante dessa trilogia de Kenneth Branagh.

Tão agradável quanto inofensivo, serve mais do que tudo para acompanharmos quatro grandes nomes da atuação juntos ainda que estejam no piloto automático, mas toda essa leveza dá até um charme a mais para o carisma imenso deles.

Além do tema bem ousado para época, Schlesinger consegue desenvolver bem sua trama de desejo, solidão e dependência emocional.

Possui ótimos diálogos que mostram que desde sempre as richas internas e a vontade de alguns de dominar o poder termina com qualquer possibilidade de um sucesso maior dentro da esquerda, mas claro, a desistência não é um possibilidade pra quem se vê dentro desse espectro político, mas sim a eterna esperança.

Carpenter consegue gerar tensão, criar terror e inúmeros momentos visuais marcantes com muito pouco, basta uma névoa e uns personagens assassinos misteriosos, tudo isso ao som de uma trilha que faz jus a tudo que vemos na tela.

Possui tudo que se espera de um filme desse perfil e isso está longe de ser ruim, Tony Scott mostra um estilo bem anos 2000 que casa muito bem com a trama intrincada e com reviravoltas nem tão difíceis de se prever assim, mas Denzel Washington segura qualquer deslize e repetição com mais uma grande atuação.

Helen Mirren defende com muita competência sua personagem sendo de longe a melhor coisa do filme, que de maneira extremamente burocrática tenta contar fatos históricos dando um jeito de demonizar árabes e russos como sempre foi feito no Cinema para o público ocidental e tentando levar a reflexão sobre o papel de líderes sobre a paz e a guerra em contextos sociopolíticos complexos.

Após Homem-Aranha no Aranhaverso, se iniciou na animação popular uma saudável e revigorante tentativa de mudança no estilo visual, aqui essa novidade é bem-vinda e se mostra interessante (ainda que em alguns momentos deixa meio confuso), mas apesar do carisma dos personagens a aventura em si não é das mais empolgantes ou surpreendentes com suas referências moderninhas.

Não é um dos subgêneros do terror que mais me agrada, mas é inegável que Banjong Pisanthanakun conseguiu criar toda uma atmosfera demoníaca sem pressa ou grandes apelações com seu pseudodocumentário, gerando em sua parte final bons momentos visuais que fazem o todo valer a pena.