Lupas (799)

Há uma sutileza para tratar sobre o tema - algo até incomum para o tipo de crítica que visa. A partir de pequenos "esquetes" sobre a burguesia (e também a sociedade), Buñuel trabalha suas hipocrisias, imoralidades, medos e descompassos. Roteiro de gênio.

É o trabalho visual mais imponente da história - pela amplitude, detalhismo e, principalmente, pelo momento em que foi realizado. Além disso, as diversas críticas sociais, inseridas de maneira alegórica, funcionam perfeitamente.

Uma distopia interessante e uma crítica social forte. A dinâmica cartunesca acompanhada de um certo pretensiosismo delicioso tornam "V" uma das mais impactantes obras anti-governo. Fica a dúvida de até que ponto a força está nos próprios méritos do filme.

Nessa jornada que abraça a história da humanidade em atos e repleta de discussões não se esgotam na própria obra, Kubrick demonstra a razão de ser um dos maiores (talvez o maior) da história. Dos trabalhos visuais mais impressionantes do cinema.

Na abertura de sua sensacional trilogia, Linklater estabelece suas sequências de diálogos triviais e cheios de veracidade, observando que são as pequenas descobertas e as pequenas digressões que formam a essência da sintonia do início de relacionamento.

É cinema de entretenimento e tentar enquadrá-lo em qualquer outra categoria seria tolice. E assim considerado, o trabalho de Nolan cresce. É um nem-tão-intrincado-assim quebra-cabeça, apoiado em eficientes cenas de ação e uma boa ideia.

Carpenter domina a câmera de maneira impressionante, conseguindo criar uma das mais fortes atmosferas de tensão do gênero e um vilão icônico e psicologicamente aprofundado.

Craven e Williamson criam uma obra paradigmática em seu tempo, seja pela abordagem metalinguística sobre o gênero do terror ou pelas próprias qualidades do filme. A cena inicial é o prenúncio de um trabalho genial.

McQueen em um trabalho primoroso, elaborando um estudo sobre vícios, amparado principalmente no complexo personagem de Fassbender (em brilhante atuação). O roteiro transborda reflexão e habilidade ao lidar com um tema difícil.

Primeiro, PTA apresenta sua tese, logo no prólogo. Depois, emplaca em meio às suas diversas narrativas seus argumentos, para que, ao final, possa subvertê-la com um elemento fantástico que torna seu "experimento" ainda melhor. Fascinante.

Shyamalan-diretor comprovando sua habilidade com a câmera e Shyamalan-roteirista comprovando que ainda tem lenha para queimar. A abordagem psicológica é interessante e bem executada, apoiada no eficiente trabalho de McAvoy.

É uma abordagem seca e crua sobre um tema socialmente relevantíssimo. Mais do que um estudo, Vinterberg faz uma construção sobre a essência humana quando colocada em determinadas condições delicadas. Mikkelsen está sensacional.