Lupas (749)

O. Russell prima por um roteiro que se orgulha de seus clichês, o que lhe confere uma autenticidade digna. O elenco dispensa comentários.

'Jéssica? Mainha lhe ama.'

Todo padronizado para que as lágrimas escorram fácil sem que o roteiro precise correr risco algum em cima de sua história com potencial, mas desperdiçada em meio a um trabalho cuja emoção simplesmente não sobe. E como é difícil olhar para Renée Zellwegger

O balé sonoro e visual de 2015.

Ridiculamente inofensivo.

Se Tom Hopper carecia de marca e personalidade em 'Discurso do Rei', aqui suas limitações ficam mais evidentes diante do espetáculo agressivo e gritante (literalmente) do diretor, onde sua mão sem tato transforma o musical em uma experiência pesada.

Perguntei para um amigo o que ele havia achado de 'Os Oito Odiados', e o mesmo respondeu: É Tarantino. Eu mesmo não poderia ter encontrado definição mais adequada. E que bom que os problemas narrativos de Django não tiveram parte na herança da vez.

O típico enlatado familiar de sempre, mal resolvido e apoiado em cima de estereótipos. Mas há alguns bons momentos e risadas, contudo. Mamie Gummer rouba a cena de uma desconfortável Meryl Streep.

Quando resolve inovar, Abrams sabe muito bem o que fazer e como fazer; quando resolve homenagear/reverenciar, apoia-se em demasia em cacoetes que não são seus. 'Super 8' é isso, uma ode ao cinema de aventura dos anos 80, mas sem muita personalidade.

Com seus mais de 120 minutos de um plano ininterrupto, consegue o que Inãrritu tanto almejou com seu 'Birdman' e não conseguiu: encontrar funcionalidade com tal técnica. Filme que merece ser descoberto.

É de uma beleza ímpar, comove e inquieta com seu olhar tão intimista sobre a odisseia de uma criança em meio a uma realidade irracional, consumista e auto-destrutiva. Mas há algo, lá no fundo, que não engrena.

Experimentação visceral de Soderbergh em cima do cinema de ação seco e cru, mas no fim acaba sendo nada mais que isso, um entretenimento sem nenhuma surpresa e esquecível.