Lupas (749)

Após todo o sufocante primeiro ato, o roteiro se deixa resvalar em superficialidades e outros plot twists que são ou dispensáveis ou sub-aproveitados. Brie Larson está apenas OK, e é Jacob Tremblay quem rouba completamente a cena.

Nem todas as piadas funcionam, mas 'Deadpool' pouco se importa com isso. A gozação descaradíssima com tudo e com todos não se sustenta o tempobtodo,mas certamente garante momentos de diversão grandiosos e risadas realmente espontâneas.

Mesmo sem ter qualquer vínculo emocional com seus personagens (a própria fita parece evitar isso), 'Spotlight' usa a linguagem jornalística de maneira inteligente, precisa e perfeitamente acessível para prender a atenção. Só não vai além disso.

A linha previsível de acontecimentos é apenas mera desculpa para que Coogler denuncie sua paixão por um mito e traga Stallone de volta ao seu passado que o consagrou, desta vez analisando a passagem do tempo e suas consequências. Emocionante.

É válida a estrutura pouco convencional para cinebiografias, mas no final tudo parece mera desculpa para que Sorkin rediga um roteiro onde os diálogos sirvam apenas para a exibição dos atores. Boyle mais parece um mero contratado no meio disso tudo.

A pretensão visual de Iñárritu, ao tempo que nos proporciona um cruel espetáculo, engole qualquer tentativa do diretor em discursar sobre o lado animalesco do ser humano. Tire toda a peripécia técnica e sobra quase nada de 'O Regresso' como filme.

Dane-se o roteiro e seu didatismo sobre a questão família, 'Guerra dos Mundos' é um dos mais completos trabalhos de direção de Spielberg, que nos brinda com uma aventura sufocante e de grandes momentos. E isso já é suficiente. Filmaço!

Nem é tanto por seu roteiro mal lapidado, mas mais pela canastrice da narrativa e da direção de atores, que nos brinda com alguns diálogos mal proferidas e cenas de composição risível. Salva-se a linda trilha de Alexandre Desplat.

Delicinha.

É quase que uma experimentação agridoce em meio ao cinema sem muita identidade de O. Russell. Tem lá seus momentos, mas o conjunto é menos cativante do que parece, mesmo com o baita elenco.

Um engodo Scorsesiano, belamente perfumado, mas sem qualquer brilho ou magnetismo visto de perto. E é mal dirigido pacas.

'Carol' vai muito além da óbvia rigidez técnica de Haynes. Cada passo de Carol e Therese é um olhar caloroso e intensamente apaixonado sobre paixões espontâneas e o caminho inevitavelmente sofrido das descobertas em uma época de repressão. Lindo é pouco.