Lupas (749)

A infame surpresa final é menos surpreendente do que se vende, mas Singer é inteligente e elegante ao brincar com a veracidade das imagens e desafiar a percepção de quem assiste sobre o desenrolar de sua trama flertando com uma atmosfera noir.

Remete ao 'Eu Matei Minha Mãe' do diretor com mais carinho e menos gritaria, estética condizente elenco gracioso. Que o jovem continue trilhando caminhos e justifique o título de promissor que lhe é dado.

Tal qual 'Insidious', Wan trabalha o horror clássico com moldes contemporâneos, acerta na atmosfera bizarra e pronta para pulos sinceros da cadeira. Um ou dois momentos daqui são inesquecíveis para o gênero.

Sem qualquer traço original, o tema da solidão/depressão/conflito familiar é trabalhado com carinho narrativo por Joachim Trier, embora seja perceptível uma incômoda pretensão que palpita a projeção, além de Eisenberg interpretar mais uma variante de si.

Sensorialmente rico, esteticamente deslumbrante, narrativamente oco.

Dolan se sai bem no thriller atmosférico, embora novamente prevaleça o tom de auto-importância que dá ao filme um ideal de grandeza inexistente.

Talvez o primeiro projeto de Dolan onde finalmente vemos o jovem cineasta ovacionado por aí, seus toques estão visivelmente mais maduros e os tiques estilísticos mais controlados, inseridos em momentos certos. É o melhor filme dele até agora (2016).

Só mesmo Deus ou algum outro ser divino pra perdoar esse trabalho de extremo mal gosto de Refn, de estilização vazia, lógica oca e fragilizado enquanto experiência sensorial. Baita bola fora.

'There's something inside you / It's hard to explain / They're talking about you, boy / But you're still the same'.

Feio, desorganizado, visualmente gritante e agressivo, oco, cansativo, anti-climático, e uma protagonista insuportável nas mãos de uma (ainda) inexperiente Mia Wasikowska. Alguns defendem, mas o Alice de Burton é sim, seu maior desastre.

Toda a graciosidade da animação da animação se mantém contagiante e viciante até hoje, com seus personagens marcantes para qualquer idade (Dory é um indiscutível achado), humor inspirado e uma mensagem deveras tocante sobre as relações pais e filhos.

"O horror, o horror."